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Bioquímica da cárieGabriela Miranda de Paula Odontologia 2017.1 É uma doença infecciosa crônica, mediada por bactérias, caracterizada pela desmineralização dos tecidos duros dentais, o que pode culminar na destruição do dente. Tal desmineralização é consequência da diminuição do pH do dente, pela ação do ácido produzido pela fermentação bacteriana dos açúcares ingeridos na dieta. A cárie dificulda a alimentação, o sono e o aprendizado, além de interferir significamente na auto-estima do indivíduo. Etiologia da Cárie 1890 - Teoria da placa inespecífica: as espécies bacterianas localizadas nas superfícies dentárias são capazes de contribuir para o ataque ácido sobre as superfícies do esmalte. Diagrama que demonstra a natureza multifatorial da cárie. No segundo, porém, foi acrescentado o fator tempo. Hipótese da placa específica 1994 - Hipótese da placa ecológica: uma alteração no fator ambiental produz um desequilíbrio na comunidade microbiana da placa, favorecendo o desenvolvimento de microorganismos cariogênicos, o que resultará na cárie. Fatores etiológicos da cárie dental Fatores primários Fatores do hospedeiro - Morfologia dentária - Localização - Composição química dos tecidos dentários mineralizados Ex.: alteração no esmalte dentário. - Saliva: o fluxo salivar pode reduzir o acúmulo de placa, aumentar a taxa de eliminação dos carboidratos da cavidade oral e a saliva possui ação tamponante e antibactericida. - Hormônios Dieta cariogenicidade do alimento - Quantidade e tipo de carboidrato: os carboidratos dão origem a um polímero que liga os microrganismos entre si e aos dentes e interferem na produção de ácidos orgânicos. - Consistência - Retentividade - Fatores protetores nos alimentos: queijos e derivados favorecem a remineralização e estimulam a secreção salivar; alimentos gordurosos podem formar uma barreira de proteção do esmalte, protegendo-o contra cáries; polifenóis, como o tanino, reduzem a formação da placa. - Padrão alimentar -Frequência de ingestão Microbiota patógenos da cárie dentária - Processo de início/estabelecimento de lesões de cárie: predominância do S. mutans. - Processo de progressão de lesões de cárie estabelecidas: presença de microorganismos que sobrevivem e se proliferam em meios ácidos. Fatores de virulência dos microrganismos cariogênicos São as características que tornam um microorganismo patogênico. Acidogenicidade: produção de ácidos a partir da fermentação de carboidratos; - Bactéria homofermentativa: produz 90% de ácido lático. - Bactéria heterofermentativa: produz uma mistura de metabólitos Aciduricidade: capacidade de sobreviver em ambientes ácidos; Produção de polissacarídeos extracelulares: produzido a partir da sacarose para facilitar a adesão à superfície dos dentes. Favorece o desenvolvimento da placa; Produção de polissacarídeos intracelulares: reserva, contribui para a acidogenicidade e a aciduricidade. Dinâmica do desenvolvimento da cárie Quando o pH encontra-se normal, não há dissolução da hidroxiapatita. O dente dissolverá quando o pH da fase fluida for menor do que o pH crítico. Após a alimentação, ocorre a queda do pH e a consequente desmineralização. Após certo tempo, o esmalte irá tender a ganhar Ca e P, caracterizando o processo de remineralização. Caso o processo de mineralização não se efetive, tem-se o início do processo de cárie. Curva de Stephan Ela fornece um meio de medir o potencial cariogênico do alimento. A cariogenicidade é medida como a área delimitada pelo pH crítico e a curva mostrada em vermelho no diagrama. O consumo freqüente de alimentos cariogênicos durante o dia provoca diminuição frequente do pH, ocorrendo o processo de desmineralização várias vezes ao dia. Métodos para modificar a cariogenicidade da placa Estimulas o fluxo salivar Aumentar o pH da placa Remoção da placa Uso de agentes antimicrobianos Modificar a microbiota Erosão “corrosão ácida” É a perda de esmalte por ação de ácidos de origem não bacteriana.
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