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1 
 
 
A ORIGEM DA ESCOLA OCIDENTAL NA ANTIGUIDADE 
GREGA 
por Maria Angélica da Gama Cabral Coutinho 
 
 
 
 
Conhecendo o mundo grego... 
 
 
 
A região que conhecemos como Grécia foi povoada a partir do ano 2000 
a.C. pelos povos aqueus, jônios, dórios e eólios, que com o tempo, 
conquistaram os grupos que ocupavam a região: micênicos e cretenses. 
 
(Repare o mapa abaixo e observe que os eólios ocuparam as áreas pintadas 
de roxo, que os jônios povoaram as regiões em rosa, enquanto os dórios se 
fixaram ao sul da Península do Peloponeso e em Creta, que está destacado 
em amarelo.) 
 
 
 
 
 2 
A Grécia na antiguidade não se constituía em um Estado centralizado, como 
se observa no mapa atual, de seu território. O território grego compunha-se 
de cidades-estado, conhecidas como polis, entretanto, a região mantinha 
uma unidade cultural. Os gregos chamavam-se de helênicos, ou seja, 
habitantes da Hélade. 
 
A unidade cultural expressava-se através da língua comum e da mitologia 
que se manifestava através da crença nos mesmos deuses, e envolvendo os 
mitos e as lendas transmitidos originalmente por tradição oral. Acreditavam 
que as divindades interferiam diretamente na vida humana, e cada um 
possuía um atributo característico, além de terem comportamentos 
tipicamente humanos. 
 
 
Os deuses do Olimpo, de Nicolas-André Monsiau. 
 
A produção econômica acontecia nos arredores da cidade. Esta se 
concentrava na criação de animais, como caprinos, suínos, ovinos e 
eqüinos; e no cultivo agrícola, principalmente, das oliveiras, das videiras, da 
cevada e do trigo. A posição geográfica determinou, também, a vocação 
marítima do povo grego que se estabeleceu como grande navegador. 
 
Os aspectos urbanos também se apresentavam semelhantes entre as 
diferentes cidades. A área central da cidade se constituía, geralmente, de 
praça, de prédios públicos, das oficinas dos artesãos e os templos para os 
 
 3 
deuses. As atividades comerciais, os negócios e as atividades artesanais 
também ocorriam em torno dessas praças. 
 
 
Aqui estão fotos de algumas ruínas gregas. 
Repare como estão ainda em bom estado de conservação, se levarmos em conta a 
passagem de tantos séculos. 
 
Teatro de Epidauro Parthenon, templo da deusa Atena 
 
 
Desenvolveram-se nas artes, sobretudo a literatura e a escultura, e na 
arquitetura. 
 
Deixaram exemplos de projetos arquitetônicos que até hoje são imitados 
em nossa civilização em construções como as arenas e as conchas 
acústicas, além dos templos para homenagear os deuses, para citar alguns. 
 
 
 
 
A educação na antiguidade grega 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
A educação que acontecia entre as cidades gregas não pode ser entendida 
como um processo único, idêntico em todas as póleis. Há aspectos distintos, 
característicos em cada cidade, mas também traços comuns, que se 
assemelham, e que têm na pólis de Atenas referências que se apresentam 
na maioria das regiões gregas. 
 
Em linhas gerais, os gregos tratavam a educação como um processo de 
preparação para a vida social. O homem é visto como um ser racional, o 
centro do universo, o que justificava a busca pelo conhecimento e o estudo 
da natureza, do ser humano e das artes, o que os levou, a partir da 
observação e da investigação do mundo, ao desenvolvimento da filosofia. 
 
Compreendiam a educação como um processo mais amplo do que apenas 
um crescimento, ou aquisição de conhecimento. Entendiam-na como a 
formação do homem, de seu espírito e de sua alma. Era a formação de um 
homem integral. Como observamos na ilustração acima, a educação nas 
artes, assim como a intelectual era fundamental para gerar esse homem. 
 
Para isso utilizavam o termo Paidéia. Não se pode traduzir a palavra, pois 
esta significa ao mesmo tempo: civilização, cultura e tradição. 
 
(...) "não se possa evitar o emprego de expressões 
modernas como civilização, tradição, literatura, ou 
educação; nenhuma delas coincidindo, porém, com o 
que os gregos entendiam por paidéia. Cada um 
daqueles termos se limita a exprimir um aspecto 
daquele conceito global. Para abranger o campo total 
do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de 
uma só vez." (Jaeger, 1995). 
 
 
Para Werner Jaeger (1995), os gregos chamavam de Paidéia "(...) todas as 
formas e criações espirituais e ao tesouro completo da sua tradição, tal 
como nós o designamos por Bildung1 ou pela palavra latina, cultura." 
 
 
1
 O autor refere-se ao termo equivalente na língua alemã. 
 
 5 
O processo educacional, porém, guardava especificidades em cada cidade 
grega. A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais 
de cada sociedade. 
 
 
Atenas: educar o cidadão 
 
 
A cidade de Atenas foi fundada pelos jônios na Península da ática, próxima 
ao litoral do Mar Egeu, entre os séculos IX e VII a.C. Essa localização 
permitiu o desenvolvimento do comércio marítimo. 
 
Na polis ateniense, a ágora (praça principal da cidade) era o local em que 
os cidadãos reuniam-se em assembléia para debater e deliberar sobre as 
questões de interesse da comunidade. Cabe destacar que apenas uma 
pequena parte dos habitantes – os cidadãos - participavam da política, com 
a possibilidade de deliberar, de votar e ser votado. Entretanto, todas as 
mulheres estavam excluídas do processo político. 
 
A sociedade ateniense dividia-se em: 
 
 
 
 
A educação da cidade tinha como finalidade preparar os futuros cidadãos 
para a política, ou seja, para a retórica, o debate e a deliberação. É 
necessário educar o indivíduo capaz de se expressar oralmente, pronto para 
o diálogo e o convencimento. 
 
 6 
Foi em Atenas que o ideal de uma educação integral, aliando mente e 
corpo, se concretizou. O Estado é entendido como uma maneira de se 
garantir a liberdade do cidadão, e isto se possibilita através da prática 
educativa. 
 
 
 
Acrópole 
 
 
Até os sete anos de idade a educação das crianças era tarefa das famílias, 
acontecendo, portanto, no espaço doméstico. Entretanto, não era tarefa 
exclusiva dos pais. Cabia preferencialmente aos escravos e às amas o 
cuidado de ensinar. 
 
Em seguida, os meninos eram entregues ais escravos responsáveis em 
ensinar, conhecidos como pedagogos. Estes iniciavam a educação física, a 
educação musical e a alfabetização. As meninas permaneciam sendo 
educadas no espaço familiar, especificamente no gineceu, local da casa 
reservado aos afazeres domésticos. 
 
A educação masculina organizava-se em três níveis: a elementar - que 
ocorria até os treze anos; a secundária e a superior. 
 
 
 7 
As crianças pobres, a partir da educação elementar eram encaminhadas 
para aprender algum ofício, enquanto os ricos continuavam estudando, 
frequentando os ginásios que, inicialmente, referiam-se apenas aos 
exercícios físicos, mas que com o tempo e às exigências da polis, incluíram 
as práticas musicais e literárias. 
 
A partir dos dezesseis/ dezoito anos, o jovem se dedicava ao ensino 
superior. Esse era o espaço onde Sócrates, Platão e Aristóteles 
desenvolveram suas reflexões e suas teorias. 
 
O ensino profissional desenvolve-se no cotidiano, durante a própria 
execução do trabalho. A exceção é a formação do médico sobre a qual havia 
uma grande preocupação, no sentido de contribuir para a formação de um 
corpo saudável para a completa educação. 
 
 
A educação espartana: esculpir o guerreiroGuerreiros espartanos 
 
 
Esparta foi fundada por dórios, em uma região da Península do Peloponeso, 
distante do mar e cercada por montanhas. Essa condição mais inóspita e a 
 
 8 
necessidade de dominar as classes inferiores definiram o perfil do povo 
espartano. A sociedade estava composta pelos: 
 
 
 
 
A estrutura da educação espartana foi organizada por Licurgo, legislador 
que também organizou o Estado Espartano, fundamentado no militarismo. 
 
O poder político-militar deu o sentido da educação na cidade, que tinha 
como principal objetivo o de preparar os futuros soldados, patrocinada pelo 
Estado. 
 
 
 
Imagem de Licurgo 
 
 9 
 
A prática educacional consistia em desenvolver as habilidades físicas que 
propiciassem a formação do guerreiro: força, bravura e obediência. 
Deveriam exercitar as virtudes necessárias à guerra. 
 
Até os sete anos, as crianças permaneciam em casa, à exemplo do que 
ocorria em Atenas, sob os cuidados maternos, que o treinava de forma 
rigorosa. Após esse período, o Estado assumia a educação, e o menino era 
encaminhado para as casernas públicas. Recebiam, então, ensinamentos 
militares e onde permaneciam até por volta dos 45 anos, quando eram 
indicados para a reserva. 
 
Os treinamentos compunham-se de ginástica, do estudo das armas e de 
manobras militares, com o objetivo de torná-lo destro, perspicaz e com 
autodomínio. A disciplina era um dos aspectos mais valorizados da 
educação em Esparta – era primordial o respeito dos soldados aos seus 
superiores. A leitura e a escrita eram práticas desestimuladas, posto que 
não contribuísse para a formação do soldado. 
 
“Os jovens aprendem a suportar a fome, o frio, a 
dormir com desconforto, a vestir-se de forma 
despojada. A educação moral valoriza a obediência, a 
aceitação dos castigos, o respeito aos mais velhos e 
privilegia a vida comunitária”. (Aranha, 1996, p. 51) 
 
 
A prática homossexual era estimulada entre os guerreiros como uma forma 
de estreitar os laços e de manter o companheirismo entre os homens. 
 
A educação feminina visava à criação de uma mulher pronta para gerar um 
filho sadio, futuro guerreiro. Por isso, as moças jovens são levadas a treinar 
saltos, lançamentos de disco, corrida e a dançar para desenvolver corpos 
sãos para a maternidade saudável. 
 
A eugenia era prática recomendada pelo Estado como uma política voltada 
para o abandono das crianças deficientes, cujo objetivo era o de garantir 
homens e mulheres vigorosos. Essas práticas educativas privilegiavam o 
 
 10 
físico e propiciavam as grandes vitórias espartanas nos jogos olímpicos da 
época. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ARANHA, Maria Lúcia de A. História da Educação. São Paulo, 1996. 
 
JAEGER, Werner. Paidéia. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
 
SOUZA, Neusa Maria M. (ORG.). História da Educação: antiguidade, idade 
média, idade moderna, idade contemporânea. São Paulo, Avercamp, 2006.

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