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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO: UMA REFLEXÃO SOBRE SUA EVIDENCIAÇÃO NOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS
Millena Cordeiro da Silva
Mestranda em Ciências Contábeis
Universidade de Brasília – UnB
RESUMO
Este trabalho objetiva-se a apresentar algumas reflexões sobre o tratamento e conceito de crédito tributário e a sua evidenciação nas demonstrações contábeis. Para atingirmos o nosso objetivo apontamos os principais conceitos que envolvem o surgimento do crédito tributário atribuindo caráter de ativo fiscal diferido a luz da teoria da contabilidade e discutimos aspectos legais deste crédito com base na teoria da regulação. Foi observado que a legislação tributária e societária vem se aproximando após a adoção das normas internacionais. A proposta da presente pesquisa foi evidenciar o crédito tributário na modalidade de prejuízo fiscal a fim de apresentar aspectos relevantes da informação do crédito existente a ser compensado em exercício posterior ao conhecimento dos diversos usuários da informação, como os investidores, melhorando a qualidade da informação e proporcionando uma maior compreensão dos benefícios do crédito no resgate futuro destes investimentos observando a relevância na evidenciação do crédito tributário nos relatórios contábil-financeiro.
Palavras-chave: Crédito Tributário; Teoria da Regulação; Teoria da Contabilidade; Qualidade da Informação.
ABSTRACT
This paper aims to present some reflections about the treatment and the concept of tax credit and its disclosure in the financial statements. For our purpose, the key concepts that involve the emergence of the tax credit attribute accounting and tax distribution deferred the light of accounting theory and we discuss the credit measure based on the theory of regulation. It was observed that the tax and corporate legislation is approaching after an adoption of international standards. A proposal of the present research confirmed the tax credit in the modality of tax loss in order to present the relevant information on the credit existing in the database in question, as well as the analysis of the diverse users of the information, like the investors, improving the quality of the Information and Providing a greater understanding of the benefits of credit not future redemption these investments noting a relevance in the disclosure of the tax credit in the accounting-financial explain.
Keywords: Tax Credit; Theory of Regulation; Theory of Accounting; Quality of Information.
INTRODUÇÃO
A alta carga tributária brasileira está entre um dos maiores desafios para as empresas aqui estaladas. Nesse contexto é importante o aproveitamento dos benefícios fiscais, como o caso dos créditos tributário para a manutenção das atividades da empresa. Com regras bem definidas previstas em lei o crédito fiscal pode ser tornar um instrumento interessante para diminuir o peso dos tributos que recaem sobre a entidade.
O crédito tributário tem incidência nos casos de retenção de impostos na fonte, realização de pagamento de tributos a maior ou indevidamente e diante de saldo diferido de IRPJ e CSLL após a declaração de resultado do exercício e apuração do prejuízo fiscal. Empresas do lucro real que auferiram prejuízos fiscais nos últimos anos podem aproveitar o benefício fiscal que a legislação tributária concede a partir de 01/01/1995. Outro ponto de oportunidade ainda falando de prejuízos fiscais é a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15 que regulamentou os procedimentos para utilização de créditos decorrentes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para quitação antecipada de débitos parcelados.
O objetivo desse estudo é apresentar algumas reflexões sobre o crédito tributário originado através do prejuízo fiscal, se propondo a demonstrar à luz da teoria da contabilidade os impactos da contabilização adequada desse crédito na melhor reflexão da situação da empresa através das demonstrações contábeis.
A importância deste tema se justifica a partir da busca por exprimir informações contábeis transparentes e de qualidade a fim de atender aos usuários externos da informação, principalmente aos investidores quanto à expectativa de rentabilidade futura da organização.
REFERENCIAL TEÓRICO
A Teoria da Regulação e Teoria da Contabilidade
De acordo com a teoria da regulação o governo exerce poder de coerção para controlar os agentes econômicos e influenciar os processos do mercado. Desse modo, Barrionuevo Filho e Lucinda (2004, p.48) afirmam que para evitar que a situação de domínio de mercado propicie o abuso contra o direito de outros, seja de consumidores ou de empreendedores que gostariam de prestar esses serviços, o Estado intervém. 
Outros autores como Stigler (1971) acreditam que a regulação por parte do Estado será exercida levando em consideração os interesses dos agentes políticos, que buscarão criar mecanismos de forma a arquitetar uma elevação de seu próprio poder.
É através de um dos seus maiores órgãos reguladores, a Secretaria da Receita Federal, que o Governo emite leis que regulamentam as práticas relativas às atividades tributárias brasileiras. Com o objetivo de alocar os recursos do setor privado para o público a tributação pode ser considerada, quando utilizada dentro da legalidade e dos limites de capacidade da sociedade, como a mais adequada em termos de sustentabilidade em longo prazo, por isso, tem sido a fonte de recursos mais extensivamente adotada pelos Estados democráticos modernos (VIOL, 2005).
Ao tratarmos da contabilidade Lev (1998) define a regulação como um conjunto de leis, normas e princípios, geralmente aceitos, que tratam do conteúdo da forma e da periodicidade das demonstrações contábeis. Conforme Watts e Zimmerman (1986) o objetivo da teoria da contabilidade é explicar e predizer a prática contábil. 
Na contabilidade, o termo “teoria” pode ser definido de acordo com 	Hendriksen e Van Breda (1999) como um conjunto coerente de princípios lógicos que oferecem uma melhor compreensão das práticas existentes a profissionais, stakeholders e estudantes; oferece um referencial conceitual para avaliar as práticas existentes; e orienta o desenvolvimento de novas práticas e procedimentos.
De acordo com Marion (1997), uma teoria é importante para explicar e ajudar os contadores na prática profissional a lidar com aspectos de dificuldade, novas disposições e também colaborar no poder preditivo, principalmente no que tange ao conteúdo das demonstrações contábeis.
Ao observar Ordelheide (2004) podemos entender a regulação da contabilidade como um conjunto de mecanismos dedicado à redução da assimetria informacional, ao delineamento de incentivos e à estruturação e sinalização de mecanismos de avaliação de desempenho ou, de forma mais ampla, como uma instituição social.
Parece fazer sentido à relação entre os aspectos legais do crédito tributário e a teoria da regulação, ponderando que podemos compreender a regulação como sendo o ato de garantir o atendimento e a conformidade em relação ao que é lei, ao que é determinado legalmente, e está regulamentado (LIMA et Al., 2014).
Crédito Tributário
Segundo Ferragut (2006, p. 316.) crédito tributário é o “direito subjetivo do sujeito ativo de exigir, do sujeito passivo, a prestação pecuniária a que faz jus”, contrapondo-se ao débito tributário, que consiste na obrigação do sujeito passivo de pagar.
Para Rêgo (2008) tratar o crédito como direito subjetivo também soa apropriado, desde que se conceba como um direito do ente tributante, e não do Fisco. E esclarece que o CTN somente se utiliza da expressão “crédito tributário”, concebendo-o como o direito do sujeito ativo, isto é, ainda que o sujeito passivo promova recolhimentos a maior, do qual passe a ter créditos, o Código sempre se refere a crédito da Administração Tributária. Corroborando com essa afirmação, Peixoto (2007) demonstrou que apesar de o crédito tributário decorrer da obrigação principal e ter idêntica natureza à da obrigação, resta claro que a expressãoestá reservada à dinâmica e aplicação do direito tributário, aos procedimentos da administração para cobrança, fiscalização e formação do título executivo da Fazenda Pública, as garantias e privilégios que cercam direito do sujeito ativo. Seria adequado utilizar a expressão “crédito fiscal” para denominar o valor correspondente a ser compensado ou restituído dos cofres do Estado no momento da percepção do valor indevido por parte do contribuinte à autoridade fiscal.
CPC 32
No intuito de uniformizar as normas e medidas contábeis ao modelo internacional conhecido como IFRS, o CPC 32, norma brasileira que corresponde a tradução da IAS 12 norma internacional de contabilidade emitida pelo IASB, tem por objetivo estabelecer o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro, de acordo com a NBC T 19.2.2.4 - Tributos sobre Lucros Correntes é o montante dos tributos a pagar ou a recuperar sobre lucros com relação ao resultado tributável do exercício. Sendo o Lucro tributável (prejuízo fiscal) o lucro (prejuízo) para um período, determinado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades tributárias, sobre o qual os tributos sobre o lucro são devidos (recuperáveis), uma modalidade de crédito tributário permitido pela legislação do imposto de renda sua compensação de lucros apurados em exercícios posteriores. Conforme o CPC 32:
A questão principal na contabilização dos tributos sobre o lucro é como contabilizar os efeitos fiscais atuais e futuros de: 
(a) futura recuperação (liquidação) do valor contábil dos ativos (passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da entidade; e (b) operações e outros eventos do período atual que são reconhecidos nas demonstrações contábeis da entidade. 
Este pronunciamento declara inerente ao reconhecimento de ativo ou passivo que a entidade espera recuperar ou liquidar o valor contábil daquele ativo ou passivo. Se for provável que a recuperação ou a liquidação desse valor contábil tornará futuros pagamentos de tributos maiores (menores) do que eles seriam se tal recuperação ou liquidação não tivessem efeitos fiscais, ainda exige que a entidade reconheça um passivo fiscal diferido (ativo fiscal diferido), com certas limitadas exceções. 
Sendo a utilização deste pronunciamento não facultativa e sim obrigatória exigindo que a entidade contabilize os efeitos fiscais das transações e de outros eventos da mesma maneira que ela contabiliza as próprias transações e os outros eventos. Tratando o reconhecimento de ativos fiscais diferidos advindos de prejuízos fiscais não utilizados ou créditos fiscais não utilizados, da apresentação dos tributos sobre o lucro nas demonstrações contábeis e da divulgação das informações relacionadas aos tributos sobre o lucro.
O pronunciamento define Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro relacionado a: diferenças temporárias dedutíveis; compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados e a compensação futura de créditos fiscais não utilizados. Sendo a diferença temporária dedutível aquela que resulta em valores dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) em exercícios futuros quando o valor contábil do ativo for recuperado e liquidado. A base fiscal de um ativo é o valor que será dedutível para fins fiscais contra quaisquer benefícios econômicos tributáveis que fluirão para a entidade quando ela recuperar o valor contábil desse ativo. Se aqueles benefícios econômicos não serão tributáveis, a base fiscal do ativo é igual ao seu valor contábil. 
METODOLOGIA DE PESQUISA
Essa pesquisa se caracteriza como uma pesquisa qualitativa empregando a pesquisa bibliográfica de caráter descritivo. Para Denzin e Lincoln (2005) a pesquisa qualitativa tem como foco de estudo o entendimento e análise dos padrões ou das contradições dos processos sociais, as habilidades dos pesquisadores em observar o mundo social, e estabelecer suas proposições a partir de como os sujeitos conceituam sua realidade, bem como as imagens do mundo a partir de diferentes estilos de pesquisa, epistemologias e formas de representações. 
Elaborada a partir de um ensaio teórico ao qual permitiu discutir a cerca de algumas das principais reflexões sobre a conceituação de crédito tributário, sua utilização e divulgação a fim de melhorar a informação divulgada aos usuários das demonstrações contábeis. Quanto à utilização de ensaio teórico como metodologia: ensaios teóricos são estudos que relacionam permanentemente o sujeito e objeto, constituído pela interação da subjetividade com a objetividade dos envolvidos (Meneghetti, 2011). Neste sentido para Boorstin, o ensaio teórico “se tornou uma forma respeitável; sua novidade estava na louvação do eu. Sua razão de ser era a noção de que os pensamentos, sentimentos, incertezas, certezas e contradições de uma pessoa merecem divulgação e em seguida atenção de outras” (Boorstin, 1995, p. 697). Ao utilizar um ensaio teórico como metodologia, o autor precisa apontar um caminho para problematizar uma teoria, ou um argumento para testar empiricamente em outras pesquisas sua proposta trazida no ensaio.
PRINCIPAIS REFLEXÕES ACERCA DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
Reconhecimento do Crédito Tributário.
O crédito tributário pode surgir nas modalidades de: imposto retido na fonte; pagamento de imposto a maior; e prejuízo fiscal de exercícios anteriores a serem compensados em exercícios futuros afim de abatimento de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). Dentre essas modalidades, será discutido neste artigo, o crédito oriundo de prejuízo fiscal de período anterior.
Toda pessoa jurídica optante pelo regime tributário de lucro real que apresentou resultados fiscais negativos (prejuízo fiscal) em exercícios anteriores e tenha registrado e lançado em sua contabilidade, terá um crédito oriundo de prejuízo fiscal de período anterior, o qual será contabilizado como Ativo em conta de Tributos Diferidos conforme CPC 32, criando assim uma expectativa de recuperação futura nos próximos exercícios, é importante salientar que não há outra forma amparada por norma ou legislação vigente para a contabilização do crédito tributário na modalidade de prejuízo fiscal além da conta de Tributos Diferidos. A compensação do prejuízo é facultativa, podendo ou não seu utilizado pela organização, mas é obrigatório o controle e registro do prejuízo fiscal nos casos em que a empresa deseja se utilização do crédito.
A apuração do tributo diferido de acordo com o CPC 32 objetiva-se a prescrever o tratamento contábil ao imposto sobre lucros, tendo em vista que o principal problema que se apresenta ao contabilizar é a forma de tratar as consequências atuais e futuras.
O CPC 32 dispõe nos itens de 34 a 36 sobre o reconhecimento do ativo fiscal diferido proveniente de créditos fiscais não utilizados:
34. Um ativo fiscal diferido deve ser reconhecido para o registro de prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados na medida em que seja provável que estarão disponíveis lucros tributáveis futuros contra os quais os prejuízos fiscais não utilizados e créditos fiscais não utilizados possam ser utilizados. 
35. Os critérios para reconhecer ativos fiscais diferidos advindos do registro de prejuízos fiscais e créditos fiscais não utilizados são os mesmos critérios para reconhecer ativos fiscais diferidos advindos de diferenças temporárias dedutíveis. Entretanto, a existência de prejuízos fiscais não utilizados é uma forte evidência de que futuros lucros tributáveis podem não estar disponíveis. Portanto, quando a entidade tem um histórico de perdas recentes, ela deve reconhecer ativo fiscal diferido advindo de prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados somente na medida em que tenha diferenças temporárias tributáveis suficientes ou existam outras evidências convincentes de que haverá disponibilidade de lucro tributável suficiente para compensação futura dos prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados. Nessas circunstâncias,o item 82 exige divulgação do valor do ativo fiscal diferido e a natureza da evidência que comprova o seu reconhecimento. 
36. A entidade deve considerar os seguintes critérios para avaliar a probabilidade de que haverá disponibilidade de lucro tributável, contra o qual os prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados possam ser utilizados: 
(a) se a entidade tem diferenças temporárias tributáveis suficientes relacionadas com a mesma autoridade tributária e a mesma entidade tributável que resultarão em valores tributáveis contra os quais os prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados podem ser utilizados antes que expirem; 
(b) se for provável que a entidade terá lucros tributáveis antes que os prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados expirem; 
(c) se os prejuízos fiscais não utilizados resultarem de causas identificáveis que são improváveis de ocorrer novamente; e 
(d) se estiverem disponíveis para a entidade oportunidades de planejamento tributário (ver item 30) que criarão lucro tributável no período em que prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados possam ser utilizados. 
Na medida em que não for provável que estará disponível lucro tributável contra o qual prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados sejam utilizados, o ativo fiscal diferido não deve ser reconhecido.
O reconhecimento de um crédito fiscal no ativo se dá considerando que seu valor contábil será recuperado na forma de benefícios econômicos que fluirão para a entidade no futuro. 
Ativo Fiscal e Tributos diferidos.
Os tributos diferidos surgem da postergação da compensação ou liquidação do tributo, nesse sentido, o IRPJ e CSLL diferidos ocorrem quando alguns custos ou despesas contabilizados no exercício são dedutíveis em exercícios posteriores. Esse tributo diferido pode ser passivo ou ativo, como o caso do prejuízo fiscal. O tributo diferido no ativo é reconhecido sobre as diferenças temporárias que resultarão em valores tributáveis para fins fiscais no futuro.
O tratamento dos ativos fiscais diferidos no Brasil é aplicado sobre o IRPJ e CSLL, calculada a partir do lucro contábil da empresa. A provisão do tributo diferido sobre o lucro não se trata de obrigação tributária. Quando a pessoa jurídica aufere prejuízo fiscal nos períodos-base subsequentes, os lucros diferidos serão compensados com o prejuízo fiscal e a provisão será revertida para a conta de Lucros Acumulados.
De acordo com Niyama e Silva (2013) o ativo pode ser definido como um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados ao que se espera que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade, conforme definição do IASB aceita pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Deste modo, os créditos tributários assumem forma de ativo ao considerarmos a compensação de seus valores em exercícios futuros, que estão sob o controle da organização, o qual se caracteriza um benefício já esperado pela entidade.
Com a lei 11.638/07 os ativos agora passaram a ser classificados em Ativos Circulantes e Ativos não Circulantes. Os Ativos não Circulantes passam a possuir os seguintes grupos: Realizável à longo prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. (o Diferido foi eliminado pela MP 449/08, passando os itens que o compõem a ser baixados para o resultado ou reclassificados para o intangível), portanto a nomenclatura do Ativo Diferido só é válida para fins fiscais. 
Conforme NBC T 19.2, item 19.2.2.6 os ativos fiscais diferidos:
"...são os valores dos tributos a recuperar em exercícios futuros sobre os lucros com relação a: diferenças temporárias dedutíveis; compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados, observada a base de cálculo de cada tributo."
Os prejuízos fiscais poderão ser compensados com lucro tributável e representarão uma economia tributária conforme abatimento desse prejuízo e consequentemente redução da base de cálculo do imposto.
Previsão legal, normativa e regulatória do Crédito Tributário.
O crédito tributário na modalidade de prejuízo fiscal está amparado tanto em leis, quanto normativas e regulamentos nos órgãos brasileiros. 
Conforme Decreto-Lei n° 1.598/1977: 
art 64. A pessoa jurídica poderá compensar o prejuízo apurado em um período-base com o lucro real determinado nos quatro períodos-base subsequentes.
 § 1º - O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real e registrado no livro de que trata o item I do artigo 8º, corrigido monetariamente até o balanço do período-base em que ocorrer a compensação.
	Ainda de acordo com as normativas: Lei nº 8.981, de 1995, art. 42; Lei nº 9.065, de 1995, art. 15; e IN SRF nº 11, de 1996: Os prejuízos fiscais (compensáveis para fins do imposto de renda) poderão ser compensados independentemente de qualquer prazo, observado em cada período de apuração o limite de 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado. O citado limite de 30% (trinta por cento) não se aplica em relação aos prejuízos fiscais decorrentes da exploração de atividades rurais.
	A legislação determina que o aproveitamento seja limitado até 30% do lucro auferido no período utilizado para compensação, pode ser utilizado de anos calendários desde 1996, desde que a empresa tenha documentos que comprovem a existência do crédito tributário e mantenha a devida contabilização e registro do livro fiscal de pessoa jurídica no regime do lucro real.
	O controle do prejuízo a compensar deverá ser controlado no que se refere à contabilidade no aspecto fiscal e tributário no Livro de Apuração Do Lucro Real (LALUR) como demostrado na RIR/1999, art. 509:
O controle do valor dos prejuízos compensáveis, na forma da legislação vigente, deve ser feito de forma individualizada por espécie, na Parte B do Lalur, por período de apuração (anual ou trimestral).
Contabilidade Societária X Contabilidade Tributária
De acordo com o American Accounting Association Committee to Prepare a Statement of Basic Accouflting Theory (ASOBAT) a contabilidade pode ser definida como um processo de identificação, mensuração e comunicação de informações econômicas a fim de permitir julgamentos e decisões fundamentadas por parte dos usuários da informação. 
Para Iudícibus (2012) a teoria contábil é um conjunto articulado de postulados, princípios e restrições que definem uma ciência. E como ciência, a contabilidade é única, porém o uso da contabilidade para a prática empresarial possui variação de segmentos como a contabilidade societária e fiscal. Esses dois segmentos da contabilidade por vezes podem ter interesses conflitantes. É difícil obter-se uma sequência de postulados, princípios e técnicas conectados entre si (IUDÍCIBUS, 2012).
	A contabilidade societária está associada a princípios e normas relacionados à constituição das empresas. A partir da sanção da Lei n° 11.638/07 e a MP 449/08 a contabilidade societária sofreu importantes alterações dos padrões contábeis brasileiros, com peso legal, a medida trouxe a observância das normas internacionais, traduzidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Com o foco principalmente nas demonstrações contábeis, o objetivo da contabilidade societária e apresentar informações úteis e de qualidade sobre a situação financeira e econômica a seus usuários através da contabilização dos fatos relativos à entidade.
	Distinta da contabilidade societária a contabilidade para atender a legislação fiscal, conhecida como contabilidade tributária é por vezes vista como uma barreira para a adoção das práticas de princípios contábeis, porém se tratando de um país como o Brasil, onde a alta carga tributária e uma grande variedade de modalidades de impostos se fazem necessário o controle, apuração, apresentação e comprovação dos tributos pagos junto aos órgãos governamentais. Por isso a contabilidade tributária é mantida de forma paralela a contabilidade societária. Uma das mais importantes leis referentes à contabilidade tributária em vigor é a lei n° 12.973/14 conhecida como a LeiFiscal ou Lei do Imposto de Renda. É importante lembrar que nenhum dos dois tipos de contabilidade se sobrepõe ao outro, eles tem pesos equivalentes, Antigamente os administradores viam-se no papel de ter que escolher entre os conceitos tributários ou societários, em maioria, para evitar problemas com o pagamento de tributos e autuações optavam pelo primeiro. A partir da Lei Contábil Societária, essa dúvida diminuiu porque as questões societárias e tributárias foram separadas.
Lucro/Prejuízo Contábil X Lucro/Prejuízo Fiscal
A lei n° 12.973/14 e a IN n° 1515/14 consideraram muitos dos aspectos relativos da lei n° 11.638/07 se adequando a lei societária e trazendo aos profissionais de contabilidade uma maior necessidade de atualização as normas internacionais traduzidas pelo CPC. 
A partir do exposto acima, é compreensível que os conceitos de prejuízo contábil e fiscal também sejam distintos já que assumem caráter referente à contabilidade a qual se destina. 
O prejuízo contábil sob o regime de competência é gerado a partir do confronto das receitas de determinado exercício superadas pelas despesas e custos originados para obtenção dessa receita, sua compensação é efetuada com reservas existentes ou com lucros contábeis futuros, será apurado e transferido para a conta transitória no Patrimônio Líquido, chamada Prejuízos Acumulados, com destinação prevista no contrato ou estatuto social, conforme os artigos 167 e 189 da Lei 6.404/76, o prejuízo contábil apurado no exercício será, obrigatoriamente, absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros, reserva legal e pela reserva de capital, nessa ordem.
Diferente do prejuízo contábil, o prejuízo fiscal é oriundo do lucro real, sendo o resultado do exercício negativo, após ajustes de adição e exclusão na parte A do Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, conforme determinação da legislação do Imposto de Renda, decorrente da apuração do lucro real e compensável com lucros reais posteriores.
A empresa pode apurar resultado contábil negativo, estando sujeita ao cálculo do IRPJ e da CSLL, e após efetuar os ajustes de adições e exclusões a este resultado, o mesmo pode converter-se em resultado positivo para efeitos fiscais. Como também o ser apurado o prejuízo fiscal a compensar na demonstração do lucro real após as adições e exclusões previstas na legislação, independe da apuração de lucro ou prejuízo contábil escriturado na contabilidade da instituição.
	A compensação do prejuízo fiscal de período anterior em período vigente, será requerida pelo contribuinte a partir da elaboração de declaração acessória através do Programa de Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação - PER/DCOMP.
 Qualidade da informação no lançamento do Crédito Tributário.
	A Contabilidade como ferramenta voltada para o fornecimento de informações tem no seu bojo a preocupação com o usuário, pessoa que irá receber o produto informação. A importância do usuário já esta explícita em várias definições de Contabilidade em seus objetivos (PINHEIRO, 1997). 
	No princípio poderíamos considerar a contabilidade brasileira utilizada para atender exigências do fisco, que desejava aumentar sua arrecadação e ter um controle mais extensivo sobre grandes empresas. Observando a contabilidade atualmente, podemos identificar que alterações como a substituição da Doar pela DFC e a obrigatoriedade da DVA através da lei n° 11.638/07 corroboram para que se acredite segundo Cardos et. Al (2009) que a medida veio atender aos anseios dos usuários das informações contábeis e aperfeiçoar a  contabilidade voltada para as sociedades. Visando fornecer informações úteis a usuários com necessidades e interesses diversos, para orientá-los no processo da tomada de decisões.
	A contabilização do ativo fiscal diferido, conforme os princípios contábeis geralmente aceitos demonstra a necessidade de munir os usuários da contabilidade com informações voltadas para o futuro. Por ser um crédito a compensar em período posterior, a informação ao usuário se torna importante considerando que o investimento presente será recuperado também no futuro. O crédito tributário significa o abatimento nos pagamentos de impostos devidos sobre o lucro dividido entre os investidores. Neste sentido, a identificação, mensuração, e interpretação dos créditos tributários como ativos fiscais diferidos, evidenciados em nota explicativa nas demonstrações contábeis traduzem informações mais úteis para os usuários internos e externos (SANTOS, 2005).
	Ao relacionarmos à contabilização do prejuízo fiscal a melhora da informação contábil para o usuário é importante se observar uma das características qualitativas fundamentais e mais críticas da informação contábil em conformidade Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro: a relevância na evidenciação do crédito tributário nos relatórios contábil-financeiro.
	O Pronunciamento Conceitual básico (R1) - CPC 00 tem como posicionamento mais claro, que as informações contidas nos relatórios contábil-financeiros se destinam primariamente aos seguintes usuários externos: investidores, financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade. De acordo com esta norma, para serem úteis, as informações devem também ser relevantes à necessidade dos usuários na tomada de decisões. Desta forma, a informação pode ser considerada relevante quando em algum instante influencie nas decisões econômicas dos usuários, no sentido de auxiliar na avaliação do impacto de eventos futuros. O valor das informações sobre a estrutura dos ativos é de grande valor aos usuários, pois ajudam a prever a capacidade que a entidade tenha de aproveitar as oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas. 
	Santos (2005) declara que o reconhecimento do ativo fiscal diferido representa oportunidade valiosa no sentido de uma contabilidade voltada aos preceitos econômicos, principalmente nas instituições financeiras brasileiras em função da relevância dos valores envolvidos e da expectativa de realização à longo prazo.
CONCLUSÕES
Este trabalho trouxe alguns conceitos centrais que retratam as questões da pesquisa, como o conceito de crédito tributário, ativo e ativos fiscais diferidos, com o propósito de refletirmos sobre a evidenciação desse crédito nas demonstrações contábeis.
Observou-se que as recentes sanções das leis brasileiras em observância as normas contábeis internacionais e a convergência da contabilidade pelo mundo, contribuíram para uma melhor equalização do distanciamento entre a contabilidade societária e a contabilidade tributária, o que beneficia usuários externos e internos da contabilidade.
A proposta da presente pesquisa foi evidenciar o crédito tributário na modalidade de prejuízo fiscal a fim de apresentar aspectos relevantes da informação do crédito existente a ser compensado em exercício posterior ao conhecimento dos usuários diversos e investidores melhorando a qualidade da informação e proporcionando uma maior compreensão dos benefícios do crédito no resgate futuro destes investimentos. 
Destaca-se por fim que a evidenciação do crédito através de notas explicativas pode ser observada através das características qualitativas fundamentais para a informação, a relevância considerando a importância da evidenciação do crédito tributário nos relatórios contábil-financeiro. Podemos dizer que é razoável a instituição e sua administração apresentem em suas demonstrações contábeis os resultados, as expectativas de rentabilidade e benefícios fiscais dos recursos a ela confiados.
REFERÊNCIAS

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