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ANTROPOMETRIA PROF. ME. DIEGO ÁVILA ORIGENS O interesse de filósofos, artistas, teóricos e arquitetos pelas proporções do corpo humano remonta a muitos séculos atrás – Marco Polo (1273 -1295) registros sobre a existência de um grande número de raças que diferiam em termos de dimensões corporais. Durante o Renascimento, Leonardo Da Vinci concebeu o famoso desenho das proporções humanas – figura ao lado – o Homem Vitruviano. Cenino Cenni, no século 15, descreveu a altura de um homem como igual á sua largura com os braços estendidos. ORIGENS Anthropos = Homem Metron = Medidas É um ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Os seres humanos apresentam características físicas diversas dependendo: • País de origem; • Sexo; • Idade; • Classe social; • Raça e etnia; • Dieta e saúde; • Atividades físicas; DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Influência do sexo Diferenças biológicas entre os homens e as mulheres: dimensões antropométricas, forças musculares, capacidade cardiovascular e o funcionamento do aparelho reprodutor. • As mulheres costumam ser cerca de 12cm menores que os homens. • Mesmo naqueles casos em que há predominância da mão de obra feminina, muitas vezes as máquinas, acessórios e postos de trabalho foram projetados para o uso dos homens. A falta de adaptação a esses equipamentos torna o trabalho mais difícil e mais fatigante para elas. • As mulheres têm uma capacidade muscular e pulmonar de aproximadamente 70% em comparação ao homem. • O limite para carregamento manual de cargas para as mulheres deve ser menor que a do homem. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Influência da idade Todos os países que se modernizam apresentam tendências de aumento de vida média da população, devido tanto ao decréscimo da taxa de natalidade com a melhoria das condições de higiene e saúde. Consequentemente, existirão mais pessoas na faixa dos 50 e 60 anos envolvidas no trabalho e haverá a necessidade de se aplicar a Ergonomia aos projetos de objetos e ambientes levando-se em conta as particularidades de uma população mais idosa. • A estatura das pessoas começa a diminuir gradativamente depois dos 50 anos. Os homens perdem 3 cm até os 80 anos e as mulheres 2,5 cm. • Há uma redução dos alcances e da flexibilidade, especialmente dos braços, requerendo especial atenção no uso de tabelas antropométricas aplicadas a população mais idosa. • A força muscular começa a declinar significativamente após os 40 anos: A força máxima exercida pelo homem ocorre aos 25 anos (100%) e se reduz a 95% aos 40, 80% aos 50 e 50% aos 60 anos. • Aos 50 anos, as mulheres conseguem exercer aproximadamente a metade da força dos homens de mesma idade. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Influência da idade • O declínio da força, tanto masculina, quanto feminina, não ocorre uniformemente: os braços e as mão são menos afetados pela idade que o tronco e pernas. • Com a idade, os movimentos se tornam mais lentos. Os tempos de reação para uma pessoa de 60 anos são 20% menores do que os de um jovem de 20 anos. Isto tende a se acentuar em tarefas mais complexas que exijam a capacidade de discriminação entre vários estímulos diferentes. • A visão vai perdendo gradativamente a sua eficiência a partir dos 20 anos com um decréscimo da acuidade visual, capacidade de acomodação, adaptação ao escuro e visão de cores. • A perda da audição ocorre sobretudo em sons agudos acima de 1000 hertz. • Há pouca redução da memória de curta duração, mas a informação passa a ser retida por menos tempo e as informações armazenadas temporariamente são facilmente perturbadas. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Influência étnica De acordo com Roberts (1975), apud Guimarães (2004), as variações do corpo ocorrem em função de adaptações climáticas. Sendo assim, os povos de clima quente tendem a ter o tronco fino e membros superiores e inferiores mais longos facilitando a troca de calor com o ambiente, enquanto que os de clima mais frio têm tronco volumoso e arredondado, e membros inferiores e superiores mais curtos para facilitar a conservação de calor. Há uma forte correlação de carga genética com as proporções corporais, mas não com as dimensões do corpo em si. As medidas antropométricas de um povo podem modificar-se com a época, pois as alterações alimentares, saúde, a prática de esportes, melhoria da qualidade de vida, podem fazer a pessoa crescer. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Etnias e evolução • Diversos estudos antropométricos realizados durante várias décadas comprovaram a influência da etnia nas medidas antropométricas. • Em termos de diferenças étnicas, as variações extremas são encontradas na África Central, que medem, em média, 143,8 cm para homens e 137,2 cm para mulheres. • No sul do Sudão estão os humanos de maior estatura no mundo. São os negros nilóticos e tem a média de 182,9 cm com desvio padrão de 6,1 cm. Os mais altos medem 210 cm sendo que a diferença entre o sudanês e o pigmeu chega a 62 %. • Climas, hábitos alimentares e diferentes culturas tem forte influência nas etnias. Exemplo aplicado: A indústria de confecções de roupas que exportam devem atentar para o fato de não só mudar o tamanho das roupas, mas também a proporção das mesmas. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Etnias e evolução BIOTIPO Um minucioso estudo de uma população de 4.000 estudantes norte-americanos feito em 1940 por Willian Sheldon contou com o registro fotográfico e levantamentos antropométricos que culminaram em uma análise que resultou em 3 tipos básicos. ENDOMORFO - Tipo de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gorduras Em sua forma extrema, tem a característica de uma pêra (estreita em cima e larga em baixo). O abdômen é grande e cheio, e o tórax parece ser relativamente pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia. MESOMORFO - Tipo musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdome pequeno. Os membros são musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea. ECTOMORFO - Corpo e membros longos e finos, com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são largos, mas caídos. O pescoço é fino comprido, o rosto é magro, queixo recuado a testa alta, tórax e abdome estreitos e finos. BIOTIPO ANTROPOMETRIA ESTÁTICA E DINÂMICA É importante usar tanto as informações da antropometria dinâmica quanto a estática na melhoria das interfaces usuários-produtos, máquinas e equipamentos. Por exemplo: - No projeto de uma estação para uso do computador, deve-se considerar medidas estáticas como a altura entre a superfície de assento e o computador, o alcance entre o usuário e o teclado, os movimentos da cabeça e do corpo requeridos para ler e escrever, etc. - No projeto de uma cozinha de restaurante haverá necessidade de se considerar uma série de atividades dinâmicas como as que permitem que o usuário se incline para baixo ou para cima para alcançar os armários, se inclina sobre a bancada e a pia, e se mantenha em pé enquanto prepara a comida. ANTROPOMETRIA ESTÁTICA E DINÂMICA Exemplo para projetar um posto de trabalho para um digitador, deve-se levar em consideração pelo menos 5 medidas críticas: 1 - Altura lombar 2 - Altura poplítea (altura do assento) 3 - Altura do cotovelo (altura da mesa) 4 - Altura da coxa (espaço entre o assento e a mesa) 5 - Altura dos olhos (posicionamento do monitor) ANTROPOMETRIA ESTÁTICA E DINÂMICA ANTROPOMETRIA DINÂMICA E FUNCIONAL Alcance dos movimentos ANTROPOMETRIA DINÂMICA E FUNCIONAL Alcance dos movimentos ANTROPOMETRIA DINÂMICA E FUNCIONAL Alcancedos movimentos ANTROPOMETRIA – APLICAÇÕES - DICAS 1º Projetar para o tipo médio: Não existe indivíduo médio; Projetar para uma pessoa média pode conduzir a erros grosseiros: 50% de qualquer grupo (maior ou menor) sofrerá prejuízos ao utilizar um produto. O projeto para o tipo médio deve ser feito após cuidadosa avaliação da situação e nunca como opção mais fácil para o projeto. 2º Projetar para os indivíduos extremos Máximas ou mínimas significa acomodar toda a população de usuários a uma característica do projeto (por exemplo: altura estar para as populações de portas, saídas de emergência, etc.) 3º Projetar para faixas da população Alguns equipamentos podem ter certas medidas ajustáveis para se acomodar melhor aos seus usuários (ex: assentos de automóveis, cadeiras de escritório, etc.) 4º Projetar para o indivíduo: Existem casos de produtos projetados especificamente para um tipo de indivíduo (ex: aparelhos ortopédicos, roupas sob medida, aparelhos ortodônticos) REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Sempre que possível e economicamente justificável, as medidas antropométricas devem ser realizadas diretamente, tomando-se uma amostra significativa de sujeitos que serão os usuários ou consumidores do objeto ou posto a ser projetado. A execução destas medidas compreende as etapas de definição de objetivos, definição das medidas, escolha dos métodos de medida, seleção da amostra, as medições e as análises estatísticas. Entretanto, para a maioria das aplicações em ergonomia, em que se exigem graus de confiança superiores a 90 ou 95 %, amostras de 30 a 50 sujeitos geralmente são satisfatórios. REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Antropometria Dinâmica (corpo em movimento) REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ANÁLISE DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Cálculo do intervalo de confiança para percentís desejados, multiplicando pelos seguintes coeficientes: ANÁLISE DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Exemplo: Uma amostra em que a estatura média é de 169,7cm e o desvio padrão é de 7,5cm, para os percentís de 5% e 95% (coeficiente = 1,645), temos os seguintes intervalos: Para 5%: 169,7 - 7,5 X 1,645 = 157,4 Para 95 %: 169,7 + 7,5 X 1,645 = 182,0 Isso significa que o universo do qual a amostra foi retirada, há a possibilidade de que 5% da população tenha uma estatura abaixo de 157,4cm e acima de 182cm. Já o restante estará entre 157,4cm e 182cm. INFORMAÇÕES EXTRAS INFORMAÇÕES EXTRAS REFERÊNCIAS BITENCOURT, Fabio. Ergonomia e Conforto Humano. Rio de Janeiro. Rio Books, 2011. ABRANTES, Antonio Francisco. Atualidades em Ergonomia – Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia Industrial, Escritórios, São Paulo, Iman, 2004 DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard Blücher, 1995 IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Editora Edgard Blucher, 2002. GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem.Porto Alegre: Bookman,1998. MORAES, Anamaria. MONT´ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro, 2003. www.abergo.org.br
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