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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Juliana Pinheiro Enfermeira pela UFPE Técnica de Enfermagem pela EEI Flebotomista pela EID Socorrista Tripulante de Ambulância Manipuladora de DEA APEBC Assistência Integral e Humanizada ao Politraumatizado TRAUMA Trauma é uma lesão caracterizada por alterações estruturais ou fisiológicas provocadas por diversas formas de energia: mecânica, elétrica, térmica, química e irradiação. (DEFINIÇÃO DO COMITÊ DE TRAUMA DO COLÉGIO AMERICANO DE CIRURGIÕES) DISTRIBUIÇÃO GLOBAL POR CAUSA DA MORTALIDADE POR TRAUMA EPIDEMIOLOGIA Internações por acidente de trânsito – aumento de 42% 2002 = 102.007 2012 = 159.251 2ª causa de internação por trauma no SUS Custo = R$ 211 milhões (2012) 43.256 mortes no trânsito em 2011 Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br 5,8 milhões de mortes/ano TRAUMA - 32% > malária +AIDS + TB 10% de todas as causa de mortes 22,3 óbitos/100mil hab - 2010 EPIDEMIOLOGIA HISTÓRICO A abordagem ao doente traumatizado que estava sendo ensinado nas escolas médicas incluía historia extensa com antecedentes médicos, exame físico pormenorizado da cabeça aos pés Essa abordagem não satisfazia as necessidades do doente traumatizado, precisava ser mudada. 1976 - "When I can provide better care in the field with limited resources than what my children and I received at the primary care facility, there is something wrong with the system, and the system has to be changed.“ “1ª hora” ATLS 1976 – “Quando eu posso proporcionar melhor cuidado no campo, com recursos limitados, do que eu e minhas crianças recebemos na unidade básica de saúde, tem algo errado com o sistema, e esse sistema tem que ser mudado.” 1ª Hora 1ª Hora 1. Tratar primeiro a ameaça maior a vida; 2. A falta de um diagnóstico definitivo nunca deveria impedir o início do tratamento adequado; 3. Uma história detalhada não é essencial para iniciar a avaliação de um politraumatizado. ATLS Esse curso baseou-se na premissa de que o atendimento inicial, dado de forma adequada e em tempo hábil, poderia melhorar significativamente o prognóstico de traumatizados graves. ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT SUPORTE DE VIDA AVANÇADO AO TRAUMA DISTRIBUIÇÃO GLOBAL DA MORTALIDADE POR TRAUMA Distribuição tri modal das mortes 1º pico segundos a minutos do trauma.(ex: lesão aorta, coração, gdes vasos). 2º pico minutos a Várias horas do trauma. (ex: ruptura de baço, fígado, fraturas pélvicas). 3º pico dias a semanas do trauma. 1º PICO 2º PICO – HORA DE OURO 3º PICO ATLS- INTRODUÇÃO 1. Preparação 2. Triagem 3. Exame primário (ABCDE) 4. Reanimação 5. Medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação 6. Exame secundário (da cabeça aos dedos dos pés) 7. Medidas auxiliares ao exame secundário 8. Reavaliação e monitorização contínua 9. Cuidados definitivos As avaliações primária e secundária devem ser repetidas com frequência • com intuito de detectar qualquer deterioração no estado do doente e • de identificar as medidas terapêuticas a serem adotadas tão logo se descubra a mudança ocorrida. FASE PRÉ-HOSPITALAR • Manutenção das vias aéreas; • Controle dos sangramentos externos e do choque; • Imobilização do doente; • Transporte imediato ao PS. PREPARAÇÃO - PLANEJAMENTO ANTECIPADO DA EQUIPE FASE HOSPITALAR A fase hospitalar consiste no preparo da emergência para o recebimento do politraumatizado: equipamentos, soluções aquecidas, monitorização, ventilação. • A triagem tem por função classificar os pacientes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis; • Pacientes com risco iminente e lesões multissistêmicas devem ser atendidos prioritariamente. Nos casos de catástrofes, devemos priorizar os de maiores chance de sobrevida. TRIAGEM EXAME PRIMÁRIO A (airway ) Vias aéreas com PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL B (breathing) Respiração e ventilação C (circulation) Circulação com controle da hemorragia D (disability) Incapacidade, Déficit neurológico E (exposure) Exposição/controle do ambiente A. VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL Assegurar a permeabilidade - corpos estranhos, fraturas faciais, mandibulares ou tráqueo-laríngeas Técnicas de manutenção das VAS: • “chin lift”: elevação do queixo • aspirador rígido • “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula subluxações de até 5mm, mesmo com o colar cervical (APRAHAMIAN - 1984 ). • cânula orofaríngea Considerar inicialmente lesão de coluna cervical em todo politrauma; Retirar o colar: • conscientes • após palpação • dúvida: Rx Coluna Cervical A. VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL TRAUMA DE FACE TRAUMA DE FACE GRANDE QUEIMADO MANOBRAS • Aspirar secreções e remover corpos estranhos; • Elevação do queixo e tração da mandíbula; • Cânula oro ou nasofaríngea • Intubação oro ou nasotraqueal • Obtenção de VA cirúrgica VIA AÉREA DEFINITIVA Indicações: • Apnéia • Impossibilidade de manter uma via adequada por outros métodos • Proteção das vias aéreas contra aspirações comprometimento iminente ou potencial das vias aéreas • TCE necessitando de hiperventilação • TRM • Necessidade de via aérea adequada antes de afastar lesão cervical INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL • Método mais rápido ( 64 segundos ) • Estabilização cervical • Não exacerba lesões cervicais quando bem realizada. “Todo paciente que chegar ao hospital com intubação traqueal prévia, deve ser considerada a possibilidade de que a sonda esteja mal posicionada” VIA AÉREA CIRÚRGICA Indicações • Impossibilidade na intubação orotraqueal • Edema de glote • Fratura de laringe • Hemorragia copiosa • Lesões faciais extensas VIA AÉREA CIRÚRGICA B. RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO • Expor o tórax do paciente; • Inspeção, palpação, ausculta, percussão; • Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado; • Via aérea pérvia não significa uma ventilação adequada; • Não há necessidade de exame complementar para diagnosticar lesões potencialmente fatais; • Nesta fase o oxímetro de pulso deve ser conectado ao paciente. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Lesões: -Pneumotórax Hipertensivo - trauma contuso de tórax / pulmão - “válvula unidirecional” - Diagnóstico clínico: nunca radiológico - QC: dispnéia, hipotensão, desvio traquéia contralateral, ausência MV, distensão veias pescoço, timpanismo à percussão - Tto: descompressão imediata( agulha 2ºEIC linha hemiclavicular seguido da drenagem 5° EIC) DRENAGEM TORÁCICA PNEUMOTÓRAX ABERTO Solução de continuidade - meio interno/externo P. intratorácica = P. atmosférica - hipóxia Tratamento - curativo 3 pontas (efeito de válvula) drenagem torácica (longe do ferimento) PNEUMOTÓRAX ABERTO • Ferida soprante; • Murmúrio vesicular diminuído; • Dispneia. PNEUMOTÓRAX ABERTO PNEUMOTÓRAX ABERTO • Oclusão da lesão; • Curativo de 3 pontas; • Drenagem torácica. HEMOTÓRAX Sangue na cavidade torácica • Hemotórax Maciço: • Acúmulo de + 1500ml de sangue Causas: • lesão de vasos da base/coração/ ferimentos penetrantes; trauma contuso Clínica: • sinais de choque hipovolêmico • MV ausente • Macicez Tratamento: • Drenagem torácica - 5º EIC • Reposição volêmica - RL, sangue Toracotomia • > 1500 ml SG após drenagem • 200 ml/h 4 hs HEMOTÓRAX TORACOTOMIA URGÊNCIA - “REANIMAÇÃO” TÓRAX INSTÁVEL Fratura de dois ou maisarcos costais consecutivos em dois locais diferentes. • Dispneia progressiva; • Respiração paradoxal; • Contusão pulmonar. CONTUSÃO PULMONAR • Observa-se taquipnéia, roncos , sibilos, retração da musculatura intercostal e uso da musculatura acessória; • Pode haver enfisema subcutâneo. C. CIRCULAÇÃO Hemorragia: principal causa de óbito no trauma; (Principal causa de mortes evitáveis) Avaliação -nível de consciência (menor perfusão cerebral) • Cor da pele (cianose – perda 30% volemia); • PA (diminuição – perda 30% volemia); • pulso (taquicardia, filiformes, ausentes); • diurese (50ml/h). 3 parâmetros rápidos: • Nível de consciência; • Cor de pele; • Pulso C. CIRCULAÇÃO • Controlar a hemorragia interrompendo o sangramento • A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o controle definitivo da hemorragia C. CIRCULAÇÃO • As hemorragias externas são coibidas por meio de compressão externa sobre o sítio de sangramento, previamente coberto com uma compressa ou pano limpo. • O emprego de pinças hemostáticas às cegas, bem como o de garrotes e torniquetes, agrava lesões isquêmicas e é desaconselhável. C. CIRCULAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO TRATAMENTO REPOSIÇÃO VOLÊMICA INICIAL Ringer lactato é a solução isotônica de escolha • Menor sobrecarga clorídrica • Evita o desenvolvimento de acidose hiperclorêmica • Fonte potencial de bicarbonato Segundo as normas do ATLS, a reposição deve ser iniciada com uma etapa rápida de RL (2 l no adulto e 20ml/Kg em crianças) com objetivo diagnóstico e terapêutico. TRATAMENTO REPOSIÇÃO DE SANGUE- CONCENTRADO DE HEMÁCIAS/SANGUE TOTAL Está indicada: • Perdas sanguíneas superiores a 25 a 30% da volemia, apresentam resposta transitória ou ausente à etapa inicial de reposição volêmica. • Preferencialmente os concentrados de hemácias devem ser • submetidos a todas as provas cruzadas antes de sua infusão. • Este procedimento demanda aprox. 1 hora, só pode ser • empregado em pacientes estáveis. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Nível de consciência -Glasgow (< 8 – intubação) • A (Alerta) • V ( resposta ao estímulo Verbal ) • D ( só responde a Dor ) • I ( Inconsciente ) Pupilas : tamanho e reação (normal: isocóricas e fotorreagentes) Rebaixamento - diminuição oxigenação - lesão cerebral ou choque hipovolêmico Diagnóstico de exclusão: hipoglicemia, álcool e/ou outras drogas ESCALA DE COMA DE GLASGOW ABERTURA OCULAR RESPOSTA VERBAL ESCALA DE COMA DE GLASGOW MELHOR RESPOSTA MOTORA AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Fraturas de base de crânio • Otorréia • Rinorréia • Sinal de Battle (equimose reg. Mastóidea) • Sinal de Guaxinim (equimose periorbitária) AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA E - EXPOSIÇÃO Despir totalmente o paciente • Cobrir o paciente: prevenir hipotermia • Cobertores aquecidos • Fluidos aquecidos • Ambiente aquecido ATLS 1. Preparação; 2. Triagem; 3. Exame primário (ABCDE); 4. Reanimação; 5. Medida auxiliares ao exame primário e à reanimação; 6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé); 7. Medida auxiliares ao exame secundário; 8. Reavaliação e monitorização contínua; 9. Cuidados definitivos. REANIMAÇÃO Adoção de medidas agressivas de reanimação e o tratamento de todas as lesões potencialmente fatais. Vias aéreas Respiração/ Ventilação/Oxigenação Circulação Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO Sondas Urinárias e Gástricas (reduz distensão, riscos de aspiração) • Contra-indicação: A lesão de uretra deve ser suspeitada quando: • Sangue no meato peniano, equimose perineal, sangue no escroto, deslocamento cranial da próstata, fratura pélvica. • A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura de base de crânio (fratura da placa crivosa). Monitorização (oximetria de pulso, PA, gasometria arterial, monitorização eletrocardiográfica) Transferência (lesões específicas) Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura de base de crânio (fratura da placa crivosa). Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO EXAME SECUNDÁRIO EXAME SECUNDÁRIO Exame “da cabeça aos pés”; Avaliação de todas as regiões do corpo; História clínica, exame físico completos; Exame neurológico completo. História • A (Alergia) • M (Medicação) • P (Passado médico) • L (Líquidos e alimentos ingeridos) • A (Ambiente e eventos relacionados ao trauma) EXAME SECUNDÁRIO Períneo, Reto e Vagina Avaliação Perineal: • Contusões e hematomas • Lacerações • Sangramento uretral Avaliação Retal • Sangramento retal • Tônus do esfíncter anal • Integridade da parede intestinal • Posição da próstata Avaliação Vaginal: • Presença de sangue na vagina • Lacerações vaginais EXAME SECUNDÁRIO MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME SECUNDÁRIO • Radiografias adicionais da coluna; • Tomografia computadorizada; • Urografia excretora; • Angiografia; • Estudo radiológico das extremidades; • Ultra-som; • Broncoscopia; • Esofagoscopia. REAVALIAÇÃO Reavaliações constantes do paciente; Monitorização contínua dos sinais vitais, débito urinário, e da resposta do doente ao tratamento. CUIDADOS DEFINITIVOS Para cada lesão encontrada. ACABOU!!!!!
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