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Caderno logistica aduaneira comparada uniasselvi

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UNIDADE 1
PRESSUPOSTOS DA LEGISLAÇÃO 
ADUANEIRA
ObjETIvOS DE APRENDIzAGEm
 A partir desta unidade, você será capaz de:
●	 compreender	a	proposta	da	concepção	do	direito	aduaneiro	e	o	papel	
do	Estado	nesta	percepção	é	identificar	os	fatores	que	caracterizam	
os	textos	legais	aduaneiros	no	território	brasileiro;
●	analisar	o	papel	da	aduana,	o	poder	aduaneiro,	o	conceito	de	jurisdição	
aduaneira	e	de	interiorização	aduaneira	e	reconhecer	os	conceitos	do	
direito	internacional	público	e	direito	internacional	privado;
●	identificar	o	conceito	de	entrada	aduaneira	e	as	espécies	reconhecidas,	
dentre	elas	as	entradas	de	veículos,	mercadorias	ou	bens	e	pessoas;
●	 compreender	 o	 exercício	 do	poder	 discricionários	 nas	entradas	
aduaneiras;
●	 reconhecer	o	conceito	de	processo	contencioso	aduaneiro	e	seus	
princípios	e	distinguir	o	contencioso	aduaneiro	no	Brasil;
●	distinguir	as	situações	de	fraude	e	infrações	contidas	na	legislação	
aduaneira	e	legislação	afim;
●	observar	e	reconhecer	os	crimes	contra	a	ordem	tributária	encontradas	
nas	relações	comerciais	aduaneiras	e	compreender	os	conceitos	de	
contrabando	e	descaminho.
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 1 está dividida em três tópicos. Ao final de cada 
um deles, você terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos 
realizando as atividades propostas.
TÓPICO 1 – PERFIL DA LEGISLAÇÃO 
ADUANEIRA
TÓPICO 2 – O CONTROLE DOS PROCEDImENTOS 
ADUANEIROS
TÓPICO 3 – CONTENDAS ADUANEIRAS
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 PERFIL DA LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Assim	como	encontramos	em	outros	segmentos	das	relações	de	comércio	estabelecidas	
no	território	brasileiro,	temos:	normas	jurídicas	que	regulamentam	as	situações	que	envolvem	
as	transações	comerciais	praticadas	em	território	aduaneiro	e	reconhecidas	como	DIREITO	
ADUANEIRO.
O	Estado	edita	normas	legais	com	o	pressuposto	básico	de	manter	a	própria	ordem	
jurídica	em	seu	território,	buscando	a	harmonia	dos	atos	praticados	em	sociedade.
Este	tópico	tem	por	objetivo	demonstrar	as	situações	que	determinam	a	própria	existência	
do	direito	aduaneiro	e	sua	formatação	inicial,	especificamente	as	determinações	estabelecidas	
no	território	brasileiro.
Prezado(a)	 acadêmico(a),	 iniciamos	agora	 uma	aventura	 que	ultrapassa	 fronteiras.	
Vamos	a	ela.
2 A CONCEPÇÃO DO DIREITO ADUANEIRO
As	situações	que	confirmam	a	organização	do	direito	aduaneiro	estão	ligadas	à	existência	
de	fatos	constatados	em	operações	que	são	realizadas	por	meio	do	intercâmbio	comercial	com	
o	exterior.	Ou	seja,	além-fronteiras	do	território	brasileiro.
Como	exemplifica	Carlucci	 (2001,	 p.	 19),	 “quando	da	 chegada	de	uma	mercadoria	
estrangeira	no	porto,	aeroporto	ou	ponto	de	fronteira,	se	aplicam	normas	sobre	transporte,	
seguros,	tributárias,	administrativas	de	controle,	cambiais,	infracionais	(penais	e	administrativas),	
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de	direito	 internacional	 público	 (tratados	 internacionais),	 trabalhistas,	 de	direito	 financeiro,	
processuais	etc.”
O	comércio	internacional	e	a	relação	comercial	que	ultrapassa	fronteiras	são	situações	
que	 ocasionam	o	 próprio	 surgimento	 do	 direito	 aduaneiro,	 como	 forma	de	 regulação	 das	
situações	estabelecidas	a	partir	destes	fatos.	
Os	acordos	internacionais	são	os	instrumentos	normativos	que	em	grande	parte	regulam	
as	relações	de	comércio	exterior	e	são	originados	de	uma	política	aduaneira	estabelecida	pelo	
poder	estatal.
A	intervenção	do	Estado	se	faz	necessária	sob	o	argumento	econômico,	pois	se	busca:	
a	proteção	da	 indústria,	o	pleno	emprego	e	oferta	de	melhores	salários,	a	estabilidade	da	
economia	nacional,	a	necessidade	de	defesa	das	fronteiras	econômicas	etc.(CARLUCCI,	2001).
Ainda	 segundo	Carlucci	 (2001,	 p.	 20),	 “os	meios	 pelos	 quais	 o	Estado	 exerce	 a	
intervenção	são	econômicos	e	fiscais,	sendo	os	econômicos	mais	eficientes	que	os	fiscais,	
pois	os	econômicos	decorrem	diretamente	da	política	aduaneira”.	
Como	meios	econômicos	diretos,	temos	os	regimes	de	contingenciamento	na	importação	
e	exportação	e	as	proibições	e	 restrições,	 também	na	exportação	e	 importação;	os	meios	
indiretos	 se	 revelam	nos	 incentivos	 à	 exportação	 e	 os	 regimes	 aduaneiros	 especiais	 na	
importação	e	exportação.	Os	meios	fiscais	se	destinam	à	execução	e	ao	controle	da	política	
aduaneira	traçada	pelo	país.	(CARLUCCI,	2001).
FONTE:	Adaptado	de:	<http://www.bc.furb.br/docs/MO/2009/339696_1_1.pdf>.	Acesso	em:	2	out.	2012.
Segundo	Sosa	(1995,	p.	49),	“o	papel	do	Estado	no	comércio	exterior	pode	ser	visto	de	
duas	formas.	A	primeira	delas	como	negociados	no	plano	internacional,	e	na	segunda	forma,	
como	regulador	no	plano	nacional.	O	papel	de	negociador	está	presente	quando	o	Estado	
estabelece	e	firma	acordos	em	matérias	de	tarifas,	comércio	e	transporte,	além	das	questões	
eminentemente	tributárias”.
Seguindo	o	entendimento	do	autor	Sosa	(1995),	a	atividade	reguladora	do	Estado	pode	
estar	sendo	entendida	como	normatizadora	e	controladora.	Na	função	normatizadora,	o	Estado	
estabelece	a	maneira	como	se	realizam	as	operações	externas	e	de	que	forma	ocorrem	as	
entradas	e	saídas	de	mercadorias	no	território	aduaneiro.	Esta	função	está	baseada	em	textos	
legais	aplicáveis	ao	comércio	exterior.
A	função	controladora	do	Estado	é	encontrada	nos	meios	de	coação	legal,	dispostos	
para	as	relações	comerciais	estabelecidas	pelo	comércio	aduaneiro.	Neste	contexto,	a	aduana	
está	dotada	de	poder,	 que	é	 sua	capacidade	 legal	 de	 coagir	 pessoas	ao	cumprimento	de	
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determinadas	obrigações,	ou	ainda,	proceder	de	maneira	específica.
A	função	normativa	do	Estado	é	encontrada	em	três	áreas	de	abrangência,	sendo	estas:
●	 Regime	administrativo:	disciplina	que	as	mercadorias	podem	ingressar	ou	sair	do	país	e	
traça	os	procedimentos	que	deverão	ser	adotados	para	implementar	quaisquer	operações	
de	comércio	exterior.
●	 Regime	cambial:	cuida	dos	aspectos	atinentes	à	liquidação	financeira	dos	fluxos	comerciais	
de	ingresso	(por	pagamento)	ou	saída	(por	recebimento).
●	 Regime	administrativo-fiscal:	“atende	à	política	de	extrafiscalidade,	inserida	num	contexto	
de	política	 econômica,	 pela	 taxação	ou	desoneração	 fiscal	 aplicadas	 sobre	 ingressos	e	
saídas	de	mercadorias	do	país,	e	ainda,	na	normatização	das	rotinas	de	ingresso	e	saída	
de	veículos	e	pessoas	do	país”.	(SOSA,	1995,	p.	50-51).
Caro(a) acadêmico(a), o direito aduaneiro possui alguns conceitos 
a ele atribuídos. Utilizaremos o proferido por Ildefonso Sánchez 
González, que afirma: “Direito aduaneiro é o conjunto de normas 
e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, 
entendida esta como a intervenção pública no intercâmbio 
internacional de mercadorias que constitui um sistema de controle 
e de limitações com fins públicos”. (CARLUCCI, 2001, p. 22).
A	natureza	jurídica	do	direito aduaneiro	é	de	direito público,	muito	vinculada	ao	direito	
internacional	público,	pois	as	ações	efetuadas	são	de	origem	aduaneira,	sendo	estas	ações	
públicas	e	normatizadas,	em	sua	maior	parte,	por	acordos	internacionais.
O	objeto	do	direito aduaneiro	está	vinculado	às	relações	jurídicas	que	se	constituem	a	
partir	das	relações	de	comércio	internacional,	quando	bens,	pessoas	ou	ainda	veículos,	saem	
da	jurisdição	do	território	aduaneiro.
Segundo	Carlucci	(2001,	p.23),	a	especificidade	do	direito aduaneiro	tem	suas	origens	
em	alguns	fatores,	sendo	eles:
1. Origem consuetudinária:	os	usos	comerciais,	internos	ou	externos	exigi-
ram	e	condicionaram	as	normas,	dando	feições	próprias	ao	direito	aduaneiro.
2. Técnica específica: a	necessidade	da	classificação	alfandegária	de	mer-
cadorias,	dos	conceitos	jurídicos	e	econômicos	precisos,	como	valor,	preço,	
notas	de	tarifas	etc.
3. Acelerado dinamismo: evolução	da	técnica	de	transporte	e	comunicações,	
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a	 incidência	dos	convênios	e	outros	atos	 internacionais,	 o	 incremento	dos	
blocos	econômicos	e	organismos	internacionais	etc.
4. Importância do fator econômico e o contencioso aduaneiro: com	ritos	
próprios	para	processos	específicos.
5.	Influência preponderante dos tratados: uma	grande	variedade	prepon-
derando	os	acordos	e	convenções	internacionais.
3 A LEI bRASILEIRA E O DIREITO ADUANEIRO
Caro(a)	acadêmico(a),	as	normativas	legais	que	estabelecem	as	regras	das	relações	
comerciais	internacionais	e,	a	partir	deste	contexto,	do	próprio	direito aduaneiro,	evoluíram	
e	permanecem	em	constante	evolução,	acompanhando	a	realidade	construída	pela	economia	
e	pela	própria	sociedade	de	determinado	território.
Na	concepção	de	Carlucci	(2001),	o	direito	aduaneiro	brasileiro	está	caracterizado	e	
influenciado	por	alguns	fatores,	sendo	estes:
a)	Diversidade de órgãos intervenientes:
●	Ministério	da	Fazenda	(SRF	e	BACEN)
-		 Operações	cambiais.
-		 Fiscalização	dirigida	ao	fim	arrecadatório.
-		 Controle	do	fluxo	de	mercadorias	–	importação	e	exportação.
-	 	Expressividade	da	barreira	não	tarifária	(burocracia,	excesso	de	papéis,	excesso	de	controles	
formais,	laudos	técnicos	etc.).
-		 Controle	de	valor	aduaneiro	das	mercadorias.
-		 Repressão	ao	contrabando	e	descaminho	e	repressão	ao	tráfico	ilícito	de	drogas	na	zona	
primária.
●	Ministério	da	Indústria	e	do	Comércio	e	Ministério	do	Turismo
-		 Licenciamento	de	importações	e	exportações.
-		 Investigação	de	dumping	e	subsídios.
-		 Processo	de	redução	de	alíquotas	do	imposto	de	importação.
-		 Controle	do	preço	de	mercadorias	importadas	e	exportadas.
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●	Ministério	da	Justiça
-		 Fiscalização	de	tripulantes	de	embarcações	e	aeronaves.
-		 Fiscalização	de	passageiros	(imigração).
-		 Repressão	ao	contrabando	e	descaminho.
-		 Repressão	ao	tráfico	de	drogas.
●	Ministérios	Militares
-		 Fiscalização	da	importação	de	armas	e	munições.
-		 Fiscalização	de	produtos	controlados.
●	Ministérios	da	Agricultura	e	da	Saúde.
-		 Controle	da	importação	de	medicamentos,	vegetais,	sementes,	agrotóxicos,	animais	etc.
FONTE:	Disponível	em:	<www.bc.furb.br/docs/MO/2009/337527_1_1.pdf>.	Acesso	em:	2	out.	2012.
b)		A	existência	de	uma	superposição	de	serviços,	uma	normatização	abundante,	a	necessidade	
de	quadro	funcional	especializado	e	um	regulamento	aduaneiro	ainda	voltado	quase	que	
em	sua	integralidade	para	a	satisfação	tributária.
Encontramos,	hoje,	no	território	brasileiro,	o	Decreto-lei	n◦	37/66	e	o	Decreto	nº	6.759/09,	
como	alguns	textos	legais	que	orientam	e	determinam	a	atuação	das	relações	de	comércio	
internacional.	Ou	seja,	representam	as	normas	jurídicas	do	direito aduaneiro.
UNI
DUMPING - SAIBA O QUE É
“Dumping: normalmente,	 caracteriza	 o	 abuso	 de	 caráter	 internacional.	
Uma	empresa	 recebe	 subsídio	 oficial	 de	 seu	 país	 de	modo	 a	 baratear	
excessivamente	o	custo	do	produto.	Como	o	preço	é	muito	inferior	ao	das	
empresas	que	arcam	com	os	próprios	custos,	ficam	estas	sem	condições	de	
competir	com	aquelas,	propiciando-lhes	uma	inevitável	elevação	de	lucros”.	
(CARVALHO	FILHO,	2011,	p.	843).
Lembrando	de	que	os	acordos	e	tratados	internacionais	igualmente	direcionam	estas	
atividades	comerciais,	e	que	estes	textos	legais	não	abrangem	todas	as	situações,	sendo	ainda	
originadas	normas	complementares,	portarias,	resoluções,	dentre	outros.
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4 O PAPEL DA ADUANA NO CONTEXTO NORmATIvO
A	aduana	está	reconhecida	como	órgão	ou	instituição	que	executa	a	política	aduaneira.	
Na	percepção	de	Carlucci	(2001,	p.	21),	“a	aduana	designa	a	instituição	jurídica,	a	organização	
ou	entidade	na	 totalidade	de	seus	aspectos	e	 funções	e	seus	múltiplos	fins:	arrecadação,	
protecionismo,	controle	administrativo	etc”.	
O	autor	prossegue	afirmando	que	as	alfândegas	são	repartições	das	adunas	e	que	
aplicam	as	normas	e	controles	das	aduanas.
Sosa	(1995,	p.	51)	afirma	que	“é	incumbência	da	aduana	verificar	se	foram	observados,	
pelos	particulares	e	pelo	próprio	Estado,	na	pessoa	dos	entes	públicos,	os	procedimentos	
de	admissão	aduaneira,	 o	que	 implica	em	verificar	 se	 foram	atendidos	 todos	os	preceitos	
legais	vigentes,	especialmente	os	referentes	às	normas	administrativas	propriamente	ditas	e,	
subsidiariamente,	aqueles	relativos	ao	câmbio”.							
As	aduanas,	nesta	proposta,	têm	a	lógica	de	estar	no	uso	do	poder	estatal,	executando	
a	atividade	reguladora	do	Estado,	na	perspectiva	de	que	a	função	normativa	está	descrita	em	
três	áreas,	relembrando:	administrativa,	cambial	e	fiscal.
5 O PODER ADUANEIRO COmO mEIO DE 
 COAÇÃO LEGAL
A	aduana	está	dotada	de	um	poder	legal,	que	é	o	de	fazer	cumprir	regramentos	legais	
instituídos	como	necessários	e	esperados,	quando	falamos	das	operações	de	comércio	exterior	
ou,	ainda,	relações	comerciais	internacionais.	Este	poder	do	qual	a	aduana	está	instituída	não	
é	aplicável	somente	aos	particulares,	mas	também	ao	Estado,	quando	este	pratica	atividades	
que	envolvem	o	comércio	internacional.
Sosa	(1995,	p.	52)	exemplifica	este	poder	aduaneiro	na	capacidade	que	a	aduana	tem	
de	direcionar	o	fluxo	de	transporte	em	um	determinado	sentido.	
Não	está	no	livre-arbítrio	do	comandante	de	uma	embarcação	escolher	porto	
para	descarregar	ou	carregar	mercadorias,	senão	onde	se	localize	uma	aduana.	
Tampouco	pode	uma	aeronave	em	voo	internacional	escolher,	ao	bel-prazer	
do	piloto,	aeroporto	à	sua	conveniência	exclusiva.	Salvo	casos	fortuitos	devi-
damente	regulados	em	lei,	os	veículos	devem	ingressar	em	território	nacional	
somente	em	locais	onde	se	situem	repartições	alfandegárias.						
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Caro(a)	 acadêmico(a),	 a	 penalidade	aplicada	quando	do	descumprimento	da	 regra	
acima	descrita	e	 tida	como	básica	nas	relações	de	comércio	 internacional	é	 inicialmente	a	
apreensão	do	veículo	e	das	mercadorias,	podendo	chegar	ao	“perdimento	das	mercadorias”	
em	favor	do	Estado.
6 O CONCEITO DE jURISDIÇÃO ADUANEIRA
“A	 jurisdição	aduaneira	é	conhecida	na	concepção	de:	poder	conferido	à	Alfândega	
para	que,	nos	limites	do	território	jurisdicional,	aplique	a	lei	aduaneira,	ou,	mais	propriamente	
dito,	o	direito	aduaneiro”.	(SOSA,	1995,	p.	55).
No	território	brasileiro,	a	jurisdição	aduaneira	está	compreendida	no	próprio	território	
nacional.	Ou	seja,	o	território	brasileiro	e	o	território	aduaneiro	são	geograficamente	os	mesmos.
Parafraseando	Sosa	 (1995),	 a	 pretensão	de	 se	 estender	 a	 aduana	para	 o	 interior	
do	 território	 brasileiro	 estava	 inicialmente	 na	 proposta	 de	 prevenir	 e	 reprimir	 as	 fraudes,	
contrabandos	e	descaminhos	de	mercadorias,	que	porventura	pudessem	acontecer	e,	por	
consequência,	 estarem	sendo	 trazidas	ao	Brasil	mercadorias	 clandestinas,	movimentando	
equivocadamente	a	economia	nacional.
7 A INTERIORIzAÇÃO ADUANEIRA
Os	 processos	 empreendidos	 nas	 relações	 comerciais	 internacionais	 precisam,necessariamente,	 acompanhar	 a	 evolução	 das	 tratativas	 e	 da	 conjuntura	 econômica	
estabelecida.	Nesta	proposição,	a	interiorização	vem	ao	encontro	do	atendimento	aos	interesses	
estabelecidos.
A	política	 de	 interiorização	provém	da	necessidade	de	agilidade,	 buscando	 reduzir	
os	 tempos	de	desembaraço	 e	 de	 entrada	 das	mercadorias	 em	circulação	 econômica.	Os	
importadores	e	exportadores	têm	todo	interesse	em	contar	com	aduanas	as	mais	próximas	
possíveis	dos	centros	produtivos,	buscando	otimizar	e		acelerar	as	saídas	dos	produtos.
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8 CONCEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
 PÚbLICO E PRIvADO
O	direito	internacional	público,	nas	palavras	de	Varella	(2011,	p.	21),	“é	o	conjunto	de	
regras	e	princípios	que	regulam	a	sociedade	internacional.	A	sociedade	internacional	é	composta	
por	Estados,	organizações	internacionais	e,	mais	recentemente,	se	aceita	em	diferentes	níveis	
a	participação	de	entes	com	algumas	características	estatais,	a	exemplo	de	movimentos	de	
libertação,	sistemas	regionais	de	integração,	além	de	outros	atores,	como	indivíduos,	empresas	
e	organizações	não	governamentais”.																																				
Este	ramo	do	direito	nasceu	na	Idade	Média	e	vem	crescendo	a	partir	da	interdependência	
global,	fenômeno	enfatizado	no	século	XX	e	que	permanece	em	constante	modificação.
No	direito	internacional	público,	a	preocupação	está	no	direito	que	regula	as	relações	
entre	os	estados	ou	entre	os	estados	e	outros	atores	internacionais.	O	direito	internacional	
público	também	pode	ser	chamado	de	direito	das	gentes,	são	expressões	sinônimas.	(VARELLA,	
2011).
FONTE:	Adaptado	de:	<www.teses.usp.br/teses/.../2/2140/.../publico/Rogerio_Taiar_Tese.pdf>.	
Acesso	em:	2	out.	2012.
Lembrando	que	sujeitos	de	direito	são	aqueles	capazes	de	serem	titulares	de	direitos	
e	 obrigações	 no	 direito	 internacional.	Os	 estados	 e	 as	 organizações	 internacionais	 são	
denominados	de	sujeitos	do	direito	internacional.
Entretanto,	Varella	(2011)	reafirma	que	atores	 internacionais	são	todos	aqueles	que	
participam	de	alguma	forma	das	relações	jurídicas	e	políticas	internacionais,	sendo,	portanto,	
uma	expressão	ampla,	quando	relacionada	aos	sujeitos	do	direito	internacional.
O	direito	internacional	possui	características	específicas,	elencadas	por	Varella	(2011,	
p.	25):
a) A	inexistência	de	subordinação	dos	sujeitos	de	direito	a	um	Estado.
b) A	inexistência	de	uma	norma	constitucional	acima	das	demais	normas.
c) A	inexistência	de	atos	 jurídicos	unilaterais	obrigatórios,	oponíveis	a	 toda	
sociedade	internacional.
Acadêmico(a),	de	uma	forma	simplificada,	não	existe	a	possibilidade	de	um	Estado	ter	
poder	sobre	outro	Estado.	Nenhum	é	superior	ao	outro.	Todos	estão	no	mesmo	nível.	Da	mesma	
forma	que	não	existe	uma	lei,	ou	texto	legal,	que	possa	ser	comparada	ou	esteja	colocada	em	
grau	superior	ao	da	Constituição	de	cada	Estado.
Da	mesma	 forma	 que	 o	 direito	 internacional	 possui	 características,	 encontramos	
princípios	gerais	que	o	norteiam,	sendo	estes,	na	ótica	de	Varella	(2011,	p.	25):
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a)	 Igualdade	soberana.
b)	 Autonomia,	não	ingerência	nos	assuntos	internos	dos	outros	estados.
c)	 Interdição	do	recurso	à	força	e	solução	pacífica	de	controvérsias.
d)	 Respeito	aos	direitos	humanos.
e)	 Cooperação	internacional.
Estes	princípios	determinam	que	todos	os	estados	são	iguais	perante	o	direito	que	lhes	
cabe.	O	Estado	pode	governar	a	si	mesmo,	atendendo	a	seus	próprios	interesses,	não	podendo	
nenhum	outro	Estado	interferir	neste	processo.	Havendo	alguma	situação	ou	conflito	entre	os	
estados,	estes	devem	procurar	solucioná-lo	por	meio	de	soluções	pacíficas	que	existem	e	estão	
dispostas	para	todos.	Os	Estados	devem	buscar	proteger	de	forma	contundente	os	direitos	
humanos	e,	por	fim,	os	estados	devem	conduzir	seus	atos	conjuntamente,	colaborando	uns	
com	os	outros	para	que	todos	busquem	e	alcancem	os	objetivos	a	que	se	propuseram.
O	direito	internacional	privado	está	voltado	para	a	resolução	de	eventuais	litígios	que	
possam	ocorrer	 entre	 particulares	 que	 ultrapassam	as	 fronteiras	 nacionais.	Esta	 situação	
acontece,	normalmente,	pela	mobilidade	das	pessoas,	pelas	relações	comerciais	estabelecidas	
ou	outras	situações	afins.	
Podemos	citar,	como	exemplo,	o	fato	de	uma	brasileira(o)	casar	com	um	estrangeiro(a),	
um	brasileiro	sofrer	um	acidente	de	carro	no	exterior,	uma	empresa	brasileira	que	adquire	
equipamentos	de	uma	empresa	estrangeira	etc.	
Segundo	Rechsteiner	(2011,	p.	22-23):	
São	situações	nas	quais	ressalta	o	fato	de	possuírem	uma	conexão	interna-
cional,	sendo	este	elemento	comum.	Ou	porque	as	pessoas	envolvidas	têm	
nacionalidade	estrangeira	ou	o	domicílio	ou	a	sede	de	uma	ou	de	ambas	as	
partes	do	negócio	jurídico	está	situado	no	exterior.	Ou	ainda	um	outro	fato:	um	
bem	está	localizado	ou	um	direito	é	adquirido	além-fronteiras,	são	situações	
onde	o	direito	internacional	privado	é	aplicável.	
“O	direito	internacional	privado	é	representado	por	normas	que	definem	qual	o	direito	a	
ser	aplicado	a	uma	relação	jurídica	com	conexão	internacional”.	(RECHSTEINER,	2011,	p.	23).
Caro(a)	acadêmico(a),	 	é	 importante	ressaltar	que	o	direito	 internacional	privado	se	
restringe	somente	às	 relações	 jurídicas	de	direito	privado	com	conexão	 internacional,	 não	
sendo	adaptado	para	resolver	conflitos	de	leis	internacionais	de	direito	público.
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O direito é o conjunto de normas obrigatórias que determinam a 
vida em sociedade. Apesar de ser um todo, único, ele é dividido 
em ramos específicos, facilitando seus estudos e sua maneira de 
aplicá-lo.
O direito divide-se em privado (regula as relações jurídicas dos 
particulares) e público (regula e disciplina as relações jurídicas de 
interesse estatal ou do Estado).
As	fontes	formais	do	direito internacional	são	encontradas	nos	tratados	que	
são	 identificados	como	acordos	 internacionais	concluídos	entre	estados	ou	
estados	e	organizações	internacionais,	regidos	pelo	direito internacional ,	que	
constem	de	um	instrumento	único,	quer	de	dois	ou	mais	instrumentos	conexos,	
qualquer	que	seja	sua	denominação	específica.	(VARELLA,	2011,	p.	37).
Você	 pode	 perceber,	 caro(a)	 acadêmico(a),	 a	 importância	 da	 existência	 de	 uma	
regulamentação	em	lei	de	situações	que	acontecem	e	envolvem	estados	ou	particulares.	Ou	
ainda	ambos,	para	que,	na	eventualidade	de	conflitos,	os	envolvidos	tenham	segurança	na	
aplicação	de	leis	que	possam	resguardar	o	justo	direito	e	a	paz	entre	os	países.	
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RESUmO DO TÓPICO 1
Neste tópico você:
●	 Compreendeu	a	proposta	da	concepção	do	direito	aduaneiro	e	o	papel	do	Estado	nesta	
percepção.
●	 Identificou	os	fatores	que	caracterizam	os	textos	legais	aduaneiros	no	território	brasileiro.
●	 Analisou	o	papel	da	aduana,	o	poder	aduaneiro,	o	conceito	de	jurisdição	aduaneira	e	de	
interiorização	aduaneira.
●	 Reconheceu	os	conceitos	de	direito internacional público	e	direito internacional privado.
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AUT
OAT
IVID
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1 Identifique	os	sujeitos	do	direito	internacional	público.
2 Explique	o	poder	de	coação	legal	da	aduana.
3 O	que	significa	o	princípio	da	igualdade	soberana	no	direito	internacional?	
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O CONTROLE DOS PROCEDImENTOS 
ADUANEIROS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
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A	relação	de	comércio	internacional	é	estabelecida	por	regras	descritas	em	leis	e	aqueles	
que	a	fiscalizam	a	sua	execução	devem	observar	exatamente	a	descrição	destas	normas.	Os	
regulamentos	impostos	determinam	a	forma	de	circulação	e	entrada	de	pessoas	e	mercadorias	
em	território	estrangeiro.
As	regras	de	nosso	território	para	as	relações	aduaneiras,	igualmente,	compreendem	
a	forma	de	controle	e	fiscalização	daqueles	que	entram	no	território	brasileiro,	sendo	este	o	
papel	das	aduanas	ou	das	alfândegas.	Relembramos	que	o	território	alfandegário	brasileiro	
compreende	toda	extensão	territorial	brasileira.	Portanto,	a	fiscalização	ocorre	em	todo	território	
nacional	por	órgãos	competentes	para	a	realização	destas	atividades.
	Diante	 desta	 perspectiva,	 caro(a)	 acadêmico(a),	 estudaremos	 a	 partir	 de	 agora	
circunstâncias	 que	envolvem	as	 entradas	 aduaneiras	 e	 situações	que	podem	ocorrer	 em	
relação	à	entrada	de	pessoas,	veículos	e	mercadorias,	estas	últimas	com	a	possibilidade	de	
“perdimento”,	além	de	buscarmos	a	compreensão	do	termo	jurisdição.
	Vamos	aos	estudos!
2 CONCEITO DE ENTRADA ADUANEIRA
Sosa	(1995,	p.	109)	descreve	entrada	aduaneira	como	“ingresso	de	veículo,	mercadorias	
ou	pessoas	num	dado	território	sob	jurisdição	da	alfândega,	sendo	condição	implícita	de	que	
estas	procedam	do	exterior”.
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É	importante	observar,	caro(a)	acadêmico(a),	mesmo	que	se	possa	achar	redundante,	
que	a	entrada	deve	ser	de	mercadorias,	veículo	ou	pessoas	que	venham	do	exterior,	já	que	o	
território	brasileiro	e	o	território	alfandegário,	como	já	vimos,	são	geograficamente	os	mesmos.	
2.2	ESPÉCIES	DE	ENTRADAS	ADUANEIRAS
A	entrada	aduaneira	é	gênero	que	incorpora	algumas	espécies,	e	as	mais	reconhecidas	
por	autores	diversos,	estão	reconhecidas	como	entrada	aduaneira	de	mercadorias,	a	entrada	
aduaneira	de	veículos	e	a	entrada	aduaneira	de	pessoas.
2.2.1	Entrada	aduaneira	de	veículos
Os	veículos	estão	identificados	em	razão	de	sua	natureza	e	de	como	se	locomovem,	
sendo,	portanto,	aquaviários,	terrestres	e	aéreos.	Os	aquaviários	ainda	podem	ser	marítimos,	
lacustres	e	fluviais.	Os	terrestres	podem	ser	rodoviários	e	ferroviários.
Vale	lembrar	que	cada	veículo	pode	possuir	ainda	outras	tantas	classificações,	como	
os	 aéreos,	 que	podem	ser	 cargueiros	 ou	 comerciais,	 sendo	utilizados	 para	 transporte	 de	
passageiros	ou	de	cargas.
Passaremos	a	relatar	a	visita	e	busca	aduaneiras,	na	descrição	feita	por	Sosa	(1995,	
p.	110-111):
1. Os	veículos	marítimos,	ao	aportarem,	são	recebidos	pela	autoridade	adua-
neira.	Nesta	oportunidade,	declaram	a	natureza	de	sua	viagem,	cargas	trans-
portadas	e	equipamentos	de	transporte	para	aquele	e	outros	portos,	número	
de	tripulantes,	passageiros	etc.	É	lavrado	termo	de	visita	aduaneira.
2. Nos	veículos	aéreos,	o	procedimento	é	semelhante.	Nos	veículos	terrestres,	
praticamente	inexistem	formalidades.	Entretanto,	a	verificação	ocorre	no	senti-
do	de	que	os	transportadores	devem	estar	habilitados	para	exercer	o	transporte	
internacional,	na	obediência	dos	convênios	de	transporte	firmados	com	países	
limítrofes	e	terceiros	cujas	redes	viárias	permitem	tráfego	internacional.
3. Podem	ocorrer,	na	ocasião	da	entrada	do	veículo,	vistorias	que	são	chama-
das	de	busca	aduaneira,	que	estão	enquadradas	nas	atividades	preventivo-
-repressivas	da	Alfândega. Estas vistorias têm por objetivo abordar embar-
cações dentro dos limites jurisdicionais para vistoriá-las, antes mesmo 
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que aportem, mas são situações excepcionais.
É	importante	registrar	que,	de	acordo	com	cada	local	de	entrada	de	veículos,	serão	encontradas	
especificidades	na	alfândega,	principalmente	as	localizadas	nas	regiões	de	fronteira.
O	Decreto	nº	6.759/2009,	que	regulamente	a	administração	das	atividades	aduaneiras	
e	a	fiscalização,	o	controle	e	a	tributação	das	operações	de	comércio	exterior,	prevê	em	seus	
arts.	26	e	27:
Art.	26.		A	entrada	ou	a	saída	de	veículos	procedentes	do	exterior	ou	a	ele	desti-
nados	só	poderá	ocorrer	em	porto,	aeroporto	ou	ponto	de	fronteira	alfandegado.	
§	1o		O	controle	aduaneiro	do	veículo	será	exercido	desde	o	seu	ingresso	no	
território	aduaneiro	até	a	sua	efetiva	saída,	e	será	estendido	a	mercadorias	e	
a	outros	bens	existentes	a	bordo,	inclusive	a	bagagens	de	viajantes.	
§	2o		O	titular	da	unidade	aduaneira	jurisdicionante	poderá	autorizar	a	entrada	
ou	a	saída	de	veículos	por	porto,	aeroporto	ou	ponto	de	fronteira	não	alfande-
gado,	em	casos	justificados,	e	sem	prejuízo	do	disposto	no	§	1o.	
Art.	27.		É	proibido	ao	condutor	de	veículo	procedente	do	exterior	ou	a	ele	
destinado:
I	 -	 estacionar	 ou	efetuar	 operações	de	 carga	ou	descarga	de	mercadoria,	
inclusive	transbordo,	fora	de	local	habilitado;
II	-	trafegar	no	território	aduaneiro	em	situação	ilegal	quanto	às	normas	reguladoras	
do	transporte	internacional	correspondente	à	sua	espécie;	e
III	 -	 desviá-lo	 da	 rota	estabelecida	pela	 autoridade	aduaneira,	 sem	motivo	
justificado.	(BRASIL,	2012).
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Acesse	 o	 l ink:	 <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/
ant2001/1998/in13798.htm>	e	conheça	a	 instrução	normativa	da	Receita	
Federal	 que	dispõe	 sobre	o	 tratamento	 tributário	 e	 o	 controle	 aduaneiro	
aplicáveis	à	operação	de	navio	estrangeiro	em	viagem	de	cruzeiro	pela	costa	
brasileira,	possuindo	a	situação	de	busca	ou	visita	aduaneira.
Segundo	Sosa	(1995),	as	mercadorias	ingressam	no	país	definitivamente	quando	são	
absorvidas	pelo	aparelho	reprodutivo	e	entram	em	circulação	econômica.	Caso	das	matérias-	
primas,	insumos,	produtos	intermediários	ou	produtos	acabados.	Ou	ainda	os	ingressos	podem	
2.2.2	Entrada	aduaneira	de	mercadorias
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2.2.3	Entrada	aduaneira	de	pessoas
Encontramos	neste	 critério	 de	admissão	 três	 níveis:	 a	 entrada	de	pessoas	que	 se	
dedicam	a	tripular	veículos	em	viagens	internacionais	(equipagens),	pessoas	que	utilizam	os	
veículos	na	qualidade	de	passageiros	e	pessoas	que	têm	a	condição	especial	de	representantes	
ser	temporários,	na	condição	de	retornarem	ao	exterior.
A	Receita	Federal,	em	seu	site	e	link,	disponível	em:	<http://www.receita.fazenda.gov.
br/aduana/regadmexporttemp/regadm/regespadmtemp.htm>,	define	admissão	temporária	de	
mercadorias	como:	
Admissão	Temporária	é	o	regime	aduaneiro	que	permite	a	entrada	no	país	de	
certas	mercadorias,	com	uma	finalidade	e	por	um	período	de	tempo	determi-
nados,	com	a	suspensão	total	ou	parcial	do	pagamento	de	tributos	aduaneiros	
incidentes	na	sua	importação,	com	o	compromisso	de	serem	reexportadas.	
(RECEITA	FEDERAL,	2012).
Igualmente,	a	Receita	Federal	define	os	bens	dentre	outros	que	podem	ser	submetidos	
ao	regime	de	admissão	temporária,	destinados:
l A	 feiras,	 exposições,	 congressos	 e	 outros	 eventos	 científicos,	 técnicos,	 comerciais	 ou	
industriais.
l	 A	eventos	de	caráter	cultural	e	esportivo.
l A	promoção	 comercial,	 inclusive	 amostras	 sem	destinação	 comercial	 e	mostruários	 de	
representantes	comerciais.
l Ao	exercício	temporário	de	atividade	profissional	de	não	residente.
l	 Ao	uso	de	viajante	não	residente,	quando	integrantes	de	sua	bagagem.
l Bens	trazidos	durante	visita	de	dignitários	estrangeiros.
l	 Bens	 reutilizáveis	 para	 acondicionamento	e	manuseio	 de	 outros	 bens	 importados	ou	 a	
exportar.	
l Bens	a	serem	submetidos	a	ensaios,	testes,	conserto,	reparo	ou	restauração.
l Bens	a	serem	utilizados	comfinalidade econômica	no	Brasil	(empregados	na	prestação	
de	serviços	ou	na	produção	de	outros	bens).
FONTE:	Disponível	em:		<http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/regadmexporttemp/regadm/
regespadmtemp.htm>.	Acesso	em:	3	out.	2012.
A	mercadoria	 entra	 na	 aduana	 a	 partir	 da	 declaração	 do	 transportador,	 sendo	 o	
documento	que	assim	o	identifica	o	manifesto	de	cargas.	O	importador,	tendo	em	mãos	o	
título	de	propriedade,	que	é	o	conhecimento	de	carga,	levará	a	mercadoria	aos	procedimentos	
destinados	ao	despacho	aduaneiro,	que	terá	como	processo	final	o	desembaraço	fiscal.
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Acesse o link: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/
LegisAssunto/Bagagem.htm> e conheça o ordenamento legal 
disponível sobre a entrada e saída de bagagens na aduana.
A	Instrução	Normativa	da	Secretaria	da	Receita	Federal	do	Brasil	SRF	nº	338,	de	7	de	
julho	de	2003,	traz	o	conceito	de	mala	diplomática	e	o	tratamento	aduaneiro	desta:
Art.	2◦	Constitui	mala	diplomática	ou	consular,	nos	termos	do	art.	27	da	Convenção	de	Viena	
sobre	Relações	Diplomáticas	(CVRD)	e	do	art.	35	da	Convenção	de	Viena	sobre	Relações	
Consulares	(CVRC),	promulgadas,	respectivamente,	pelos	Decretos	n◦	56.435,	de	11	de	
junho	de	1965,	e	n◦	61.078,	de	26	de	julho	de	1967,	o	volume	que	contenha:
I	-	documentos	diplomáticos	ou	consulares,	apresentados	sob	qualquer	meio	físico;	ou
II	-	materiais,	objetos	e	equipamentos	destinados	a	uso	oficial	da	representação	do	Estado	
acreditante,	tais	como	papel	timbrado,	envelopes,	selos,	carimbos,	caderneta	de	passaporte,	
insígnias	de	condecorações,	equipamentos	de	informática	e	de	comunicação.
diplomáticos	ou	funções	afins.
Segundo	Sosa	(1995),	a	lei	aduaneira	diferencia	as	pessoas	com	relação	ao	tratamento	
fiscal	a	elas	dispensado.	No caso das tripulações	é	permitido	o	desembaraço	de	objetos	de	
uso	pessoal	indispensável	à	estadia	em	terra,	sendo	proibida	a	descarga	de	outros	pertences.	
A	exceção	 feita	é	se	o	 tripulante,	naquele	momento,	estiver	se	desligando	como	 tripulante	
efetivo	do	veículo,	quando	passará	a	ser	tratado	como	passageiro	comum.
Na situação de passageiros comuns,	turistas	e	em	viagem	de	negócios,	estes	têm	
tratamento	fiscal	de	isenção	tributária,	quando	relacionamos	os	bens	e	pertences	de	uso	pessoal	
indispensáveis	à	sua	estadia.	Exceções	serão	feitas	quando	excederem	o	valor	determinado	
em	lei	para	 isenção	tributária	para	as	mercadorias	 trazidas.	Da	mesma	forma	que	existem	
mercadorias	com	isenção	especial,	além	da	situação	de	estrangeiros	que	tenham	a	prerrogativa	
de	estabelecer	residência	definitiva	no	país,	situações	estas	que	necessitam	ser	devidamente	
comprovadas.
A	legislação	estabelece	pressupostos	especiais	no	tratamento	aduaneiro	aos diplomatas 
e com funções afins,	 onde	 é	 deferida	 isenção	 especial	 na	 obediência	 aos	 convênios	
internacionais	e	da	reciprocidade	de	tratamento	entre	estes	países.	(Convenção	de	Viena).
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Parágrafo	único.	A	mala	diplomática	ou	consular	não	está	sujeita	a	limite	de	volume	ou	de	peso.
Art.	3◦	A	mala	diplomática	ou	consular	está	dispensada	do	despacho	aduaneiro	de	importação	
e	de	exportação	e	será	liberada	pela	autoridade	aduaneira	em	procedimento	sumário,	à	vista	
dos	elementos	de	identificação	ostensiva,	mediante	a	apresentação	de:
I	-	documento	emitido	pelo	Estado	acreditante	que	indique	a	condição	de	correio	diplomático	
ou	consular	e	o	número	de	volumes	que	a	constituem,	quando	conduzida	como	bagagem	
acompanhada;
II	 -	 documento	 emitido	 pelo	Estado	acreditante	 que	 indique	o	 número	 de	 volumes	que	a	
constituem,	quando	confiada	a	comandante	da	aeronave;	ou
III	-	conhecimento	de	carga	ou	documento	equivalente	consignado	à	missão	diplomática	ou	à	
repartição	consular,	quando	enviada	como	carga.
§	1◦	Na	hipótese	dos	incisos	II	ou	III,	a	mala	somente	será	entregue	a	integrante	da	missão	
diplomática	ou	repartição	consular,	ou	a	pessoa	autorizada	a	recebê-la.
§	2◦	Quando	remetida	ao	amparo	de	conhecimento	de	carga	ou	documento	equivalente,	a	
mala	diplomática	ou	consular	deverá	receber	 tratamento	de	carga	que	não	 implique	sua	
destinação	para	armazenamento,	exceto	se	o	interesse	do	Estado	acreditante	determinar	
tratamento	diverso.
Art.	4◦	A	mala	diplomática	ou	consular	não	poderá	ser	aberta	ou	retida.
§	1◦	No	caso	de	denúncia	ou	de	suspeita	fundada	de	uso	da	mala	consular	para	a	importação	ou	
a	exportação	irregular	de	bens	e	mercadorias,	a	fiscalização	aduaneira	solicitará	a	abertura	
dos	volumes,	em	sua	presença,	por	representante	autorizado	do	Estado	que	a	envia.
§	2◦	Em	caso	de	recusa	da	verificação	referida	no	§	1◦	por	parte	da	representação	do	Estado	
que	envia,	a	mala	consular	será	devolvida	à	origem.
§	3◦	Na	hipótese	prevista	no	§	1◦,	a	unidade	local	da	SRF	que	conhecer	do	fato	deverá	notificar	
imediatamente	o	Ministério	das	Relações	Exteriores	(MRE),	por	intermédio	da	Coordenação-
Geral	de	Administração	Aduaneira	(Coana).
Art.	5◦	As	 importações	e	exportações	promovidas	por	missões	diplomáticas	ou	 repartições	
consulares	 que	não	 se	enquadrem	no	 conceito	 de	mala	 diplomática	ou	 consular	 serão	
regularmente	submetidas	a	despacho	aduaneiro,	nos	termos	desta	Instrução	Normativa.
FONTE:	Disponível	em:	<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2003/in3382003.htm>.	
Acesso	em:	3	out.	2012.
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2.3	EXERCÍCIO	DO	PODER	DISCRICIONÁRIO	
	 NAS	ENTRADAS	ADUANEIRAS
A	Alfândega	ou	aduana,	como	vimos	anteriormente,	pode	direcionar	o	fluxo	de	transporte,	
sempre	tomando	como	referência	a	regra	de	que	os	veículos	que	trazem	pessoas	ou	mercadorias	
somente	entrem	no	território	aduaneiro	em	pontos	ou	locais	alfandegados.	Portanto,	fica	claro	
que	se	torna	irregular	qualquer	entrada	fora	desses	pontos	ou	locais	legalmente	habilitados	
como	aduaneiros.
O	 ingresso	 irregular	 permite	 que	a	 aduana	atue	de	 forma	preventiva	e	 repressiva,	
possuindo	a	capacidade	de	apreender	veículos	e	mercadorias	que	eventualmente	possam	
ultrapassar	o	controle	fiscal,	 infringindo	a	linha	aduaneira.	Se	isto	vier	a	ocorrer,	a	ação	da	
aduana	é	ativa,	baseada	no	poder	de	polícia	a	ela	inerente.	Ou	também	conhecido	como	poder	
discricionário.
UNI
Define o Código Tributário Nacional:
CTN. Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito 
à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único: Considera-se regular o exercício do poder de 
polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites 
da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se 
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou 
desvio de poder.
FONTE: Código Tributário Nacional.
 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.
htm>. Acesso em: 10 set. 2012.
Os	veículos	devem,	com	antecedência	e	na	forma	prevista	na	lei,	informar	a	sua	chegada.	
A	partir	deste	momento,	a	autoridade	aduaneira	emprega	os	procedimentos	destinados	ao	
ingresso	de	veículos.	Observa	a	entrega	dos	manifestos	de	carga,	os	efeitos	das	declarações	
das	mercadorias	relacionadas	para	os	fins	da	alfândega.
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3 O PROCESSO ADUANEIRO CONTENCIOSO
Carlucci	(2001,	p.	205):
Observa	que	o	contencioso	aduaneiro	tem	por	objeto	a	resolução	de	um	con-
flito	de	interesses	submetido	ao	julgamento	de	um	órgão	atuando	com	função	
jurisdicional,	tendo	por	um	lado	o	Estado,	credor	de	uma	obrigação	tributário-
-aduaneira,	cujos	crédito	e	sanção	são	por	ele	reclamados	e,	por	outro	lado,	
o	suposto	infrator,	o	contribuinte	ou	demandado,	que	procura	a	prestação	de	
uma	justiça	e	a	defesa	de	seus	direitos	fundamentais.
O	contencioso aduaneiro	nada	mais	é	que	um	procedimento	administrativo	instaurado	
no	momento	em	que	se	encontra	alguma	situação	que	necessite	de	solução	ou	verificação	
em	razão	das	regras	determinadas	no	direito	aduaneiro	para	entradas	ou	saídas	de	veículos,	
pessoas	e	mercadorias.
UNI
Finalidade da função jurisdicional 
A finalidade da função jurisdicional é resolver os conflitos 
da sociedade, aplicando as normas aos casos concretos, 
levando à harmonização social (convivência harmônica). 
A ideia de jurisdição é a de uma decisão definitiva do conflito. O 
Estado-juiz substitui a vontade particular pela vontade do Estado. 
Desde que as partes não consigam a chamada autocomposição 
(solução pacífica e natural do conflito), torna-se necessário que se 
leve o exame desse conflito ao Poder Judiciário. 
FONTE: FUNÇÕES DO ESTADO. Disponível em: <http://www.
licoesdedireito.kit.net/constitucional/constitucional-judiciario.
html>. Acesso em: 10 set. 2012.
Na	concepção	de	José	Del	Cueto	(apud	CARLUCCI	2001,	p.	206-208),	existem	alguns	
princípios	aplicados	ao	contencioso	aduaneiro,	assim	determinados:
a) Princípio da jurisdicionalidade formal:	evita	que	o	mesmo	órgão	atue	como	juiz	e	parte.	No	
Brasil	encontramos	este	princípio	representado	pela	instância	judicial	que	efetua	o	controle	
dos	atos	administrativos.
Entretanto,	segundo	Sosa	(1995),	se	o	particular	deixar	de	atender	a	algum	requisito	
formal	ou	se	abstiver	de	apresentar	declaração	à	Alfândega,	imediatamente	entrará	em	ação,	
que	poderá	levar	à	determinação	de	abertura	de	volumes,	malas,	vistoriar	porões	etc.
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b) Princípio da tutela da ordem pública:	está	representado	pelo	direito	público,	que	neste	
segmento	é	o	próprio	direito	aduaneiro.
c) Princípio da unilateralidade eventual: a	identificação	deste	princípio	está	nos	procedimentos	
administrativos	 aduaneiros	 em	que	 existe	 apenas	 uma	 parte	 –	 o	Estado	 –	 nos	 casos	
de	apreensão	de	mercadorias	 em	que	não	 se	pode	 identificar	 o	 infrator.	Nos	 casos	de	
mercadorias	abandonadas	nos	recintos	alfandegados,	nos	casos	de	mercadorias	submetidas	
a	regimes	aduaneiros	especiais.
d) Princípio do devido processo legal: é	o	princípio	constitucional	que	assegura	a	todos	
o	direito	a	um	processo	justo	e	com	todas	as	regras	previstas	em	lei,	bem	como	todas	as	
garantias	constitucionais.
e) Princípio da tendência ao equilíbrio de poderes: em	razão	do	princípio	da	tutela	da	ordem	
pública,	o	demandado	é	o	que	possui	poderes	mais	restritos.	O	Estado	tem	a	seu	favor	uma	
gama	de	presunções	cuja	destruição	está	a	cargo	do	demandado.
f) Princípio da verdade real:	no	processo	aduaneiro	a	sentença	é	independente	da	vontade	das	
partes	(no	que	se	respeita	às	provas)	e	o	julgador	está	obrigado	a	constatar	a	autenticidade	
dos	fatos.
g) Princípio da preclusão:	 implica	na	perda,	extinção	ou	consumação	de	uma	 faculdade	
processual.
h) Princípio da rapidez:	o	processo	aduaneiro	deve	ser	caracterizado	pela	rapidez,	simplicidade	
e	economia	de	seus	procedimentos.	
i) Princípio da imediação:	pelo	qual	se	autoriza	o	saneamento	das	incorreções	ou	omissões	
antes	da	decisão	de	primeira	instância.
j)	Princípio da estruturação dual:	no	Brasil	se	adota	o	princípio	da	unidade	de	jurisdição.
4 O CONTENCIOSO ADUANEIRO NO bRASIL
O	contencioso	aduaneiro	brasileiro	pode	ser	dividido	em	dois	segmentos:	um	a	que	
se	aplica	o	rito	processual	geral,	comum	a	todos	os	tributos	de	competência	da	União,	regido	
pelo	Decreto	nº	70.235,	de	06/0372,	Decreto	nº	6.103/2007	e	Decreto	nº	6.574/2011;	e	outro	
a	que	se	aplicam	ritos	especiais.
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O	artigo	7º	do	Decreto	nº	70.235/1972	assim	descreve:
Art.	7º	O	procedimento	fiscal	tem	início	com:
I	-	o	primeiro	ato	de	ofício,	escrito,	praticado	por	servidor	competente,	cientifi-
cado	o	sujeito	passivo	da	obrigação	tributária	ou	seu	preposto;
II	-	a	apreensão	de	mercadorias,	documentos	ou	livros;
III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada.	(BRASIL,	
2012).
Caro(a)	acadêmico(a),	passaremos	a	analisar	de	forma	sucinta	algumas	situações	de	
contencioso	aduaneiro	que	possam	servir	de	parâmetro	para	suas	atividades.
A determinação e a exigência de créditos tributários decorrentes de infração 
às normas aduaneiras	são	apuradas	mediante	processo	administrativo	fiscal,	na	forma	do	
Decreto	nº	70.235/1972.
Tais	créditos	podem	ser	consequentes:
a) Do	começo	do	despacho	aduaneiro	de	mercadorias.
b) Da	revisão	de	despacho	aduaneiro	procedida	dentro	do	prazo	decadencial	de	cinco	
anos	da	data	do	registro	da	Declaração	de	Importação.
Carluci	afirma	(2001,	p.	208)	que:
O	processo	de	determinação	e	exigência	de	crédito	tributário	relativo	ao	Im-
posto	de	Importação	ou	infração	administrativa	ao	controle	de	importações,	
diferentemente	dos	demais	tributos	federais,	é	condicionado	à	existência	de	
garantia	representada	pela	retenção	da	mercadoria	nos	armazéns	alfandega-
dos	ou	a	sua	substituição	por	fiança	bancária,	depósito	em	dinheiro	ou	caução	
em	títulos	da	dívida	pública.
Encontramos	também	os	processos	e	atos	contenciosos	administrativos	aduaneiros	
especiais,	e	dentre	eles	temos:
1. Processo de Perdimento: as	infrações	em	que	se	aplique	a	pena	de	perdimento	são	
regulamentadas	pelo	Decreto-Lei	nº	1.455/76,	de	forma	mais	específica	o	artigo	27:
Art. 27.	As infrações mencionadas nos artigos 23, 24 e 26	serão	apuradas	
através	de	processo	fiscal,	cuja	peça	inicial	será	o	auto	de	infração	acompa-
nhado	de	termo	de	apreensão,	e,	se	for	o	caso,	de	termo	de	guarda.	(BRASIL,	
2012).
Vejamos	o	que	dispõem	os	arts.	23,	24	e	26	do	Decreto	nº	1.455/76	com	relação	às	
referidas	infrações:
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Art. 23. Consideram-se dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias:
I	-	importadas,	ao	desamparo	de	guia	de	importação	ou	documento	de	efeito	equivalente,	quando	
a	sua	emissão	estiver	vedada	ou	suspensa	na	forma	da	legislação	específica	em	vigor;
II	-	importadas	e	que	forem	consideradas	abandonadas	pelo	decurso	do	prazo	de	permanência	
em	recintos	alfandegados	nas	seguintes	condições:
a)	90	(noventa)	dias	após	a	descarga,	sem	que	tenha	sido	iniciado	o	seu	despacho;	ou
b)	60	(sessenta)	dias	da	data	da	interrupção	do	despacho	por	ação	ou	omissão	do	importador	
ou	seu	representante;	ou
c)	60	(sessenta)	dias	da	data	da	notificação	a	que	se	refere	o	artigo	56	do	Decreto-Lei	n◦	37,	
de	18	de	novembro	de	1966,	nos	casos	previstos	no	artigo	55	do	mesmo	decreto-lei;	ou
d)	45	(quarenta	e	cinco)	dias	após	esgotar-se	o	prazo	fixado	para	permanência	em	entreposto	
aduaneiro	ou	recinto	alfandegado	situado	na	zona	secundária.
III	 -	 trazidas	 do	 exterior	 como	 bagagem,	 acompanhada	 ou	 desacompanhada	 e	 que	
permanecerem	nos	recintos	alfandegados	por	prazo	superior	a	45	(quarenta	e	cinco)	dias,	
sem	que	o	passageiro	inicie	a	promoção	do	seu	desembaraço;
IV	-	enquadradas	nas	hipóteses	previstas	nas	alíneas"a"	e	"b"	do	parágrafo	único	do	artigo	104	
e	nos	incisos	I	a	XIX	do	artigo	105,	do	Decreto-lei	número	37,	de	18	de	novembro	de	1966.
V	-	estrangeiras	ou	nacionais,	na	importação	ou	na	exportação,	na	hipótese	de	ocultação	do	
sujeito	passivo,	do	real	vendedor,	comprador	ou	de	responsável	pela	operação,	mediante	
fraude	ou	simulação,	inclusive	a	interposição	fraudulenta	de	terceiros.	(Incluído	pela	Lei	nº	
10.637,	de	30.12.2002).
VI	-	(Vide	Medida	Provisória	nº	320,	2006).
§ 1◦ O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será 
punido com a pena de perdimento das mercadorias.
[...]
§	2◦	Presume-se	interposição	fraudulenta	na	operação	de	comércio	exterior	a	não	comprovação	
da	origem,	disponibilidade	e	transferência	dos	recursos	empregados.	(Incluído	pela	Lei	nº	
10.637,	de	30.12.2002).
§	3º	As	infrações	previstas	no	caput	serão	punidas	com	multa	equivalente	ao	valor	aduaneiro	
da	mercadoria,	na	importação,	ou	ao	preço	constante	da	respectiva	nota	fiscal	ou	documento	
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Pena de perdimento, o que é?
A Pena de perdimento é, sem sombra de dúvida, a mais severa 
sanção administrativa existente no direito aduaneiro. Consiste na 
decretação da perda de mercadorias e veículos quando constatado, 
na operação de comércio exterior, dano ao erário.
FONTE: CIESP. Pena de perdimento convertida em multa. 
Disponível em: <http://www.ciespsorocaba.com.br/releases-texto.
php?id=892>. Acesso em: 12 set. 2012.
equivalente,	na	exportação,	quando	a	mercadoria	não	for	localizada,	ou	tiver	sido	consumida	
ou	revendida,	observados	o	rito	e	as	competências	estabelecidos	no	Decreto	nº	70.235,	de	
6	de	março	de	1972.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	de	20	de	dezembro	de	2010).
§	4◦	O	disposto	no	§	3◦	não	impede	a	apreensão	da	mercadoria	nos	casos	previstos	no	inciso	I	
ou	quando	for	proibida	sua	importação,	consumo	ou	circulação	no	território	nacional.	(Incluído	
pela	Lei	nº	10.637,	de	30.12.2002).
Art. 24. Consideram-se igualmente dano ao Erário,	punido	com	a	pena	prevista	no	parágrafo	
único	do	artigo	23,	as	infrações	definidas	nos	incisos	I	a	VI	do	artigo	104	do	Decreto-lei	número	
37,	de	18	de	novembro	de	1966.
Art. 26.	As mercadorias de importação proibida na forma da legislação específica em 
vigor serão apreendidas, liminarmente, em nome e ordem do Ministro da Fazenda.
Parágrafo	único.	Independentemente	do	curso	de	processo	criminal,	as	mercadorias	a	que	se	
refere	este	artigo	poderão	ser	alienadas	ou	destinadas	na	forma	deste	decreto-lei.
FONTE:	Disponível	em:	<	http://www.portaltributario.com.br/legislacao/dl1455.htm>.	Acesso	em:	3	out.	
2012.
Para	que	ocorra	o	devido	processo	legal	no	processo	de	perdimento,	sendo	este	um	dos	
princípios	do	contencioso aduaneiro,	é	preciso	que	sejam	observadas	algumas	prerrogativas	
inerentes	ao	processo	administrativo,	entre	as	quais:
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Art. 27. (...)	
§	1º	Feita	a	intimação,	pessoal	ou	por	edital,	a	não	apresentação	de	impug-
nação	no	prazo	de	20	(vinte)	dias	implica	em	revelia.
§	2º	Apresentada	a	impugnação,	a	autoridade	preparadora	terá	o	prazo	de	15	
(quinze)	dias	para	remessa	do	processo	a	julgamento.
§	3º	O	prazo	mencionado	no	parágrafo	anterior	poderá	ser	prorrogado	quando	
houver	necessidade	de	diligências	ou	perícias,	devendo	a	autoridade	prepara-
dora	fazer	comunicação	justificada	do	fato	ao	Secretário	da	Receita	Federal.
§	4º	Após	o	preparo,	o	processo	será	encaminhado	ao	Secretário	da	Receita	
Federal	que	o	submeterá	a	decisão	do	Ministro	da	Fazenda,	em	 instância	
única.					(Vide	Medida	Provisória	nº	38,	de	13.5.2002).
§	5◦		As	infrações	mencionadas	nos	incisos	II	e	III	do	art.	23	deste	decreto-lei,	
quando	referentes	a	mercadorias	de	valor	inferior	a	US$	500.00	(quinhentos	
dólares	dos	Estados	Unidos	da	América),	e	no	inciso	IX	do	art.	105	do	Decreto-
-Lei	n◦	37,	de	18	de	novembro	de	1966,	serão	apuradas	em	procedimento	
simplificado,	no	qual:	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	de	13	de	outubro	de	2009).
I	-	As	mercadorias	serão	relacionadas	pela	unidade	da	Secretaria	da	Receita	
Federal	do	Brasil	com	jurisdição	sobre	o	local	de	depósito,	devendo	a	relação	
ser	afixada	em	edital	na	referida	unidade	por	20	(vinte)	dias;	e	(Incluído	pela	
Lei	nº	12.058,	de	13	de	outubro	de	2009).
II	-	Decorrido	o	prazo	a	que	se	refere	o	inciso	I:	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	
de	13	de	outubro	de	2009).
a)	Sem	manifestação	por	parte	de	qualquer	 interessado,	serão	declaradas	
abandonadas	e	estarão	disponíveis	para	destinação,	dispensada	a	formalidade	
a	que	se	refere	o	caput,	observado	o	disposto	nos	arts.	28	a	30	deste	decreto-
-lei.	Ou	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	de	13	de	outubro	de	2009).
b)	Com	manifestação	contrária	de	interessado,	será	adotado	o	procedimento	
previsto	no	caput	e	nos	§§	1◦	a	4◦	deste	artigo.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	
de	13	de	outubro	de	2009).
§	6◦		O	Ministro	de	Estado	da	Fazenda	poderá	complementar	a	disciplina	do	
disposto	no	§	5◦,	bem	como	aumentar	em	até	2	(duas)	vezes	o	 limite	nele	
estabelecido.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	de	13	de	outubro	de	2009).
§	7◦		O	disposto	nos	§§	5◦	e	6◦	não	se	aplica	na	hipótese	de	mercadorias	de	
importação	proibida.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.058,	de	13	de	outubro	de	2009).	
(BRASIL,	2012).
Decorridos	 os	 prazos	 previstos	 para	 a	 permanência	 de	mercadorias	 em	 recintos	
alfandegados,	os	depositários	devem	fazer	em	cinco	dias	a	comunicação	ao	órgão	local	da	
Secretaria	da	Receita	Federal,	relacionando	as	mercadorias	e	mencionando	todos	os	elementos	
necessários	à	sua	identificação	dos	volumes	e	do	veículo	transportador	(art.	31,	Decreto-Lei	
nº	1.455/76).
Com	relação	à	comunicação	da	permanência	da	mercadoria	nos	recintos	alfandegados	
diante	da	discussão	no	processo	de	perdimento,	temos:
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Art. 31.	[...]
Parágrafo	1º:	Feita	a	comunicação	de	que	trata	este	artigo	dentro	do	prazo	
previsto,	a	Secretaria	da	Receita	Federal,	com	os	recursos	provenientes	do	
FUNDAF,	efetuará	o	pagamento,	ao	depositário	da	 tarifa	de	armazenagem	
devida	até	a	data	em	que	retirar	a	mercadoria.
Parágrafo	2º:	Caso	a	comunicação	estabelecida	neste	artigo	não	seja	efetuada	
no	prazo	estipulado,	somente	será	paga	pela	Secretaria	da	Receita	Federal	a	
armazenagem	devida	até	o	término	do	referido	prazo,	ainda	que	a	mercadoria	
venha	a	ser	posteriormente	alienada.	(BRASIL,	2012).
● Termos de Responsabilidade e sua execução: 
Art.	547.	O	termo	de	responsabilidade	é	o	documento	mediante	o	qual	se	constituem	
obrigações	fiscais,	cujo	adimplemento	fica	suspenso	pela	aplicação	dos	regimes	aduaneiros	
especiais	 ou	 pela	 postergação	 de	 cumprimento	 de	 formalidades	 ou	 de	 apresentação	 de	
documentos,	ou	ainda,	por	outros	motivos	previstos	neste	regulamento	ou	em	atos	normativos	
destinados	a	complementá-lo.	
(Decreto-Lei	n◦	37/66,	art.	71	-	alterado	pelo	Decreto-Lei	n◦	1.223/72	-	§	1◦).
FONTE:	Disponível	em:	<sijut.fazenda.gov.br/netacgi/nph-brs?...l...>.	Acesso	em:	3	out.	2012.
O	termo	de	responsabilidade	constitui	título	representativo	de	direito	líquido	e	certo	da	
Fazenda	Nacional	com	relação	à	obrigação	tributária	nele	garantida.	Não	efetuado	o	pagamento	
do	crédito	tributário	exigido,	será	encaminhado	à	cobrança	judicial.
FONTE:	Disponível	em:	<sijut.fazenda.gov.br/netacgi/nph-brs?...>.		Acesso	em:	3	out.	2012.
NO
TA! �
Acadêmico(a)!
Acesse os links: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/
ins/ant2001/1998/in08498.htm>, <http://www.receita.fazenda.
gov.br/legislacao/ins/ant2001/1999/in15099.htm>. 
Acessando estes sites,poderá ver as alterações que as sucederam. 
Leia as Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal que 
regulamentam os Termos de Responsabilidade.
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● Processo de Vistoria Aduaneira: a	formalização	da	exigência	do	crédito	tributário	decorrente	
de	vistoria	aduaneira	é	feita	através	de	notificação	de	lançamento	instruída	pelo	termo	de	
vistoria.	
Orienta	Carlucci	(2001,	p.	211-212)	que	o	processo	de	determinação	e	exigência	de	
crédito	tributário	resultante	de	vistoria	obedece	a	rito	sumário	descrito	a	seguir:
a.	Intimando-se	o	indicado	como	responsável	a	produzir	defesa	em	5	(cinco)	
dias.
b.	Proferindo-se	a	decisão	de	primeira	 instância	nos	5	 (cinco)	dias	subse-
quentes.
c.	Proferida	a	decisão	de	primeira	instância	pode	a	mercadoria	ser	entregue	
independentemente	de	garantia	de	qualquer	natureza.
d.	A	matéria	de	fato	deve	exaurir-se	na	decisão	de	primeira	instância,	devendo	
a	autoridade	julgadora	promover	as	diligências	necessárias	para	isso.
e.	Na	fase	de	recursos	adota-se	o	procedimento	estabelecido	no	Decreto	nº	
70.235,	de	06/03/1972.
A	decisão	de	primeira	instância	dos	processos	de	vistoria	compete	às	Delegacias	da	
Receita	Federal	de	Julgamento,	onde	encontramos	a	Portaria	nº	416	do	Ministério	da	Fazenda	
de	nº	416/2000:
Art. 1o	As	Delegacias	da	Receita	Federal	de	Julgamento	–	DRJ	da	Secretaria	
da	Receita	Federal	–	SRF	são competentes para realizar o julgamento, 
em primeira instância, de processos administrativos de determinação 
e exigência de créditos tributários, inclusive os decorrentes de vistoria 
aduaneira	e	de	manifestação	de	inconformidade	contra	decisões	dos	inspeto-
res	e	dos	delegados	da	Receita	Federal	relativas	a	restituição,	ressarcimento,	
imunidade,	suspensão,	isenção	ou	redução	de	tributos	e	contribuições	admi-
nistrados	pela	SRF.	(grifo	nosso).	(BRASIL,	2012).
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), acessando o link: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/legislacao/portarias/2001/ministeriodafazenda/anexos/
Anexo5.htm>, Localização e Jurisdição Territorial e por Matérias 
(redação	 dada	 pela	Portaria	SRF	 n◦	 3.022,	 de	 29	 de	 novembro	
de	 2001),	 você	 conhecerá	 as	Delegacias	 da	Receita	 Federal	 de	
Julgamento.
● Processo de destinação de mercadorias: a	destinação	dos	bens	objetos	da	pena	de	
perdimento	é	feita	sob	uma	das	formas	descritas	a	seguir:	
a)	Por alienação:
•	a	missões	diplomáticas,	repartições	consulares	ou	órgãos	internacionais	de	
que	o	Brasil	faça	parte;
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•	a	lojas	francas;
•	a	empresas	comerciais	exportadoras;
•	a	pessoas	jurídicas,	mediante	licitação,	na	modalidade	concorrência,
•		a	pessoas	físicas,	mediante	licitação,	na	modalidade	leilão,concorrência,	de	
lotes	constituídos	de	unidade,	ou	diminuta	quantidade,	vedada	sua	destinação	
comercial.
b)	Por incorporação ao patrimônio:
•	De	órgãos	da	administração	pública.
•	De	entidades	beneficentes,	religiosas,	científicas	e	de	instituições	educacio-
nais,	sem	fins	lucrativos.	(CARLUCI,	2001,	p.	212-	213).
Prevê	ainda	o	Decreto-Lei	nº	1.455/76,	quanto	ao	processo	de	destinação	de	mercadorias	
originado	da	pena	de	perdimento:
Art.	29.		A	destinação	das	mercadorias	a	que	se	refere	o	art.	28	será	feita	das	
seguintes	formas:	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
I – alienação,	mediante:	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
a)	licitação;	ou	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
b)	doação	a	entidades	sem	fins	lucrativos;	(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	
de	2010).
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública;	(Re-
dação	dada	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
III – destruição;	ou	(Incluído	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
IV – inutilização.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
§	1o		As	mercadorias	de	que	trata	o	caput	poderão	ser	destinadas:	(Incluído	
pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
I	 –	 após	decisão	administrativa	definitiva,	 ainda	que	 relativas	a	processos	
pendentes	de	apreciação	judicial,	inclusive	as	que	estiverem	à	disposição	da	
Justiça	como	corpo	de	delito,	produto	ou	objeto	de	crime,	salvo	determinação	
expressa	em	contrário,	em	cada	caso,	emanada	de	autoridade	judiciária;	ou	
(Incluído	pela	Lei	nº	12.350	de	2010).
II	–	imediatamente	após	a	formalização	do	procedimento	administrativo-fiscal	
pertinente,	antes	mesmo	do	término	do	prazo	definido	no	§	1o	do	art.	27	deste	
decreto-lei,	quando	se	tratar	de:	(Incluído	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).
a)	 semoventes,	 perecíveis,	 inflamáveis,	 explosivos	 ou	 outras	mercadorias	
que	exijam	condições	especiais	de	armazenamento;	ou	(Incluído	pela	Lei	nº	
12.350,	de	2010).
b)	mercadorias	deterioradas,	danificadas,	estragadas,	com	data	de	validade	
vencida,	 que	não	atendam	exigências	 sanitárias	 ou	agropecuárias	 ou	que	
estejam	em	desacordo	com	regulamentos	ou	normas	técnicas	e	que	devam	
ser	destruídas.	(Incluído	pela	Lei	nº	12.350,	de	2010).	(BRASIL,	2012).
À	Secretaria	da	Receita	Federal	cabe	a	administração	e	alienação	das	mercadorias	
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apreendidas	(parágrafo	4º,	art.	29,	Decreto-Lei	nº	1.455/76).
Provisiona	o	art.	30	do	mesmo	texto	legal:		na	hipótese	de	decisão	administrativa	ou	
judicial	que	determine	a	restituição	de	mercadorias	que	houverem	sido	destinadas,	será	devida	
indenização	ao	interessado,	com	recursos	do	Fundaf,	tendo	por	base	o	valor	declarado	para	
efeito	de	cálculo	do	 imposto	de	 importação	ou	de	exportação.	 (Redação	dada	pela	Lei	 nº	
12.350,	de	2010).		
	 Este	 dispositivo	 de	 lei	 tem	 por	 objetivo	 evitar	 o	 prejuízo	 daquele	 que	 teve	 suas	
mercadorias	apreendidas	indevidamente,	após	toda	a	formatação	e	conclusão	do	processo	
administrativo	contencioso	aduaneiro.
Prezado(a)	acadêmico(a),	podemos	observar	que	toda	situação	envolvendo	as	relações	
comerciais,	ultrapassando	fronteiras	e	que	trazem	situações	de	litígio,	passam	por	um	devido	
processo	legal,	denominado	de	contencioso aduaneiro,	que	é	de	natureza	administrativa.	
Relatamos	apenas	algumas	situações.	Outras,	obviamente,	são	encontradas	e	dispõem	de	
regramento	que	as	conduzem.	Esteja	atento(a),	busque	saber	deles	para	que	saiba	encontrar	
as	soluções	necessárias.
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RESUmO DO TÓPICO 2
Neste tópico você pôde:
●	 Identificar	 o	 conceito	 de	entrada	aduaneira	e	 as	espécies	 reconhecidas,	 dentre	elas	 as	
entradas	de	veículos,	mercadorias	ou	bens	e	pessoas.
●	Compreender	o	exercício	do	poder	discricionário	nas	entradas	aduaneiras.
●	Reconhecer	o	conceito	de	processo	contencioso	aduaneiro	e	seus	princípios.
●	Distinguir	o	contencioso	aduaneiro	no	Brasil,	 inclusos	neste	os	contenciosos	aduaneiros	
especiais.
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1	 O	Estado	 tem	o	poder/dever,	em	razão	de	atuar	em	 função	do	 interesse	público,	
de	agir	para	que	seja	determinada	a	paz	social	e	a	obediência	às	normas	jurídicas	
existentes	no	território	brasileiro.	Neste	contexto,	atribua	um	conceito	para	o	exercício	
do	poder	de	polícia	ou	poder	discricionário.
2	 O	Estado	tem	definidos	poderes	e	funções	determinadas	pela	lógica	da	divisão	dos	
poderes	 instituída	constitucionalmente,	assim	entendidos	como:	Poder	Executivo,	
Poder	Legislativo	e			Poder	Judiciário.	Diante	desta	perspectiva,	descreva	a	finalidade	
da	função	jurisdicional.
3	 O	 processo	 administrativo	 contencioso	 aduaneiro	 pode	 resultar,	 em	 algumas	
circunstâncias,	noperdimento	de	bens	ou	mercadorias.	Diante	desta	realidade,	atribua	
um	conceito	para	pena	de	perdimento	de	bens	ou	mercadorias.
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CONTENDAS ADUANEIRAS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Da	mesma	 forma	que	em	outros	 segmentos	da	 sociedade	ou,	 ainda,	 das	 relações	
em	sociedade,	as	 fraudes,	os	delitos	e	as	 infrações	 também	são	percebidos	nas	 relações	
aduaneiras.
No	início,	a	aduana	apenas	fiscalizava,	não	havia	muita	preocupação	com	o	volume	
econômico	 representado	 pelas	 relações	 comerciais	 aduaneiras.	Após	 a	Segunda	Guerra	
Mundial,	esta	situação	se	modificou.	As	atribuições	dos	serviços	aduaneiros	passaram	a	ser	
voltadas	ao	interesse	econômico.
	
Os	serviços	aduaneiros	passaram	também	a	atuar	em	situações	de	segurança	nacional	
(armas),	saúde	pública,	agricultura,	estatísticas	comerciais,	para	dar	suporte	e	informações	
para	a	organização	da	política	de	comércio	exterior.
Nesta	perspectiva,	os	serviços	aduaneiros,	com	o	crescimento	da	tecnologia,	dos	meios	
de	 transporte	e	 comunicação,	 que	 tornam	mais	 sofisticadas	as	possibilidades	de	 fraudes,	
infrações	 e	 delitos	 nas	 relações	 comerciais	 aduaneiras,	 devem	estar	 preparados	 para	 a	
observação	desta	realidade	no	intuito	de	conter	estes	abusos.
Carlucci	(2001,	p.	216-218)	descreve	as	frentes	de	atuação	dos	serviços	aduaneiros	
que	devem	reprimir	estes	ilícitos,	devendo	estes	setores	contar	com	estrutura	física	adequada	
e	recursos	humanos	qualificados,	sendo:
a)	Serviço	de	vigilância	e	 repressão	nas	 fronteiras	 terrestres,	portos,	aero-
portos	e	armazéns	alfandegados	de	zona	primária	e	secundária	e	veículos	
transportadores.
b)	Serviço	de	verificação	de	mercadorias	e	análise	da	documentação	relativa	
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a	essas	mercadorias,	tanto	na	importação	quanto	na	exportação	e	no	trânsito.
c)	Serviço	de	revisão	do	despacho	aduaneiro.
d)	Serviço	de	auditoria	fiscal	aduaneira.
e)	Serviço	de	logística	aduaneira.
f)	Serviço	de	vistoria	de	bagagem	de	passageiros	e	tripulantes.
g)	Serviço	de	análise	laboratorial	de	produtos	químicos	e/ou	produtos	naturais.
h)	Serviço	de	inteligência	aduaneira.
Entende-se,	caro(a)	acadêmico(a),	que	com	o	funcionamento	regular	destes	setores	ou	
serviços	aduaneiros,	as	possibilidades	de	ocorrência	de	infração,	fraudes	e	delitos	aduaneiros	
reduzam	ou	deixem	de	acontecer.	
Vamos	compreender	um	pouco	mais	sobre	o	tema,	iniciamos	o	estudo	agora!
2 FRAUDES E INFRAÇÕES ADUANEIRAS
De	acordo	com	a	gravidade	dos	atos	praticados,	quando	comparados	os	fatos	com	
a	legislação	aduaneira,	os	ilícitos	podem	ser	classificados	como:	infrações,	fraudes	e	delitos	
aduaneiros,	sendo	que	esta	classificação	pode	alterar	na	concepção	de	alguns	autores.
A	 legislação	 aduaneira	 do	 território	 brasileiro	 identifica	 dois	 grupos	 de	 infrações	
aduaneiras:
a)	As	infrações	fiscais	(tributárias).
b)	As	infrações	administrativas	ao	controle	das	importações	(de	natureza	não	tributária).
De	acordo	com	o	Regulamento	Aduaneiro,	qual	seja,	o	Decreto	nº	6.759,	de	2009,	em	
vigor,	temos	como	conceito de Infração Aduaneira:
Art.	673.		Constitui	infração	toda	ação	ou	omissão,	voluntária	ou	involuntária,	
que	importe	inobservância,	por	parte	de	pessoa	física	ou	jurídica,	de	norma	
estabelecida	ou	disciplinada	neste	decreto	ou	em	ato	administrativo	de	ca-
ráter	normativo	destinado	a	completá-lo.	(Decreto-lei	n◦	37,	de	1966,	art.	94,	
caput).	(BRASIL,	2012).
Da	mesma	forma,	o	art.	674	define	quem	responde	pelo	ato	infracionário:
Art.	674.		Respondem	pela	infração	(Decreto-Lei	n◦	37,	de	1966,	art.	95):
I	-	conjunta	ou	isoladamente,	quem	quer	que,	de	qualquer	forma,	concorra	para	sua	
prática	ou	dela	se	beneficie;
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II	-	conjunta	ou	isoladamente,	o	proprietário	e	o	consignatário	do	veículo,	quanto	a	que	
decorra	do	exercício	de	atividade	própria	do	veículo,	ou	de	ação	ou	omissão	de	seus	tripulantes;
III	-	o	comandante	ou	o	condutor	de	veículo,	nos	casos	do	inciso	II,	quando	o	veículo	
proceder	do	exterior	sem	estar	consignada	a	pessoa	física	ou	jurídica	estabelecida	no	ponto	
de	destino;
IV	 -	 a	 pessoa	 física	ou	 jurídica,	 em	 razão	do	despacho	que	promova,	 de	qualquer	
mercadoria;
V	-	conjunta	ou	isoladamente,	o	importador	e	o	adquirente	de	mercadoria	de	procedência	
estrangeira,	no	caso	de	importação	realizada	por	conta	e	ordem	deste,	por	intermédio	de	pessoa	
jurídica	importadora	(Decreto-Lei	n◦	37,	de	1966,	art.	95,	inciso	V,	com	a	redação	dada	pela	
Medida	Provisória	n◦	2.158-35,	de	2001,	art.	78);	e
VI	-	conjunta	ou	isoladamente,	o	importador	e	o	encomendante	predeterminado	que	
adquire	mercadoria	de	procedência	estrangeira	de	pessoa	jurídica	importadora	(Decreto-lei	
n◦	37,	de	1966,	art.	95,	inciso	VI,	com	a	redação	dada	pela	Lei	n◦	11.281,	de	2006,	art.	12).	
Parágrafo	único.		Para	fins	de	aplicação	do	disposto	no	inciso	V,	presume-se	por	conta	
e	ordem	de	terceiro	a	operação	de	comércio	exterior	realizada	mediante	utilização	de	recursos	
deste,	ou	em	desacordo	com	os	requisitos	e	condições	estabelecidos	na	forma	da	alínea	“b”	do	
inciso	I	do	§	1◦	do	art.	106	(Lei	n◦	10.637,	de	2002,	art.	27;	e	Lei	n◦	11.281,	de	2006,	art.	11,	§	2◦).
FONTE:	Disponível	em:	<www2.camara.gov.br>.	Acesso	em:	3	out.	2012.
E	o	artigo	675	deste	mesmo	 regulamento	apresenta	as	penalidades	previstas	para	
aquele	que	comete	a	infração	aduaneira:
Art.	675.		As	infrações	estão	sujeitas	às	seguintes	penalidades,	aplicáveis	separada	ou	
cumulativamente	(Decreto-lei	n◦	37,	de	1966,	art.	96;	Decreto-lei	n◦	1.455,	de	1976,	arts.	23,	
§	1◦,	com	a	redação	dada	pela	Lei	n◦	10.637,	de	2002,	art.	59,	e	24;	Lei	n◦	9.069,	de	1995,	art.	
65,	§	3◦;	e	Lei	n◦	10.833,	de	2003,	art.	76):
I	-	perdimento	do	veículo;
II	-	perdimento	da	mercadoria;
III	-	perdimento	de	moeda;
IV	-	multa;	e
V	-	sanção	administrativa.	(BRASIL,	2012).	
Como	conhecemos,	a	fraude	classificada	para	a	legislação	aduaneira	compreende	a	
fraude	fiscal	que	está	conceituada	na	Lei	nº	4.502/64,	assim	conceitualmente	definida:
Art.	72.	Fraude	é	toda	ação	ou	omissão	dolosa	tendente	a	impedir	ou	retardar,	
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total	 ou	parcialmente,	 a	 ocorrência	 do	 fato	gerador	 da	obrigação	 tributária	
principal,	ou	a	excluir	ou	modificar	as	suas	características	essenciais,	de	modo	
a	reduzir	o	montante	do	imposto	devido	a	evitar	ou	diferir	o	seu	pagamento.	
(BRASIL,	2012).
A	fraude	fiscal	é	realizada	intencionalmente	com	o	objetivo	de	trazer	prejuízo	ao	fisco.	
A	fraude	fiscal	impede	que	o	pagamento	do	tributo	devido	aconteça,	impede	que	as	rendas	
fiscais	integrem	as	rendas	da	administração	pública.
As	 infrações	 fiscais,	 em	geral,	 e	 as	aduaneiras	em	particular,	 constituem	 infrações	
antieconômicas	enquadráveis	no	conceito	de	White Collar Crime – Crimes do Colarinho Branco.
Caro(a)	acadêmico(a),	passaremos	agora	a	um		breve	relato	dos	crimes	contra	a	ordem	
tributária.
2.1	CRIMES	CONTRA	A	ORDEM	TRIBUTÁRIA
Carlucci	(2001,	p.	222)	traz	a	concepção	de	três	grupos	de	crimes	tributários,	sendo	
estes:
a)	crimes	essencialmente	tributários	–	integrantes	principais	do	direito	penal	
tributário:	sonegação	fiscal,	descaminho,	excesso	de	exação,	falsificação	de	
estampilhas	e	de	comprovantes	tributários,	petrechos	de	falsificação	de	papéis	
tributários,	facilitação	do	descaminhoe	fraude	contra	o	fisco;
b)	crimes	tributários	por	extensão	legal	–		crimes	trazidos	pelo	legislador	ordi-
nário	para	o	direito	tributário:	apropriação	indébita;
c)	 crimes	 circunstancialmente	 tributários	 –	 crimes	 contra	 a	 administração	
pública	e	que	podem	ter	origem	na	violação	de	normas	tributárias:	peculato,	
concussão,	corrupção	ativa	e	passiva,	prevaricação,	desacato	etc.
A	lei	que	rege	os	crimes	de	ordem	tributária	é	a	Lei	n◦	8.137,	de	22/12/90,	que	determina	
igualmente	que	todo	delito	tributário	tem	o	dolo como	elemento	principal.
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SAIBA MAIS!
Dolo: significa intenção ou desejo de praticar um ato condenável, 
executando-o de forma refletida e deliberada. Pressupõe-se que o 
indivíduo que pratica o dolo age de má-fé, porque tem consciência 
de que está violando regras que podem prejudicar terceiros.
Dolo é também sinônimo de fraude, engano ou traição. Na análise 
jurídica, o indivíduo com intenção de burlar a lei, enganando o 
próximo em proveito próprio, está cometendo dolo. Por exemplo, 
na elaboração de um contrato ou concretização de um negócio.
FONTE: Disponível em:< http://www.significados.com.br/dolo/>. 
Acesso em: 15 set. 2012.
Os	artigos	1º	a	3º	da	Lei	n◦	8.137/90	identificam	os	crimes	cometidos	contra	a	ordem	
tributária	nacional,	a	saber:
Art.	1°	Constitui	crime	contra	a	ordem	tributária	suprimir	ou	reduzir	tributo,	ou	contribuição	
social	e	qualquer	acessório,	mediante	as	seguintes	condutas:	(Vide	Lei	nº	9.964,	de	10.4.2000).
								
I	-	omitir	informação,	ou	prestar	declaração	falsa	às	autoridades	fazendárias;
							
II	-	fraudar	a	fiscalização	tributária,	inserindo	elementos	inexatos,	ou	omitindo	operação	
de	qualquer	natureza,	em	documento	ou	livro	exigido	pela	lei	fiscal;
								
III	-	falsificar	ou	alterar	nota	fiscal,	fatura,	duplicata,	nota	de	venda,	ou	qualquer	outro	
documento	relativo	à	operação	tributável;								
IV	-	elaborar,	distribuir,	fornecer,	emitir	ou	utilizar	documento	que	saiba	ou	deva	saber	
falso	ou	inexato;
							
V	-	negar	ou	deixar	de	fornecer,	quando	obrigatório,	nota	fiscal	ou	documento	equivalente,	
relativa	a	venda	de	mercadoria	ou	prestação	de	serviço,	efetivamente	realizada,	ou	fornecê-la	
em	desacordo	com	a	legislação.
							
Pena	-	reclusão	de	2	(dois)	a	5	(cinco)	anos,	e	multa.
							
Parágrafo	único.	A	falta	de	atendimento	da	exigência	da	autoridade,	no	prazo	de	10	(dez)	
dias,	que	poderá	ser	convertido	em	horas	em	razão	da	maior	ou	menor	complexidade	da	matéria	
ou	da	dificuldade	quanto	ao	atendimento	da	exigência,	caracteriza	a	infração	prevista	no	inciso	V.
							
	Art.	2°	Constitui	crime	da	mesma	natureza:	(Vide	Lei	nº	9.964,	de	10.4.2000).
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I	-	fazer	declaração	falsa	ou	omitir	declaração	sobre	rendas,	bens	ou	fatos,	ou	empregar	
outra	fraude,	para	eximir-se,	total	ou	parcialmente,	de	pagamento	de	tributo;
								
II	 -	 deixar	 de	 recolher,	 no	 prazo	 legal,	 valor	 de	 tributo	 ou	 de	 contribuição	 social,	
descontado	ou	cobrado,	na	qualidade	de	sujeito	passivo	de	obrigação	e	que	deveria	recolher	
aos	cofres	públicos;
								
III	 -	 exigir,	 pagar	 ou	 receber,	 para	 si	 ou	 para	 o	 contribuinte	 beneficiário,	 qualquer	
percentagem	sobre	a	 parcela	 dedutível	 ou	deduzida	de	 imposto	ou	de	 contribuição	 como	
incentivo	fiscal;
								
V	 -	deixar	de	aplicar,	ou	aplicar	em	desacordo	com	o	estatuído,	 incentivo	fiscal	ou	
parcelas	de	imposto	liberadas	por	órgão	ou	entidade	de	desenvolvimento;
								
V	-	utilizar	ou	divulgar	programa	de	processamento	de	dados	que	permita	ao	sujeito	
passivo	da	obrigação	 tributária	possuir	 informação	contábil	diversa	daquela	que	é,	por	 lei,	
fornecida	à	Fazenda	Pública.
								
Pena	-	detenção,	de	6	(seis)	meses	a	2	(dois)	anos,	e	multa.
Seção	II
Dos	crimes	praticados	por	funcionários	públicos
Art.	3°	Constitui	crime	funcional	contra	a	ordem	tributária,	além	dos	previstos	no	Decreto-
Lei	n°	2.848,	de	7	de	dezembro	de	1940	-	Código	Penal	(Título	XI,	Capítulo	I):								
I	-	extraviar	livro	oficial,	processo	fiscal	ou	qualquer	documento,	de	que	tenha	a	guarda	
em	razão	da	função;	sonegá-lo,	ou	inutilizá-lo,	total	ou	parcialmente,	acarretando	pagamento	
indevido	ou	inexato	de	tributo	ou	contribuição	social;
								
II	-	exigir,	solicitar	ou	receber,	para	si	ou	para	outrem,	direta	ou	indiretamente,	ainda	
que	fora	da	função	ou	antes	de	iniciar	seu	exercício,	mas	em	razão	dela,	vantagem	indevida;	
ou	aceitar	promessa	de	tal	vantagem,	para	deixar	de	lançar	ou	cobrar	tributo	ou	contribuição	
social,	ou	cobrá-los	parcialmente.	Pena	-	reclusão,	de	3	(três)	a	8	(oito)	anos,	e	multa.
								
III	 -	 patrocinar,	 direta	 ou	 indiretamente,	 interesse	 privado	perante	 a	 administração	
fazendária,	valendo-se	da	qualidade	de	funcionário	público.	Pena	-	reclusão,	de	1	(um)	a	4	
(quatro)	anos,	e	multa.
FONTE:	Disponível	em:	<www.jusbrasil.com.br/.../fraude-na-documentacao-tributaria-exigivel>.	
Acesso	em:	3	out.	2012.
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Acadêmico(a): 
Para	melhor	compreensão	dos	crimes	tributários,	acesse	o	link:	<http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>	e	faça	uma	leitura	do	texto	 legal	
que	regulamenta	a	matéria	e	acesse	todas	as	alterações	correspondentes.
As	relações	de	comércio	exterior	são	traduzidas	por	significativo	movimento	econômico	
e	envolvem	a	imposição	de	tributos.	Os	crimes	tributários	são	encontrados	nestas	relações	
em	grande	volume.	Eis	a	necessidade	dos	serviços	aduaneiros	estarem	preparados	para	a	
fiscalização	e	repressão	destas	práticas.	
3 O CONTRAbANDO E O DESCAmINHO
O	contrabando	é	explicado	por	alguns	autores	em	razão	das	especificidades	do	litoral	
brasileiro,	 que	apresenta	 várias	possibilidades	de	 “entradas	 sorrateiras”,	 pela	ausência	de	
vigilância	nas	fronteiras,	ou	ainda,	pelo	sistema	cambial	brasileiro.
“Desde	os	primórdios	da	introdução	da	cobrança	dos	direitos	aduaneiros	nas	economias	
fiscais	no	mundo,	o	contrabando	e	o	descaminho,	em	suas	diversas	modalidades	de	ação,	
representam	 uma	 importante	 forma	 de	 sonegação	 e	 evasão	 de	 divisas	 e	 de	 tributos”.	
(CARLUCCI,	2011,	p.	248).
Encontramos	o	conceito	de	contrabando	e	descaminho	no	Código	Penal	Brasileiro:
Art.	334	Código	Penal	–	Importar	ou	exportar	mercadoria	proibida	ou	iludir,	
no	todo	ou	em	parte,	o	pagamento	de	direito	ou	imposto	devido	pela	entrada,	
pela	saída	ou	pelo	consumo	de	mercadoria.
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TA! �
Complementando a informação!
● Contrabando: diz respeito à entrada ou saída do país de mercadorias absoluta ou 
relativamente proibidas. Já o descaminho diz respeito à fraude utilizada pelo agente 
no intuito de evitar, total ou parcialmente, o pagamento dos impostos relativos à 
importação, exportação ou consumo de mercadorias, que no caso são permitidas.
● Consumação
Contrabando: há duas situações distintas:
Primeira: o sujeito ingressa ou sai do território nacional pelos caminhos normais, 
transpondo as barreiras da fiscalização alfandegária. Nessa hipótese, o crime se 
consuma no momento em que é ultrapassada a zona fiscal.
Segunda: no caso do sujeito que se serve de meios escusos para entrar e sair 
do país clandestinamente, a consumação ocorrerá no exato instante em que são 
transpostas as fronteiras do país.
● Tentativa
Contrabando: ocorre quando, por circunstâncias alheias à vontade do agente,

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