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1 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS III Súmula Vinculante 26 Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º, da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefí- cio, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico”. 2.1 Princípio da legalidade “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime perma- nente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanên- cia.” (Súmula 711.) Atenção! A lei mais grave pode se aplicar ou não, caso ela seja publicada e o crime permanente ou continuado ainda estiver sendo perpetrado. O Supremo Tribunal Federal e a doutrina dominante entendem que, nesse caso específico, não se aplicaria a ideia do princípio da anterioridade ou da irretroatividade da lei penal mais grave, que é prospectiva, pois a vigência se dá a partir de sua publicação. “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das exe- cuções a aplicação de lei mais benigna.” (Súmula 611.) “A Lei n. 12.403/2011, na parte em que alterou o quantum da pena máxima para concessão de fiança, é nitidamente processual e, por isso, se aplica o prin- cípio do tempus regit actum, não o da retroatividade da lei penal mais bené- fica.” (ARE 644.850-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18/10/2011, Segunda Turma, DJE de 4/11/2011.) 2 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 3. DIREITO À INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE E DA VIDA PRIVADA De acordo com o art. 5º, X, CF/88, “são invioláveis a intimidade, a vida pri- vada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. O STF entende que os sigilos fiscal, bancário e telefônico decorrem do inciso X do art. 5º da Constituição Federal. Nota-se que tais sigilos se tratam do sigilo de dados, e não da comunicação (interceptação telefônica). Obs.: não confundir sigilo telefônico (dados) com sigilo da comunicação telefônica (interceptação telefônica). Atenção! Conforme a jurisprudência do STF, o Poder Judiciário e as CPIs (art. 58, § 3º, CF/1988) podem determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. Há alguns atos que só poderão ser praticados pelo Poder Judiciário e, quando isso acontece, trata-se de uma reserva absoluta de jurisdição, entretanto alguns atos como esses, tanto o Poder Judiciário quanto a Comissão Parlamentar de Inquérito podem determinar a quebra, por isso se diz que há uma reserva relativa de jurisdição. Violação Quebra Indenização Danos Morais Danos materiais Judiciário CPI Intimidade Vida privada Honra Imagem Fiscal Telefônico Bancário Sigilos Dados 3 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online OOs..:� Os órgãos fazendários, Ministério Público, Fisco e o Tribunal de Contas da União não podem, diretamente, determinar a quebra do sigilo sem uma prévia autorização judicial. Mas deve-se observar que, em casos que se tratam de empréstimos concedidos com recursos públicos, o Tribunal tem direito de acesso pelo princípio da publicidade. A Receita Federal também não tem competência para decretar a quebra do sigilo, entretanto, nas ações diretas de inconstitucionalidade, o Supremo fez um detalhamento quanto à competência da Receita Federal, entendendo que o Fisco tem direito de acesso por meio de transferência de dados. A Receita Fede- ral instaura um processo administrativo contra um determinado contribuinte, o Fisco verifica que tal contribuinte tem contas em determinado banco e requisita ao banco as transferências de dados protegidos em sigilo bancário, que continu- arão protegidos em sigilo fiscal. 3.1. Direito à inviolaOilidade do domicílio – (Art. 5º, XI) XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (art. 5º, CF/1988). D – das 6h às 18h J – Aurora/Crepúsculo → Casa → STF → Amplo (Art. 150, § 4° – CP) → Exceções Constitucionais • Flagrante delito • Desastre • Prestar socorro • Determinação judicial Quarto Escritório/Consultório Barco/Boleia de caminhão Dia/Noite Durante o dia Hotel Motel 4 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O STF entende a “casa” em seu sentido amplo (art. 150, § 4º, CP). Em regra, ninguém entra na casa sem o consentimento do morador, exceto: • no caso de flagrante delito; • no caso de desastre; • para prestar socorro; • por determinação judicial (durante o dia): nota-se, aqui, a reserva de juris- dição – tal ação somente cabe ao Poder Judiciário. Atenção! As exceções trazidas pelo art. 5º, XI, são taxativas – a lei não pode ampliar mais hipóteses. As hipóteses de flagrante delito, desastre e prestação de socorro podem ocorrer durante o dia e a noite. Apenas a hipótese de determinação judicial pode ocorrer durante o dia. O STF compreende o dia com o período da aurora ao crepúsculo (critério físico-astronômico). A doutrina dominante, por sua vez, adota o critério horário – das 6 às 18 horas. 3.2 Direito ao sigilo da correspondência e da comunicação STF → os sigilos não são absolutos Sigilo de correspondência → Art. 41, LEP → é constitucional QueOra do sigilo da comunicação telefônica (interceptação telefônica) Condições Depende de determinação judicial (princípio da reserva de jurisdição) Na forma de lei (eficácia limitada) Lei n. 9.296/1996 Para fins de investigar crime ou instruir processo penal 5 Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judi- cial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (art. 5º, CF/1988). Segundo o STF, os sigilos não são absolutos, como, em regra, não são os direitos. Dessa forma, o STF considera constitucional a abertura das cartas dos presos antes de serem enviadas ao mundo exterior (art. 41, LEP). Condições para quebra do sigilo da comunicação telefônica (interceptação telefônica). • Depende de determinação judicial (princípio da reserva de jurisdição) • Na forma da lei (Lei n. 9.296/1996), norma de eficácia limitada de acordo com o STF. • Para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Wellington Antunes.
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