Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANESTESIA LOCAL: FARMACOLOGIA E TÉCNICA NAS DIFERENTES ESPÉCIES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Dr. Msc. Júlio Rodrigues Pereira Júnior Piauí 2016 HISTÓRICO • COCAÍNA • GLOBO OCULAR KOLLER 1884 DEFINIÇÃO ANESTÉSICO LOCAL “Toda substância que, aplicada em concentração adequada, bloqueia de maneira reversível a condução nervosa” Flávio Massone − MEIOS MACÂNICOS: − GARROTE • Após alguns minutos a área garroteada torna-se insensível − COMPRESSÃO SOBRE O FEIXE NERVOSO • Ex: ao cruzar as pernas compressão do nervo tibial FORMAS FORMAS − MEIOS FÍSICOS: • ÉTER Por sua temperatura gelada, ao aplicar há insensibilização • GELO (crioanalgesia) Atua pela baixa temperatura (0oC) • CLORETO DE ETILA Caiu em desuso por causar euforia e síncope FORMAS MEIOS QUÍMICOS − -BLOQUEADORES • Propanolol − VENENOS PROTOPLASMÁTICOS • Álcool, fenol, ortocresol • Ação IRREVERSÍVEL − FENOTIAZINAS • Promazina e Levopromazina − ANESTÉSICOS LOCAIS DE AÇÃO ESPECÍFICA • Procaína, lidocaína, prilocaína, bupivacaína. ESTRUTURA QUÍMICA Estrutura molecular básica dos anestésicos locais OOOO N Porção Lipofílica (aromático) Cadeia Intermediária (Éster ou Amida) Porção Hidrofílica (grupo amina) − Anestésicos locais tipo éster: • Cocaína • procaína • tetracaína − Anestésicos locais tipo amida: • prilocaína • bupivacaína • lidocaína CLASSIFICAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO CLASSIFICAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO MECANISMO DE AÇÃO • Impedem a geração e a condução de impulsos nervosos na membrana nervosa • Envolve interações com canais de Na, na parte interna da membrana celular, bloqueando estes canais •Anestésico local forma iônica nos tecidos atravessando o epineuro e as membranas dissociação espaço intracelular forma catiônica interação com canais de Na impede a transmissão do impulso nervoso. Canal de sódio Base livre ALALH+ Forma ionizada Injeção ALALH+ ALH+ Membrana do nervo MECANISMO DE AÇÃO FARMACOCINÉTICA • Penetração gradativa através de sua forma não ionizada e sua ação se dá através de sua forma ionizada DISTRIBUIÇÃO - quando o fármaco ganha a corrente sangüínea BIOTRANSFORMAÇÃO - hidrólise enzimática tanto no plasma como no fígado (microssomos hepáticos) EXCREÇÃO - metabólitos ou fármaco íntegro são excretados pelos rins CARACTERÍSTICAS GERAIS PERÍODO DE LATÊNCIA Fatores que interferem: • Local da injeção; • Ação do anestésico local; • Associação com adrenalina; • Concentração do anestésico local; Sensibilidade diferencial das fibras. LOCAL DA INJEÇÃO − Níveis sangüíneos dependem da área que foi aplicada − Pode haver intoxicação... − Cautela em aplicações em mm. masseter, mm. intercostais e mucosas AÇÃO DO ANESTÉSICO LOCAL Anestésico Local produz paralisia vasomotora Fluxo sangue na área anestesiada MAIOR absorção para corrente circulatória ASSOCIAÇÃO COM ADRENALINA − Podemos discretamente a dose máx. − Não há efeitos colaterais − Cuidado com aplicação em extremidades (necrose) Vasoconstricção local Absorção mais lenta Do período hábil anestésico M= V x C CONCENTRAÇÃO DO ANESTÉSICO LOCAL − MUCOSAS Necessita de [ ] maiores Absorção SEM infiltração − Respeitar SEMPRE a dose máx. permitida − Quanto maior a [ ] menor o vol. máx. permitido − Fibras nervosas pequenas são mais susceptíveis − Fibras amielinizadas são bloqueadas mais rapidamente Fibras finas e de condução lenta: Efeitos mais rápido Fibras grossas e de condução Rápida: Efeitos mais Lento − Cada tecido pode ter uma quantidade diferente de canais Sensibilidade Diferencial das Fibras pKa = pH meio PH Reação em equilíbrio pH meio ˂ 7,4 Reação em dequilíbrio − SISTEMA NERVOSO CENTRAL excitação, convulsões crônicas. − SISTEMA CARDIOVASCULAR • miocárdio diminuição da excitabilidade elétrica, velocidade de condução e força de contração • vasodilatação hipotensão arterial Obs: Hipersensibilidade - rara EFEITOS COLATERAIS SINTOMAS TRATAMENTO − Em casos de INTOXICAÇÕES − Barbitúrico de duração ultracurta dose para antagonizar os sintomas − Oxigenação APREENSÃO COMPORTAMENTO IRRACIONAL CALAFRIOS, NÁUSEAS, VÔMITOS, OLHAR FIXO PERDA DE CONSCIÊNCIA TREMORES, OPSTÓTONO, CONTRAÇÕES MORTE CARACTERÍSTICAS IDEAIS... − Resistir à esterilização − Ação reversível e SEM seqüelas − Oferecer período hábil e conhecido − Não ser irritante ou tóxico − Preço razoável − Estável e solúvel em água − Compatível com vasopressores Apresentações: injetáveis, cremes, geléias, pomadas, aerossóis PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS E CLÍNICAS PROCAÍNA − Período hábil anestésico CURTO − Pouco solúvel em lipídios − Pouco poder de penetração − Absorvido rapidamente pela circulação − Inativa como anestésico tópico − Ação vasodilatadora − Uso com adrenalina − Menos potente que Lidocaína − Dose máxima 10 mg/kg TETRACAÍNA − Potente Anestésico Local de ação tópica − Lipossolúvel − Degradada mais lentamente que procaína − 10 vezes + tóxica que procaína − Dose máxima de 1 mg/kg − Em mucosas 1 a 2 % LIDOCAÍNA − 10 vezes + potente que cocaína − Potência e duração moderadas − Poder de penetração − Pouca vasodilatação − Ação tópica pouco eficaz (somente acima de 4% - usado 10%) − Bloqueios infiltrativos (0,5 a 2%) − Peridural (2%) − Dose máxima 7 mg/Kg (sem) e 9 mg/kg (com) vasoconstrictor BUPIVACAÍNA − 3 a 4 vezes + potente que LIDOCAÍNA − Altamente lipossoluvel − Período anestésico longo (2 a 4 horas) − Não produz vasodilatação − Dose máxima 2 mg/kg − Infiltração 0,25 a 0,5% TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA! LEMBRETE USO ANESTÉSICO − Anestesia tópica − Anestesia infiltrativa − Bloqueio regional − Anestesia espinhal − Anestesia intravenosa (bloqueio de Bier) − Anestesia intrarticular ANESTESIA TÓPICA − Usado para fins exploratórios • Olhos • Mucosas bucais • Mucosas nasais − Exemplos: • Lidocaína (0,5 a 5%) • Bupivacaína (0,25 a 0,50%) − Apresentações: injetáveis, cremes, geléias, sprays ANESTESIA TÓPICA ANESTESIA TÓPICA ANESTESIA INFILTRATIVA − Técnica bastante segura − Evitar em áreas fibrosas, gordurosas, com edema ou hemorragia e inflamadas INTRADÉRMICA Pequenas incisões em pele, retiradas de pequenos nódulos, biopsias de pele SUBCUTÂNEA − Bastante empregada − Desde pequenas incisões em pele até ruminotomia • Botão anestésico • Cordão anestésico • Figuras geométricas • Planas e profundas ANESTESIA INFILTRATIVA INDICAÇÕES: − Suturas de pele − Desde pequenas incisões a ruminotomias −Excisões tumorais −Biopsias de pele !!!!!!! −Castrações em equinos ANESTESIA INFILTRATIVA ANESTESIA INFILTRATIVA CORDÃO ANESTÉSICO BOTÃO ANESTÉSICO ANESTESIA INFILTRATIVA ENTRE GARROTES − Animais novos ou críticos − Reduz a dose BLOQUEIOS REGIONAIS Cabeça Nervo auriculotemporal Nervos zigomático, lacrimal e oftálmico Nervo maxilar Nervo infra-orbitário Nervo mentoniano Nervo mandibular BLOQUEIOS REGIONAIS Cabeça • Supra- orbitário • Infra-orbitário BLOQUEIOS REGIONAIS Órbita e Olho • Retrobulbar • Peribulbar BLOQUEIOS REGIONAIS Mandíbula e Dentes Inferiores • Forame mandibular • Forame mentoniano BLOQUEIOS REGIONAIS Nervos Intercostais − Indicado para o alívioda dor na região − Evitar em pacientes com doença pulmonar − Acesso: borda caudal da costela BLOQUEIOS REGIONAIS Bloqueio do Plexo Braquial − Tricotomia − Nervos do plexo • Nervo axilar • Nervo radial • Nervo ulnar • Nervos sub e supra escapular • Nervo mediano • Nervo toracodorsal − Bupivacaína 0,37% = 4 mg/kg ANESTESIA INTRAVENOSA DE BIER − Dessensibilização da extremidade anestesia dos nervos terminais dos tecidos periféricos (60-90 minutos) − Retorno da sensibilidade 5 a 15 minutos após liberação do torniquete − Analgesia residual 30 minutos REMOÇÃO DO TORNIQUETE DEVE SER GRADUAL (> 5 MINUTOS) − Complicações torniquete por mais de 1 hora necrose − Bupivacaína colapso cardiovascular e morte!!!!! ANESTESIA INTRAVENOSA DE BIER Bandagem de Esmarch diminuir o volume de sangue ANESTESIA EPIDURAL − Injeção de anestésico local no espaço epidural (dura- máter e canal vertebral) − Avaliação cuidadosa do quadro clínico do paciente Indicada em cirurgias: • membros pélvicos • região coxal • região anal • região perianal • região caudal ANESTESIA EPIDURAL Contra-indicada: • infecção no local da punção • hipovolemia • choque • distúrbios de coagulação • doenças degenerativas centrais ou periféricas •Local espaço intervertebral lombossacro ANESTESIA EPIDURAL Lateral Esternal Principais fármacos e doses empregadas Lidocaína 2% 1 mL p/ 5 kg Bupivacaína 0,5% 1 mL p/ 5 kg Morfina 0,07 mg/kg Butorfanol 0,25 mg/kg Xilazina (+ morfina) 0,02 mg/kg Cetamina 2 mg/kg ANESTESIA EPIDURAL −Traumatismo na medula espinhal − Irritação, inflamação e fibrose − Infecções (anti-sepsia inadequada) − Doses altas depressão respiratória − Hipotensão (bloqueio simpático) − Intoxicação arritmias e convulsões ANESTESIA EPIDURAL Principais Complicações TÉCNICAS DE ANESTESIA NAS DIFERENTES ESPÉCIES BOVINOS E PEQUENOS RUMINANTES ANESTESIA LOCAL CABEÇA − ANESTESIA PARA DESCORNA • Anestesia do nervo cornual (5-10ml de lidocaína 2%) • Anestesia infiltrativa circular (20-40ml de lidocaína) ANESTESIA LOCAL CABEÇA − ARGOLAMENTO • Tópica com lidocaína spray 10% • Infiltrativa (lidocaína 2%) 26 ANESTESIA LOCAL CABEÇA − ANESTESIA PARA ENUCLEAÇÃO • MPA e derrubamento • Anestesia infiltrativa das pálpebras e perineural do nervo retro-bulbar ANESTESIA LOCAL CABEÇA • NERVO SUPRA E INFRA-ORBITÁRIO • NERVO MENTONIANO • NERVO ALVÉOLO-MANDIBULAR ANESTESIA LOCAL TRONCO − PARAVERTEBRAL • Técnica útil para laparotomias • Anestesia aplicada ao lado da vértebra • Proceder aplicação percutânea T13-L1-L2 ao lado da apófise transversa • Evitar L3 para não ir a decúbito ANESTESIA LOCALTRONCO-PARAVERTEBRAL ANESTESIA LOCAL TRONCO − INFILTRATIVA NO FLANCO • Técnica útil para laparotomias • Anestesia aplicada em “L” invertido e em “L” duplo dando aspecto retangular ANESTESIA LOCAL TRONCO CÃES E GATOS ANESTESIA LOCAL - INFILTRATIVA CONCHOPLASTIA TRATAMENTO DE FERIDA BLEFAROPLASTIA ANESTESIA LOCAL – CIRURGIA OFTÁLMICA ANESTESIA LOCAL – CIRURGIA ODONTOLÓGICA ANESTESIA PARA ORQUIECTOMIA BLOQUEIO DO PLEXO BRAQUIAL - ORTOPEDIA CÃES E GATOS - ORTOPEDIA Amputação BLOQUEIO EPIDURAL − Tricotomia − Agulha Tuohy − Lidocaína 1 ml/5 kg BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL Punção BLOQUEIO EPIDURAL Teste da localização da agulha BLOQUEIO EPIDURAL Sinais instalação bloqueio BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL BLOQUEIO EPIDURAL TUMEFAÇÃO TUMEFAÇÃO EQUINOS E SUÍNOS ANESTESIA LOCAL Massone, 2003 Nervos supraorbital Nervos Infraorbital Nervos Metoniano ANESTESIA LOCAL Massone, 2003 ANESTESIA LOCAL ANESTESIA LOCAL Massone, 2003 ANESTESIAS ESPINHAIS Massone, 2003 ANESTESIA INTRA-ARTICULAR Massone, 2003 ANESTESIAS LOCAIS INFILTRATIVAS Intratesticular ANESTESIAS LOCAIS INFILTRATIVAS Massone, 2003 Cesarianas Hérnias ANESTESIAS LOCAIS INFILTRATIVAS Subcutânea em losango Massone, 2003 ANIMAIS SILVESTRES ANESTESIA LOCAL - INFILTRATIVA OBRIGADO!!! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: -CRAIG, C. R.; STIZEL, R. E. Farmacologia moderna. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1996. -FANTONI, D. T.; CORTOPASSI, S. R. G. Anestesia em cães e gatos. 1. ed. São Paulo: Roca,2002. -MASSONE, Anestesiologia Veterinária: Farmacologia e Técnicas 5 ed.Rio de janeiro Guanabara Koogan, 2008. Sites sugeridos: www.anestesiologia.com ANESTÉSICOS LOCAIS
Compartilhar