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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Unidade 5

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UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR
As competências para ensinar
O que nos torna professores? Como ser um bom professor ou um
professor competente? Estas questões são modernas e tiram o sono de
muitos que desejam ser professores. A docência é uma atividade que requer
um comprometimento e uma formação específica. Nesta unidade, iremos
estudar as 10 competências para ensinar segundo Philippe Perrenoud.
Philippe Perrenoud, suíço, doutor em sociologia e professor na
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de
Genebra, autor de várias obras na área da pedagogia e psicologia, tem
contribuído com vários estudos sobre a prática docente. Seus livros são
leitura obrigatória para os profissionais do ensino.
Perrenoud define 10 famílias de competências que não constituem
um inventário definitivo da prática docente, mas reúne as principais
características e exigências do mercado ser trabalho. Mas, o que é
competência?
Segundo Perrenoud (2000:15), “A noção de competência designará
uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar
um tipo de situação.”
Segundo Terezinha Azeredo Rios em seu artigo Competência ou
Competências – o novo e o original na formação de professores (In: ROSA,
D.E.G. e SOUZA,V.C (Org). Didática e Práticas de Ensino: interfaces com diferentes
saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. )
 “A competência guarda o sentido de saber fazer bem o dever. Na
verdade, ela se refere sempre a um fazer que requer um conjunto de saberes
e implica um posicionamento diante daquilo que se apresenta como
desejável e necessário. É importante considerar-se o saber, o fazer e o
dever como elementos historicamente situados, construídos pelos sujeitos
em sua práxis.”
Então, podemos resumidamente entender:
COMPETÊNCIA: Saber
Essa definição, ainda segundo Perrenoud, pode ser reunida em
quatro aspectos:
1 – As competências não são elas mesmas saberes, savoir-faire ou
atitudes, mas mobilizam, integram e orquestram tais recursos.
2 – Essa mobilização só é pertinente em situação, sendo cada
situação singular, mesmo que se possa tratá-la em analogia como outras,
já encontradas.
3 – Os exercícios da competência passam por operações mentais
complexas, subentendidas por esquemas de pensamento (Altet, 1996;
Perrenoud 2000), que permitem realizar (de modo mais ou menos eficaz)
uma ação relativamente adaptada à situação.
37
EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA
4 – As competências profissionais constroem-se em formação, e
também no sabor da navegação diária de um professor, de uma situação
de trabalho à outra (Le boterf, 1997).
Vamos agora apresentar cada uma das competências para a
formação dos professores. Segundo Perrenoud (2000) as competências
são:
1 – Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2 – Administrar a progressão das aprendizagens;
3 – Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4 – Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5 – Trabalhar em equipe;
6 – Participar da administração da escola;
7 – Informar e envolver os pais;
8 – Utilizar novas tecnologias;
9 – Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10- Administrar sua própria formação contínua.
Cada uma das competências estabelecidas por Perrenoud alerta
que o professor precisa tomar as rédeas da sua própria formação e
estruturar sua prática docente com seriedade e eficiência.
Não existe receita ou caminho delimitado para que o professor
desenvolva as competências necessárias a sua prática profissional, é preciso
caminhar, ou seja, é preciso querer agir. Apresentaremos algumas indicações,
que com certeza, poderão ajudá-lo no desenvolvimento de algumas
competências.
Organizar e dirigir situações de aprendizagem
Para organizar e dirigir situações de aprendizagem o primeiro passo
é ter pleno conhecimento do conteúdo a ser ensinado, só assim se tem
liberdade e segurança para construí-los em parceria com os alunos.
O segundo passo diz respeito ao planejamento das situações de
aprendizagem e seus objetivos. Ao se planejar deve se levar em
consideração o que os alunos pensam e sabem. Quando no processo
educativo, o professor parte do conhecimento real do aluno; fica mais fácil
se trabalhar na área definida por Vygotsky de zona de desenvolvimento
proximal, que deve ser a área de atuação do professor. Ao se trabalhar
nessa faixa fica mais fácil dialogar com o aluno, aproximá-lo do conhecimento
científico, compartilhar a reestruturação do sistema de compreensão do
mundo.
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UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR
As situações de aprendizagem, quando devidamente organizadas e
dirigidas, deverão ser sempre progressivas; os alunos interagem com elas
de tal forma, que o erro transforma-se em instrumento de aprendizagem o
que fortalece o interesse, a busca , a vontade de conhecer e saber.
Administrar a progressão das aprendizagens
Administrar a progressão das aprendizagens pressupõe trabalhar o
saber pensar. Uma ótima maneira para isso é a proposição de situações-
problema que envolvem dentre outras características: elaboração de
hipóteses, de estratégias, antecipação de resultados, argumentação,
validação de solução e reexame coletivo.
Envolve também a visão global do processo educativo. É preciso que
gradativamente se desenvolva habilidades e que se leve o aluno a construir
competências, para isso é preciso que se planeje cooperativamente, que
se acompanhe o desenvolvimento do aluno em todo o seu período de
formação, que se operacionalize várias formas de trabalho e que se
desenvolva mecanismos que permitam a (re)orientação de todo o processo.
Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Pensar estratégias diferenciadas para as aulas é o primeiro passo
para atender as especificidades dos alunos, para diversificar a maneira de
ensinar, dando oportunidade a todos de interagir ativamente com o processo
educativo. A tecnologia educacional pode ser um suporte no
estabelecimento de novas metodologias.
O envolvimento coletivo, a cooperação, a parceria entre alunos,
professores e equipe técnico-pedagógica facilita a definição de estratégias
de ensino-aprendizagem que vão ao encontro das reais necessidades dos
alunos.
Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
A aprendizagem é um processo pessoal e particular por isso é
importante que o aprendiz se envolva, tenha o desejo de aprender, de
saber. O professor deve ser capaz de encorajar, de estimular, de incentivar
o aluno a buscar o conhecimento. Para isso é preciso que a aprendizagem
seja significativa para o aluno.
A escola deve investir na cultura da auto-avaliação e da
responsabilidade sobre a aprendizagem em todos os envolvidos no
processo educativo, só assim haverá o envolvimento responsável com a
própria aprendizagem, além de permitir a aproximação da instituição escola
com os anseios da comunidade escolar e com a própria vida.
Trabalhar em equipe
O crescimento coletivo deve ser uma das principais metas do processo
educacional; esse crescimento só acontece quando se consegue trabalhar
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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA
em equipe. A escola é por natureza um espaço de cooperação, de partilha,
de troca.
A cultura da cooperação favorece o desenvolvimento de várias outras
competências, fortalece a co-responsabilidade, o desejo de colaboração, o
respeito ao outro, a capacidade de dialogar, de argumentar, de gerenciar
conflitos, de dividir tarefas e a autonomia do pensar.
O trabalho em equipe não deve ficar restrito às quatro paredes da
sala de aula, afinal é uma das grandes exigências do mundo contemporâneo.
Participar da administração da escola
Um dos objetivos da educaçãoescolar é a consolidação da cidadania;
essa consolidação acontece a partir de vivências cidadãs. O próprio sistema
educacional exige da escola um Projeto Político-Pedagógico, que é um projeto
coletivo. Portanto, o professor não pode isentar-se dessa participação.
Cada membro da comunidade educativa é responsável pelo processo
educativo, por isso a gestão da escola precisa ser transparente nas suas
escolhas e prestar contas delas. Cada profissional deve participar da
construção de estratégias coletivas de gestão sem perder de vista a
responsabilidade individual e coletiva de definir prioridades, de implementar
ações, de avaliar e avaliar-se.
Informar e envolver os pais
Um ensino verdadeiramente democrático é inclusivo. O processo de
inclusão envolve também a família e a própria comunidade que a escola
está inserida. Todos devem participar do processo educativo. A construção
de saberes é um bem comum que deve ser estimulado.
Os pais devem participar ativamente do processo de aprendizagem
dos filhos e partilhar com o professor suas angústias e inquietações, por
isso devem ser encarados como parceiros no processo educacional e não
como alienígenas prestes a invadir o território do professor.
Utilizar novas tecnologias
O mundo está muito próximo, o desenvolvimento de novas tecnologias
de informação e comunicação tem permitido uma transformação radical em
nossas maneiras de comunicar, trabalhar, decidir, pensar e agir. O nosso
aluno chega à escola com um grande cabedal de informações; o professor
não pode ficar alheio a isso, assim como, não pode mais pautar sua ação
pedagógica em antigos manuais didáticos.
O professor precisa utilizar as novas tecnologias em prol de seu
próprio aperfeiçoamento profissional, para enriquecer e aproximar da
realidade suas aulas, para desenvolver a habilidade de saber aprender,
para envolver o aluno em suas aprendizagens.
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UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR
As novas tecnologias nos apontam para uma nova modalidade de
ensino à distância, que passa a ser um novo mercado de trabalho para o
professor.
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Num mundo tão competitivo o professor deve estar preparado para
lidar com as desigualdades, com a violência, com os preconceitos, com a
discriminação. É preciso que professor e alunos possam elaborar uma
significação coletiva sobre todos esses problemas e possam (re)criar e
vivenciar novas regras para a convivência humana.
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão exigem valores,
e os comprometimentos pessoal e social do professor. Um comprometimento
com a complexidade do processo educativo, em que o senso de justiça, de
responsabilidade e de tolerância com as diferenças seja uma constante.
Administrar sua própria formação contínua
O professor enquanto profissional não pode ficar parado no tempo e
no espaço, é preciso estar aberto para novas aprendizagens, buscar
atualização constante, pesquisar sempre.
As práticas pedagógicas estão evoluindo, é preciso que o professor
busque sempre a autoformação, que utilize sua prática como ponto de
partida para novos estudos e pesquisas, que se permita experimentar,
inovar, transformar, que reflita sobre a sua práxis de forma individual e
coletivamente.
A ação pedagógica só dará um salto qualitativo quando o professor
investir na sua própria formação.
Administrar sua própria formação contínua
O professor enquanto profissional não pode ficar parado no tempo e
no espaço, é preciso estar aberto para novas aprendizagens, buscar
atualização constante, pesquisar sempre.
As práticas pedagógicas estão evoluindo, é preciso que o professor
busque sempre a autoformação, que utilize sua prática como ponto de
partida para novos estudos e pesquisas, que se permita experimentar,
inovar, transformar, que reflita sobre a sua práxis de forma individual e
coletivamente.
A ação pedagógica só dará um salto qualitativo quando o professor
investir na sua própria formação.
A docência no atual contexto educacional
Ensinar para promover competências está longe de ser um modismo
pedagógico, é uma tendência atual e exigência para a cultura e para o
trabalho, o convívio e a realização pessoal de cada sujeito.
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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA
Cada etapa da educação escolar é responsável por desenvolver um
tipo de competência. Luis Carlos de Menezes, em seu artigo ‘A competência
para promover competências’, estrutura que estas devam ser diluídas nas
etapas escolares.
Na educação infantil, as competências sócio-afetivas são as mais
exigidas, já que o vínculo familiar e a escola formam laços estreitos de
dependência e amizade.
No ensino fundamental, as competências expressivo-comunicativas
consolidam a inteligência lingüístico-verbal, concomitantemente com a
linguagem corporal. Essas são importantes para elaborar uma autonomia e
preparar para o trabalho coletivo.
Nos últimos anos do ensino fundamental e em todo ensino médio,
as competências cognitivo-interpretativas serão estimuladas, já que a
exigência da argumentação consolida as competências adquiridas
anteriormente.
Agora é possível, então, entender que ensinar a partir da filosofia
de competências não requer um manual, uma receita de bolo, em que
professores e alunos não encontram a fórmula para o sucesso. É necessário
situar a aprendizagem no tempo e espaço de sua própria construção e, aí
sim, estabelecer a maneira mais adequada de formar e educar.
LEITURA COMPLEMENTAR:
PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar
– Edição. Local de publicação: Artmed -2000.
É HORA DE SE AVALIAR
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA) .Interaja conosco!
Encerramos esta unidade. Acreditamos que a mesma contribuiu para
que você constatasse o desafio e as competências necessárias na atuação
do professor no atual contexto educacional.

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