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Tópicos Especiais 4 em Engenharia de Petróleo Resumo para AV1 https://1drv.ms/f/s!ArAzgwiaKT0jlBga36jUVAx2FIVn Rafael Sathler Aspectos gerais da completação Posto de maneira bem simples, a completação nada mais é do que a conexão do reservatório à unidade de produção na superfície, através da qual os fluidos produzidos são conduzidos de maneira segura e eficiente até a superfície. Uma definição mais abrangente seria a de transformação do esforço de perfuração em uma unidade produtiva completamente equipada e com os requisitos de segurança atendidos, pronta para produzir óleo e gás, gerando receitas. Aspectos gerais considerados A preparação do poço para a produção envolve técnicas de isolamento das zonas produtoras e testes de vazão e pressão do poço. Dependendo do potencial produtor do reservatório, vinculado às propriedades petrofísicas da rocha e das propriedades dos fluidos do reservatório, há necessidade da utilização de técnicas de estimulação química (acidificação), mecânica (fraturamento hidráulico) ou químico- mecânica, para se aumentar a produtividade do poço. Aspectos gerais considerados Dentre as principais operações de completação, destacam-se a descida do revestimento de produção, o posterior “canhoneio” (uma carga explosiva rompe o revestimento e coloca o reservatório produtor em comunicação com o poço), e a instalação final da cabeça de poço. A completação deixa o poço preparado tanto para a retirada quanto para a eventual injeção de fluidos no reservatório, quando necessária. Todas as operações sempre tem por objetivo permitir a produção econômica e segura de hidrocarbonetos. Barreiras de segurança operacional A integridade do poço é questão dominante em projetos de completação A indústria de petróleo adota mundialmente a noção da necessidade de duas barreiras de segurança durante toda a vida do poço: perfuração, completação, produção, e intervenções para manutenção (workovers). Adota-se a existência de dois envelopes de contenção, para eventual vazamento de fluido do reservatório até o ambiente, seja em terra ou mar. Barreiras de segurança operacional Qualquer caminho que o fluido produzido flua até o meio ambiente, teria que atravessar dois conjuntos de componentes - chamados de barreiras de segurança - que funcionam bloqueando sua passagem. Tais envelopes contém dispositivos de segurança, barreiras operadas remotamente, que a qualquer momento podem ser fechadas. E.G.: a coluna de produção e a válvula de segurança de subsuperfície, instalada abaixo da árvore de natal, formam o envelope primário. Barreiras de segurança operacional Externamente ao envelope primário, o espaço anular entre a coluna de produção e o revestimento de produção, contando com as válvulas da árvore de natal e o packer de produção, formam o envelope secundário de barreiras de segurança. Packer (obturador) de produção: veda o espaço anular entre a coluna de produção e o revestimento. Pode ser recuperável ou permanente. Recuperável - assentamento mecânico (rotação da coluna, seguida de aplicação de peso ou tração) ou hidráulico (pressurização da coluna) Aspectos técnicos e operacionais Quanto aos aspectos técnico e operacional, deve-se buscar a otimização da vazão de produção (ou de injeção) e tornar a completação a mais permanente possível, ou seja, aquela que minimize a necessidade de intervenções futuras para a manutenção do poço (as chamadas operações de workover). Aspectos econômicos • Investimento necessário; • Localização do poço (mar ou terra); • Tipo de poço (pioneiro, extensão, desenvolvimento); • Finalidade (produção, injeção); • Fluidos produzidos (gás seco, óleo, óleo e gás, óleo e água) • Volumes e vazões de produção esperados; • Número de zonas produtoras atravessadas pelo poço; Aspectos econômicos • Possível mecanismo de produção do reservatório; • Necessidade de estimulação (aumento da produtividade); • Controle ou execução da produção de areia; • Possibilidade de restauração futura do poço; • Tipo de elevação dos fluidos (natural ou artificial); • Necessidade de recuperação suplementar Métodos de completação de poços Os métodos de completação de poços podem variar conforme condições geológicas e geográficas encontradas no local de perfuração e extração de hidrocarbonetos, especialmente no que se refere à localização: • Em terra • Em mar raso • Em águas profundas Por conta disso, posicionamento da cabeça de poço, tipo de revestimento e número de zonas plotadas, podem variar consideravelmente. Quanto ao posicionamento da cabeça do poço A cabeça de poço é constituída de diversos equipamentos que permitem a ancoragem e vedação das colunas de revestimento na superfície. Os equipamentos são: • a cabeça de revestimento • o suspensor • o carretel de revestimento • a cabeça de produção • e o carretel de perfuração Quanto ao revestimento de produção Pode ser: poço aberto, liner rasgado, revestimento canhoneado. A poço aberto Suas principais vantagens são a maior área aberta ao fluxo e a redução dos custos do revestimento e do canhoneio. Em reservatórios naturalmente fraturados ela deve ser utilizada para evitar o dano à formação causado pelo cimento. A principal desvantagem da completação a poço aberto é a falta de seletividade, que impede futuras correções quando há produção de fluidos indesejáveis. como, por exemplo, excessiva produção de gás ou água nos poços de óleo Liner rasgado O liner pode ser descido previamente rasgado, posicionando os tubos rasgados em frente às zonas produtoras. Embora em desuso nos poços convencionais, pode encontrar uma boa aplicação em poços horizontais. Vantagem de sustentar as paredes do poço frente à zona produtora. Desvantagem do custo adicional. Revestimento canhoneado É o tipo de completação mais utilizado atualmente. O poço é perfurado até a profundidade final e, em seguida, é descido o revestimento de produção até o fundo do poço, sendo posteriormente cimentado o espaço anular entre os tubos de revestimento e a parede do poço. Finalmente, o revestimento é canhoneado frente aos intervalos de interesse, mediante a utilização de cargas explosivas (jatos), colocando assim o reservatório produtor em comunicação com o interior do poço. Revestimento canhoneado As principais vantagens da completação a poço revestido estão na seletividade da produção (ou injeção de fluidos) em diversos intervalos de interesse e na maior facilidade das operações de restauração ou estimulação. O diâmetro único do revestimento em todo o poço também evita alguns problemas operacionais. A principal desvantagem é o custo adicional do revestimento e do canhoneio, além da possibilidade de dano à formação que a operação de cimentação pode causar. Quanto ao número de zonas plotadas No que se refere ao número de formações ou número de áreas em uma mesma formação que serão extraídas Simples Ocorre quando uma única tubulação (coluna de produção) metálica é descida no interior do revestimento de produção, da superfície até próximo à formação produtora. Esse tipo de completação possibilita produzir de modo controlado e independente somente uma zona de interesse Múltipla Completações múltiplas permitem produzir ao mesmo tempo duas ou mais zonas ou reservatórios diferentes, através de uma ou mais colunas de produção descidas no mesmo poço. As completações múltiplas são mais econômicas porque permitem diminuir o número de poços necessários para produzir um determinado campo. Múltipla Seletiva Na seletiva, uma coluna de produção apenas é equipada de forma a permitirprodução de duas zonas em conjunto ou uma das zonas alternativamente. Múltipla Dupla Na completação dupla, há produção de duas zonas de modo controlado e independente, através de duas colunas de produção com dois obturadores. Coluna de produção Importante componente na engenharia de completação de poços Única passagem para condução dos fluidos durante a produção de óleo e gás e para injeção de água e gás. Seu projeto científico e prático pode reduzir a carga de trabalho das operações de fundo do poço, assegurar a segurança dos poços, e prolongar o período de intervenção: deve-se evitar qualquer manobra para troca da coluna de produção por mais de 20 anos após sua descida. Funções da coluna de produção única Combinação do canhoneio e completação Acidificação seletiva por estádios, fraturamento e interrupção de água Detecção de água de fundo do poço (estágios, medição de pressão, testes) Circulação completa ou por estágios Controle de pressão no anular revestimento-coluna Injeção de inibidor de corrosão pelos packers no topo dos reservatórios Manobras de pressão, instalação de válvula de segurança anti-erupções Operação de instalação O tamanho da coluna de produção e o método de produção são selecionados e determinados pelo projeto estrutural do poço, encargo da engenharia de perfuração, com base no revestimento de produção estipulado. Operações de produção são limitadas pela dimensão do revestimento de produção. Portanto, a dimensão racional da coluna de produção deve ser determinada em primeiro lugar, com base na dimensão mínima admissível do revestimento de produção. Tubo de produção É o componente de maior consumo e custo em uma coluna de produção. Usado para conduzir a produção desde a formação até à superfície, ou para conduzir o gas-lift no sentido contrário A seleção da tubulação a ser empregada num determinado poço leva em conta o diâmetro interno do revestimento de produção, a vazão de produção esperada, o tipo de fluido a ser produzido e os esforços mecânicos a serem suportados. Packer de produção O obturador, ou packer, promove a vedação do espaço anular entre o revestimento e a coluna de produção, em determinada profundidade, e: - protege o revestimento (acima dele) contra pressões da formação e fluidos corrosivos; - possibilita a injeção controlada de gás, pelo anular, nos casos de elevação artificial por gas-lift; - permite a produção seletiva de várias zonas por uma única coluna de produção (com mais de um packer). Packer de produção Os packers são constituídos por borrachas de vedação, cunhas, pinos de cisalhamento para assentamento e pinos (ou anel) de cisalhamento para desassentamento. Podem ser dos tipos recuperável ou permanente Camisa deslizante (sliding sleeve) As camisas deslizantes podem ser utilizadas em completações seletivas, possibilitando colocar em produção ou isolar zona(s) empacotada(s) por dois packers. Possui uma camisa interna que pode ser aberta ou fechada, quando necessário, através de operações com cabo. A área de fluxo normalmente é equivalente à seção da coluna de produção, e destina-se a promover a comunicação anular-coluna ou coluna-anular. Válvula de segurança de subsuperfície (DHSV) Posicionado cerca de 30 m abaixo da superfície, ou fundo do mar, que tem a função de fechar o poço em casos de emergência. Estando dentro do poço, não pode ser danificada por fogo ou colisão, o que garante a sua operacionalidade nas situações de emergência, quando efetivamente é necessária. Contem uma mola que tende a fechá-la, sendo mantida na posição aberta através de uma linha de controle conectada à superfície, permanentemente pressurizada. Havendo despressurização dessa linha, a válvula se fecha Válvula de segurança de subsuperfície (DHSV) Dois principais tipos de DHSV (Down Hole Safety Valve): - as enroscadas na coluna, conhecidas como tubing mounted, que são montadas diretamente na coluna de produção; - as insertáveis, ou wireline retrievable, instaladas após a descida da coluna através de operação com cabo Mandris de gas-lift Componentes da coluna de produção para alojar válvulas que permitirão a circulação de gás do anular para a coluna de produção Podem ser assentadas e retiradas através de operações a cabo e destinam-se à elevação artificial por gas-lift. São excêntricos: as bolsas de assentamento das válvulas na lateral do mandril só são acessíveis com ferramentas (desviadores) através de operações com cabo. Assim, os mandris mantêm um diâmetro interno igual ao dos tubos de produção
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