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Lei de Drogas

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Lei de Drogas 
(Lei nº. 11.343/2006) 
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Principais características 
I – LD usa a expressão drogas 
 Lei nº. 6.368/1976 – expressão entorpecente 
II – Norma Penal em Branco (NPB) 
 Definição de Drogas - Portaria nº. 344/98 SVS/MS
 Substância capaz de causar dependência 
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Art. 28 da LD - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
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Objetividade jurídica 
 Tutela da saúde pública 
 Vida e saúde de cada cidadão 
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Sujeitos do art. 28 da LD 
 Ativo 
 Qualquer pessoa - crime comum 
 Passivo 
 Estado 
 Coletividade – crime vago 
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Condutas (VNT) 
 Crime de ação múltipla 
 Tipo misto alternativo 
 Obs.: pratica de mais de um VNT não configura concurso de crimes
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Pergunta-se 
Pune-se o agente que é surpreendido logo após fumar um “cigarro” de maconha?
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Pergunta-se 
Pune-se o agente que é surpreendido logo após fumar um “cigarro” de maconha?
 Não há punição 
 Jamais se comprova a materialidade delitiva 
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Pergunta-se 
Pune-se o agente que é surpreendido usando droga?
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Pergunta-se 
Pune-se o agente que é surpreendido usando drogas?
 Divergência doutrinária / jurisprudencial 
 Há punição – para fumar o agente necessita trazer consigo 
 Não há punição – ausência de materialidade delitiva
 LD não pune a conduta de usar drogas
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Consumo pessoal 
 Art. 28, §2º, da LD - Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à (i) natureza e (ii) à quantidade da substância apreendida, ao (iii) local e às (iv) condições em que se desenvolveu a ação, (v) às circunstâncias sociais e (vi) pessoais, bem como à (vii) conduta e aos (viii) antecedentes do agente
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Cuidado 
 Trazer consigo pequena quantidade de drogas não implica, por si só, posse para o consumo pessoal 
 P.ex.: traficante – pequena quantidade de drogas – venda da maior parte da droga 
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Cuidado 
 Trazer consigo grande quantidade de drogas não implica, por si só, tráfico de drogas 
 P.ex.: usuário – receio de frequentar locais de risco para adquirir droga – aquisição de grande quantidade 
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Cuidado 
 Quantidade ínfima de drogas
 STF – não aplicação do princípio da insignificância 
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“(...) sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (...)”
 Norma penal em branco 
 Portaria nº. 344/98 SVS/MS
 Poder Executivo da União 
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Elemento subjetivo 
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Consumação 
 Prática de qualquer dos VNT 
 Crimes permanentes 
 Momento consumativo se prolonga no tempo 
 Guardar e Ter em depósito 
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Tentativa 
 Regra: não admite 
 Exceção
 Adquirir (divergência) 
 P.ex.: Tentar adquirir – surpreendido pela PM
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Consequências do art. 28 da LD 
I - advertência sobre os efeitos das drogas
II - prestação de serviços à comunidade
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
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Atenção
Pena ou medida educativa 
 LD utiliza as duas expressões no art. 28 
 P.ex.: 
 Caput: “ (..) será submetido às seguintes penas (..)”
 §6º: “(..) Para garantia do cumprimento das medidas educativas (..)”
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Art. 27 da LD - As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor
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I - advertência sobre os efeitos das drogas
 Juiz deverá aplicá-la: 
 Audiência preliminar 
 Audiência específica para este fim 
 Lavrado termo e subscrito pelos presentes 
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II - prestação de serviços à comunidade
 Seguirá o disposto no Código Penal
 Art. 46, §1º, CP - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado
 Art. 46, §3º, CP - As tarefas (...) serão atribuídas conforme as aptidões do condenado
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 Art. 28, §5º, LD - A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas
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 Prazo da PSC 
 Máximo de 5 meses (art. 28, §3º, LD) 
 Reincidência (art. 63 do CP) 
 Máximo de 10 meses (art. 28, §4º, LD)
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III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
 Prazo da medida 
 Máximo de 5 meses (art. 28, §3º, LD) 
 Reincidência (art. 63 do CP) 
 Máximo de 10 meses (art. 28, §4º, LD)
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Art. 28, §6º, da LD - Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal
II – multa
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I - admoestação verbal
 Censura verbal feita pelo juiz 
 Objetivo: fazer com que o agente cumpra a medida que lhe foi imposta 
 Audiência designada para esse fim 
 Lavrado termo e subscrito pelos presentes
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II – multa (art. 29 da LD) 
 Sanção pecuniária – Fundo Nacional Antidrogas 
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Art. 28, §1º, da LD - Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica
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Consequências do art. 28, §1º, da LD 
I - advertência sobre os efeitos das drogas
II - prestação de serviços à comunidade
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
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Competência (art. 48 LD) 
 Juizado Especial Criminal 
 Lei nº. 9.099/95
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Art. 28 LD e Prisão em flagrante
 (art. 48, §2º, LD) 
 Vedada a prisão em flagrante delito 
 Agente será encaminhado 
 Juízo competente 
 Autoridade policial para lavratura do T.C. 
 Compromisso de comparecer ao juízo competente
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Título IV da LD
Da Repressão à Produção não autorizada e ao Tráfico ilícito de Drogas
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Art. 31 da LD - É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais
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Cuidado
 Pessoa desvia a autorização 
 P.ex.: autorização para plantar, mas não para vender 
 Equivale a ausência de autorização 
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Plantações ilícitas de Drogas (art. 32 da LD) 
 Destruição imediata
 Feita pela autoridade de polícia judiciária 
 Obs.: Recolher quantidade suficiente para exame pericial e contraprova 
 Lavrado auto de levantamento das condições e delimitação do local 
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 Destruição da droga (art. 50-A da LD) (*)
 Máximo de 30 dias 
 Destruição por incineração 
 Obs.: Recolher quantidade suficiente para exame pericial e contraprova 
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Atenção (*) 
 Incineração será precedida de 
 Autorização do Juiz 
 Prévia oitiva do Ministério Público
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 Incineração será acompanhada
 Pelo Ministério Público 
 Autoridade Sanitária competente 
 Medida após a incineração 
 Lavratura do auto circunstanciado 
 Realização
de perícia no local 
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Art. 32, §4º, LD - As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas (...) 
 Expropriada é uma sanção de desapropriação 
 Poderá ser decreta 
 Pelo juiz da condenação 
 MP ajuizando processo civil
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 Art. 243 da CF - As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei
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Capítulo II 
Dos Crimes de Tráfico Ilícito de Drogas 
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Art. 33 LD - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa
18 V.N.T.
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Sujeito ativo 
 Qualquer pessoa (crime comum) 
 Obs.: V.N.T. “prescrever” (majoritária) 
 Crime próprio 
 Médico ou dentista tem condições de receitar 
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Sujeito passivo 
 Sociedade 
 Saúde Pública 
 Saúde individual 
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Condutas (V.N.T.) 
 Delito plurinuclear (ou crime de ação múltipla) 
 18 condutas - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente
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“(...) sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (...)”
 Norma penal em branco 
 Portaria nº. 344/98 SVS/MS
 Poder Executivo da União 
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Consumação (divergência) 
 Condutas instantâneos – Adquirir, fornecer, vender, etc. 
 Admitem tentativa 
 Condutas permanentes – ter em depósito, guardar, trazer consigo e expor à venda
 Não admitem tentativa 
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Elemento subjetivo 
 Dolo 
 Finalidade de tráfico 
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Pergunta-se 
Qual crime prática o agente que vende drogas para criança e adolescente? Responsabilidade penal perante o art. 33 LD ou art. 243 ECA? 
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Art. 243 ECA – Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave
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Pergunta-se 
Pessoa se encontra em situação de miserabilidade e vende drogas para sobreviver, pode alegar estado de necessidade?
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Pergunta-se 
Pessoa se encontra em situação de miserabilidade e vende drogas para sobreviver, pode alegar estado de necessidade?
 Não justifica apelo a recurso ilícito 
 Moralmente reprovável e socialmente perigoso 
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Circunstâncias indicativas do tráfico de drogas 
(art. 52, I, LD) 
 Quantidade e natureza da substância 
 Local e condição em que se desenvolveu a ação criminosa 
 Circunstância da prisão 
 Conduta, qualificação e os antecedentes do agente 
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Tráfico privilegiado 
Art. 33, §3º, LD - Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28
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Requisitos (art. 33, §3º, LD) 
 Oferecer a droga eventualmente 
 Sem objetivo de lucro direto ou indireto 
 A pessoa de seu relacionamento 
 Para juntos consumirem 
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Conduta (V.N.T.) 
 Oferecer
 Crime formal 
 Consuma-se independente de resultado naturalístico 	
 Aceitação e consumo conjunto da droga 
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Tráfico equiparado 
Art. 33, §1º, LD - Nas mesmas penas incorre quem: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa
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Art. 33, §1º, LD - Nas mesmas penas incorre quem (I) importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas
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Obs.: Necessidade de perícia
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“(...) matéria-prima é a substância de que podem ser extraídos ou produzidos os entorpecentes ou drogas que causam dependência física ou psíquica. Não há necessidade de que as matérias-primas tenham já de per si os efeitos farmacológicos dos tóxicos a serem produzidos, basta que tenham as condições e qualidades químicas necessárias para, mediante transformação, adição, etc., resultem em entorpecentes ou drogas análogos (...) (Vicente Grego Filho) 
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 Elemento subjetivo 
 Dolo 
 Consumação 
 Admite tentativa (doutrina) 
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Art. 33, §1º, LD - Nas mesmas penas incorre quem (II) semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas
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Obs.: Relação de especialidade 
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Atenção 
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Elemento subjetivo 
 Dolo 
 Ciência de que a planta constitui matéria-prima para a preparação de drogas
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Consumação
 Com a prática de qualquer das condutas 
 “Cultivar” – Crime permanente 
 Admite tentativa (doutrina) 
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Art. 33, §1º, LD - Nas mesmas penas incorre quem (III) utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas
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 P.ex.: Se o proprietário do imóvel consente, mesmo que gratuitamente, em emprestá-lo para guardar droga que vai abastecer a região
 Proprietário – art. 33, §1º, III, LD 
 Quem pediu emprestado – art. 33, caput, LD 
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Consumação 
 “Utilizar” - Efetivo proveito do local 
 Admite tentativa
 “Consentir” - Basta a mera permissão
 Admite tentativa apenas na modalidade escrita 
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Atenção 
 Conduta do agente visa facilitar o uso de terceiros
 Não caracteriza art. 33, §1º, III, LD 
 Mas sim art. 33, §2º, LD
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Art. 33, §2º, LD - Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa
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 Sujeito ativo 
 Crime comum 
 Sujeito passivo 
 Primário – Estado 
 Secundário – induzido, instigado ou auxiliar ao uso 
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Condutas (V.N.T.) 
P.ex.: leva a pessoa para adquirir a droga, apresentar um traficante, emprestar dinheiro 
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Consumação 
 Crime formal (majoritária na doutrina) 
 Efetivo uso da droga é dispensável 
 Não admite tentativa 
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Cuidado
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Dos crimes contra a Paz Pública 
Apologia de crime ou criminoso 
Art. 287 do CP - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa
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Tráfico privilegiado 
Art. 33, §4º, LD - Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços (...) desde que o agente seja (i) primário, de (ii) bons antecedentes, (iii) não se dedique às
atividades criminosas nem (iv) integre organização criminosa.
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Art. 34 LD - Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
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Art. 35 LD - Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
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Consumação 
 Com a formação da associação criminosa 
 Independe da prática de qualquer dos crimes previstos no caput 
 Não admite (majoritária na doutrina) 
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Art. 35, § único, LD - Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
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Art. 36 LD - Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa
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Classificação do crime 
 1ª Corrente (majoritária – Nucci) 
 Não é crime habitual 
 Consuma-se com a prática de qualquer ato indicativo do sustento 
 Admite tentativa
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 2ª Corrente (minoritária) 
 Crime habitual 
 “(...) prática reiterada de crimes (...)”
 Não admite tentativa
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Art. 37 LD - Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
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Sujeito ativo 
 Qualquer pessoa (crime comum) 
 Se for funcionário público 
 Incide causa de aumento de pena (art. 40, II, LD) 
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Cuidado 
 Conduta do informante deve ser eventual 
 Se a conduta for permanente e estável o informante
 Incidirá no art. 35 LD 
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Consumação 
 Qualquer ato indicativo de efetiva colaboração 
 Admite tentativa na modalidade escrita 
 P.ex.: Carta interceptada 
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Art. 38 LD - Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
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 Sujeito ativo 
 Médicos, dentistas, farmacêuticos é profissionais da enfermagem 
 Sujeito passivo 
 Coletividade 
 Pessoa que recebe a droga 
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Consumação 
 Modalidade prescrever 
 Com a entrega da receita ao paciente 
 Modalidade ministrar 
 Momento da aplicação da droga 
 Obs.: Crime culposo – não admite tentativa 
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Art. 39 LD - Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem
 Sujeito ativo – crime comum 
 Sujeito passivo – coletividade 
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa
Art. 39, § único, LD - As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros
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“(...) expondo a dano potencial a incolumidade de outrem (...)” 
 Crime de perigo concreto difuso 
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Consumação 
 Com a condução anormal 
 Rebaixando o nível de segurança 
 Não admite tentativa (majoritária) 
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Art. 40 da LD - As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se
 Não incidência
 Art. 38 LD – culposa 
 Art. 39 LD – embarcação / aeronave 
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I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito
 Competência: Justiça Federal 
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II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância
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III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos
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IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva
 P.ex.: Toque de recolher nos morros 
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V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal
 Tráfico Interestadual
 Competência da Justiça Estadual
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VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação
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Delação Premiada 
 Art. 41 LD - O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na (i) identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na (ii) recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços
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Fixação da multa no art. 43 LD 
 Aplicação – arts. 33 a 39 da LD 
 Juiz deve observar a condição econômica de cada um dos acusados 
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 Concurso de crimes 
 Penas de multa serão cumulativas 
 Juiz entender que a PM é ineficaz 
 Aplicá-la até o décuplo 
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Art. 44 LD - Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
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Liberdade provisória 
 Crimes hediondos e os equiparados passaram a suportar liberdade provisória sem fiança 
 Art. 2º da LCH
 Posição não é pacífica nos tribunais 
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“(...) vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos (...)”
 HC nº. 97256/RS – STF 
 Declarou a inconstitucionalidade da vedação 
 Alterar art. 33, §4º, e 44 da LD 
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Art. 45 da LD - É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Conceito de imputabilidade 
 Possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal
 LD define a inimputabilidade 
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 LD adotou a teoria biopsicológica 
 Leva em conta: 
 Capacidade de entendimento 
 Autodeterminação 
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Autodeterminação 
 É o conjunto de condições pessoais que confere ao sujeito ativo a capacidade de discernimento e compreensão para entender seus atos e determinar-se conforme esse entendimento
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Art. 56, §2º, LD - A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias
 Alegação da dependência toxicológica em defesa preliminar (art. 55 da LD) 
 Incidente de insanidade (art. 149 e ss do CPP) 
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Art. 45, § único, LD - Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado
 Absolvição imprópria – Medida de segurança (art. 96 CP) 
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Duas espécies de M.S. (art. 96 e 97 do CP) 
I – Internação em hospital de custódia (ou detentiva) 
 Crime apenado com reclusão 
II – Tratamento ambulatorial (ou restritiva) 
 Crime apenado com detenção 
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Prazo da M.S. 
 Mínimo de 1 a 3 anos 
 Ausência de prazo máximo 
 STF (HC 107.432/RS – j. 24.05.11) 
 Inconstitucional 
 Prazo máximo de 30 anos (art. 75 do CP) 
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Hipóteses da perícia médica 
 Permanência da periculosidade 
 Exame será repetido de ano em ano 
 Cessão da periculosidade 
 Juiz determinará a desinternação ou liberação provisória (art. 97, §3º, do CP) 
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Semi-imputabilidade 
Art. 46 LD - As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
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 Reconhecido a semi-imputabilidade o juiz deverá 
 Reduzir a pena imposta 
 Tratamento médico 
 Obs.: Aplicação cumulativa 
 Exceção ao sistema vicariante do art. 98 do CP
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Procedimento Penal na LD 
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 Duas procedimentos na LD 
 Posse para consumo pessoal 
 Tráfico de drogar 
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Procedimentos na posse para consumo pessoal 
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I – Definição da tipificação da conduta 
 Feita pela autoridade 
 Critérios – art. 28, §2º, LD 
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II – Lavratura do Termo Circunstanciado 
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III – Encaminhamento ao autor dos fatos 
 Ao JECRIM 
 Lavratura do TC com compromisso de comparecimento ao juízo competente 
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IV – Requisição dos exames e perícias necessárias 
 Exame de constatação da substância 
 Perícias eventuais 
 Petrechos apreendidos 
 Exame de corpo de delito 
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V – JECRIM 
 Presença do autor e do defensor 
 Ministério Público oferece proposta de transação penal 
 Advertência 
 Prestação de serviços à comunidade 
 Comparecimento a programas ou cursos educativos 
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VI – Aceita a proposta 
 Aceitação pelo
 Autor do fato 
 Seu defensor 
 Homologação do juiz 
 Imposição da pena imposta 
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 Não aceitação da proposta 
 M.P. oferece denúncia oral 
 Observar o rito do art. 77 e ss da Lei nº. 9.099/95 
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Procedimentos no tráfico de drogas 
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Seção I 
Da Investigação 
(art. 50 ao 53 da LD) 
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I – Prisão em flagrante 
 Condução do agente à Delegacia de polícia 
 Lavratura do auto de prisão em flagrante 
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II – Comunicação da prisão ao juiz competente
 Período: 24 horas 
 Juiz dará vista dos autos ao MP 
 Análise da legalidade do ato 
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III – Elaboração de laudo de constatação 
 Objetivo: materialidade delitiva 
 Verificação 
 Natureza 
 Quantidade da droga 
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 Laudo será firmado 
 Perito oficial 
 Na falta deste, por pessoa idônea 
 Obs.: Perito subscritor não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo (ou laudo de exame químico toxicológico) 
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IV – Conclusão do IP 
 Prazo 
 Réu preso – 30 dias 
 Réu solto – 90 dias 
 Obs.: Prazos podem ser duplicados pelo juiz 
 Ouvido o MP 
 Mediante justificativa da autoridade policial 
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V – Remessa dos autos de I.P. ao juízo
 Autoridade policial fará 
I – Relatório sumário 
II – Requer a devolução dos autos para realização de diligências necessárias 
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Art. 52, I, LD - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente
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 Autos serão encaminhados ao juízo sem prejuízo da realização de diligências complementares 
 Serão encaminhadas ao juízo até 3 dias da audiência de instrução e julgamento 
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 LD prevê (art. 53) 
I - Infiltração policial 
II - Entrega vigiada 
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Art. 53 LD - Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios
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Infiltração policial 
Art. 10 da Lei nº. 12.850/2013 - A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites
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Art. 11 da Lei nº. 12.850/2013 - O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração
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Art. 13 da Lei nº. 12.850/2013 - O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados
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Art. 13, § único, da Lei nº. 12.850/2013 - Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa
 Angariar a confiança dos integrantes da organização criminosa 
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Entrega vigiada 
 “(...) retardamento da intervenção policial, apesar de o fato criminoso já se encontrar numa situação de flagrância (...)” (Andreucci) 
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Art. 53, II, LD - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível
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professor.irineu.ruiz@gmail.com
Nome / UMC / Tópicos Penais 
Irineu Ruiz

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