Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contabilidade para Executivos MBA em Gestão Empresarial Contabilidade para Executivos Fabiano Simões Coelho fabiano@fabianocoelho.com.br http://www.fabianocoelho.com.br Realização Fundação Getulio Vargas FGV Management Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao(s) autor(es). COELHO, Fabiano Simões. Contabilidade para Executivos. 1ª Rio de Janeiro: FGV Management – Cursos de Educação Continuada. 247 p. Bibliografia 1. Contabilidade Coordenação Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo Coordenadores de Área: Prof. Ernani Hickmann Prof. José Carlos Sardinha Prof. Marilson Gonçalves Prof. Ronaldo Andrade Profa. Sylvia Constant Vergara. A sua opinião é muito importante para nós Fale Conosco! Central de Qualidade – FGV Management * ouvidoria@fgv.br Contabilidade para Executivos Sumário PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................................ 1 EMENTA ............................................................................................................................. 1 CARGA HORÁRIA TOTAL..................................................................................................... 1 OBJETIVOS......................................................................................................................... 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.............................................................................................. 1 METODOLOGIA .................................................................................................................. 2 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................. 2 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................... 2 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR............................................................................ 3 3 - MATERIAL COMPLEMENTAR................................................................................ 4 3.1 - EXERCÍCIOS............................................................................................................ 4 3.1.1 - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ....................................................................................... 4 3.1.1.1 - Familiarização com a mecânica contábil .................................................................. 4 3.1.2 - FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL............................................. 6 3.1.3 - DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.......................................... 7 3.1.3.1 - O DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE UMA EMPRESA COMERCIAL...... 7 3.1.3.2 - Exercício de Fixação: Cia. Camisaria Mammy S.A................................................... 8 3.1.3 D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA........................................................................... 9 3.1.3.1 – EXERCÍCIO 01 – EMPRESA COMERCIAL.......................................................... 9 3.1.3.2 - EXERCÍCIO 02 – EMPRESA COMERCIAL......................................................... 9 3.1.3.3 - EXERCÍCIO 03.1 – EMPRESA COMERCIAL....................................................... 9 3.1.3.4 - EXERCÍCIO 03.2 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 3.1.3.5 - EXERCÍCIO 04.1 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 3.1.3.6 - EXERCÍCIO 04.2 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR ....................................................................................... 11 3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE..................................11 3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA...................................................................12 3.3.2 - ANÁLISE PRAZOS MÉDIOS............................................................................... 14 CIA IPIRANGA – 98-2000 .............................................................................................. 17 3.3.3 - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - AMBEV............................................. 18 3.3.5 - CASO PARA ESTUDO – VARIG S.A. ..............................................................................25 3.4 EBITDA..................................................................................................................... 28 3.5 D.V.A.......................................................................................................................... 47 3.6 TRANSPARÊNCIAS................................................................................................. 54 Contabilidade para Executivos 1 Programa da disciplina EMENTA Contabilidade e o significado dos relatório econômicos-financeiros. Balanço: significado das contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Variações no Patrimônio líquido: receita, despesa e resultado. Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e o fluxo de caixa. Análise dos demonstrativos financeiros: índices de performance operacional, índices de investimento e índices de endividamento. CARGA HORÁRIA TOTAL 24 horas/aula OBJETIVOS O alunos deverá, ao final do módulo, ser capaz de: Ô Reconhecer o significado das informações constantes nos relatórios econômico- financeiros, especialmente no Balanço Patrimonial (BP), nas Demonstrações de Resultado do exercício (DRE), de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e de Fluxo de Caixa (DFC); Ô Compreender o fluxo da informação contábil até os seus reflexos nas demonstrações contábeis; Ô Compreender os conceitos de Liquidez, Segurança e Rentabilidade para efeitos de avaliação econômico-financeira; Ô Executar uma análise elementar da saúde financeira da empresa com base em índices específicos; CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Significado das informações dos relatório econômicos-financeiros: Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado do Exercício. As informações financeiras, seu significado e seus principais usuários. O processo contábil: o fluxo da informação financeira e seu registro no Balanço Patrimonial. Descrição do processo contábil e do fluxo da informação contábil. Os fatos geradores e seus reflexos no patrimônio da empresa. As informações do Balanço relacionadas com A estrutura do Balanço Patrimonial. Contabilidade para Executivos 2 o Ativo e as com o Passivo: o retorno do ativo frente a demanda dos investidores. Classificação das contas: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Grupos de contas. A compreensão das informações do Demonstrativo de Resultado do Exercício para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício. Receitas, Despesas e suas classificações. O lucro: bruto, operacional e líquido. Resultado não-operacional. A compreensão das informações da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Os conceitosde Origem e Aplicação. O ajuste no Lucro Líquido. O significado da variação do Capital Circulante Líquido (CCL). A compreensão das informações da Demonstração do Fluxo de Caixa para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa. A relação da demonstração do fluxo de caixa com as outras demonstrações financeiras. Os métodos de elaboração. Índices da análise dos demonstrativos financeiros. Os conceitos de liquidez, segurança e rentabilidade. Índices específicos de análise elementar de saúde financeira. METODOLOGIA Aula expositiva com auxílio de microcomputador, projetor multimídia e quadro branco com marcadores. Aos alunos serão fornecidos os seguintes itens: apostila e transparências a serem utilizadas durante a exposição dos assuntos. Serão ministrados exercícios, estudos dirigidos e estudos de caso. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Deverá ser elaborada, pelos alunos, uma prova individual, que envolva os assuntos desenvolvidos no módulo. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gestão financeira das empresas – um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. IUDÍCIBUS, S., MARTINS, Eliseu, GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1995. Contabilidade para Executivos 3 MARION, Josá Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR Fabiano Simões Coelho é Mestre em Ciências Contábeis pela FAF/UERJ – Faculdade de Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós graduado em Ciências Contábeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Ciências Contábeis pela UERJ em 1998. É professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, Professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas e professor da Faculdade da Cidade - Rio de Janeiro. Autor de trabalhos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior. Contabilidade para Executivos 4 3 - Material Complementar 3.1 - EXERCÍCIOS 3.1.1 - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 3.1.1.1 - Familiarização com a mecânica contábil Em cada um dos fatos contábeis abaixo há sempre duas palavras em destaque. Identifique as origens e aplicações de recursos: a. Entrega ao Caixa do dinheiro referente ao Capital Social subscrito no Contrato Social de constituição da empresa: $ 200. Aplicação: Origem: b. Depósito no Banco de dinheiro que estava no Caixa, no valor de $ 100. Aplicação: Origem: c. Compra de Mercadorias que a empresa fez junto a um Fornecedor para pagar daqui a 30 dias = $ 80. Aplicação: Origem: d. Entrega pelo Caixa ao Office Boy, de dinheiro para Despesas com condução = $10. Aplicação: Origem: Contabilidade para Executivos 5 e. Vendas de 60% das Mercadorias feitas pela empresa a um Cliente e entrega ao Caixa do dinheiro recebido = $ 120. Aplicação: Origem: f. Venda de duas Máquinas feitas por um Fornecedor para a empresa pagar da seguinte forma: daqui a 60 dias ( $50 ) e 90 dias ( $50 ). Aplicação: Origem: g. Cobrança da conta de Despesa com telefone , feita pelo Banco, descontando o valor do dinheiro que a empresa tinha depositado = 15. Aplicação: Origem: h) Pagamento de uma duplicata efetuado pela empresa ao Fornecedor com dinheiro que estava no Caixa = $50. Aplicação: Origem: i) Despesa com viagem feita pelo Gerente, que é reembolsado através de um cheque do Banco em que a sociedade mantém uma conta = $20. Aplicação: Origem: j) Venda de 40 $ das Mercadorias a prazo a um Cliente, estando os Direitos da empresa garantidos por duas Duplicatas a Receber = $60. Aplicação: Origem: Contabilidade para Executivos 6 3.1.2 - FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL Levante um balanço da Empresa Abacaxi após cada transação abaixo: 1 - Os proprietários fizeram o seguinte investimento inicial no comércio de ferragens a varejo: mercadorias, $4.000; dinheiro, $5.000; 2 - Compra de instalações para escritório, em dinheiro, no valor de $300; 3 - Compra de instalações para a loja, da Cia. B, no valor de $2.100; pagou $1.000 e combinou pagar o saldo dentro de 30 dias; 4 - Compra de mercadorias para a loja, em dinheiro, no valor de $75; 5 - Compra de equipamento de entrega, a crédito, da Cia. C, no valor de $800; 6 - Pagou à Cia. B a quantia que lhe devia; 7 - Vendeu mercadorias que lhe custaram $75, por $125, a prazo; 8 - Pagou à Cia. C a quantia que lhe devia; 9 - Vendeu todo o Ativo, exceto o Caixa, em dinheiro, por $7.000. Pede-se: Através dos fatos acima, demonstre a situação patrimonial da "Empresa Abacaxi" após cada transação. Contabilidade para Executivos 7 3.1.3 - DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.1.3.1 - O DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE UMA EMPRESA COMERCIAL Exemplo: A Cia. Fabianum Contabium S.A - RESPOSTA PÁG 48 - TEORIA A Cia. Fabianum Contabium possui os seguintes saldos nas contas em 31/12/x2 Vendas (recebimento de 50 %) $ 3.500 Compras (pagamento de 50 %) $ 2.100 Despesas de Vendas (pagamento de 100%) $ 400 Despesas Administrativas (pagamento de 100%) $ 210 Resultado Financeiro (negativo) (provisionado) $ 40 Despesas não operacionais (ajustes) $ 150 Estoque em 31/12/x1 $ 170 Estoque em 31/12/x2 $ 150 PEDE-SE: Apresente o Demonstrativo de Resultados para o ano de 19x2 Contabilidade para Executivos 8 3.1.3.2 - Exercício de Fixação: Cia. Camisaria Mammy S.A A Cia. Camisaria Mammy possui os seguintes dados do exercício X1: Preço de Venda Camisa A $ 23 / unid Preço de Venda Camisa B $ 17 / unid Quantidade Vendida Camisa A (recebimento de 50 %) 1.000 unid Quantidade Vendida Camisa B (recebimento de 90 %) 1.500 unid Compras Camisa A (pagamento de 80 %) $ 19.000 Compras Camisa B (pagamento de 40 %) $ 22.800 Comissão de Vendedores (pagamento de 100 %) $ 1.200 Salários dos Vendedores (pagamento de 100 %) $ 2.800 Despesas Diversas de Vendas (pagamento de 100 %) $ 500 Aluguel da Loja (pagamento de 100 %) $ 2.000 Seguro da Loja (pagamento de 50 %) $ 250 Salários do Pessoal Administrativo (pagamento de 50 %) $ 1.000 Depreciações Administrativas $ 750 Receita não operacional $ 1.000 Estoque em 01/01/X1 Camisa A $ 1.500 Estoque em 31/12/X1 Camisa A $ 4.500 Estoque em 01/01/X1 Camisa B $ 2.600 Estoque em31/12/X1 Camisa B $ 6.400 PEDE-SE: a Demonstração do Resultado do Exercício para o exercício X1. Contabilidade para Executivos 9 3.1.3 D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA 3.1.3.1 – EXERCÍCIO 01 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 40.000 em que há recebimento de 100% do mesmo • CMV – corresponde a 60 % da Receita • Estoque Final – Igual ao valor do CMV • Política Compras – 100% em 30 dias • Salários ocorridos e pagos - $ 7.000 • Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 3.1.3.2 - EXERCÍCIO 02 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 100.000 em que há recebimento de 60% do mesmo • CMV – corresponde a 40 % da Receita • Estoque Final - 50 % do valor do CMV • Política Compras - pgto 60% e o restante em 40 dias • Salários - $ 10.000 (pgto 30 %) • Aluguéis - $ 1.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) • Depreciação - 10 % do ativo imobilizado • Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 3.1.3.3 - EXERCÍCIO 03.1 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 150.000 em que há recebimento de 40% do mesmo • CMV – corresponde a 60 % da Receita • Estoque Final – 2/3 do valor do CMV • Política Compras - pgto 75% e o restante em 30 dias • Salários - $ 20.000 (pgto 30 %) • Aluguéis - $ 1.500 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) • Seguros - $ 500 por mês, que foram pagos no início do ano • Depreciação - 10 % do ativo imobilizado • Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, o mesmo tem caráter de Curto Prazo) Contabilidade para Executivos 10 3.1.3.4 - EXERCÍCIO 03.2 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 150.000 em que há recebimento de 70% do mesmo • CMV – corresponde a 60 % da Receita • Estoque Final – 2/3 do valor do CMV • Política Compras - pgto 50% e o restante em 30 dias • Salários - $ 20.000 (pgto 30 %) • Aluguéis - $ 1.500 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) • Seguros - $ 500 por mês, que foram pagos no início do ano • Depreciação - 10 % do ativo imobilizado • Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, o mesmo tem caráter de Curto Prazo) 3.1.3.5 - EXERCÍCIO 04.1 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 200.000 em que há recebimento de 40 % do mesmo • CMV – corresponde a 80 % da Receita • Estoque Final - 75 % do valor do CMV • Política Compras - pgto 60% e o restante em 35 dias • Salários - $ 40.000 (pgto de $18.000) • Aluguéis - $ 2.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) • Seguros - $ 1.000 por mês, que foram pagos no início do ano • Depreciação - 10 % do imobilizado • Compra Imobilizado - $ 20.000 – não sofre depreciação • Saldo mínimo de caixa - $ 10.000 3.1.3.6 - EXERCÍCIO 04.2 – EMPRESA COMERCIAL Fatos Ocorridos no mês: • Vendas - $ 200.000 em que há recebimento de 75 % do mesmo • CMV – corresponde a 80 % da Receita • Estoque Final - 75 % do valor do CMV • Política Compras - pgto 40% e o restante em 35 dias • Salários - $ 40.000 (pgto de $18.000) • Aluguéis - $ 2.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) • Seguros - $ 1.000 por mês, que foram pagos no início do ano • Depreciação - 10 % do imobilizado • Compra Imobilizado - $ 20.000 – não sofre depreciação • Saldo mínimo de caixa - $ 10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, o mesmo tem caráter de Curto Prazo) Contabilidade para Executivos 11 3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR 3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE VOCÊ S.A. - Edição 39 - Ano 4 - Setembro 2001 - pág 72 "Há muitos anos, conduzi um grupo de estudantes a um mercado livre próximo de Manágua, na Nicarágua. Perguntei a uma mulher que vendia roupas como ela conseguia o dinheiro para as compras. Ela disse que o to- mava emprestado a uma taxa de 2,5% ao mês. Um estudante, numa conta rápida —multiplicou 2,5 por 12 meses — anunciou que a taxa de juros era de inacreditáveis 30% ao ano. Ela o corrigiu. Acumulado, usando juros compostos, dava 34% ao ano. Qual era a taxa de lucro dela? Apenas 5%. Então, como ela conseguia sobreviver tomando emprestado a uma taxa daquelas? Perturbada pela estupidez da pergunta, ela gesticulou indicando rotação — giro de estoque, giro de inventário. Ela sabia que a obtenção de um bom retorno depende de dois fatores: margem de lucro e velocidade. Se ela vendesse uma camiseta por 10 dólares, seu lucro seria de apenas 50 centavos. Para pagar os juros do empréstimo e reabastecer sua barraca, ela tinha de vender roupas várias vezes todos os dias. Quanto mais rápido vendesse, mais 5% acumulava. De fato, retorno sobre os ativos nada mais é do que a margem de lucro mul- tiplicada pela velocidade do ativo. Essa é uma lei universal dos negócios que pode ser descrita simplesmente assim: Retomo = Margem x Velocidade Muitas pessoas focam na margem de lucro, mas desprezam a velocidade. Aqui temos um ponto em que os presidentes de sucesso dife rem de outros executivos. Eles nunca deixam de considerar ambas. Contabilidade para Executivos 12 3.3 - ANÁLISE 3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA Apresente a análise econômico-financeira da Cia. Big 19X1 AV 19x2 AV AH 19x3 AV AH ATIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335 Circulante 1.960.480 2.269.171 2.933.575 Financeiro 163.634 107.224 87.000 Operacional 1.796.846 2.161.947 2.846.575 Clientes 1.045.640 1.122.512 1.529.061 Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514 Realizável a LP 0 0 0 Permanente 765.698 1.714.879 2.719.760 PASSIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335 Circulante 1.340.957 1.406.077 1.957.277 Financeiro 356.798 477.314 834.743 Operacional 984.159 928.763 1.122.534 Exigível a LP 314.360 1.170.788 2.028.231 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 1.667.827 DRE 31.12.x1 AV 31.12.x2 AV AH 31.12.x3 AV AH RECEITA REALIZADA 5.960.227 124,35% 5.743.114 129,76% -3,64% 7.820.143 133,63% 36,17% RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100,00% 4.425.866 100,00% -7,66% 5.851.586 100,00% 32,22% Custo dos Prod. Vend 3.621.530 75,57% 3.273.530 73,97% -9,61% 4.218.671 72,10% 28,86% LUCRO BRUTO 1.171.593 24,45% 1.152.336 26,03% -1,71% 1.632.915 27,90% 41,75% Despesas Operacionais Administrativas 189.205 3,94% 182.419 4,11% -3,70% 242.471 4,14% 32,97% Vendas 298.394 6,22% 227.225 5,13% -23,83% 227.777 3,90% 0,44% Financeiras 273.448 5,70% 435.254 9,83% 59,34% 857.363 14,64% 97,01% LUCRO OPERACIONAL 410.546 8,58% 307.438 6,94% -25,30% 305.304 5,21% -0,65% Resultado Não Operacional 1.058 0,02% - 0,00% - 100,00% - 0,00% LUCRO ANTES DO IR 411.604 8,60% 307.438 6,94% -25,49% 305.304 5,21% -0,65% Provisão para IR 187.863 3,92% 140.322 3,16% -25,53% 139.348 2,38% -0,71% LUCRO LÍQUIDO 223.741 4,67% 167.116 3,77% -25,45% 165.956 2,84% -0,60%Contabilidade para Executivos 13 Estoques C.M.V. Contas a Receber Receita Oper Líquida Fornecedores Compras a Prazo CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC Prazo Médio de Estocagens dias Prazo Médio de Recebimento diasx 365 x 365 Rentabilidade sobre PL % Lucro Líquido PL Rotação do Ativo Rentabilidade sobre Ativo Total % Receita Oper Líquida ATIVO Lucro Operacional ATIVO Índice de Liquidez Geral Margem Operacional % (AC+RLP) (PC + ELP) Lucro Operacional Receita Oper Líquida Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Seca AC PC (AC - Estoques) PC Perfil do Endividamento % Imobilização do P.L. % PC PC + ELP AP PL Relação entre Fontes de Recursos Endividamento Geral % PC + ELP PL PC + ELP ATIVO PMRE + PMRE x 365 CICLO OPERACIONAL dias Prazo Médio de Pagamentos de Compras x3 Varx1 x2 dias CAPITAL DE GIRO AC - PC dias Necessidade de Capital de Giro ACO - PCO dias Tesouraria ACF - PCF dias Contabilidade para Executivos 14 3.3.2 - ANÁLISE PRAZOS MÉDIOS Apresente a análise econômico-financeira da Cia. Ipiranga. 1996 1995 1994 1993 ATIVO 1.086.746 908.509 626.623 535.251 Circulante 504.221 374.437 143.543 121.631 Financeiro 166.383 93.478 33.294 33.928 Disponível 4.619 4.550 4.562 3.885 Títulos e Valores Mobiliários 161.764 88.928 28.732 30.043 Operacional 337.838 280.959 110.249 87.703 Contas a Receber de Clientes 225.759 182.558 50.028 31.180 Estoques 72.532 51.611 25.251 28.131 Contas a Receber de Partes Relacionadas 414 330 8.741 12.692 Provisão para Riscos de Créditos -2.920 -1.037 -720 -494 Impostos e Fretes a Receber 19.237 28.504 20.182 13.603 Outras Contas a Receber 22.816 18.993 5.683 2.312 Despesas Antecipadas 0 0 1.084 279 Realizável a Longo Prazo 98.586 63.678 12.377 5.316 Contas a Receber de Clientes 73.156 49.404 6.259 1.454 Contas a Receber por Venda de Ativos 11.590 7.849 0 0 Empréstimos e Debêntures a Receber 0 0 4.839 1.560 Outras Contas a Receber 13.840 6.425 1.279 2.302 Permanente 483.939 470.394 470.703 408.304 Investimentos 109.747 90.293 335.850 267.247 Imobilizado 374.192 380.101 134.833 140.717 Diferido 0 0 20 340 Contabilidade para Executivos 15 PASSIVO 1.086.746 908.509 626.623 535.251 Circulante 299.680 200.662 101.626 88.095 Financeiro 42.241 8.691 0 0 Empréstimos e Financiamentos 42.241 8.691 0 0 Operacional 257.439 191.971 101.626 88.095 Fornecedores 135.279 109.683 36.418 35.906 Contas a Pagar – Partes Relacionadas 37.997 10.848 0 0 Impostos e Contribuições a Recolher 37.267 38.159 26.758 24.256 Salários e Encargos Sociais 20.637 14.641 5.827 3.992 Dividendos Propostos 17.309 13.577 24.830 11.994 Participações nos Lucros 1.857 1.443 1.533 1.629 Provisão para Contingências 5.104 2.183 605 1.498 Outras Obrigações a Pagar 1.989 1.437 5.655 8.820 Exigível a Longo Prazo 112.189 108.710 70.753 77.893 Empréstimos e Financiamentos 100.095 99.433 67.672 76.451 Provisão para Contingências 6.779 5.190 1.238 671 Outras Contas a Pagar 5.315 4.087 1.843 771 Patrimônio Líquido 674.877 599.137 454.244 369.263 Capital Social 230.000 187.367 121.338 121.338 Reserva de Capital 141.892 183.676 148.547 143.187 Reserva de Reavaliação de Coligadas 0 1.045 755 1.103 Reserva de Lucros 302.985 227.049 183.604 103.635 Vendas Realizadas 3.632.284 2.919.821 1.373.930 1.416.673 Custo dos Produtos Vendidos 3.203.142 2.543.080 1.161.644 1.233.926 Lucro Líquido 106.768 66.411 113.216 45.480 Contabilidade para Executivos 16 Estoques C.M.V. Contas a Receber Receita Oper Líquida Fornecedores Compras a Prazo CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC Prazo Médio de Estocagens dias Prazo Médio de Recebimento diasx 365 x 365 Rentabilidade sobre PL % Lucro Líquido PL Rotação do Ativo Rentabilidade sobre Ativo Total % Receita Oper Líquida ATIVO Lucro Operacional ATIVO Índice de Liquidez Geral Margem Operacional % (AC+RLP) (PC + ELP) Lucro Operacional Receita Oper Líquida Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Seca AC PC (AC - Estoques) PC Perfil do Endividamento % Imobilização do P.L. % PC PC + ELP AP PL Relação entre Fontes de Recursos Endividamento Geral % PC + ELP PL PC + ELP ATIVO PMRE + PMRE x 365 CICLO OPERACIONAL dias Prazo Médio de Pagamentos de Compras 1994 Var1996 1995 dias CAPITAL DE GIRO AC - PC dias Necessidade de Capital de Giro ACO - PCO dias Tesouraria ACF - PCF dias Contabilidade para Executivos 17 CIA IPIRANGA – 98-2000 2000 1999 1998 ESTRUTURA DE CAPITAL Relação entre fontes 0,6300 0,6125 0,5373 Perfil de Endividamento 68% 72% 73% Imobilização do Patrimonio Líquido 75% 78% 87% Imobilização dos Recursos não Correntes 62% 66% 76% LIQUIDEZ Liquidez Geral 1,40 1,36 1,24 Liquidez Corrente 1,84 1,70 1,44 Liquidez Seca 1,40 1,36 1,25 RENTABILIDADE Rentabilidade do Ativo 2,86% 6,18% 14,20% Giro do Ativo 4,56 3,68 3,27 Margem Operacional 0,63% 1,68% 4,35% Rentabilidade do PL 4,72% 10,29% 21,83% ANÁLISE FINANCEIRA 2000 1999 1998 Prazo Médio Recebimento de Vendas (360*DR)/VR 28 27 22 Prazo Médio de Renovação de Estoque (360*E)/VR 9 9 5 Ciclo Operacional PMRV +PMRE 37 36 27 Prazo Médio Pagamento de Compras (360*F)/VR 14 12 9 Ciclo de Caixa CO-PMPC 23 24 18 Necessidade de Capital de Giro ACO-PCO 375.040 297.149 113.115 Capital de Giro AC - PC 361.622 299.674 157.804 Tesouraria ACF-PCF -13.418 2.525 44.689 ANÁLISE DE CAPITAL DE GIRO 113.115 297.149 375.040 44.689 2.525 -13.418 -50.000 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 1998 1999 2000 Necessidade Capital de Giro Saldo Tesouraria Contabilidade para Executivos 18 3.3.3 - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - AMBEV ANTÁRTICA Balanço Patrimonial (em R$ mil) CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 30/09/1999 ATIVO 3.312.246 3.402.148 3.741.215 Ativo Circulante 857.689 761.544 637.848 Disponível e Inv. CP 185.242 126.962 90.703 Duplicatas a Receber 242.254 136.057 85.330 PCLD (17.404) 0 0 Títulos a Receber CP 21.390 0 0 Outros Créditos CP 0 0 212.897 Estoques 231.128 212.397 203.944 Outros Ativos Circulantes 195.079 286.128 44.974 Ativo Realizável a Longo Prazo 216.313 296.740 546.991 Ativo Permanente 2.238.244 2.343.864 2.556.376 Investimentos 147.618 136.576 148.016 Imobilizado 1.864.971 1.901.739 1.970.819 Diferido 225.655 305.549 437.541 PASSIVO 3.312.246 3.402.148 3.741.215 Passivo Circulante 762.865 825.202 1.685.059 Financiamento CP 291.219 466.390 1.161.950 Debêntures CP 27.451 2.037 22.421 Fornecedores CP 71.77198.999 91.020 Impostos a Pagar CP 193.178 173.899 118.673 Dividendos a Pagar CP 59.447 23.492 0 Provisões CP 0 0 38.929 A Pagar a Controladas CP 34.108 0 0 Outros Passivos Circulantes 85.691 60.385 252.066 Exigível a Longo Prazo 693.483 655.519 390.423 Patrimônio Liquido 1.855.898 1.921.427 1.665.733 Contabilidade para Executivos 19 ANTÁRTICA Demonstração do Resultado do Exercício (em R$ mil) CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 30/09/1999 Meses 12 12 9 Receita Bruta 2.236.562 2.190.715 1.460.538 Impostos sobre Vendas (803.961) (808.841) (499.634) Receita Liquida Operacional 1.432.601 1.381.874 960.904 Custo Produtos Vendidos (929.598) (929.889) (605.817) Lucro Bruto 503.003 451.985 355.087 Despesas Operacionais Próprias (396.851) (389.775) (355.015) Despesas com Vendas 165.645 186.966 211.051 Despesas Administrativa 231.206 202.779 143.964 Lucro Operacional Próprio 106.152 62.210 72 Resultado Financeiro (99.153) (51.338) (352.885) Outras Rec. Desp. Operac. 94.043 68.834 227.049 Equivalência Patrimonial (5.415) (3.086) (1.456) Lucro Operacional 95.627 76.620 (127.220) Resultado não Operacional (1.009) (4.523) (60.732) LAIR 94.618 72.097 (187.952) Provisão I.R. (17.448) (9.473) (30.910) IR Diferido 0 0 12.658 Partic. Contrib. Estatutária (10.423) (7.861) (784) Reversão Juros s/ PL 17.500 9.437 14.410 Partic. Acion. Minoritários (45.672) (37.648) (34.236) Lucro Liquido 38.575 26.552 (226.814) Contabilidade para Executivos 20 Estoques C.M.V. Contas a Receber Receita Oper Líquida Fornecedores Compras a Prazo CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC Prazo Médio de Estocagens dias Prazo Médio de Recebimento diasx 365 x 365 Rentabilidade sobre PL % Lucro Líquido PL Rotação do Ativo Rentabilidade sobre Ativo Total % Receita Oper Líquida ATIVO Lucro Operacional ATIVO Índice de Liquidez Geral Margem Operacional % (AC+RLP) (PC + ELP) Lucro Operacional Receita Oper Líquida Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Seca AC PC (AC - Estoques) PC Perfil do Endividamento % Imobilização do P.L. % PC PC + ELP AP PL Relação entre Fontes de Recursos Endividamento Geral % PC + ELP PL PC + ELP ATIVO PMRE + PMRE x 365 CICLO OPERACIONAL dias Prazo Médio de Pagamentos de Compras 1999 Var1997 1998 dias CAPITAL DE GIRO AC - PC dias Necessidade de Capital de Giro ACO - PCO dias Tesouraria ACF - PCF dias Contabilidade para Executivos 21 BRAHMA Balanço Patrimonial (R$ mil) CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 ATIVO 4.303.319 4.669.322 5.425.862 Ativo Circulante 1.678.694 1.959.203 2.723.110 Disponível e Inv. CP 884.576 1.081.026 33.643 Duplicatas a Receber Líq. 327.538 305.091 294.306 A Rec. de Controladas CP 7.446 4.226 0 Estoques 314.753 372.685 383.333 Outros Ativos Circulantes 144.381 196.175 2.011.828 Realizável a Longo Prazo 316.999 343.755 553.094 Permanente 2.307.626 2.366.364 2.149.658 Investimentos 11.719 38.377 61.162 Imobilizado Líquido 2.154.619 2.115.962 1.898.580 Diferido 141.288 212.025 189.916 PASSIVO 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 Passivo Total 4.303.319 4.669.322 5.425.862 Passivo Circulante 1.465.294 1.573.119 1.889.123 Financiamento CP 710.630 0 0 Financ. Moeda Estrg. CP 0 679.170 791.843 Financ. Moeda Nacion. CP 0 219.579 251.085 Fornecedores CP 291.261 255.093 315.774 Impostos a Pagar CP 230.391 200.322 271.896 Dividendos a Pagar CP 71.230 99.438 101.870 Provisões CP 121.477 49.242 0 Outros Passivos Circulantes 40.305 70.275 156.655 Exigível LP 1.433.923 1.617.337 1.872.645 Patrimônio Liquido 1.404.102 1.478.866 1.664.094 Contabilidade para Executivos 22 BRAHMA Demonstração dos Resultados (R$ mil) CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 Receita Bruta 5.840.249 7.005.073 6.846.479 Impostos sobre Vendas (3.060.801) (3.849.399) (3.598.205) Receita Liquida Operacional 2.779.448 3.155.674 3.248.274 Custo Produtos Vendidos (1.625.038) (1.799.726) (1.905.053) Lucro Bruto 1.154.410 1.355.948 1.343.221 Despesas Operac. Próprias (764.494) (902.456) (929.787) Despesas com Vendas 463.668 695.622 576.236 Despesas Administrativas 300.826 206.834 353.551 Lucro Operac. Próprio 389.916 453.492 413.434 Resultado Financeiro (166.722) (277.660) (307.477) Outras Rec. Desp. Operac. 175.954 (1.453) 9.042 Lucro Operacional 399.148 174.379 114.999 Resultado não Operacional 29.849 36.896 37.389 LAIR 428.997 211.275 152.388 Provisão I.R. (53.659) (34.374) (29.594) IR Diferido 0 0 12.009 Partic. / Contrib. Estatutária (36.091) (3.224) (39.866) Participações Estatutárias 0 0 39.866 Rever Juros s/ PL 114.671 144.290 178.169 Partic. Acion. Minoritários (2.405) (11.131) (14.019) Lucro Liquido 451.513 306.836 259.087 Contabilidade para Executivos 23 Estoques C.M.V. Contas a Receber Receita Oper Líquida Fornecedores Compras a Prazo CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC Prazo Médio de Estocagens dias Prazo Médio de Recebimento diasx 365 x 365 Rentabilidade sobre PL % Lucro Líquido PL Rotação do Ativo Rentabilidade sobre Ativo Total % Receita Oper Líquida ATIVO Lucro Operacional ATIVO Índice de Liquidez Geral Margem Operacional % (AC+RLP) (PC + ELP) Lucro Operacional Receita Oper Líquida Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Seca AC PC (AC - Estoques) PC Perfil do Endividamento % Imobilização do P.L. % PC PC + ELP AP PL Relação entre Fontes de Recursos Endividamento Geral % PC + ELP PL PC + ELP ATIVO PMRE + PMRE x 365 CICLO OPERACIONAL dias Prazo Médio de Pagamentos de Compras 1999 Var1997 1998 dias CAPITAL DE GIRO AC - PC dias Necessidade de Capital de Giro ACO - PCO dias Tesouraria ACF - PCF dias Contabilidade para Executivos 24 AMBEV 2004 2003 Relação Entre Fontes 0,9202 2,2149 Endividamento geral 47,92% 68,89% Perfil do Enfividamento 55,44% 43,82% Imobilização do PL 139,76% 136,24% Liquidez Corrente 0,6133 1,2582 Liquidez Seca 0,4559 1,0398 Liquidez Geral 0,5679 0,8713 Giro do Ativo 0,3637 0,5996 Margem Operacional 18,02% 22,63% Retorno Ativo 6,55% 13,57% Retorno PL 6,76% 31,34% Contabilidade para Executivos 25 3.3.5 - Caso para estudo – Varig s.a. Balanço Patrimonial ( R$ mil ) CONTAS 1998 1999 2000 ATIVO 2.302.198 2.801.768 3.027.188 Ativo Circulante 972.879 1.093.557 1.221.394 Disponível 61.310 207.508115.591 Contas a Receber Líquidas 450.539 539.711 671.920 Empresas Relacionadas 9..384 11.071 68.168 Depósitos Especiais 34.550 50.433 41.119 Créditos tributários 206.756 0 0 Estoques 130.510 191.168 188.434 Pagamentos Antecipados 47.245 0 0 Arrend. Mercantil Antecipado 0 30.551 25.686 Despesas Antecipadas 32.585 63.115 110.476 Ativo Realizável a Longo Prazo 409.962 814.038 907.550 Empresas Relacionadas 23.493 34.811 29.010 Depósitos Especiais 115.503 122.404 180.247 Créditos Tributários 252.306 410.171 435.194 I. R. e Contribuição Soc. Diferidos 0 172.283 174.547 Outras Contas 18.660 74.369 88.552 Ativo Permanente 919.357 894.173 898.244 Investimentos 243.206 33.157 53.459 Imobilizado 666.287 625.765 674.789 Diferido 9.864 235.251 169.996 PASSIVO 2.302.198 2.801.768 3.027.188 Passivo Circulante 1.114.963 1.501.578 1.478.857 Fornecedores 92.294 140.823 202.621 Empréstimos e Financiamentos 449.787 546.589 449.209 Juros em Curso – Previsão 52.358 0 0 Taxas, Impostos e Contribuições 90.387 83.517 105.718 Ordenados e Salários 30.869 50.098 52.929 Contas a Pagar 61.504 197.465 123.827 Transportes a Executar 194.667 191.367 252.863 Outras 143.097 291.719 291.690 Passivo Exigível a Longo Prazo 1.092.690 1.270.303 1.696.983 Empréstimos e Financiamentos 929.715 915.560 1.404.745 Juros em Curso – Previsão 43.410 0 0 Empresas Interligadas 8.992 40.335 29.900 Arrendamento Mercantil a Pagar 0 107.542 109.193 Prov. para Contingências e Outras 0 206.886 153.145 Contas a Pagar 110.573 0 0 Patrimônio Líquido 94.545 29.887 (148.652) Capital Social Realizado 251.025 248.514 248.514 Reservas 20.442 0 0 Prejuízos Acumulados (176.922) (218.627) (397.166) Contabilidade para Executivos 26 Demonstração do Resultado do Exercício (em R$ mil) CONTAS 1998 1999 2000 Receitas Operacionais Receitas de Vôo 3.593.995 4.316.899 5.135.871 Outras Receitas Operacionais 123.240 264.239 352.093 (-) Imposto s/Receita (94.400) (134.353) (165.953) Receita Operacional Líquida 3.622.835 4.446.785 5.322.011 Custo dos Serviços Prestados (2.490.046) (2.996.360) (3.566.034) Custo de Vôo (2.418.695) (2.827.293) (3.326.605) Outros Custos Operacionais (71.351) (169.067) (239.429) LUCRO BRUTO 1.132.789 1.450.425 1.755.977 Despesas Operacionais Despesas Comerciais (928.330) (1.130.314) (1.305.484) Gastos Gerais Honorários da Adm. (3.184) (2.907) (3.174) Despesas Administrativas (164.802) (190.960) (209.069) Outras Despesas Operacionais 0 (91.896) (10.544) RESULTADO DA ATIVIDADE 36.473 34.348 227.706 Resultado Financeiro Líquido (265.793) 0 0 Receitas Financeiras 37.070 32.750 23.596 Despesas Financeiras (235.223) (243.580) (269.117) Despesas Financ. s/Contrato de Leasing (67.640) (89.003) (66.620) Variações Monet. Obrigação e Créditos (58.483) (78.528) (117.350) Amort. Variação Cambial Diferida 0 (75.044) (75.044) Resultado de Participações (10.070) Imp. s/Receitas Financ. e Variações Monetárias 0 (9.360) (3.658) LUCRO OPERACIONAL (297.873) (428.417) (280.487) Resultado não Operacional 223.044 260.434 129.684 Provisão p/participação dos Empregados 0 (4.924) (30.000) Provisão p/Imposto de Renda e Contribuição Social 49.473 122.810 2.264 Participação Minoritária 0 0 0 Prej. Líq. do Exerc. Antes dos Efeitos da Cisão 0 (50.097) (178.539) Prejuízo Resultante de Ativ. em 1999 0 (44.723) 0 LUCRO (PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO (25.356) (94.820) (178.539) LUCRO (PREJUÍZO) P/AÇÃO NO FINAL DO EXERCÍCIO (0,36) (1.36) (2.55) Contabilidade para Executivos 27 Estoques C.M.V. Contas a Receber Receita Oper Líquida Fornecedores Compras a Prazo Tesouraria ACF - PCF dias Necessidade de Capital de Giro ACO - PCO dias CAPITAL DE GIRO AC - PC dias 2000 Var1998 1999 dias PMRE + PMRE x 365 CICLO OPERACIONAL dias Prazo Médio de Pagamentos de Compras Relação entre Fontes de Recursos Endividamento Geral % PC + ELP PL PC + ELP ATIVO Perfil do Endividamento % Imobilização do P.L. % PC PC + ELP AP PL Índice de Liquidez Corrente Índice de Liquidez Seca AC PC (AC - Estoques) PC Índice de Liquidez Geral Margem Operacional % (AC+RLP) (PC + ELP) Lucro Operacional Receita Oper Líquida Rotação do Ativo Rentabilidade sobre Ativo Total % Receita Oper Líquida ATIVO Lucro Operacional ATIVO Rentabilidade sobre PL % Lucro Líquido PL Prazo Médio de Estocagens dias Prazo Médio de Recebimento diasx 365 x 365 CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC Contabilidade para Executivos 28 3.4 EBITDA "EBITDA: a busca de uma melhor compreensão do maior vox populi do mercado financeiro" 1 – Aspectos Introdutórios “A era da inovação criou mercados hipercompetitivos. Os compradores estão mais informados a respeito das ofertas dos concorrentes, mais conscientes em relação ao preço e mais exigentes quanto às características dos produtos e serviços, do que em qualquer outra época e em qualquer outro mercado”.1 Este cenário exige que o empreendedor moderno saiba colher as informações certas a fim de que se possam reduzir as incertezas para a tomada de decisão. Percebe-se que no momento atual, a contabilidade torna-se imprescindível na disponibilização de ferramentais gerenciais, afinal “é a ciência que se preocupa com a identificação, mensuração e informação dos recursos alocados a uma determinada entidade, além dos eventos econômicos que a afetaram e/ou que poderão afetá-la, objetivando demonstrar sua situação econômica, financeira e física, satisfazendo, assim, às necessidades informativas de seus usuários na avaliação das decisões a serem tomadas”. 2 Um dos mais dinâmicos instrumentos informacionais que a contabilidade fornece é a análise econômica-financeira consolidada através do cálculo de índices e subsequente exame dos mesmos. Índice é a “relação entre os valores de qualquer medida ou gradação” que “indica alguma qualidade ou característica especial”. 3 Ou seja, o processo de apreciação das demonstrações financeiras é totalmente vinculado à informação e ao disclosure, cujo fundamento está em consonância com os objetivos da Contabilidade. Dentre dos vários índices contábeis existentes, um vem se destacando dentre os demais: o EBITDA. Este trabalho analisará os atributos do indicador, ponderando também sobre a importância da contabilidade frente à essência informacional do EBITDA a fim de serem evitados erros de interpretação e divulgação. 2 – Definição Atualmente, entre as siglas financeiras, o EBITDA talvez seja a mais popular. EBITDA significa Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and 1 KOTLER, Philip, JAIN, Dipak C. e MAESINCEE, Suvit. Marketing em ação. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Pág 06. 2 IUDÍCIBUS, Sérgio de. In RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e Meio Ambiente. Dissertação de Mestrado, FEA/USP. São Paulo, 1992. Pág. V. 3 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986. Pág 937. Contabilidade para Executivos 29Amortization. No Brasil existe o (traduzido) LAJIDA - Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Seu cálculo é bastante simples. Parte da premissa de obter informações estritamente operacionais de uma empresa. Portanto, para seu cálculo, inicia-se pelo Lucro Operacional. Assim, os Impostos sobre o lucro (taxes) não estarão inclusos no cômputo. Isso porque tanto o imposto de renda e a contribuição sobre lucro geralmente são influenciados por outros itens não operacionais. Do Lucro Operacional, expurga-se as Receitas Financeiras e Despesas Financeiras (Interest). De uma maneira genérica, pode-se afirmar que as receitas provenientes das aplicações no mercado financeiro são inerentes ao gerenciamento de investimentos, não relativo, portanto, a decisões operacionais da empresa. Da mesma maneira, as decisões que acarretam em juros “são um custo de recursos, e refletem uma escolha de financiamento”4. Ao fim do cálculo, implicará em uma sigla também muito conhecida que é o EBIT (Earnings before Interests and Taxes), definido como o lucro que a empresa obteve proveniente das decisões operacionais da organização. A última etapa consiste em eliminar as depreciações, amortizações e exaustões (depreciation and amortization), visto que as mesmas não representam desembolso por já terem produzido efeito caixa no passado. O EBITDA demonstra, portanto, uma aproximação do fluxo de caixa gerado apenas pelas atividades básicas de uma entidade. 2.1 – Exemplo A Demonstração de Resultado de Exercício da empresa Coelho apresenta: DRE da empresa Coelho S.A. – Ano 2004. R$ Receita Operacional Bruta: 13.000,00 (-) Deduções da Receita Bruta: (1.700,00) (=) Receita Operacional Líquida: 11.300,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos: (7.000,00) (=) Lucro Bruto: 4.300,00 (-) Despesas Operacionais: (2.000,00) Despesas com Vendas e Administrativas: (1.200,00) Resultado Financeiro (800,00) (=) Lucro Operacional: 2.300,00 4 SCHRAND, Cathy in Já é hora de se livrar do EBITDA? http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503 Contabilidade para Executivos 30 Como já mencionado, para calcular o EBITDA, deve-se eliminar do Lucro Operacional o Resultado Financeiro e o valor total da depreciação, amortização e exaustão do Ativo Permanente que, normalmente, já está diluído tanto nas Despesas Operacionais, como nos Custos dos Produtos Vendidos. Assim, calcula-se o EBITDA seguindo o quadro abaixo: DRE da empresa Coelho S.A. – Ano 2004. R$ Receita Operacional Bruta: 13.000,00 (-) Deduções da Receita Bruta: (1.700,00) (=) Receita Operacional Líquida: 11.300,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos: (7.000,00) (=) Lucro Bruto: 4.300,00 (-) Despesas Operacionais: (1.200,00) Despesas com Vendas e Administrativas: (1.200,00) (=) EBIT 3.100,00 (+) Depreciação, Amortização e Exaustão. 250,00 (=) EBITDA 3.350,00 (=) EBITDA em % 25,77% 3 – Críticas ao EBITDA Para tornar as decisões mais assertivas, é indispensável que o gestor, ao utilizar os índices contábeis de uma análise econômica-financeira, tenha o controle preciso das características inerentes ao EBITDA. Portanto, serão discutidas tanto as capacidades informativas do indicador, como as distorções que o mesmo pode causar a um estudo. 3.1 – Contribuições informacionais do EBITDA Há inúmeros benefícios que tornam o EBITDA fundamental a tomada de decisão do gestor. O EBITDA é considerado um indicador muito importante, pois se propõe a medir a eficiência do empreendimento, visto que demonstra o potencial de geração de caixa derivado de ativos genuinamente operacionais desconsiderando a estrutura de ativos e passivos e os efeitos fiscais, ou seja, o montante de recurso efetivamente gerado pela atividade fim do negócio e se o mesmo é suficiente para investir, pagar os juros sobre capital de terceiros e as obrigações com o governo e remunerar os acionistas. Contabilidade para Executivos 31 Esta compilação permite, ainda, que o gestor possa confrontar diversas empresas sem influência das decisões de investimento e financiamento, maximizando, assim, sua sensibilidade quanto a produtividade e eficiência do negócio. Além disso, esta comparabilidade estende-se globalmente. Com o EBITDA, eliminou-se diferentes exigências fiscais e grande parte dos efeitos dos diversos princípios contábeis existentes. Por exemplo, a contabilização da depreciação no Brasil pode ser distinta das regras americanas, através do FASB5, ou européias, através do IASC6. “Por isso, ele é uma ferramenta muito útil quando uma empresa resolve comparar-se com um concorrente ou globalizar suas operações". 7 O mercado valoriza ainda mais a variação percentual de crescimento ou queda do EBITDA em relação ao período anterior do que o valor do EBITDA isoladamente. Este percentual mostra aos investidores se a empresa em questão conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade. É natural encontrar nos relatórios das companhias abertas referências ao EBITDA, como demonstrado na divulgação dos resultados da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)8: “No quarto trimestre de 2002, o EBITDA apresentou um acréscimo de 103,6%, tendo alcançado R$ 783 milhões. A margem de EBITDA (EBITDA/Receita líquida) ficou em 52,4%, com variação positiva de 9,00 % em relação ao mesmo período de 2002. No ano, o EBITDA alcançou R$ 2,15 bilhões, com crescimento de 69,1% e margem de 46,7%, mantendo-se como uma das mais altas da siderurgia mundial”. Isto ajuda a promover também um melhor posicionamento e projeção sobre os resultados futuros da empresa, afinal: Não se avalia uma empresa pelo que ela produz de lucros, mas sim de caixa. Afinal, no lucro estão incluídos os valores de depreciação, amortização e exaustão que representam recuperação de investimento já feito, mas pela empresa.9 O EBITDA também pode ser indicado percentualmente, como demonstrado no exemplo em que a Empresa Coelho obteve uma margem EBITDA de 25,77 %, ou seja, a cada real de receita gerou-se praticamente 26 centavos em caixa 5 Financial Accounting Standards Board 6 International Accounting Standards Committee 7 GRADILONE, Cláudio. Para que serve o EBITDA. Exame. Ano 36, edição 772, n° 16, 07/08/2002. Pág 09. 8 http://www.csn.com.br 9 Boletim IOB 10/98. Temática Contábil e de Balanços: Avaliando a Empresa (I). Pág 04. Contabilidade para Executivos 32 operacional. Com esta informação, há a possibilidade do gestor estabelecer as metas de desempenho para o ano e estimar cenários futuros. 3.2 – Miopia informativa do EBITDA Buscando evitar o uso de informações que podem induzir a decisões errôneas, é necessário um aprofundamento das falhas na utilização deste índice. Quando adquiriu notoriedade na década de 70, o EBITDA era usado como uma medida temporária, para analisar somente o período que uma companhia, investindo em infra-estrutura, iria levar para prosperar no longo prazo. Na tentativa de expurgar itens que não eram diretamente resultantes das atividades básicas, muitos gestores pensaram ser possível realizar uma análise mais exata e uma comparação das “principais operações” das empresas, pois teriamuma medida da performance futura a partir de uma “demonstração modificada de fluxo de caixa”. Entretanto, o investidor não pode confundir EBITDA com Geração de Caixa, pois “não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga”. 10 Ou seja, mesmo que muitas variáveis da Geração Operacional de Caixa sejam comuns ao do EBITDA, despesas com investimentos e variação da necessidade de capital de giro, por exemplo, são fundamentais para o detalhamento da geração de caixa e não estão incluídas no cálculo do índice em questão. Neste sentido, há uma problemática quanto à avaliação de uma empresa visto que o valor da mesma está correlacionado a um conceito de capital, e este valor vem do fluxo de caixa livre no futuro. Além disso, é natural que as empresas possuam dívidas para alavancar sua operação. Portanto, normalmente suas despesas financeiras são superiores às suas receitas financeiras, o que pode representar uma saída relevante de caixa. Despesas com Imposto de Renda e Contribuições também são naturais para as empresas com lucros operacionais. Por ignorar muitas fontes de saída de capital, como investimentos em bens duráveis, uma empresa poderia atingir um EBITDA excepcional, mas não dispor de capital suficiente para bancar seus juros e outros pagamentos. Consequentemente, o EBITDA normalmente é superior ao Lucro Líquido podendo, inclusive, apresentar EBITDA positivo e prejuízo líquido. Por isso, o investidor precisa tomar cuidado quando o desempenho da empresa é informado apenas através deste índice, tendo em vista que o mesmo pode estar escondendo realidades como da Charter Communications, “uma companhia com valor de mercado de US$ 4,1 bilhões que alcançou US$ 1,8 10 MARTINS, Eliseu. EBITDA, o que é isso? Informações Objetivas, Caderno temática contábil e balanços, São Paulo. Informações Objetivas IOB, n. 19, 1997. Pág 01. Contabilidade para Executivos 33 bilhão em EBITDA no ano de 2001”.11 Simultaneamente, apresentou um prejuízo de US$ 1,2 bilhão. Da mesma forma, a Cablevision Systems Corp. obteve mais de US$ 6 bilhões de EBITDA nos últimos três anos. “Neste mesmo período (2000 a 2002), a empresa reportou geração líquida de caixa negativa e o valor de suas ações despencou 75%”12. Estes fatos têm transformado companhias sobrecarregadas em endividamento em "máquinas de fazer dinheiro" para alguns leigos. De qualquer forma, é preciso estar atento que Lucro Líquido ou EBITDA não são condicionantes básicos para a perpetuidade de uma empresa, mesmo que esta seja líder mundial de mercado, como segue o exemplo da Parmalat13. Apesar dos números demonstrarem aparentemente uma boa saúde, inclusive evidenciando um aumento da margem EBITDA, percebeu-se no noticiário do início do ano um escândalo sem precedentes na Europa. No Brasil pode-se utilizar o exemplo da VARIG14: “Apesar da série de medidas tomadas no ano passado (2002) para redução de custos e do fechamento de parcerias para amortização de dívidas e injeção de recursos, a VARIG fechou o primeiro trimestre de 2002 com um prejuízo de R$ 135 milhões”. Entretanto, “a geração de caixa das operações resultado da atividade antes da depreciação e amortização do EBITDA totalizou R$ 95 milhões”. Isso faz com que a credibilidade do índice fique abalada. Jordan Rohan15, por exemplo, após recalcular as projeções de ganhos não utilizando como norte o EBITDA, reduziu seu alvo de preço em quatro ações da mídia: Clear Channel Communications; AOL Time Warner, Inc.; Walt Disney Co. e Viacom, Inc. 11 BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. A different yardstick for cable. BusinessWeek, New York, set. 2002. Pág 38. 12 FAVARO, Paul. The Evils Of EBITDA. http://www.fleetcapital.com/resources/capeyes/a03-04-211.html 13 http://www.24oreborsaonline.ilsole24ore.com/Contribuzioni/SchedeAnalisti2/Studi/prev_166.pdf 14 www.qualidadeaeronautica.com.br/ Fiquepordentro.maio.htm 15 Já é hora de se livrar do EBITDA? http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503 Contabilidade para Executivos 34 Outra censura está associada ao alto volume de aquisições alavancadas nos anos 80. Tal cenário propiciou uma maior atratividade ao EBITDA, pois havia o consenso que o mesmo fosse um bom indicador da capacidade de uma empresa cumprir com o pagamento de suas obrigações. Isto era possível a partir de uma projeção de crescimento do EBITDA somado a possibilidade de que a empresa poderia administrar muito mais dívidas, o que não é verdade se não ocorrer simultaneamente uma boa administração do Capital de Giro e controle dos Ciclos Operacional e Financeiro. Além disso, a estrutura dessas aquisições era contabilizada nos Estados Unidos a partir do método da integração global (em contraposição ao método da equivalência patrimonial, que foi definitivamente eliminado pelo FASB mais tarde). De acordo com este método, os ativos adquiridos em uma combinação de negócios geralmente são registrados pelo comprador em seu justo valor de mercado (Fair value), o qual pode ser significativamente mais alto que o valor contábil. "Como a contabilidade de integração global resultou em aumento do valor dos ativos, também desencadeou despesas maiores com depreciação", explica Neuhausen16. “O EBITDA foi visto como uma maneira de comparar o desempenho da empresa antes e depois de uma aquisição alavancada; foi também considerado um modo de comparar empresas que realizavam essas aquisições com empresas que não o faziam. Mas as despesas associadas ao serviço da dívida são custos reais, e custos reais não podem ser ignorados”. 3.2.1 – Exemplo da miopia do EBITDA Será desenvolvido a seguir um dos casos mencionados acima sobre como o EBITDA pode tornar “nebulosa” a análise empresarial. Supondo que duas empresas, do mesmo segmento, posicionamento e estrutura, apresentam, coincidentemente, o seguinte balanço no final de dezembro de 2004: BALANÇO PATRIMONIAL – EMPRESAS aLFA E bETA Dez/2004 Dez/2004 Caixa + Aplicações 20.000,00 Aluguéis a Pagar 5.000,00 Contas a Receber Salários a Pagar 1.000,00 Estoque 30.000,00 Fornecedores Empréstimos CP Seguros Pagos Antecipadamente 6.000,00 Empréstimos LP 30.000,00 Ativo Circulante 56.000,00 PC + ELP 36.000,00 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 (-) Depreciação Acum (30.000,00) Lucros Acumulados 12.000,00 Ativo Permanente 120.000,00 Patrimônio Líquido 140.000,00 16 Já é hora de se livrar do EBITDA? Op cit. Contabilidade para Executivos 35 ATIVO TOTAL 176.000,00 PASSIVO TOTAL 176.000,00 Em Janeiro, ocorrem os seguintes fatos: Vendas - $ 150.000 Custo das Mercadorias Vendidas – para o mês, representa 60 % da Receita Compras - $ 100.000 em mercadorias Salários - $ 20.000 - pagamento de 30 % Aluguéis - $ 1.500 por mês que irão ser pagos no final de cada ano Seguros - $ 1.000 por mês, que já foi antecipadamente pago Depreciação - 1 % a.m. sobre o total de ativo imobilizado Juros Empréstimo de Longo Prazo - 2,0% a.m. – serão pagos no final do mês Imposto de Renda – 15% do LAIR – serão pagos no final do mês Depreciação - 1 % a.m. sobre o totalde ativo imobilizado Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, a ser realizado no final do mês, o mesmo tem caráter de Longo Prazo com juros de 4,5% a.m.. Caso haja sobra, poderá ser realizado aplicações no final do mês com taxa de 1,25% a.m.) A única diferença entre as empresas consiste nos prazos médios de pagamento e recebimento. Enquanto a empresa aLFA recebe 30% da receita no próprio mês e o restante em 30 dias, a empresa beta recebe 70% à vista e o restante em 40 dias. Quanto ao pagamento, a empresa aLFA paga 80% de suas compras à vista e o restante em 30 dias, enquanto a empresa beta paga metade à vista e o restante em 35 dias. Realizando os lançamentos pertinentes, o cenário das duas empresas passaria a ser: EMPRESA aLFA BALANÇO PATRIMONIAL jan/2005 jan/2005 Caixa + Aplicações 10.000,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00 Contas a Receber 105.000,00 Salários a Pagar 15.000,00 Estoque 40.000,00 Fornecedores 20.000,00 Empréstimos CP 36.910,00 Seguros Pagos Antecipadamente 5.000,00 Empréstimos LP 30.000,00 Ativo Circulante 160.000,00 PC + ELP 108.410,00 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 (-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00 Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00 ATIVO TOTAL 278.500,00 PASSIVO TOTAL 278.500,00 DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCÍCIO Contabilidade para Executivos 36 Receita Líquida 150.000,00 (-) CMV 90.000,00 (=) Lucro Bruto 60.000,00 (-) Despesas Operacionais 24.000,00 (=) Lucro Operacional 36.000,00 (-) Resultado Financeiro 600,00 (=) LAIR 35.400,00 (-) IR 5.310,00 (=) Lucro Líquido 30.090,00 (=) Lucro Operacional 36.000,00 + Depreciação 1.500,00 EBITDA 37.500,00 EMPRESA bETA BALANÇO PATRIMONIAL jan/2005 jan/2005 Caixa + Aplicações 63.090,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00 Contas a Receber 45.000,00 Salários a Pagar 15.000,00 Estoque 40.000,00 Fornecedores 50.000,00 Empréstimos CP Seguros Pagos Antecipadamente 5.000,00 Empréstimos LP 30.000,00 Ativo Circulante 153.090,00 PC + ELP 101.500,00 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 (-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00 Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00 ATIVO TOTAL 271.590,00 PASSIVO TOTAL 271.590,00 DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCÍCIO Receita Líquida 150.000,00 (-) CMV 90.000,00 (=) Lucro Bruto 60.000,00 (-) Despesas Operacionais 24.000,00 (=) Lucro Operacional 36.000,00 (-) Resultado Financeiro 600,00 (=) LAIR 35.400,00 (-) IR 5.310,00 (=) Lucro Líquido 30.090,00 Contabilidade para Executivos 37 (=) Lucro Operacional 36.000,00 + Depreciação 1.500,00 EBITDA 37.500,00 Percebe-se que as duas empresas apresentam liquidez, endividamento e capital de giro distintos, entretanto, ambos os índices EBITDA são os mesmos. Obviamente, se um gestor soubesse apenas o indicador em questão tomaria decisões totalmente diferentes daquele que não ignorasse todas as circunstâncias das empresas. 4 – A Contabilidade O uso correto da contabilidade torna-se indispensável ao sucesso organizacional, afinal “o sistema contábil é o principal – e o mais confiável – sistema de informação quantitativo em (...) todas as organizações”, 17 pois é, basicamente, o único “meio de coletar, resumir, analisar e relatar informação acerca dos negócios”18 de uma empresa, sendo, assim, a linguagem empreendedora aos usuários, ou seja, à “toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar”.19 Independente dos mais variados usuários contábeis, o objetivo da contabilidade é fornecer a eles, “um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos”.20 Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e pontos fortes existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as oportunidades. Já ao analista externo interessa saber da viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa. A ótica do analista, pois, é que determinará os caminhos a serem trilhados pelo investidor. Deste modo, os investidores compram ações esperando receber dividendos e um aumento no valor da ação. Os credores emprestam dinheiro com a expectativa de receber de volta juros e o principal. Ambos os grupos assumem o risco de não receber os retornos esperados. Utilizam a contabilidade e empregam a análise de balanço para (1), prever o lucro esperado e (2), acessar os riscos associados a este lucro. Desta forma, segundo Sardinha,21 permite-se: 17 HORNGREN, Charles T., et al. Contabilidade de custos. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. Pág 02. 18 ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. Tradução de Management accounting principles, por Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Atlas, 1975. Pág 17. 19 FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 1994. Pág 59. 20 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1997. Pág 19. 21 O Doutor José Carlos Sardinha é professor do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Coordenador da Fundação Getulio Vargas. Contabilidade para Executivos 38 Projetar os Demonstrativos Econômico Financeiro, baseado em informações passadas; Fazer comparações com outras empresas do ramo, permitindo inferir quem está melhor, pior ou na média; Em resumo: gerar percepções aos interessados na entidade econômica, de forma a inferirem quanto à performance, investimento ou risco e deles extrair os diversos indicadores que lhe forneçam as informações desejadas. Neste contexto, visando evidenciar determinado aspecto da conjuntura de uma organização, é fundamental o cálculo dos índices, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas, estabelecido a partir da relação entre contas ou grupo de contas dos Demonstrativos Financeiros. Sua posterior análise serve como termômetro na avaliação da saúde financeira de uma entidade, afinal, na busca em obter uma maior sensibilidade de desempenho, os indicadores ajudam “no processo de clarificação do entendimento da situação da empresa e objetiva detectar situações, verificar tendência dos acontecimentos e dar subsídios para que a administração da companhia enfatize os esforços nas direções necessárias”.22 4.1 – Essência Informativa A dinâmica dos negócios tem motivado a agilização dos gestores na tomada de decisão, o que passou a exigir medidas modernas da contabilidade a fim de melhor “fornecer informações sobre o desempenho da administração e da companhia aos usuários”.23 Na busca por tais medidas, que ajudariam na identificação de pontos fracos e prejudiciais à eficiência e eficácia empresarial, um conjunto de indicadores financeiros não-tradicionais foi desenvolvido, merecendo destaque o EVA (Economic Value Added), o MVA (Market Value Added) e o EBITDA. Ou seja, “o objetivo da Contabilidade praticamente permaneceu inalterado ao longo dos anos; as mudanças substanciais verificaram-se nos tipos de usuário e nas formasde informação que têm sido demandadas”, 24 exigindo-se uma flexibilidade da informação contábil e conseqüente adequação desta ciência aos anseios dos usuários, por meio da criação de índices personalizados. Neste sentido, cada expressão contábil será aproveitada, desprezada ou adaptada para tornar-se mais útil a complexidade informativa dos mais diferentes grupos de “clientes”. Por exemplo, ao mesmo tempo em que, para uns, “a última linha 22 PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo: Atlas, 1996. Pág 76. 23 MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001. Pág 44. 24 COLA RES, Marcelle e PONTE, Vera Maria Rodrigues. A prática da evidenciação de informações avançadas e não obrigatórias nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras. XXVII ENAMPAD. São Paulo. Setembro 2003. Pág. 02. Contabilidade para Executivos 39 da DRE não diz nada sobre a saúde da empresa”, para outros o Lucro Líquido é um número universal (sem contar naqueles que, a partir deste resultado contábil, calculam o resultado econômico). Quais destes três personagens fictícios estão certos? Pode-se dizer que todos estão, pois primordialmente, a relevância dos dados está profundamente relacionada aos objetivos pretendidos da análise, por isso a obrigatoriedade de defini-los detalhadamente. Para o indivíduo que deseja estudar apenas a gestão de capital de giro de curto prazo da empresa, o Lucro Líquido pode não ser importante. O investidor que deseja saber quanto irá receber de dividendos, vigiará o mesmo lucro com muita atenção. Já do ponto de vista do profissional que vislumbra que uma atividade torna-se lucrativa quando a receita total cobrir todos os custos de oportunidade, explícitos e implícitos25, o mesmo deve calcular o lucro econômico. Resumidamente, dependendo do grau de complexidade do estudo, diversas compilações podem ser formuladas a partir dos demonstrativos contábeis. Entretanto, para evitar qualquer deslize na análise da nova formatação, a essência informacional do índice utilizado também tem que estar convenientemente dimensionada. Pode-se definir que a essência do EBITDA não está correlacionada com a precisão numérica, mas sim em consonância com a tempestividade e comparabilidade da informação. Quanto à tempestividade, é perceptível que torna-se inútil para o gestor usar a ferramenta mais precisa, se a mesma não tenha sido utilizada no momento correto. Observa-se que as companhias raramente divulgam sua demonstração de fluxo de caixa completa no momento em que anunciam os seus ganhos, então os investidores teriam que esperar semanas até que os resultados trimestrais sejam divulgados de forma a conseguir os detalhes que eles precisam para calcular os números reveladores. Deste modo, os gestores acabam buscando ferramentas que possam consubstanciar a decisão e “ficaram confortáveis com o EBITDA, que era tido como algo parecido com o Fluxo de Caixa, mesmo que ele exclua expressamente alguns custos de caixa”, 26 em que, segundo Martins27, realmente não é seu objetivo demonstrar fielmente a geração de caixa, mas busca representar “o potencial de geração genuinamente operacional de caixa”. Quanto à comparabilidade, o decisor deseja confrontar empresas do mesmo ramo independente de sua estrutura de ativos e passivos. Pondera-se, portanto, que o EBITDA funciona como um minimizador das limitações da análise financeira que, dentro de algumas, destaca-se: 25 MANKIW, Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999. Pág 269. 26 BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. Op cit. Pág 38. 27 MARTINS, Eliseu. Op cit. Pág 01. Contabilidade para Executivos 40 “Ao comparar os índices de determinada empresa com índices de outras empresas, é necessário que se levem em consideração diferenças entre elas – utilização de diferentes métodos contábeis, diferentes métodos operacionais, diferentes tipos de financiamento”. 28 Além disso, cabe ao analista se preocupar também com o ambiente do negócio vinculado à empresa, afinal antes de iniciar uma análise “fria”, deve-se saber pesquisar e compreender o próprio empreendimento a ser examinado. O segmento de aluguel de carros pode ser utilizado como exemplo. Se o EBITDA for utilizado sem entendimento do contexto operacional como um todo, o gestor fará o cálculo simples descrito acima. O que passará despercebido é que ele não considerará, por exemplo, o resultado com a venda dos carros, contabilizada como Resultado Não Operacional. Este fato, na verdade, faz parte da “cultura operacional normal” do segmento, pois a entidade, após dois ou três anos deve vender seu imobilizado para financiar novas aquisições e, assim, ter um diferencial mercadológico de ter uma frota recente. Neste sentido, o próprio EBITDA pode produzir “versões” para torná-lo mais completo e adequado. Alguns deles podem ser descritos: EBITDAL - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and Leasing – Além das variáveis contempladas no indicador tradicional, este índice também elimina as despesas de leasing, visando maior comparabilidade de fatores resultantes apenas de decisões operacionais. Diferencia-se, por exemplo, aquela que adquiriu imóveis daquela que comprou os mesmos através de operações financeiras. O leasing aqui é visto como uma decisão de financiamento da empresa. Exemplo29: ShopSite, Inc. reports that it had a net profit for the recently completed 2001 fiscal year based upon EBITDAL. EBITDAR - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and Restructuring Costs – Com o mesmo preceito estabelecido no indicador anterior, este elimina os custos de reestruturação, ou seja, tenta expurgar itens que são próprios da decisão de investimento, como se duas empresas, apesar de serem do mesmo ramo, diferem uma da outra porque a primeira comprou o imóvel onde hoje é a fábrica, mas a segunda preferiu alugar uma fábrica de terceiros. Para comparação, retiram-se do cálculo a depreciação da fábrica (que incorre na primeira) e as despesas de aluguel (que ocorre na segunda). Exemplo30: 28 ATICKNEY, Clyde P. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001. Pág 254. 29 http://www.shopsite.com/news_2001_profit.html 30 http://www.addsolutions.pt/aeropress/ap2003/noticiasdia.asp?noticia=3446 Contabilidade para Executivos 41 A Iberia anunciou em Madrid que registou um lucro de 135 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano. Neste período o EBITDAR atingiu 533 milhões de euros, o que representa uma margem sobre as receitas de 15,5 por cento. EBITDAX - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and Exploration Expenses – Este índice, muito utilizado pelas empresas de energia, tem objetivo de expurgar do cálculo as despesas de exploração. Neste segmento, o montante destas despesas é consideravelmente relevante, assim, busca-se uma maior informação a respeito do operacional de uma empresa, pois, geralmente, as companhias capitalizam as despesas de exploração bem sucedidas e contabilizam direto no resultado
Compartilhar