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Prévia do material em texto

Contabilidade para Executivos 
 
 
MBA em Gestão Empresarial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para 
Executivos 
 
 
 
 
Fabiano Simões Coelho 
fabiano@fabianocoelho.com.br 
http://www.fabianocoelho.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização 
Fundação Getulio Vargas 
FGV Management 
 
 
Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à 
Fundação Getulio Vargas. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao(s) 
autor(es). 
 
COELHO, Fabiano Simões. 
Contabilidade para Executivos. 1ª Rio de Janeiro: FGV 
Management – Cursos de Educação Continuada. 
247 p. 
 
 
Bibliografia 
 
 
1. Contabilidade 
 
 
Coordenação Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho 
Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo 
Coordenadores de Área: 
Prof. Ernani Hickmann 
Prof. José Carlos Sardinha 
Prof. Marilson Gonçalves 
Prof. Ronaldo Andrade 
Profa. Sylvia Constant Vergara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sua opinião é muito importante para nós 
Fale Conosco! 
Central de Qualidade – FGV Management 
* ouvidoria@fgv.br 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
 
 
Sumário 
PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................................ 1 
EMENTA ............................................................................................................................. 1 
CARGA HORÁRIA TOTAL..................................................................................................... 1 
OBJETIVOS......................................................................................................................... 1 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.............................................................................................. 1 
METODOLOGIA .................................................................................................................. 2 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................. 2 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................... 2 
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR............................................................................ 3 
3 - MATERIAL COMPLEMENTAR................................................................................ 4 
3.1 - EXERCÍCIOS............................................................................................................ 4 
3.1.1 - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ....................................................................................... 4 
3.1.1.1 - Familiarização com a mecânica contábil .................................................................. 4 
3.1.2 - FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL............................................. 6 
3.1.3 - DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.......................................... 7 
3.1.3.1 - O DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE UMA EMPRESA COMERCIAL...... 7 
3.1.3.2 - Exercício de Fixação: Cia. Camisaria Mammy S.A................................................... 8 
3.1.3 D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA........................................................................... 9 
3.1.3.1 – EXERCÍCIO 01 – EMPRESA COMERCIAL.......................................................... 9 
3.1.3.2 - EXERCÍCIO 02 – EMPRESA COMERCIAL......................................................... 9 
3.1.3.3 - EXERCÍCIO 03.1 – EMPRESA COMERCIAL....................................................... 9 
3.1.3.4 - EXERCÍCIO 03.2 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 
3.1.3.5 - EXERCÍCIO 04.1 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 
3.1.3.6 - EXERCÍCIO 04.2 – EMPRESA COMERCIAL......................................................10 
3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR ....................................................................................... 11 
3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE..................................11 
3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA...................................................................12 
3.3.2 - ANÁLISE PRAZOS MÉDIOS............................................................................... 14 
CIA IPIRANGA – 98-2000 .............................................................................................. 17 
3.3.3 - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - AMBEV............................................. 18 
3.3.5 - CASO PARA ESTUDO – VARIG S.A. ..............................................................................25 
3.4 EBITDA..................................................................................................................... 28 
3.5 D.V.A.......................................................................................................................... 47 
3.6 TRANSPARÊNCIAS................................................................................................. 54 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
1 
Programa da disciplina 
 
 
EMENTA 
 
Contabilidade e o significado dos relatório econômicos-financeiros. Balanço: 
significado das contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Variações no Patrimônio 
líquido: receita, despesa e resultado. Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos e o fluxo de caixa. Análise dos demonstrativos financeiros: índices de 
performance operacional, índices de investimento e índices de endividamento. 
 
 
CARGA HORÁRIA TOTAL 
 
24 horas/aula 
 
 
OBJETIVOS 
 
O alunos deverá, ao final do módulo, ser capaz de: 
 
Ô Reconhecer o significado das informações constantes nos relatórios econômico-
financeiros, especialmente no Balanço Patrimonial (BP), nas Demonstrações de 
Resultado do exercício (DRE), de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e de 
Fluxo de Caixa (DFC); 
Ô Compreender o fluxo da informação contábil até os seus reflexos nas demonstrações 
contábeis; 
Ô Compreender os conceitos de Liquidez, Segurança e Rentabilidade para efeitos de 
avaliação econômico-financeira; 
Ô Executar uma análise elementar da saúde financeira da empresa com base em índices 
específicos; 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
Significado das informações dos relatório 
econômicos-financeiros: Balanço Patrimonial 
e Demonstrativo de Resultado do Exercício. 
As informações financeiras, seu 
significado e seus principais usuários. 
O processo contábil: o fluxo da informação 
financeira e seu registro no Balanço 
Patrimonial. 
Descrição do processo contábil e do 
fluxo da informação contábil. Os fatos 
geradores e seus reflexos no 
patrimônio da empresa. 
As informações do Balanço relacionadas com A estrutura do Balanço Patrimonial. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
2 
o Ativo e as com o Passivo: o retorno do ativo 
frente a demanda dos investidores. 
Classificação das contas: Ativo, 
Passivo e Patrimônio Líquido. Grupos 
de contas. 
A compreensão das informações do 
Demonstrativo de Resultado do Exercício 
para as várias empresas na economia. 
A estrutura da Demonstração do 
Resultado do Exercício. Receitas, 
Despesas e suas classificações. O 
lucro: bruto, operacional e líquido. 
Resultado não-operacional. 
A compreensão das informações da 
Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos para as várias empresas na 
economia. 
A estrutura da Demonstração de 
Origens e Aplicações de Recursos. Os 
conceitosde Origem e Aplicação. O 
ajuste no Lucro Líquido. O significado 
da variação do Capital Circulante 
Líquido (CCL). 
A compreensão das informações da 
Demonstração do Fluxo de Caixa para as 
várias empresas na economia. 
A estrutura da Demonstração do Fluxo 
de Caixa. A relação da demonstração 
do fluxo de caixa com as outras 
demonstrações financeiras. Os métodos 
de elaboração. 
Índices da análise dos demonstrativos 
financeiros. 
Os conceitos de liquidez, segurança e 
rentabilidade. Índices específicos de 
análise elementar de saúde financeira. 
 
 
METODOLOGIA 
 
Aula expositiva com auxílio de microcomputador, projetor multimídia e quadro branco 
com marcadores. Aos alunos serão fornecidos os seguintes itens: apostila e 
transparências a serem utilizadas durante a exposição dos assuntos. Serão ministrados 
exercícios, estudos dirigidos e estudos de caso. 
 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
 
Deverá ser elaborada, pelos alunos, uma prova individual, que envolva os assuntos 
desenvolvidos no módulo. 
 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
BRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gestão financeira das 
empresas – um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. 
 
IUDÍCIBUS, S., MARTINS, Eliseu, GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade das 
sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
3 
 
MARION, Josá Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. 
 
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 
1995. 
 
 
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 
 
Fabiano Simões Coelho é Mestre em Ciências Contábeis pela FAF/UERJ – Faculdade de 
Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós graduado em 
Ciências Contábeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Ciências Contábeis pela UERJ 
em 1998. É professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, Professor 
da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas e professor da 
Faculdade da Cidade - Rio de Janeiro. Autor de trabalhos publicados em revistas 
especializadas no Brasil e no exterior. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
4 
3 - Material Complementar 
 
3.1 - EXERCÍCIOS 
 
3.1.1 - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
 
3.1.1.1 - Familiarização com a mecânica contábil 
 
Em cada um dos fatos contábeis abaixo há sempre duas palavras em destaque. 
Identifique as origens e aplicações de recursos: 
 
 a. Entrega ao Caixa do dinheiro referente ao Capital Social subscrito no 
Contrato Social de constituição da empresa: $ 200. 
Aplicação: 
Origem: 
 
b. Depósito no Banco de dinheiro que estava no Caixa, no valor de $ 100. 
Aplicação: 
Origem: 
 
c. Compra de Mercadorias que a empresa fez junto a um Fornecedor para pagar daqui 
a 30 dias = $ 80. 
Aplicação: 
Origem: 
 
d. Entrega pelo Caixa ao Office Boy, de dinheiro para Despesas com condução = $10. 
Aplicação: 
Origem: 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
5 
e. Vendas de 60% das Mercadorias feitas pela empresa a um Cliente e entrega ao 
Caixa do dinheiro recebido = $ 120. 
Aplicação: 
Origem: 
 
f. Venda de duas Máquinas feitas por um Fornecedor para a empresa pagar da 
seguinte forma: daqui a 60 dias ( $50 ) e 90 dias ( $50 ). 
Aplicação: 
Origem: 
 
g. Cobrança da conta de Despesa com telefone , feita pelo Banco, descontando o valor 
do dinheiro que a empresa tinha depositado = 15. 
Aplicação: 
Origem: 
 
h) Pagamento de uma duplicata efetuado pela empresa ao Fornecedor com dinheiro 
que estava no Caixa = $50. 
Aplicação: 
Origem: 
 
i) Despesa com viagem feita pelo Gerente, que é reembolsado através de um cheque do 
Banco em que a sociedade mantém uma conta = $20. 
Aplicação: 
Origem: 
 
j) Venda de 40 $ das Mercadorias a prazo a um Cliente, estando os Direitos da 
empresa garantidos por duas Duplicatas a Receber = $60. 
Aplicação: 
Origem: 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
6 
 
3.1.2 - FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL 
 
Levante um balanço da Empresa Abacaxi após cada transação abaixo: 
 
 
1 - Os proprietários fizeram o seguinte investimento inicial no comércio 
de ferragens a varejo: mercadorias, $4.000; dinheiro, $5.000; 
 
2 - Compra de instalações para escritório, em dinheiro, no valor de $300; 
 
3 - Compra de instalações para a loja, da Cia. B, no valor de $2.100; 
pagou $1.000 e combinou pagar o saldo dentro de 30 dias; 
 
4 - Compra de mercadorias para a loja, em dinheiro, no valor de $75; 
 
5 - Compra de equipamento de entrega, a crédito, da Cia. C, no valor de 
$800; 
 
6 - Pagou à Cia. B a quantia que lhe devia; 
 
7 - Vendeu mercadorias que lhe custaram $75, por $125, a prazo; 
 
8 - Pagou à Cia. C a quantia que lhe devia; 
 
9 - Vendeu todo o Ativo, exceto o Caixa, em dinheiro, por $7.000. 
 
Pede-se: 
Através dos fatos acima, demonstre a situação patrimonial da "Empresa 
Abacaxi" após cada transação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
7 
 
3.1.3 - DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
3.1.3.1 - O DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE UMA EMPRESA 
COMERCIAL 
 
Exemplo: A Cia. Fabianum Contabium S.A - RESPOSTA PÁG 48 - TEORIA 
 
A Cia. Fabianum Contabium possui os seguintes saldos nas contas em 31/12/x2 
Vendas (recebimento de 50 %) $ 3.500 
Compras (pagamento de 50 %) $ 2.100 
Despesas de Vendas (pagamento de 100%) $ 400 
Despesas Administrativas (pagamento de 100%) $ 210 
Resultado Financeiro (negativo) (provisionado) $ 40 
Despesas não operacionais (ajustes) $ 150 
Estoque em 31/12/x1 $ 170 
Estoque em 31/12/x2 $ 150 
 
 
PEDE-SE: 
 
Apresente o Demonstrativo de Resultados para o ano de 19x2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
8 
 
 
 
3.1.3.2 - Exercício de Fixação: Cia. Camisaria Mammy S.A 
 
A Cia. Camisaria Mammy possui os seguintes dados do exercício X1: 
Preço de Venda Camisa A $ 23 / unid 
Preço de Venda Camisa B $ 17 / unid 
Quantidade Vendida Camisa A (recebimento de 50 %) 1.000 unid 
Quantidade Vendida Camisa B (recebimento de 90 %) 1.500 unid 
Compras Camisa A (pagamento de 80 %) $ 19.000 
Compras Camisa B (pagamento de 40 %) $ 22.800 
Comissão de Vendedores (pagamento de 100 %) $ 1.200 
Salários dos Vendedores (pagamento de 100 %) $ 2.800 
Despesas Diversas de Vendas (pagamento de 100 %) $ 500 
Aluguel da Loja (pagamento de 100 %) $ 2.000 
Seguro da Loja (pagamento de 50 %) $ 250 
Salários do Pessoal Administrativo (pagamento de 50 %) $ 1.000 
Depreciações Administrativas $ 750 
Receita não operacional $ 1.000 
Estoque em 01/01/X1 Camisa A $ 1.500 
Estoque em 31/12/X1 Camisa A $ 4.500 
Estoque em 01/01/X1 Camisa B $ 2.600 
Estoque em31/12/X1 Camisa B $ 6.400 
 
 
PEDE-SE: a Demonstração do Resultado do Exercício para o exercício X1. 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
9 
3.1.3 D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA 
 
3.1.3.1 – EXERCÍCIO 01 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 40.000 em que há recebimento de 100% do mesmo 
• CMV – corresponde a 60 % da Receita 
• Estoque Final – Igual ao valor do CMV 
• Política Compras – 100% em 30 dias 
• Salários ocorridos e pagos - $ 7.000 
• Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 
 
3.1.3.2 - EXERCÍCIO 02 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 100.000 em que há recebimento de 60% do mesmo 
• CMV – corresponde a 40 % da Receita 
• Estoque Final - 50 % do valor do CMV 
• Política Compras - pgto 60% e o restante em 40 dias 
• Salários - $ 10.000 (pgto 30 %) 
• Aluguéis - $ 1.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) 
• Depreciação - 10 % do ativo imobilizado 
• Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 
 
3.1.3.3 - EXERCÍCIO 03.1 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 150.000 em que há recebimento de 40% do mesmo 
• CMV – corresponde a 60 % da Receita 
• Estoque Final – 2/3 do valor do CMV 
• Política Compras - pgto 75% e o restante em 30 dias 
• Salários - $ 20.000 (pgto 30 %) 
• Aluguéis - $ 1.500 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) 
• Seguros - $ 500 por mês, que foram pagos no início do ano 
• Depreciação - 10 % do ativo imobilizado 
• Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de 
empréstimo, o mesmo tem caráter de Curto Prazo) 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
10 
3.1.3.4 - EXERCÍCIO 03.2 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 150.000 em que há recebimento de 70% do mesmo 
• CMV – corresponde a 60 % da Receita 
• Estoque Final – 2/3 do valor do CMV 
• Política Compras - pgto 50% e o restante em 30 dias 
• Salários - $ 20.000 (pgto 30 %) 
• Aluguéis - $ 1.500 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) 
• Seguros - $ 500 por mês, que foram pagos no início do ano 
• Depreciação - 10 % do ativo imobilizado 
• Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de 
empréstimo, o mesmo tem caráter de Curto Prazo) 
 
3.1.3.5 - EXERCÍCIO 04.1 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 200.000 em que há recebimento de 40 % do mesmo 
• CMV – corresponde a 80 % da Receita 
• Estoque Final - 75 % do valor do CMV 
• Política Compras - pgto 60% e o restante em 35 dias 
• Salários - $ 40.000 (pgto de $18.000) 
• Aluguéis - $ 2.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) 
• Seguros - $ 1.000 por mês, que foram pagos no início do ano 
• Depreciação - 10 % do imobilizado 
• Compra Imobilizado - $ 20.000 – não sofre depreciação 
• Saldo mínimo de caixa - $ 10.000 
 
3.1.3.6 - EXERCÍCIO 04.2 – EMPRESA COMERCIAL 
Fatos Ocorridos no mês: 
• Vendas - $ 200.000 em que há recebimento de 75 % do mesmo 
• CMV – corresponde a 80 % da Receita 
• Estoque Final - 75 % do valor do CMV 
• Política Compras - pgto 40% e o restante em 35 dias 
• Salários - $ 40.000 (pgto de $18.000) 
• Aluguéis - $ 2.000 por mês (irão ser pagos no final de cada ano) 
• Seguros - $ 1.000 por mês, que foram pagos no início do ano 
• Depreciação - 10 % do imobilizado 
• Compra Imobilizado - $ 20.000 – não sofre depreciação 
• Saldo mínimo de caixa - $ 10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, o 
mesmo tem caráter de Curto Prazo) 
 
 
Contabilidade para Executivos 
11 
 
3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR 
 
3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE 
 
VOCÊ S.A. - Edição 39 - Ano 4 - Setembro 2001 - pág 72 
 
"Há muitos anos, conduzi um grupo de estudantes a um mercado livre 
próximo de Manágua, na Nicarágua. Perguntei a uma mulher que vendia 
roupas como ela conseguia o dinheiro para as compras. Ela disse que o to-
mava emprestado a uma taxa de 2,5% ao mês. Um estudante, numa conta 
rápida —multiplicou 2,5 por 12 meses — anunciou que a taxa de juros era de 
inacreditáveis 30% ao ano. Ela o corrigiu. Acumulado, usando juros compostos, 
dava 34% ao ano. Qual era a taxa de lucro dela? Apenas 5%. Então, como ela 
conseguia sobreviver tomando emprestado a uma taxa daquelas? Perturbada 
pela estupidez da pergunta, ela gesticulou indicando rotação — giro de 
estoque, giro de inventário. Ela sabia que a obtenção de um bom retorno 
depende de dois fatores: margem de lucro e velocidade. Se ela vendesse uma 
camiseta por 10 dólares, seu lucro seria de apenas 50 centavos. Para pagar os 
juros do empréstimo e reabastecer sua barraca, ela tinha de vender roupas 
várias vezes todos os dias. Quanto mais rápido vendesse, mais 5% acumulava. 
De fato, retorno sobre os ativos nada mais é do que a margem de lucro mul-
tiplicada pela velocidade do ativo. Essa é uma lei universal dos negócios que 
pode ser descrita simplesmente assim: 
 
Retomo = Margem x Velocidade 
 
Muitas pessoas focam na margem de lucro, mas desprezam a velocidade. 
Aqui temos um ponto em que os presidentes de sucesso dife rem de outros 
executivos. Eles nunca deixam de considerar ambas. 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
12 
3.3 - ANÁLISE 
3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA 
Apresente a análise econômico-financeira da Cia. Big 
 19X1 AV 19x2 AV AH 19x3 AV AH 
ATIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335 
 Circulante 1.960.480 2.269.171 2.933.575 
 Financeiro 163.634 107.224 87.000 
 Operacional 1.796.846 2.161.947 2.846.575 
 Clientes 1.045.640 1.122.512 1.529.061 
 Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514 
 Realizável a LP 0 0 0 
 Permanente 765.698 1.714.879 2.719.760 
 
PASSIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335 
 Circulante 1.340.957 1.406.077 1.957.277 
 Financeiro 356.798 477.314 834.743 
 Operacional 984.159 928.763 1.122.534 
 Exigível a LP 314.360 1.170.788 2.028.231 
 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 1.667.827 
 
 
DRE 31.12.x1 AV 31.12.x2 AV AH 31.12.x3 AV AH 
RECEITA REALIZADA 5.960.227 124,35% 5.743.114 129,76% -3,64% 7.820.143 133,63% 36,17%
RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100,00% 4.425.866 100,00% -7,66% 5.851.586 100,00% 32,22%
 Custo dos Prod. Vend 3.621.530 75,57% 3.273.530 73,97% -9,61% 4.218.671 72,10% 28,86%
LUCRO BRUTO 1.171.593 24,45% 1.152.336 26,03% -1,71% 1.632.915 27,90% 41,75%
 Despesas 
Operacionais 
 
 
 
 
 
 
 Administrativas 189.205 3,94% 182.419 4,11% -3,70% 242.471 4,14% 32,97%
 Vendas 298.394 6,22% 227.225 5,13% -23,83% 227.777 3,90% 0,44%
 
 Financeiras 273.448 5,70% 435.254 9,83% 59,34% 857.363 14,64% 97,01%
LUCRO OPERACIONAL 410.546 8,58% 307.438 6,94% -25,30% 305.304 5,21% -0,65%
 Resultado Não 
Operacional 
1.058
0,02%
-
0,00%
-
100,00%
- 
0,00% 
LUCRO ANTES DO IR 411.604 8,60% 307.438 6,94% -25,49% 305.304 5,21% -0,65%
 Provisão para IR 187.863 3,92% 140.322 3,16% -25,53% 139.348 2,38% -0,71%
LUCRO LÍQUIDO 223.741 4,67% 167.116 3,77% -25,45% 165.956 2,84% -0,60%Contabilidade para Executivos 
13 
Estoques
C.M.V.
Contas a Receber
Receita Oper Líquida
Fornecedores
Compras a Prazo
CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC
Prazo Médio de Estocagens dias
Prazo Médio de Recebimento diasx 365
x 365
Rentabilidade sobre PL %
Lucro Líquido
PL
Rotação do Ativo
Rentabilidade sobre Ativo 
Total
%
Receita Oper Líquida
ATIVO
Lucro Operacional
ATIVO
Índice de Liquidez Geral
Margem Operacional %
(AC+RLP)
(PC + ELP)
Lucro Operacional
Receita Oper Líquida
Índice de Liquidez Corrente
Índice de Liquidez Seca
AC
PC
(AC - Estoques)
PC
Perfil do Endividamento %
Imobilização do P.L. %
PC
PC + ELP
AP
PL
Relação entre Fontes de 
Recursos
Endividamento Geral %
PC + ELP
PL
PC + ELP
ATIVO
PMRE + PMRE
x 365
CICLO OPERACIONAL dias
Prazo Médio de Pagamentos 
de Compras 
x3 Varx1 x2
dias
CAPITAL DE GIRO AC - PC dias
Necessidade de Capital de 
Giro
ACO - PCO dias
Tesouraria ACF - PCF dias
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
14 
 
3.3.2 - ANÁLISE PRAZOS MÉDIOS 
Apresente a análise econômico-financeira da Cia. Ipiranga. 
 1996 1995 1994 1993 
ATIVO 1.086.746 908.509 626.623 535.251
 Circulante 504.221 374.437 143.543 121.631
 Financeiro 166.383 93.478 33.294 33.928
 Disponível 4.619 4.550 4.562 3.885
 Títulos e Valores Mobiliários 161.764 88.928 28.732 30.043
 Operacional 337.838 280.959 110.249 87.703
 Contas a Receber de Clientes 225.759 182.558 50.028 31.180
 Estoques 72.532 51.611 25.251 28.131
 
Contas a Receber de Partes 
Relacionadas 
414 330 8.741 12.692
 Provisão para Riscos de Créditos -2.920 -1.037 -720 -494
 Impostos e Fretes a Receber 19.237 28.504 20.182 13.603
 Outras Contas a Receber 22.816 18.993 5.683 2.312
 Despesas Antecipadas 0 0 1.084 279
 Realizável a Longo Prazo 98.586 63.678 12.377 5.316
 Contas a Receber de Clientes 73.156 49.404 6.259 1.454
 
Contas a Receber por Venda de 
Ativos 
11.590 7.849 0 0
 Empréstimos e Debêntures a Receber 0 0 4.839 1.560
 Outras Contas a Receber 13.840 6.425 1.279 2.302
 Permanente 483.939 470.394 470.703 408.304
 Investimentos 109.747 90.293 335.850 267.247
 Imobilizado 374.192 380.101 134.833 140.717
 Diferido 0 0 20 340
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
15 
 
PASSIVO 1.086.746 908.509 626.623 535.251
 Circulante 299.680 200.662 101.626 88.095
 Financeiro 42.241 8.691 0 0
 Empréstimos e Financiamentos 42.241 8.691 0 0
 Operacional 257.439 191.971 101.626 88.095
 Fornecedores 135.279 109.683 36.418 35.906
 Contas a Pagar – Partes Relacionadas 37.997 10.848 0 0
 Impostos e Contribuições a Recolher 37.267 38.159 26.758 24.256
 Salários e Encargos Sociais 20.637 14.641 5.827 3.992
 Dividendos Propostos 17.309 13.577 24.830 11.994
 Participações nos Lucros 1.857 1.443 1.533 1.629
 Provisão para Contingências 5.104 2.183 605 1.498
 Outras Obrigações a Pagar 1.989 1.437 5.655 8.820
 Exigível a Longo Prazo 112.189 108.710 70.753 77.893
 Empréstimos e Financiamentos 100.095 99.433 67.672 76.451
 Provisão para Contingências 6.779 5.190 1.238 671
 Outras Contas a Pagar 5.315 4.087 1.843 771
 Patrimônio Líquido 674.877 599.137 454.244 369.263
 Capital Social 230.000 187.367 121.338 121.338
 Reserva de Capital 141.892 183.676 148.547 143.187
 Reserva de Reavaliação de Coligadas 0 1.045 755 1.103
 Reserva de Lucros 302.985 227.049 183.604 103.635
 
Vendas Realizadas 3.632.284 2.919.821 1.373.930 1.416.673
Custo dos Produtos Vendidos 3.203.142 2.543.080 1.161.644 1.233.926
Lucro Líquido 106.768 66.411 113.216 45.480
 
 
Contabilidade para Executivos 
16 
Estoques
C.M.V.
Contas a Receber
Receita Oper Líquida
Fornecedores
Compras a Prazo
CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC
Prazo Médio de Estocagens dias
Prazo Médio de Recebimento diasx 365
x 365
Rentabilidade sobre PL %
Lucro Líquido
PL
Rotação do Ativo
Rentabilidade sobre Ativo 
Total
%
Receita Oper Líquida
ATIVO
Lucro Operacional
ATIVO
Índice de Liquidez Geral
Margem Operacional %
(AC+RLP)
(PC + ELP)
Lucro Operacional
Receita Oper Líquida
Índice de Liquidez Corrente
Índice de Liquidez Seca
AC
PC
(AC - Estoques)
PC
Perfil do Endividamento %
Imobilização do P.L. %
PC
PC + ELP
AP
PL
Relação entre Fontes de 
Recursos
Endividamento Geral %
PC + ELP
PL
PC + ELP
ATIVO
PMRE + PMRE
x 365
CICLO OPERACIONAL dias
Prazo Médio de Pagamentos 
de Compras 
1994 Var1996 1995
dias
CAPITAL DE GIRO AC - PC dias
Necessidade de Capital de 
Giro
ACO - PCO dias
Tesouraria ACF - PCF dias
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
17 
CIA IPIRANGA – 98-2000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2000 1999 1998
ESTRUTURA DE CAPITAL
Relação entre fontes 0,6300 0,6125 0,5373
Perfil de Endividamento 68% 72% 73%
Imobilização do Patrimonio Líquido 75% 78% 87%
Imobilização dos Recursos não Correntes 62% 66% 76%
LIQUIDEZ
Liquidez Geral 1,40 1,36 1,24
Liquidez Corrente 1,84 1,70 1,44
Liquidez Seca 1,40 1,36 1,25
RENTABILIDADE
Rentabilidade do Ativo 2,86% 6,18% 14,20%
Giro do Ativo 4,56 3,68 3,27
Margem Operacional 0,63% 1,68% 4,35%
Rentabilidade do PL 4,72% 10,29% 21,83%
ANÁLISE FINANCEIRA
2000 1999 1998
Prazo Médio Recebimento de Vendas (360*DR)/VR 28 27 22
Prazo Médio de Renovação de Estoque (360*E)/VR 9 9 5
Ciclo Operacional PMRV +PMRE 37 36 27
Prazo Médio Pagamento de Compras (360*F)/VR 14 12 9
Ciclo de Caixa CO-PMPC 23 24 18
Necessidade de Capital de Giro ACO-PCO 375.040 297.149 113.115
Capital de Giro AC - PC 361.622 299.674 157.804
Tesouraria ACF-PCF -13.418 2.525 44.689
ANÁLISE DE CAPITAL DE GIRO
113.115
297.149
375.040
44.689
2.525
-13.418
-50.000
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
1998 1999 2000
Necessidade Capital de Giro Saldo Tesouraria
 
 
Contabilidade para Executivos 
18 
 
3.3.3 - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - AMBEV 
ANTÁRTICA 
Balanço Patrimonial (em R$ mil) 
CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 30/09/1999 
ATIVO 3.312.246 3.402.148 3.741.215 
Ativo Circulante 857.689 761.544 637.848 
Disponível e Inv. CP 185.242 126.962 90.703 
Duplicatas a Receber 242.254 136.057 85.330 
PCLD (17.404) 0 0 
Títulos a Receber CP 21.390 0 0 
Outros Créditos CP 0 0 212.897 
Estoques 231.128 212.397 203.944 
Outros Ativos Circulantes 195.079 286.128 44.974 
Ativo Realizável a Longo Prazo 216.313 296.740 546.991 
Ativo Permanente 2.238.244 2.343.864 2.556.376 
Investimentos 147.618 136.576 148.016 
Imobilizado 1.864.971 1.901.739 1.970.819 
Diferido 225.655 305.549 437.541 
PASSIVO 3.312.246 3.402.148 3.741.215 
Passivo Circulante 762.865 825.202 1.685.059 
Financiamento CP 291.219 466.390 1.161.950 
Debêntures CP 27.451 2.037 22.421 
Fornecedores CP 71.77198.999 91.020 
Impostos a Pagar CP 193.178 173.899 118.673 
Dividendos a Pagar CP 59.447 23.492 0 
Provisões CP 0 0 38.929 
A Pagar a Controladas CP 34.108 0 0 
Outros Passivos 
Circulantes 
85.691 60.385 252.066 
Exigível a Longo Prazo 693.483 655.519 390.423 
Patrimônio Liquido 1.855.898 1.921.427 1.665.733 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
19 
ANTÁRTICA 
 
Demonstração do Resultado do Exercício (em R$ mil) 
CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 30/09/1999 
 
Meses 12 12 9 
Receita Bruta 2.236.562 2.190.715 1.460.538 
Impostos sobre Vendas (803.961) (808.841) (499.634) 
Receita Liquida Operacional 1.432.601 1.381.874 960.904 
Custo Produtos Vendidos (929.598) (929.889) (605.817) 
Lucro Bruto 503.003 451.985 355.087 
Despesas Operacionais Próprias (396.851) (389.775) (355.015) 
Despesas com Vendas 165.645 186.966 211.051 
Despesas Administrativa 231.206 202.779 143.964 
Lucro Operacional Próprio 106.152 62.210 72 
Resultado Financeiro (99.153) (51.338) (352.885) 
Outras Rec. Desp. Operac. 94.043 68.834 227.049 
Equivalência Patrimonial (5.415) (3.086) (1.456) 
Lucro Operacional 95.627 76.620 (127.220) 
Resultado não Operacional (1.009) (4.523) (60.732) 
LAIR 94.618 72.097 (187.952) 
Provisão I.R. (17.448) (9.473) (30.910) 
IR Diferido 0 0 12.658 
Partic. Contrib. Estatutária (10.423) (7.861) (784) 
Reversão Juros s/ PL 17.500 9.437 14.410 
Partic. Acion. Minoritários (45.672) (37.648) (34.236) 
Lucro Liquido 38.575 26.552 (226.814) 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
20 
Estoques
C.M.V.
Contas a Receber
Receita Oper Líquida
Fornecedores
Compras a Prazo
CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC
Prazo Médio de Estocagens dias
Prazo Médio de Recebimento diasx 365
x 365
Rentabilidade sobre PL %
Lucro Líquido
PL
Rotação do Ativo
Rentabilidade sobre Ativo 
Total
%
Receita Oper Líquida
ATIVO
Lucro Operacional
ATIVO
Índice de Liquidez Geral
Margem Operacional %
(AC+RLP)
(PC + ELP)
Lucro Operacional
Receita Oper Líquida
Índice de Liquidez Corrente
Índice de Liquidez Seca
AC
PC
(AC - Estoques)
PC
Perfil do Endividamento %
Imobilização do P.L. %
PC
PC + ELP
AP
PL
Relação entre Fontes de 
Recursos
Endividamento Geral %
PC + ELP
PL
PC + ELP
ATIVO
PMRE + PMRE
x 365
CICLO OPERACIONAL dias
Prazo Médio de Pagamentos 
de Compras 
1999 Var1997 1998
dias
CAPITAL DE GIRO AC - PC dias
Necessidade de Capital de 
Giro
ACO - PCO dias
Tesouraria ACF - PCF dias
 
 
Contabilidade para Executivos 
21 
BRAHMA 
Balanço Patrimonial (R$ mil) 
CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 
ATIVO 4.303.319 4.669.322 5.425.862 
Ativo Circulante 1.678.694 1.959.203 2.723.110 
Disponível e Inv. CP 884.576 1.081.026 33.643 
Duplicatas a Receber Líq. 327.538 305.091 294.306 
A Rec. de Controladas 
CP 7.446 4.226 0 
Estoques 314.753 372.685 383.333 
Outros Ativos Circulantes 144.381 196.175 2.011.828 
Realizável a Longo Prazo 316.999 343.755 553.094 
Permanente 2.307.626 2.366.364 2.149.658 
Investimentos 11.719 38.377 61.162 
Imobilizado Líquido 2.154.619 2.115.962 1.898.580 
Diferido 141.288 212.025 189.916 
PASSIVO 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 
Passivo Total 4.303.319 4.669.322 5.425.862 
Passivo Circulante 1.465.294 1.573.119 1.889.123 
Financiamento CP 710.630 0 0 
Financ. Moeda Estrg. CP 0 679.170 791.843 
Financ. Moeda Nacion. 
CP 0 219.579 251.085 
Fornecedores CP 291.261 255.093 315.774 
Impostos a Pagar CP 230.391 200.322 271.896 
Dividendos a Pagar CP 71.230 99.438 101.870 
Provisões CP 121.477 49.242 0 
Outros Passivos 
Circulantes 
40.305 70.275 156.655 
Exigível LP 1.433.923 1.617.337 1.872.645 
Patrimônio Liquido 1.404.102 1.478.866 1.664.094 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
22 
BRAHMA 
Demonstração dos Resultados (R$ mil) 
CONTAS 31/12/1997 31/12/1998 31/12/1999 
 
Receita Bruta 5.840.249 7.005.073 6.846.479 
Impostos sobre Vendas (3.060.801) (3.849.399) (3.598.205) 
Receita Liquida Operacional 2.779.448 3.155.674 3.248.274 
Custo Produtos Vendidos (1.625.038) (1.799.726) (1.905.053) 
Lucro Bruto 1.154.410 1.355.948 1.343.221 
Despesas Operac. Próprias (764.494) (902.456) (929.787) 
Despesas com Vendas 463.668 695.622 576.236 
Despesas 
Administrativas 300.826 206.834 353.551 
Lucro Operac. Próprio 389.916 453.492 413.434 
Resultado Financeiro (166.722) (277.660) (307.477) 
Outras Rec. Desp. Operac. 175.954 (1.453) 9.042 
Lucro Operacional 399.148 174.379 114.999 
Resultado não Operacional 29.849 36.896 37.389 
LAIR 428.997 211.275 152.388 
Provisão I.R. (53.659) (34.374) (29.594) 
IR Diferido 0 0 12.009 
Partic. / Contrib. Estatutária (36.091) (3.224) (39.866) 
Participações Estatutárias 0 0 39.866 
Rever Juros s/ PL 114.671 144.290 178.169 
Partic. Acion. Minoritários (2.405) (11.131) (14.019) 
Lucro Liquido 451.513 306.836 259.087 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
23 
Estoques
C.M.V.
Contas a Receber
Receita Oper Líquida
Fornecedores
Compras a Prazo
CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC
Prazo Médio de Estocagens dias
Prazo Médio de Recebimento diasx 365
x 365
Rentabilidade sobre PL %
Lucro Líquido
PL
Rotação do Ativo
Rentabilidade sobre Ativo 
Total
%
Receita Oper Líquida
ATIVO
Lucro Operacional
ATIVO
Índice de Liquidez Geral
Margem Operacional %
(AC+RLP)
(PC + ELP)
Lucro Operacional
Receita Oper Líquida
Índice de Liquidez Corrente
Índice de Liquidez Seca
AC
PC
(AC - Estoques)
PC
Perfil do Endividamento %
Imobilização do P.L. %
PC
PC + ELP
AP
PL
Relação entre Fontes de 
Recursos
Endividamento Geral %
PC + ELP
PL
PC + ELP
ATIVO
PMRE + PMRE
x 365
CICLO OPERACIONAL dias
Prazo Médio de Pagamentos 
de Compras 
1999 Var1997 1998
dias
CAPITAL DE GIRO AC - PC dias
Necessidade de Capital de 
Giro
ACO - PCO dias
Tesouraria ACF - PCF dias
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
24 
 
AMBEV 
 
 
 
 
2004 2003
Relação Entre Fontes 0,9202 2,2149
Endividamento geral 47,92% 68,89%
Perfil do Enfividamento 55,44% 43,82%
Imobilização do PL 139,76% 136,24%
Liquidez Corrente 0,6133 1,2582
Liquidez Seca 0,4559 1,0398
Liquidez Geral 0,5679 0,8713
Giro do Ativo 0,3637 0,5996
Margem Operacional 18,02% 22,63%
Retorno Ativo 6,55% 13,57%
Retorno PL 6,76% 31,34%
 
 
Contabilidade para Executivos 
25 
3.3.5 - Caso para estudo – Varig s.a. 
Balanço Patrimonial ( R$ mil ) 
 CONTAS 1998 1999 2000 
ATIVO 2.302.198 2.801.768 3.027.188 
Ativo Circulante 972.879 1.093.557 1.221.394 
Disponível 61.310 207.508115.591 
Contas a Receber Líquidas 450.539 539.711 671.920 
Empresas Relacionadas 9..384 11.071 68.168 
Depósitos Especiais 34.550 50.433 41.119 
Créditos tributários 206.756 0 0 
Estoques 130.510 191.168 188.434 
Pagamentos Antecipados 47.245 0 0 
Arrend. Mercantil Antecipado 0 30.551 25.686 
Despesas Antecipadas 32.585 63.115 110.476 
Ativo Realizável a Longo Prazo 409.962 814.038 907.550 
Empresas Relacionadas 23.493 34.811 29.010 
Depósitos Especiais 115.503 122.404 180.247 
Créditos Tributários 252.306 410.171 435.194 
I. R. e Contribuição Soc. Diferidos 0 172.283 174.547 
Outras Contas 18.660 74.369 88.552 
Ativo Permanente 919.357 894.173 898.244 
Investimentos 243.206 33.157 53.459 
Imobilizado 666.287 625.765 674.789 
Diferido 9.864 235.251 169.996 
PASSIVO 2.302.198 2.801.768 3.027.188 
Passivo Circulante 1.114.963 1.501.578 1.478.857 
Fornecedores 92.294 140.823 202.621 
Empréstimos e Financiamentos 449.787 546.589 449.209 
Juros em Curso – Previsão 52.358 0 0 
Taxas, Impostos e Contribuições 90.387 83.517 105.718 
Ordenados e Salários 30.869 50.098 52.929 
Contas a Pagar 61.504 197.465 123.827 
Transportes a Executar 194.667 191.367 252.863 
Outras 143.097 291.719 291.690 
Passivo Exigível a Longo Prazo 1.092.690 1.270.303 1.696.983 
Empréstimos e Financiamentos 929.715 915.560 1.404.745 
Juros em Curso – Previsão 43.410 0 0 
Empresas Interligadas 8.992 40.335 29.900 
Arrendamento Mercantil a Pagar 0 107.542 109.193 
Prov. para Contingências e Outras 0 206.886 153.145 
Contas a Pagar 110.573 0 0 
Patrimônio Líquido 94.545 29.887 (148.652) 
Capital Social Realizado 251.025 248.514 248.514 
Reservas 20.442 0 0 
Prejuízos Acumulados (176.922) (218.627) (397.166) 
 
 
Contabilidade para Executivos 
26 
 
Demonstração do Resultado do Exercício (em R$ mil) 
 CONTAS 1998 1999 2000 
 
Receitas Operacionais 
Receitas de Vôo 3.593.995 4.316.899 5.135.871 
Outras Receitas Operacionais 123.240 264.239 352.093 
(-) Imposto s/Receita (94.400) (134.353) (165.953) 
Receita Operacional Líquida 3.622.835 4.446.785 5.322.011 
Custo dos Serviços Prestados (2.490.046) (2.996.360) (3.566.034) 
Custo de Vôo (2.418.695) (2.827.293) (3.326.605) 
Outros Custos Operacionais (71.351) (169.067) (239.429) 
LUCRO BRUTO 1.132.789 1.450.425 1.755.977 
Despesas Operacionais 
Despesas Comerciais (928.330) (1.130.314) (1.305.484) 
Gastos Gerais 
Honorários da Adm. (3.184) (2.907) (3.174) 
Despesas Administrativas (164.802) (190.960) (209.069) 
Outras Despesas Operacionais 0 (91.896) (10.544) 
RESULTADO DA ATIVIDADE 36.473 34.348 227.706 
Resultado Financeiro Líquido (265.793) 0 0 
Receitas Financeiras 37.070 32.750 23.596 
Despesas Financeiras (235.223) (243.580) (269.117) 
Despesas Financ. s/Contrato de 
Leasing 
(67.640) (89.003) (66.620) 
Variações Monet. Obrigação e Créditos (58.483) (78.528) (117.350) 
Amort. Variação Cambial Diferida 0 (75.044) (75.044) 
Resultado de Participações (10.070) 
Imp. s/Receitas Financ. e Variações 
Monetárias 
0 (9.360) (3.658) 
LUCRO OPERACIONAL (297.873) (428.417) (280.487) 
Resultado não Operacional 223.044 260.434 129.684 
Provisão p/participação dos Empregados 0 (4.924) (30.000) 
Provisão p/Imposto de Renda e 
Contribuição Social 49.473 122.810 2.264 
Participação Minoritária 0 0 0 
Prej. Líq. do Exerc. Antes dos Efeitos 
da Cisão 
0 (50.097) (178.539) 
Prejuízo Resultante de Ativ. em 1999 0 (44.723) 0 
LUCRO (PREJUÍZO) DO 
EXERCÍCIO (25.356) (94.820) (178.539) 
LUCRO (PREJUÍZO) P/AÇÃO NO 
FINAL DO EXERCÍCIO 
(0,36) (1.36) (2.55) 
 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
27 
Estoques
C.M.V.
Contas a Receber
Receita Oper Líquida
Fornecedores
Compras a Prazo
Tesouraria ACF - PCF dias
Necessidade de Capital de 
Giro
ACO - PCO dias
CAPITAL DE GIRO AC - PC dias
2000 Var1998 1999
dias
PMRE + PMRE
x 365
CICLO OPERACIONAL dias
Prazo Médio de Pagamentos 
de Compras 
Relação entre Fontes de 
Recursos
Endividamento Geral %
PC + ELP
PL
PC + ELP
ATIVO
Perfil do Endividamento %
Imobilização do P.L. %
PC
PC + ELP
AP
PL
Índice de Liquidez Corrente
Índice de Liquidez Seca
AC
PC
(AC - Estoques)
PC
Índice de Liquidez Geral
Margem Operacional %
(AC+RLP)
(PC + ELP)
Lucro Operacional
Receita Oper Líquida
Rotação do Ativo
Rentabilidade sobre Ativo 
Total
%
Receita Oper Líquida
ATIVO
Lucro Operacional
ATIVO
Rentabilidade sobre PL %
Lucro Líquido
PL
Prazo Médio de Estocagens dias
Prazo Médio de Recebimento diasx 365
x 365
CICLO FINANCEIRO diasPMRE + PMRE - PMPC
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
28 
 
3.4 EBITDA 
"EBITDA: a busca de uma melhor compreensão do maior vox populi do 
mercado financeiro" 
 
1 – Aspectos Introdutórios 
“A era da inovação criou mercados hipercompetitivos. Os compradores estão 
mais informados a respeito das ofertas dos concorrentes, mais conscientes em 
relação ao preço e mais exigentes quanto às características dos produtos e 
serviços, do que em qualquer outra época e em qualquer outro mercado”.1 Este 
cenário exige que o empreendedor moderno saiba colher as informações certas 
a fim de que se possam reduzir as incertezas para a tomada de decisão. 
Percebe-se que no momento atual, a contabilidade torna-se imprescindível na 
disponibilização de ferramentais gerenciais, afinal “é a ciência que se preocupa 
com a identificação, mensuração e informação dos recursos alocados a uma 
determinada entidade, além dos eventos econômicos que a afetaram e/ou que 
poderão afetá-la, objetivando demonstrar sua situação econômica, financeira e 
física, satisfazendo, assim, às necessidades informativas de seus usuários na 
avaliação das decisões a serem tomadas”. 2 
Um dos mais dinâmicos instrumentos informacionais que a contabilidade 
fornece é a análise econômica-financeira consolidada através do cálculo de 
índices e subsequente exame dos mesmos. Índice é a “relação entre os valores 
de qualquer medida ou gradação” que “indica alguma qualidade ou 
característica especial”. 3 Ou seja, o processo de apreciação das demonstrações 
financeiras é totalmente vinculado à informação e ao disclosure, cujo 
fundamento está em consonância com os objetivos da Contabilidade. 
Dentre dos vários índices contábeis existentes, um vem se destacando dentre 
os demais: o EBITDA. Este trabalho analisará os atributos do indicador, 
ponderando também sobre a importância da contabilidade frente à essência 
informacional do EBITDA a fim de serem evitados erros de interpretação e 
divulgação. 
 
2 – Definição 
Atualmente, entre as siglas financeiras, o EBITDA talvez seja a mais popular. 
EBITDA significa Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and 
 
1 KOTLER, Philip, JAIN, Dipak C. e MAESINCEE, Suvit. Marketing em ação. Rio de Janeiro: Campus, 
2002. Pág 06. 
2 IUDÍCIBUS, Sérgio de. In RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e Meio Ambiente. Dissertação de 
Mestrado, FEA/USP. São Paulo, 1992. Pág. V. 
3 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Editora Nova Fronteira, 1986. Pág 937. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
29Amortization. No Brasil existe o (traduzido) LAJIDA - Lucro Antes dos Juros, 
Impostos, Depreciação e Amortização. 
Seu cálculo é bastante simples. Parte da premissa de obter informações 
estritamente operacionais de uma empresa. Portanto, para seu cálculo, inicia-se 
pelo Lucro Operacional. Assim, os Impostos sobre o lucro (taxes) não estarão 
inclusos no cômputo. Isso porque tanto o imposto de renda e a contribuição 
sobre lucro geralmente são influenciados por outros itens não operacionais. 
Do Lucro Operacional, expurga-se as Receitas Financeiras e Despesas 
Financeiras (Interest). De uma maneira genérica, pode-se afirmar que as 
receitas provenientes das aplicações no mercado financeiro são inerentes ao 
gerenciamento de investimentos, não relativo, portanto, a decisões 
operacionais da empresa. Da mesma maneira, as decisões que acarretam em 
juros “são um custo de recursos, e refletem uma escolha de financiamento”4. 
Ao fim do cálculo, implicará em uma sigla também muito conhecida que é o 
EBIT (Earnings before Interests and Taxes), definido como o lucro que a 
empresa obteve proveniente das decisões operacionais da organização. 
A última etapa consiste em eliminar as depreciações, amortizações e exaustões 
(depreciation and amortization), visto que as mesmas não representam 
desembolso por já terem produzido efeito caixa no passado. O EBITDA 
demonstra, portanto, uma aproximação do fluxo de caixa gerado apenas pelas 
atividades básicas de uma entidade. 
 
2.1 – Exemplo 
A Demonstração de Resultado de Exercício da empresa Coelho apresenta: 
DRE da empresa Coelho S.A. – Ano 
2004. 
R$ 
Receita Operacional Bruta: 13.000,00 
(-) Deduções da Receita Bruta: (1.700,00) 
(=) Receita Operacional Líquida: 11.300,00 
(-) Custo dos Produtos Vendidos: (7.000,00) 
(=) Lucro Bruto: 4.300,00 
(-) Despesas Operacionais: (2.000,00) 
 Despesas com Vendas e 
Administrativas: 
(1.200,00) 
 Resultado Financeiro (800,00) 
(=) Lucro Operacional: 2.300,00 
 
 
4 SCHRAND, Cathy in Já é hora de se livrar do EBITDA? 
http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503 
 
 
Contabilidade para Executivos 
30 
Como já mencionado, para calcular o EBITDA, deve-se eliminar do Lucro 
Operacional o Resultado Financeiro e o valor total da depreciação, amortização 
e exaustão do Ativo Permanente que, normalmente, já está diluído tanto nas 
Despesas Operacionais, como nos Custos dos Produtos Vendidos. Assim, 
calcula-se o EBITDA seguindo o quadro abaixo: 
 
DRE da empresa Coelho S.A. – Ano 
2004. 
R$ 
Receita Operacional Bruta: 13.000,00 
(-) Deduções da Receita Bruta: (1.700,00) 
(=) Receita Operacional Líquida: 11.300,00 
(-) Custo dos Produtos Vendidos: (7.000,00) 
(=) Lucro Bruto: 4.300,00 
(-) Despesas Operacionais: (1.200,00) 
 Despesas com Vendas e 
Administrativas: 
(1.200,00) 
(=) EBIT 3.100,00 
(+) Depreciação, Amortização e 
Exaustão. 
250,00 
(=) EBITDA 3.350,00 
(=) EBITDA em % 25,77% 
 
3 – Críticas ao EBITDA 
Para tornar as decisões mais assertivas, é indispensável que o gestor, ao utilizar 
os índices contábeis de uma análise econômica-financeira, tenha o controle 
preciso das características inerentes ao EBITDA. Portanto, serão discutidas 
tanto as capacidades informativas do indicador, como as distorções que o 
mesmo pode causar a um estudo. 
 
3.1 – Contribuições informacionais do EBITDA 
 
Há inúmeros benefícios que tornam o EBITDA fundamental a tomada de 
decisão do gestor. O EBITDA é considerado um indicador muito importante, 
pois se propõe a medir a eficiência do empreendimento, visto que demonstra o 
potencial de geração de caixa derivado de ativos genuinamente operacionais 
desconsiderando a estrutura de ativos e passivos e os efeitos fiscais, ou seja, o 
montante de recurso efetivamente gerado pela atividade fim do negócio e se o 
mesmo é suficiente para investir, pagar os juros sobre capital de terceiros e as 
obrigações com o governo e remunerar os acionistas. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
31 
Esta compilação permite, ainda, que o gestor possa confrontar diversas 
empresas sem influência das decisões de investimento e financiamento, 
maximizando, assim, sua sensibilidade quanto a produtividade e eficiência do 
negócio. Além disso, esta comparabilidade estende-se globalmente. Com o 
EBITDA, eliminou-se diferentes exigências fiscais e grande parte dos efeitos dos 
diversos princípios contábeis existentes. Por exemplo, a contabilização da 
depreciação no Brasil pode ser distinta das regras americanas, através do 
FASB5, ou européias, através do IASC6. “Por isso, ele é uma ferramenta muito 
útil quando uma empresa resolve comparar-se com um concorrente ou 
globalizar suas operações". 7 
 
O mercado valoriza ainda mais a variação percentual de crescimento ou queda 
do EBITDA em relação ao período anterior do que o valor do EBITDA 
isoladamente. Este percentual mostra aos investidores se a empresa em 
questão conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade. 
É natural encontrar nos relatórios das companhias abertas referências ao 
EBITDA, como demonstrado na divulgação dos resultados da Companhia 
Siderúrgica Nacional (CSN)8: 
“No quarto trimestre de 2002, o EBITDA apresentou um acréscimo de 103,6%, 
tendo alcançado R$ 783 milhões. A margem de EBITDA (EBITDA/Receita 
líquida) ficou em 52,4%, com variação positiva de 9,00 % em relação ao 
mesmo período de 2002. No ano, o EBITDA alcançou R$ 2,15 bilhões, com 
crescimento de 69,1% e margem de 46,7%, mantendo-se como uma das mais 
altas da siderurgia mundial”. 
 
Isto ajuda a promover também um melhor posicionamento e projeção sobre os 
resultados futuros da empresa, afinal: 
Não se avalia uma empresa pelo que ela produz de lucros, mas sim de caixa. 
Afinal, no lucro estão incluídos os valores de depreciação, amortização e 
exaustão que representam recuperação de investimento já feito, mas pela 
empresa.9 
 
O EBITDA também pode ser indicado percentualmente, como demonstrado no 
exemplo em que a Empresa Coelho obteve uma margem EBITDA de 25,77 %, 
ou seja, a cada real de receita gerou-se praticamente 26 centavos em caixa 
 
5 Financial Accounting Standards Board 
6 International Accounting Standards Committee 
7 GRADILONE, Cláudio. Para que serve o EBITDA. Exame. Ano 36, edição 772, n° 16, 07/08/2002. Pág 
09. 
8 http://www.csn.com.br 
9 Boletim IOB 10/98. Temática Contábil e de Balanços: Avaliando a Empresa (I). Pág 
04. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
32 
operacional. Com esta informação, há a possibilidade do gestor estabelecer as 
metas de desempenho para o ano e estimar cenários futuros. 
 
3.2 – Miopia informativa do EBITDA 
Buscando evitar o uso de informações que podem induzir a decisões errôneas, 
é necessário um aprofundamento das falhas na utilização deste índice. 
Quando adquiriu notoriedade na década de 70, o EBITDA era usado como uma 
medida temporária, para analisar somente o período que uma companhia, 
investindo em infra-estrutura, iria levar para prosperar no longo prazo. Na 
tentativa de expurgar itens que não eram diretamente resultantes das 
atividades básicas, muitos gestores pensaram ser possível realizar uma análise 
mais exata e uma comparação das “principais operações” das empresas, pois 
teriamuma medida da performance futura a partir de uma “demonstração 
modificada de fluxo de caixa”. 
Entretanto, o investidor não pode confundir EBITDA com Geração de Caixa, 
pois “não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período 
porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode 
não estar paga”. 10 Ou seja, mesmo que muitas variáveis da Geração 
Operacional de Caixa sejam comuns ao do EBITDA, despesas com 
investimentos e variação da necessidade de capital de giro, por exemplo, são 
fundamentais para o detalhamento da geração de caixa e não estão incluídas 
no cálculo do índice em questão. Neste sentido, há uma problemática quanto à 
avaliação de uma empresa visto que o valor da mesma está correlacionado a 
um conceito de capital, e este valor vem do fluxo de caixa livre no futuro. 
Além disso, é natural que as empresas possuam dívidas para alavancar sua 
operação. Portanto, normalmente suas despesas financeiras são superiores às 
suas receitas financeiras, o que pode representar uma saída relevante de caixa. 
Despesas com Imposto de Renda e Contribuições também são naturais para as 
empresas com lucros operacionais. Por ignorar muitas fontes de saída de 
capital, como investimentos em bens duráveis, uma empresa poderia atingir um 
EBITDA excepcional, mas não dispor de capital suficiente para bancar seus 
juros e outros pagamentos. 
Consequentemente, o EBITDA normalmente é superior ao Lucro Líquido 
podendo, inclusive, apresentar EBITDA positivo e prejuízo líquido. Por isso, o 
investidor precisa tomar cuidado quando o desempenho da empresa é 
informado apenas através deste índice, tendo em vista que o mesmo pode 
estar escondendo realidades como da Charter Communications, “uma 
companhia com valor de mercado de US$ 4,1 bilhões que alcançou US$ 1,8 
 
10 MARTINS, Eliseu. EBITDA, o que é isso? Informações Objetivas, Caderno temática 
contábil e balanços, São Paulo. Informações Objetivas IOB, n. 19, 1997. Pág 01. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
33 
bilhão em EBITDA no ano de 2001”.11 Simultaneamente, apresentou um 
prejuízo de US$ 1,2 bilhão. Da mesma forma, a Cablevision Systems Corp. 
obteve mais de US$ 6 bilhões de EBITDA nos últimos três anos. “Neste mesmo 
período (2000 a 2002), a empresa reportou geração líquida de caixa negativa e 
o valor de suas ações despencou 75%”12. 
Estes fatos têm transformado companhias sobrecarregadas em endividamento 
em "máquinas de fazer dinheiro" para alguns leigos. De qualquer forma, é 
preciso estar atento que Lucro Líquido ou EBITDA não são condicionantes 
básicos para a perpetuidade de uma empresa, mesmo que esta seja líder 
mundial de mercado, como segue o exemplo da Parmalat13. Apesar dos 
números demonstrarem aparentemente uma boa saúde, inclusive evidenciando 
um aumento da margem EBITDA, percebeu-se no noticiário do início do ano um 
escândalo sem precedentes na Europa. 
 
No Brasil pode-se utilizar o exemplo da VARIG14: “Apesar da série de medidas 
tomadas no ano passado (2002) para redução de custos e do fechamento de 
parcerias para amortização de dívidas e injeção de recursos, a VARIG fechou o 
primeiro trimestre de 2002 com um prejuízo de R$ 135 milhões”. Entretanto, “a 
geração de caixa das operações resultado da atividade antes da depreciação e 
amortização do EBITDA totalizou R$ 95 milhões”. 
Isso faz com que a credibilidade do índice fique abalada. Jordan Rohan15, por 
exemplo, após recalcular as projeções de ganhos não utilizando como norte o 
EBITDA, reduziu seu alvo de preço em quatro ações da mídia: Clear Channel 
Communications; AOL Time Warner, Inc.; Walt Disney Co. e Viacom, Inc. 
 
11 BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. A different yardstick for cable. BusinessWeek, New York, set. 
2002. Pág 38. 
12 FAVARO, Paul. The Evils Of EBITDA. 
http://www.fleetcapital.com/resources/capeyes/a03-04-211.html 
13 http://www.24oreborsaonline.ilsole24ore.com/Contribuzioni/SchedeAnalisti2/Studi/prev_166.pdf 
14 www.qualidadeaeronautica.com.br/ Fiquepordentro.maio.htm 
15 Já é hora de se livrar do EBITDA? 
http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503 
 
 
Contabilidade para Executivos 
34 
Outra censura está associada ao alto volume de aquisições alavancadas nos 
anos 80. Tal cenário propiciou uma maior atratividade ao EBITDA, pois havia o 
consenso que o mesmo fosse um bom indicador da capacidade de uma 
empresa cumprir com o pagamento de suas obrigações. Isto era possível a 
partir de uma projeção de crescimento do EBITDA somado a possibilidade de 
que a empresa poderia administrar muito mais dívidas, o que não é verdade se 
não ocorrer simultaneamente uma boa administração do Capital de Giro e 
controle dos Ciclos Operacional e Financeiro. 
Além disso, a estrutura dessas aquisições era contabilizada nos Estados Unidos 
a partir do método da integração global (em contraposição ao método da 
equivalência patrimonial, que foi definitivamente eliminado pelo FASB mais 
tarde). De acordo com este método, os ativos adquiridos em uma combinação 
de negócios geralmente são registrados pelo comprador em seu justo valor de 
mercado (Fair value), o qual pode ser significativamente mais alto que o valor 
contábil. 
"Como a contabilidade de integração global resultou em aumento do valor dos 
ativos, também desencadeou despesas maiores com depreciação", explica 
Neuhausen16. “O EBITDA foi visto como uma maneira de comparar o 
desempenho da empresa antes e depois de uma aquisição alavancada; foi 
também considerado um modo de comparar empresas que realizavam essas 
aquisições com empresas que não o faziam. Mas as despesas associadas ao 
serviço da dívida são custos reais, e custos reais não podem ser ignorados”. 
 
3.2.1 – Exemplo da miopia do EBITDA 
Será desenvolvido a seguir um dos casos mencionados acima sobre como o 
EBITDA pode tornar “nebulosa” a análise empresarial. 
Supondo que duas empresas, do mesmo segmento, posicionamento e 
estrutura, apresentam, coincidentemente, o seguinte balanço no final de 
dezembro de 2004: 
BALANÇO PATRIMONIAL – EMPRESAS aLFA E bETA 
 Dez/2004 Dez/2004 
 Caixa + Aplicações 20.000,00 Aluguéis a Pagar 5.000,00 
 Contas a Receber Salários a Pagar 1.000,00 
 Estoque 30.000,00 Fornecedores 
 Empréstimos CP 
 
Seguros Pagos 
Antecipadamente 
6.000,00 
 Empréstimos LP 30.000,00 
Ativo Circulante 56.000,00 PC + ELP 36.000,00 
 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 
 (-) Depreciação Acum (30.000,00) Lucros Acumulados 12.000,00 
Ativo Permanente 120.000,00 Patrimônio Líquido 140.000,00 
 
16 Já é hora de se livrar do EBITDA? Op cit. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
35 
ATIVO TOTAL 176.000,00 PASSIVO TOTAL 176.000,00 
 
Em Janeiro, ocorrem os seguintes fatos: 
Vendas - $ 150.000 
Custo das Mercadorias Vendidas – para o mês, representa 60 % da Receita 
Compras - $ 100.000 em mercadorias 
Salários - $ 20.000 - pagamento de 30 % 
Aluguéis - $ 1.500 por mês que irão ser pagos no final de cada ano 
Seguros - $ 1.000 por mês, que já foi antecipadamente pago 
Depreciação - 1 % a.m. sobre o total de ativo imobilizado 
Juros Empréstimo de Longo Prazo - 2,0% a.m. – serão pagos no final do mês 
Imposto de Renda – 15% do LAIR – serão pagos no final do mês 
Depreciação - 1 % a.m. sobre o totalde ativo imobilizado 
Política - Saldo mínimo caixa = $10.000 (caso haja necessidade de empréstimo, 
a ser realizado no final do mês, o mesmo tem caráter de Longo Prazo com juros 
de 4,5% a.m.. Caso haja sobra, poderá ser realizado aplicações no final do mês 
com taxa de 1,25% a.m.) 
 
A única diferença entre as empresas consiste nos prazos médios de pagamento 
e recebimento. Enquanto a empresa aLFA recebe 30% da receita no próprio 
mês e o restante em 30 dias, a empresa beta recebe 70% à vista e o restante 
em 40 dias. Quanto ao pagamento, a empresa aLFA paga 80% de suas 
compras à vista e o restante em 30 dias, enquanto a empresa beta paga 
metade à vista e o restante em 35 dias. Realizando os lançamentos pertinentes, 
o cenário das duas empresas passaria a ser: 
 
EMPRESA aLFA 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 jan/2005 jan/2005 
 Caixa + Aplicações 10.000,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00 
 Contas a Receber 105.000,00 Salários a Pagar 15.000,00 
 Estoque 40.000,00 Fornecedores 20.000,00 
 Empréstimos CP 36.910,00 
 
Seguros Pagos 
Antecipadamente 
5.000,00 
 Empréstimos LP 30.000,00 
Ativo Circulante 160.000,00 PC + ELP 108.410,00 
 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 
 (-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00 
Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00 
ATIVO TOTAL 278.500,00 PASSIVO TOTAL 278.500,00 
 
DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCÍCIO 
 
 
Contabilidade para Executivos 
36 
Receita Líquida 150.000,00 
(-) CMV 90.000,00 
(=) Lucro Bruto 60.000,00 
(-) Despesas Operacionais 24.000,00 
(=) Lucro Operacional 36.000,00 
(-) Resultado Financeiro 600,00 
(=) LAIR 35.400,00 
(-) IR 5.310,00 
(=) Lucro Líquido 30.090,00 
 
(=) Lucro Operacional 36.000,00 
+ Depreciação 1.500,00 
EBITDA 37.500,00 
 
 
EMPRESA bETA 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 jan/2005 jan/2005 
 Caixa + Aplicações 63.090,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00 
 Contas a Receber 45.000,00 Salários a Pagar 15.000,00 
 Estoque 40.000,00 Fornecedores 50.000,00 
 Empréstimos CP 
 
Seguros Pagos 
Antecipadamente 
5.000,00 
 Empréstimos LP 30.000,00 
Ativo Circulante 153.090,00 PC + ELP 101.500,00 
 Imobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00 
 (-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00 
Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00 
ATIVO TOTAL 271.590,00 PASSIVO TOTAL 271.590,00 
 
DEMONSTRAÇÃO RESULTADO EXERCÍCIO 
Receita Líquida 150.000,00 
(-) CMV 90.000,00 
(=) Lucro Bruto 60.000,00 
(-) Despesas Operacionais 24.000,00 
(=) Lucro Operacional 36.000,00 
(-) Resultado Financeiro 600,00 
(=) LAIR 35.400,00 
(-) IR 5.310,00 
(=) Lucro Líquido 30.090,00 
 
 
 
Contabilidade para Executivos 
37 
(=) Lucro Operacional 36.000,00 
+ Depreciação 1.500,00 
EBITDA 37.500,00 
 
Percebe-se que as duas empresas apresentam liquidez, endividamento e capital 
de giro distintos, entretanto, ambos os índices EBITDA são os mesmos. 
Obviamente, se um gestor soubesse apenas o indicador em questão tomaria 
decisões totalmente diferentes daquele que não ignorasse todas as 
circunstâncias das empresas. 
 
4 – A Contabilidade 
O uso correto da contabilidade torna-se indispensável ao sucesso 
organizacional, afinal “o sistema contábil é o principal – e o mais confiável – 
sistema de informação quantitativo em (...) todas as organizações”, 17 pois é, 
basicamente, o único “meio de coletar, resumir, analisar e relatar informação 
acerca dos negócios”18 de uma empresa, sendo, assim, a linguagem 
empreendedora aos usuários, ou seja, à “toda pessoa física ou jurídica que 
tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada 
entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou 
mesmo patrimônio familiar”.19 
Independente dos mais variados usuários contábeis, o objetivo da contabilidade 
é fornecer a eles, “um conjunto básico de informações que, presumivelmente, 
deveria atender igualmente bem a todos”.20 Ao proprietário da empresa 
importa, fundamentalmente, detectar problemas e pontos fortes existentes 
para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar 
as oportunidades. Já ao analista externo interessa saber da viabilidade ou não 
da aplicação de recursos na empresa. A ótica do analista, pois, é que 
determinará os caminhos a serem trilhados pelo investidor. Deste modo, os 
investidores compram ações esperando receber dividendos e um aumento no 
valor da ação. Os credores emprestam dinheiro com a expectativa de receber 
de volta juros e o principal. Ambos os grupos assumem o risco de não receber 
os retornos esperados. Utilizam a contabilidade e empregam a análise de 
balanço para (1), prever o lucro esperado e (2), acessar os riscos associados a 
este lucro. Desta forma, segundo Sardinha,21 permite-se: 
 
17 HORNGREN, Charles T., et al. Contabilidade de custos. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. Pág 02. 
18 ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. Tradução de Management accounting principles, por 
Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Atlas, 1975. Pág 17. 
19 FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4. ed. rev. e atual. São 
Paulo: Atlas, 1994. Pág 59. 
20 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1997. Pág 19. 
21 O Doutor José Carlos Sardinha é professor do Programa de Mestrado em Ciências 
Contábeis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Coordenador da Fundação 
Getulio Vargas. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
38 
Projetar os Demonstrativos Econômico Financeiro, baseado em informações 
passadas; 
Fazer comparações com outras empresas do ramo, permitindo inferir quem está 
melhor, pior ou na média; 
Em resumo: gerar percepções aos interessados na entidade econômica, de 
forma a inferirem quanto à performance, investimento ou risco e deles extrair 
os diversos indicadores que lhe forneçam as informações desejadas. 
 
Neste contexto, visando evidenciar determinado aspecto da conjuntura de uma 
organização, é fundamental o cálculo dos índices, ou seja, o resultado da 
comparação entre grandezas, estabelecido a partir da relação entre contas ou 
grupo de contas dos Demonstrativos Financeiros. Sua posterior análise serve 
como termômetro na avaliação da saúde financeira de uma entidade, afinal, na 
busca em obter uma maior sensibilidade de desempenho, os indicadores 
ajudam “no processo de clarificação do entendimento da situação da empresa e 
objetiva detectar situações, verificar tendência dos acontecimentos e dar 
subsídios para que a administração da companhia enfatize os esforços nas 
direções necessárias”.22 
 
4.1 – Essência Informativa 
A dinâmica dos negócios tem motivado a agilização dos gestores na tomada de 
decisão, o que passou a exigir medidas modernas da contabilidade a fim de 
melhor “fornecer informações sobre o desempenho da administração e da 
companhia aos usuários”.23 Na busca por tais medidas, que ajudariam na 
identificação de pontos fracos e prejudiciais à eficiência e eficácia empresarial, 
um conjunto de indicadores financeiros não-tradicionais foi desenvolvido, 
merecendo destaque o EVA (Economic Value Added), o MVA (Market Value 
Added) e o EBITDA. 
Ou seja, “o objetivo da Contabilidade praticamente permaneceu inalterado ao 
longo dos anos; as mudanças substanciais verificaram-se nos tipos de usuário e 
nas formasde informação que têm sido demandadas”, 24 exigindo-se uma 
flexibilidade da informação contábil e conseqüente adequação desta ciência aos 
anseios dos usuários, por meio da criação de índices personalizados. Neste 
sentido, cada expressão contábil será aproveitada, desprezada ou adaptada 
para tornar-se mais útil a complexidade informativa dos mais diferentes grupos 
de “clientes”. Por exemplo, ao mesmo tempo em que, para uns, “a última linha 
 
22 PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 
São Paulo: Atlas, 1996. Pág 76. 
23 MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 
2001. Pág 44. 
24 COLA RES, Marcelle e PONTE, Vera Maria Rodrigues. A prática da evidenciação de informações 
avançadas e não obrigatórias nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras. XXVII ENAMPAD. 
São Paulo. Setembro 2003. Pág. 02. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
39 
da DRE não diz nada sobre a saúde da empresa”, para outros o Lucro Líquido é 
um número universal (sem contar naqueles que, a partir deste resultado 
contábil, calculam o resultado econômico). 
Quais destes três personagens fictícios estão certos? Pode-se dizer que todos 
estão, pois primordialmente, a relevância dos dados está profundamente 
relacionada aos objetivos pretendidos da análise, por isso a obrigatoriedade de 
defini-los detalhadamente. Para o indivíduo que deseja estudar apenas a gestão 
de capital de giro de curto prazo da empresa, o Lucro Líquido pode não ser 
importante. O investidor que deseja saber quanto irá receber de dividendos, 
vigiará o mesmo lucro com muita atenção. Já do ponto de vista do profissional 
que vislumbra que uma atividade torna-se lucrativa quando a receita total 
cobrir todos os custos de oportunidade, explícitos e implícitos25, o mesmo deve 
calcular o lucro econômico. 
Resumidamente, dependendo do grau de complexidade do estudo, diversas 
compilações podem ser formuladas a partir dos demonstrativos contábeis. 
Entretanto, para evitar qualquer deslize na análise da nova formatação, a 
essência informacional do índice utilizado também tem que estar 
convenientemente dimensionada. Pode-se definir que a essência do EBITDA 
não está correlacionada com a precisão numérica, mas sim em consonância 
com a tempestividade e comparabilidade da informação. 
Quanto à tempestividade, é perceptível que torna-se inútil para o gestor usar a 
ferramenta mais precisa, se a mesma não tenha sido utilizada no momento 
correto. Observa-se que as companhias raramente divulgam sua demonstração 
de fluxo de caixa completa no momento em que anunciam os seus ganhos, 
então os investidores teriam que esperar semanas até que os resultados 
trimestrais sejam divulgados de forma a conseguir os detalhes que eles 
precisam para calcular os números reveladores. Deste modo, os gestores 
acabam buscando ferramentas que possam consubstanciar a decisão e “ficaram 
confortáveis com o EBITDA, que era tido como algo parecido com o Fluxo de 
Caixa, mesmo que ele exclua expressamente alguns custos de caixa”, 26 em que, 
segundo Martins27, realmente não é seu objetivo demonstrar fielmente a 
geração de caixa, mas busca representar “o potencial de geração genuinamente 
operacional de caixa”. 
Quanto à comparabilidade, o decisor deseja confrontar empresas do mesmo 
ramo independente de sua estrutura de ativos e passivos. Pondera-se, 
portanto, que o EBITDA funciona como um minimizador das limitações da 
análise financeira que, dentro de algumas, destaca-se: 
 
25 MANKIW, Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: 
Editora Campus, 1999. Pág 269. 
26 BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. Op cit. Pág 38. 
27 MARTINS, Eliseu. Op cit. Pág 01. 
 
 
Contabilidade para Executivos 
40 
“Ao comparar os índices de determinada empresa com índices de outras 
empresas, é necessário que se levem em consideração diferenças entre elas – 
utilização de diferentes métodos contábeis, diferentes métodos operacionais, 
diferentes tipos de financiamento”. 28 
 
Além disso, cabe ao analista se preocupar também com o ambiente do negócio 
vinculado à empresa, afinal antes de iniciar uma análise “fria”, deve-se saber 
pesquisar e compreender o próprio empreendimento a ser examinado. 
O segmento de aluguel de carros pode ser utilizado como exemplo. Se o 
EBITDA for utilizado sem entendimento do contexto operacional como um todo, 
o gestor fará o cálculo simples descrito acima. O que passará despercebido é 
que ele não considerará, por exemplo, o resultado com a venda dos carros, 
contabilizada como Resultado Não Operacional. Este fato, na verdade, faz parte 
da “cultura operacional normal” do segmento, pois a entidade, após dois ou 
três anos deve vender seu imobilizado para financiar novas aquisições e, assim, 
ter um diferencial mercadológico de ter uma frota recente. 
Neste sentido, o próprio EBITDA pode produzir “versões” para torná-lo mais 
completo e adequado. Alguns deles podem ser descritos: 
 
EBITDAL - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and 
Leasing – Além das variáveis contempladas no indicador tradicional, este índice 
também elimina as despesas de leasing, visando maior comparabilidade de 
fatores resultantes apenas de decisões operacionais. Diferencia-se, por 
exemplo, aquela que adquiriu imóveis daquela que comprou os mesmos através 
de operações financeiras. O leasing aqui é visto como uma decisão de 
financiamento da empresa. Exemplo29: 
ShopSite, Inc. reports that it had a net profit for the recently completed 2001 
fiscal year based upon EBITDAL. 
 
EBITDAR - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and 
Restructuring Costs – Com o mesmo preceito estabelecido no indicador 
anterior, este elimina os custos de reestruturação, ou seja, tenta expurgar itens 
que são próprios da decisão de investimento, como se duas empresas, apesar 
de serem do mesmo ramo, diferem uma da outra porque a primeira comprou o 
imóvel onde hoje é a fábrica, mas a segunda preferiu alugar uma fábrica de 
terceiros. Para comparação, retiram-se do cálculo a depreciação da fábrica (que 
incorre na primeira) e as despesas de aluguel (que ocorre na segunda). 
Exemplo30: 
 
28 ATICKNEY, Clyde P. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São 
Paulo: Atlas, 2001. Pág 254. 
29 http://www.shopsite.com/news_2001_profit.html 
30 http://www.addsolutions.pt/aeropress/ap2003/noticiasdia.asp?noticia=3446 
 
 
Contabilidade para Executivos 
41 
A Iberia anunciou em Madrid que registou um lucro de 135 milhões de euros 
nos nove primeiros meses do ano. Neste período o EBITDAR atingiu 533 
milhões de euros, o que representa uma margem sobre as receitas de 15,5 por 
cento. 
 
EBITDAX - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation, Amortization, and 
Exploration Expenses – Este índice, muito utilizado pelas empresas de energia, 
tem objetivo de expurgar do cálculo as despesas de exploração. Neste 
segmento, o montante destas despesas é consideravelmente relevante, assim, 
busca-se uma maior informação a respeito do operacional de uma empresa, 
pois, geralmente, as companhias capitalizam as despesas de exploração bem 
sucedidas e contabilizam direto no resultado

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