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Indicadores Modernos e Tradicionais da Análise Econômico Financeira

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Contabilidade Empresarial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicadores Modernos e 
Tradicionais da Análise 
Econômico Financeira 
 
 
 
Prof. Fabiano Simões Coelho, 
Mestre 
fabiano@fabianocoelho.com.br 
http://www.fabianocoelho.com.br 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
 
Sumário 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 4 
1.1 Ementa 4 
1.2 Objetivos 4 
1.3 Metodologia 4 
1.4 Bibliografia Recomendada 4 
Curriculum resumido dos professores 5 
2 TEXTO DE ESTUDO 6 
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS-FINANCEIROS 6 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 7 
CAMPO DE APLICAÇÃO DA ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA. 9 
INVESTIMENTOS REALIZADOS PELOS PROPRIETÁRIOS 9 
Concessão de Créditos 10 
FORNECEDORES 10 
CLIENTES 11 
Empregados e Administradores 11 
Análise de Mercado 11 
Capítulo 1: A Evidenciação nas Demonstrações Contábil-Financeiras 12 
A EVIDENCIAÇÃO 12 
DIVULGAÇÕES REQUERIDAS EM NOTAS EXPLICATIVAS 13 
AÇÕES EM TESOURARIA 13 
ÁGIO / DESÁGIO 14 
AJUSTES DE ORIENTAÇÃO 14 
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 14 
PLANOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES. 14 
ARRENDAMENTO MERCANTIL ( LEASING). 14 
ATIVO DIFERIDO. 15 
CAPITAL SOCIAL. 15 
CAPITAL SOCIAL AUTORIZADO. 15 
CONTINUIDADE NORMAL DOS NEGÓCIOS. 15 
CRÉDITOS ELETROBRÁS. 15 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. 16 
DEBÊNTURES. 16 
DEMONSTRAÇÕES COMPLEMENTARES EM MOEDA ESTRANGEIRA. 16 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 16 
DESTINAÇÃO DE LUCROS CONSTANTES DE ACORDOS DE ACIONISTAS. 17 
DIVIDENDOS POR AÇÃO. 17 
DIVIDENDOS PROPOSTOS. 17 
EMPREENDIMENTOS EM FASE DE IMPLANTAÇÃO. 17 
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. 17 
NÍVEL E FORMA DE EVIDENCIAÇÃO 18 
QUALIDADE NA EVIDENCIAÇÃO 19 
RELEVÂNCIA: 19 
CONFIABILIDADE 20 
MATERIALIDADE 21 
COMPARABILIDADE 21 
Capítulo 2: Análise Econômico-Financeira 22 
OBJETIVO 22 
3 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
RELATIVIDADE 22 
CLIENTES X INDICADORES 22 
AJUSTES 23 
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO 24 
1 ADMINISTRAÇÃO 25 
1.1 Análise Operacional 25 
1.1.1 Margem bruta 26 
1.1.2 Margem operacional 28 
1.1.3 Margem líquida 28 
1.1.4 Alavancagem operacional 29 
1.1.5 Análise do ponto de equilíbrio 30 
1.1.6 Alavancagem Financeira 32 
1.1.7 A Alavancagem Combinada Ou Total 34 
1.2 Administração de Recursos 44 
1.2.1 Giro do Ativo 44 
1.2.2 Giro de Contas a Receber 45 
1.2.3 Giro de Estoques 45 
1.2.4 Indicadores de atividade 45 
CICLO OPERACIONAL (CO) 46 
CICLO FINANCEIRO (CF) ou CICLO DE CAIXA 46 
ANÁLISE DA NLCDG-NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO 53 
ANÁLISE DO SALDO DE TESOURARIA 56 
UM MODELO SIMPLIFICADO DE PREVISÃO DE FALÊNCIA 58 
1.3 Rentabilidade 61 
1.3.1 Retorno sobre o Ativo 61 
1.3.2 Retorno sobre investimentos operacionais 62 
2 PROPRIETÁRIOS 62 
2.1 Rentabilidade 62 
2.2.1 Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido 62 
2.1.2 Retorno sobre o Capital Ordinário 63 
2.1.3 Lucro por ação 63 
2.1.4 Retorno total do acionista 64 
2.1.5 Valor Adicionado 64 
2.1.5.1 Geração da riqueza pelo Ativo 65 
2.1.6 EBITDA 65 
ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA 65 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA - DFLC 66 
ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA 69 
ANÁLISE DA GESTÃO DE CAIXA 70 
ÍNDICES 72 
O CONCEITO DE EBITDA 72 
CÁLCULO DO EBTIDA 73 
2.1.7 EVA 74 
CÁLCULO DO EVA® DE ACORDO COM AS TEORIAS DE FINANÇAS 76 
CÁLCULO DO EVA® DE ACORDO COM OS RELATÓRIOS CONTÁBEIS 77 
MARKET VALUE ADDED - MVA® 78 
2.2 Destinação dos Lucros 80 
2.2.1 Dividendos por ação 80 
2.2.2 Rendimento dos dividendos 80 
2.2.3 Retenção do lucro 80 
2.2.4 Cobertura de dividendos 81 
2.2.5 Dividendos X Ativos 81 
2.3 Indicadores de Mercado 81 
2.3.1 Preço/lucro 81 
2.3.2 Valor de mercado x valor contábil 81 
3 CREDORES 82 
3.1 Liquidez 82 
4 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
3.1.1 Liquidez geral 82 
3.1.2 Liquidez corrente 82 
3.1.3 Liquidez seca 82 
3.2 Estrutura de Capital 83 
3.2.1 Participação de Capitais de Terceiros 83 
3.2.2 Composição do endividamento 83 
3.2.3 Imobilização do Patrimônio Líquido 84 
3.2.4 Imobilização de recursos não correntes 84 
3.3 Serviço da Dívida 84 
3.3.1 Cobertura dos Juros 85 
2 EXERCÍCIOS 88 
CIA BIG 88 
CIA IPIRANGA 88 
CIA IPIRANGA – 98-2000 93 
Caso Empresa R 96 
EMBRAER Erro! Indicador não definido. 
GM 108 
A Cia. Vitória 109 
AES 110 
Apêndices 113 
Indíces de Insolvência – Modelo do Prof. Stephen C. Kanitz 118 
 
 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 
1.1 Ementa 
 
Preparação das demonstrações financeiras para análise; Os principais indicadores 
econômico financeiros; Índices de liquidez; Índices operacionais; Índices econômicos; 
Índices de mercado; Índices de desempenho gerencial; Técnicas de análise de balanço; 
Análises horizontal e vertical; Análise através de índices; Análise de contexto: dados 
históricos; Análise comparativa com empresas do ramo; Fatores de desequilíbrio; As 
limitações da contabilidade para a análise; EVA, DVA, EBITDA, Índices de conhecimento e 
BSC 
 
1.2 Objetivos 
 
O aluno deverá, ao final do módulo, ser capaz de: 
· Reconhecer o significado das informações constantes nos relatórios econômico-
financeiros, especialmente no Balanço Patrimonial (BP), nas Demonstrações de Resultado 
do exercício (DRE), de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e de Fluxo de Caixa 
(DFC); 
· Compreender o fluxo da informação contábil até os seus reflexos nas demonstrações 
contábeis; 
· Compreender os conceitos de Liquidez, Segurança e Rentabilidade para efeitos de 
avaliação econômico-financeira; 
· Executar uma análise elementar da saúde financeira da empresa com base em índices 
específicos; 
 
1.3 Metodologia 
 
Aula expositiva com auxílio de microcomputador, projetor multimídia e quadro branco com 
marcadores. Aos alunos serão fornecidos os seguintes itens: apostila e transparências a serem 
utilizadas durante a exposição dos assuntos. Serão ministrados exercícios, estudos dirigidos e 
estudos de caso. 
 
1.4 Bibliografia Recomendada 
 
BRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gestão financeira das 
empresas – um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. 
IUDÍCIBUS, S., MARTINS, Eliseu, GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade das 
sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1995. 
MARION, Josá Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. 
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
 
5 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
Curriculum resumido dos professores 
 
Fabiano Simões Coelho é Mestre em Ciências Contábeis pela FAF/UERJ – Faculdade de 
Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós graduado em Ciências 
Contábeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Ciências Contábeis pela UERJ em 1998. 
Trabalhou como prestador de serviços de consultoria para a Petrobrás, ASEP e outras empresas. É 
professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, Professor da Escola de Pós-
Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas e professor da Faculdade da Cidade - Rio de 
Janeiro. Autor de trabalhos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
2 TEXTO DE ESTUDO 
 
“A análise mostra o verdadeiro caminho pelo qual uma coisa foi metodicamente descoberta e revela como 
os efeitos dependem das causas” Descartes 
 
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS 
CONTÁBEIS-FINANCEIROS1 
 
O processo de análise das demonstrações financeiras é totalmente vinculado a 
informação e ao disclosure, cuja essência está estreitamente ligada aos objetivos da 
Contabilidade, dentre os quais, a garantia de informações diferenciadas para os diversos tiposde usuários, internos ou externos à entidade. 
“Na visão tradicional, segundo Most, a ênfase em produzir relatórios para acionistas e 
investidores em ações deriva de uma visão antiquada do começo do século, quando o mundo 
econômico era dividido entre capitalistas e trabalhadores, ou proprietários e empregados, 
sendo os administradores profissionais praticamente inexistentes como classe dirigente. Seu 
papel era considerado irrelevante. Os credores eram apenas bancos e fornecedores, 
constituindo o grupo secundário de usuários das demonstrações contábeis.”.2 
A qualidade e a quantidade das informações contidas nas demonstrações contábeis 
adquire relevância e aflora a necessidade da sua confecção obedecer as normas e princípios 
praticados consensualmente pelos profissionais da área visando agregar características de 
utilidade, fidedignidade e credibilidade. 
“É necessário que as informações contábeis sejam baseadas em normas ou critérios 
uniformes e homogêneos, a fim de que não concorram para distorções ou má interpretação dos 
fatos”3. Isto ocorre porque, apesar da informação ser o grande objetivo dos profissionais que 
lidam com a Contabilidade, os Princípios Contábeis “não gravitam” em torno dela, não 
obstante o fato dela possuir uma linguagem universal. 
Ao contrário, estes Princípios correlacionam-se com os “fenômenos patrimoniais”4, os 
quais são a essência da própria contabilidade. Cabe à informação o papel de coadjuvante. Ela 
surge como necessidade de evidenciar o fenômeno patrimonial, pois a informação é forma, é 
apenas um ¾ dar a conhecer ¾ e não a própria essência de qualquer fenômeno5. 
Por conseguinte, como verificar se a evidenciação está feita de forma clara e objetiva e 
ao mesmo tempo direcionada de forma igual a um público com graus de interesses 
razoavelmente diversificados? 
O que deve ser feito e que fatores são importantes e fundamentais para a correta 
apreciação? Onde iniciar a pesquisa pela busca de uma expressão de valor para essa aplicação? 
Existe algum método? 
 
1 Texto do Professor Marco Antônio Tadeu Alves Pereira 
2 TOSTES, Fernando P., Evidenciação e Qualidade nas Demonstrações Financeiras 
3 FRANCO, Hilário, Distinção entre Princípios Contábeis e Normas Contábeis, Revis ta Brasileira de 
Contabilidade, n.º 87, de jun/94. 
4 “Fenômeno Patrimonial” é tudo aquilo que ocorre com os meios utilizados pela azienda para 
cumprir finalidades oriundas de suas variadas necessidades. 
5 Sá, Lopes A. Distinção entre Princípios Contábeis e Normas Contábeis, Revista Brasileira de 
Contabilidade n. 91. 
7 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
O método, como será visto à frente, existe e sua aplicação varia em função dos 
objetivos que se tenha em vista: independentemente da tipologia ou do grau de utilidade, a 
informação precisa ter relevância e materialidade para o usuário. Neste caso, o processo de 
evidenciação passa pela identificação do perfil médio do conjunto de agentes interessados e 
pela verificação, em cada circunstância de espaço e tempo a qualidade e a quantidade de 
informação absorvível. 
Uma análise econômico-financeira através das demonstrações contábil- financeiras 
envolve a utilização de coeficientes extraídos das variáveis-chave e uma gama de ferramentas 
analíticas objetivando determinar a “performance” operacional, sua lucratividade e saúde 
financeira ( risco ) da empresa em análise. 
Uma análise efetiva de um conjunto de demonstrações financeiras exige que o 
propósito da análise seja claramente definido e requer, pois, uma sólida compreensão: 
a) das condições econômicas vigentes dos negócios que a empresa está envolvida; 
b) das estratégias selecionadas pela empresa para competir em cada um dos seus 
mercados; e 
c) os princípios contábeis básicos sob os quais as demonstrações financeiras foram 
construídas. 
 
O modelo de análise pode se transformar num “software” aplicado ao computador 
comum, levando o verdadeiro desafio para a área da interpretação dos “ratios” resultantes. 
 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
 
Os principais usuários das informações contidas nas Demonstrações Contábeis e a 
respectiva natureza e importância, podem ser agrupados como a seguir: 
 
QUADRO I: USUÁRIOS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS 
a. Diversificados X Concentrados 
b. Ativos X Passivos I - INVESTIDORES 
c. Profissionais X Amadores 
 
a. Analistas Financeiros 
b. Serviços de Aconselhamento 
II - INTERMEDIÁRIOS DE 
INFORMAÇÕES 
c. Corretoras de Valores 
 
a. IBRACON 
b. CFC, CRC’s 
c. CVM 
III - ÓRGÃOS REGULADORES 
E ASSOCIAÇÕES DE CLASSE 
d. Fisco 
 
a. Empresas grandes X pequenas IV - DIRETORES, 
ADMINISTRADORES b. Empresas abertas X fechadas 
 
 V - AUDITORES Empresas grandes X pequenas 
Fonte: MOST, Keneth S. Accounting Theory. Columbus. Grid. 1977. pág. 91, apud, adaptação de TOSTES, 
Fernando P. Evidenciação e Qualidade nas Demonstrações Financeiras. 
 
O Investidor geralmente está interessado na expectativa de retorno e no grau de risco 
envolvidos com a empresa. Este retorno está relacionado com os dividendos e as variações nos 
8 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
preços de mercado correspondente ao valor da empresa reconhecido pelos demais 
participantes nos Mercados Primário ou Secundário de Ações. 
Este nível de retorno, por sua vez, diz respeito à habilidade da administração da 
empresa em gerar rentabilidade operacional e fluxos de caixa positivos durante todo o 
horizonte temporal dos respectivos investimentos, combinando “performance” e risco 
compatíveis com a exploração mercadológica das possibilidades da sua carteira de produtos. 
Os riscos básicos inerentes à propriedade dos investimentos em empresas abrangem as 
variáveis-chave dos cenários econômicos, tais como recessão, inflação, emprego. etc; fatores-
chave do segmento industrial a que a empresa pertença, como graus de competição existente ( 
monopólio, faixas de oligopólio, concorrência perfeita) , mudanças nos padrões de tecnologia 
aplicáveis, avaliação da linha de produtos, existência de barreiras à entrada de novos 
competidores, processo evolutivo, etc.; além dos fatores pertinentes à firma, como a 
qualidade da administração, existência de patentes, graus de estágio do ciclo de vida dos 
produtos, escala obtida e curva de experiência, etc. 
Cada uma dessas dimensões de risco possue conseqüências financeiras que afetam a 
capacidade da empresa em gerar caixa, tornado obrigatório um estudo da experiência da 
empresa em gerar caixa no passado e uma projeção da sua habilidade e sensibilidade em 
continuar a produzir resultados de caixa positivos. Ampliando a tipologia acima para 
identificação das respectivas informações necessárias para cada grupo, temos que: 
USUÁRIOS INFORMAÇÕES MAIS IMPORTANTES 
Acionista minoritário. Fluxo regular de dividendos; participação acionária; 
exercício de direitos. 
Acionista majoritário ou com 
grande participação. 
Fluxo de Dividendos; Valor de Mercado da Ação; 
Lucro por Ação; Exercício de Direitos derivados de 
participação; etc 
Acionista Preferencial. Fluxo de Dividendos mínimos ou fixos, decisões em 
Assembléias Gerais ou Ordinárias; etc. 
Emprestadores em geral; 
Bancos. 
Geração de Fluxos de Caixa futuros suficientes para 
receber de volta o capital acrescido de juros, com alta 
probabilidade de segurança e liquidez. 
Entidades Governamentais, 
Entidades de Classe. 
Valor Adicionado; Produtividade; Lucro Tr ibutável; 
Dados estatísticos; Estudos Setoriais, etc. 
Empregados em geral 
(assalariados; Sindicatos ). 
Fluxo de Caixa futuro capaz de assegurar bons 
aumentos ou manutenção de salários com segurança e 
liquidez; etc 
Média e Alta Administração. Retorno sobre o Ativo; Retornosobre o Patrimônio 
Líquido; situação de liquidez e endividamento vi ável; 
Monitoramento gerencial (análise interna). 
Executivos; Gestores de 
Carteiras; Analistas e 
Investidores... 
Estudos econômico-financeiros para decisão de 
investimentos, etc. 
Fornecedores. Capacidade de pagamento; níveis de risco. 
Clientes. Capacidade de fornecimento; Alternativas 
Financeiras. 
Público em geral. Conhecimento da evolução dos cenários do país. 
 
9 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
Fonte: Adaptação ao quadro apud IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. S.P. Editora Atlas. 1981. 
pág. 19. 
 
 
CAMPO DE APLICAÇÃO DA ANÁLISE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA. 
 
Um dos objetivos básicos dos esforços dos empreendedores é conseguir uma 
retribuição ótima para o capital investido obtendo o mais elevado retorno possível para os seus 
negócios. 
As circunstâncias e as condições relacionadas com as oportunidades de investimento 
específicas determinarão normalmente o modo como deve ser efetuado o investimento. 
O processo de avaliação de investimento requer determinados conhecimentos 
específicos, estendendo-se, praticamente, para as mais variadas vertentes dos negócios dentro 
das instituições, como a seguir se descreve: 
· Análise de Projetos; 
· Análise Negocial; 
· Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras; 
· Análise Orçamentária: 
- Vendas; 
- Custos; 
- Despesas; 
- Investimentos; 
- Sensibilidades. 
· Análise de Resultados e Tendências; 
· Análise do “Portfolio” Corporativo; 
· Planejamento e Controle dos Investimentos; 
· Análise dos Programas e das Estratégias com identificação das suas 
alternativas; 
· Diagnóstico das empresas pertencentes ao grupo proprietário; 
· Análise de Ações; 
· Análise de Mercado 
 
Internamente, os programas de planejamento e controle dos resultados das instituições 
utilizam a análise econômico-financeira como um instrumento de monitoramento do seu 
desempenho em termos financeiros tornando uma exigibilidade o conhecimento e a 
compreensão aliada à comunicabilidade dos conceitos que servem de base para a construção 
dos relatórios e projeções das demonstrações contábeis. 
Os objetivos mais comuns encontrados nos processos de análises contábil-econômico-
financeiras são decompostos a seguir e examinados os fatores que influenciam o seu exame. 
 
INVESTIMENTOS REALIZADOS PELOS PROPRIETÁRIOS 
 
Os proprietários procuram efetuar os processos de análises contábil-econômico-
financeiras em função da necessidade de identificar e formar expectativas de retorno e 
respectivos níveis de risco envolvidos nos processos de aquisição, retenção ou venda de 
participações societárias em que sejam detentores. A identificação de riscos adversos sem 
compensações de retornos correspondentes pela assunção dos riscos adicionais forma-se o 
10 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
ponto de saída ou de venda da posição corrente, de forma a descontarem o valor de mercado 
vigente para os seus títulos de propriedade. 
Esses documentos assumem a forma de ações preferenciais ou ordinárias, conforme 
seus direitos de preferência pela participação, prioritário ou residual, nos resultados da 
empresa que são pagos na forma de dividendos e variações do preço de mercado das ações, 
quer em mercado secundário de Bolsa de Valores, quer de Balcão ou mesmo, na inexistência 
de ações negociadas nesses mercados, nos ganhos ou perdas obtidos na concretização dos 
negócios com a valoração das avaliações para processos de compra e venda individual de 
empresas. 
 
Concessão de Créditos 
 
Os fornecedores de recursos monetários sob a forma de empréstimos às empresas 
recebem seus retornos sob a forma de juros. Conseqüentemente, eles detêm direitos de 
participação sob os resultados da instituição até que o principal emprestado seja integralmente 
pago. As concessões de empréstimos podem ser encontradas por períodos que variam de seis 
meses até 20 anos ou mais, sendo muito difícil, entretanto, encontrarmos, no Brasil, esses 
últimos prazos para capital de financiamentos. 
 A análise de crédito de curto prazo deve ser focada na capacidade da firma em pagar 
os juros e amortizar o principal sacado. Esta análise deve ser feita mediante o exame analítico 
da habilidade da empresa em produzir fluxos de caixa de curto prazo, envolvendo um 
aprofundamento no conhecimento do mercado da empresa e das suas competências no manejo 
das variáveis-chave relacionadas com produtos/mercados. Estaremos estudando como fazer 
este trabalho no capítulo apropriado mais à frente. 
Os financiamentos de longo prazo devem observar procedimentos análogos, porém 
voltados para a viabilidade de longo prazo da entidade, abrangendo desde considerações de 
diagnóstico ambiental, posicionamento estratégico e análise de “portfolio” de produtos, com 
ênfase nas habilidades gerenciais em administrar todas essas relações e geração de 
rentabilidade suficiente para pagar todos os agentes envolvidos nos empréstimos dentro das 
respectivas estruturações de prazos.. Também estaremos nos aprofundando nestes processos 
nas etapas pertinentes deste livro. 
 
FORNECEDORES 
 
O poder de negociação da empresa junto aos fornecedores depende de certas 
características relacionadas com a sua situação nos mercados e da importância relativa das 
suas compras da indústria em comparação com seus negócios totais. Neste contexto, os 
fornecedores podem exercer poder de negociação sobre a entidade, ameaçando elevar os 
preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos. Fornecedores poderosos podem 
conseqüentemente sugar a rentabilidade de uma entidade incapaz de repassar os aumentos de 
custos em seus próprios preços6. 
Dessa maneira, os fornecedores estão interessados em conhecer os riscos envolvidos 
nas suas operações com a empresa compradora e para isso procuram conhecer desde o grau de 
concentração ou aquisição de grandes volumes em relação às suas vendas, o grau de 
significância dessas compras em relação à posição da sua carteira de clientes e aos seus custos, 
a qualificação dos produtos comprados, ao poder do comprador em enfrentar os custos de 
 
6 PORTER, Michael E. op. cit. 
11 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
mudança de fornecedor, à estrutura de mercado vigente no respectivo setor da empresa, o grau 
de integração existente ( principalmente se a integração for do tipo para trás ) em função do 
aumento ou redução da capacidade de negociar concessões, uma vez que as motivações dos 
compradores poder estar centrada mais em segurança de fornecimento que em outros fatores 
não diretamente ligados a preços, o nível de informação sobre a demanda, preços reais de 
mercado e custos da cadeia fornecedora, e, na qualificação dos lucros e respectiva geração de 
caixa da entidade compradora, numa perspectiva de prazos compatível com os créditos 
envolvidos. 
 
CLIENTES 
 
O comportamento racional do consumidor abrangerá atitudes como “calcular 
deliberadamente, escolher conscientemente e tentar sempre maximizar a sua utilidade 
(satisfação) total, bem como a informação acerca dos reais atributos dos produtos ofertados 
(assimetria informacional), dos determinantes psicológicos que podem, a cada momento, 
alterar a escala de preferência dos indivíduos (modismos, etc) e o aprendizado com que a 
experiência das transações, como, por exemplo, o arrependimento, que modifica o próprio 
padrão das transações”7. 
Para isso, o tamanho, a estrutura e a consistência do tipo de relacionamento mantido 
pelas empresas ofertantes transforma-se em peça fundamental nas decisões de compra, uma 
vez que os créditos recebidos devem ser cercados de garantias de manutenção do bom níveldas relações correntes no futuro, através da capacidade de pagamento dos valores a receber. 
O alvo das análises dos clientes passa a ser, portanto, a “performance” operacional dos 
seus fornecedores e a sua capacidade de manter-se estável durante o ciclo de vida dos seus 
produtos e, em conseqüência, da sua política de crédito e dos fatores que a mantêm. Um ciclo 
operacional consistente pode vir a ser sinônimo de ciclos de caixa saudáveis e, com isso, 
menor necessidade de pressões à clientela em função da convivência com fluxos de caixa 
estáveis. 
 
Empregados e Administradores 
 
Esta categoria de agentes interessados na informação sobre a saúde da empresa podem 
se interessar pela análise das demonstrações contábil-econômico-financeiras visando 
identificar a força e consistência da geração de caixa das “suas” entidades visando identificar a 
viabilidade dos empregos e relacionamentos remuneratórios futuros. Sua fonte de interesse 
cinge-se aos aspectos de rentabilidade e poder concorrencial do seu empregador, medido pela 
força do mix de produtos na geração de caixa. 
Por outro lado, os gestores sentem a necessidade de monitorarem os negócios através 
da avaliação da “performance” dos diversos segmentos e divisões para fins de planejamento, 
controle orçamentário ou mudanças no posicionamento estratégico. 
 
Análise de Mercado 
 
Os padrões correntes de lucratividade dos competidores e os processos da sua 
formação poderão ser examinadas para fins de posicionamento estrutural de mercado, 
 
7 SARDINHA, José Carlos. Formação de Preço - A Arte do Negócio. São Paulo. Makron Books. 1995. 
12 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
juntamente com as participações de mercado (“market share”), as margens de lucro, em seus 
diversos níveis e os fluxos de caixa resultantes. 
Isto poderá ajudar a empresa na determinação dos seus preços, estratégias de “product 
mix, e melhor balanceamento na distribuição dos recursos, visando otimização de riscos, 
segurança e orientação para o futuro, fatores fundamentais para a sobrevivência, crescimento e 
perpetuação da entidade. 
 
Capítulo 1: A Evidenciação nas Demonstrações Contábil-
Financeiras8 
 
As Demonstrações Contábeis devem conter o maior número possível de informações de forma a possibilitar 
a melhor interpretação de seus resultados. O amplo espectro das necessidades de informação dos diversos usuários 
não permite que sejam plenamente atendidas não só em função da relação custo/benefício, como também devido a 
própria qualidade do agente usuário. 
 
A EVIDENCIAÇÃO 
 
A não evidenciação de certas situações poderia tornar os Demonstrativos enganosos, 
principalmente pela ocorrência dos seguintes fatos9: 
a) Uso de procedimentos que afetam materialmente as apresentações de Resultados ou 
de Balanço comparados com métodos alternativos que poderiam ser supostos pelos leigos, na 
ausência da evidenciação dos métodos disponíveis para a sua realização; 
b) Mudança material nos procedimentos de um período a outro; 
c) Eventos significativos ou relações que não derivam das atividades normais; 
d) Contratos especiais ou arranjos que afetam as relações de contratantes envolvidos; 
e) Mudanças materiais ou eventos que afetariam normalmente as expectativas; e 
f) Mudanças materiais nas atividades ou operações que afetariam as decisões relativas 
à empresa. 
 
Existem diversas formas de evidenciação que podem ser utilizadas para melhor 
fornecer aos usuários das informações contábeis, uma visão correta e clara dos fenômenos 
ocorridos em determinada entidade. Iudícibus aponta os seguintes métodos de evidenciação 
disponíveis10: 
Forma e disposição dos Demonstrativos Contábeis; 
Informação entre parêntese; 
Notas de rodapé; 
Quadros e Demonstrativos suplementares; 
Comentários do Auditor; e 
Relatório da Diretoria.. 
 
A primeira e principal forma de evidenciação seriam os Demonstrativos Contábeis 
decorrentes da maior quantidade de informações. No Brasil, em conformidade com a Lei n.º 
 
8 Texto do Professor Marco Antônio Tadeu Alves Pereira 
9 HENDRIKSEN, Eldon S. Accounting Theory. Homewood: Richard D. Irwin. 1971 e 1977. 
10 IUDÍCIBUS. Sérgio de. op. cit. 
13 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
6.404, de 15.12.1976, as Demonstrações Contábeis obrigatórias para as Sociedades Anônimas 
são as seguintes: 
 1. Balanço Patrimonial; 
 2. Demonstração do Resultado do Exercício; 
3. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
4. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; 
5. Notas Explicativas. 
 
Adicionalmente, em nível complementar, constituem o conjunto básico denominado 
Demonstrações Financeiras: 
6. o Relatório da Administração e, 
7. o Parecer dos Auditores Independentes. 
 
As Demonstrações Financeiras brasileiras publicadas em jornais são de qualidade 
muito variáve l e o conjunto de quadros demonstrativos obrigatórios brasileiros é complicado 
de se ler11, por abrangerem dois modelos em um só - legislação societária e correção integral. 
Por abrangerem, também, dois tipos: controladora e consolidada; ano corrente e ano 
anterior, bem como mudanças freqüentes de normas legais e de índices de correção que 
acabam produzindo um excesso de colunas e de quadro explicativos, nem sempre 
compreensíveis e elaborados de maneira integrada. 
Uma boa prática que caiu em desuso era a de referenciar entre parênteses as Notas 
Explicativas relacionadas com determinado saldo. Dessa forma, o leitor podia ler as 
Demonstrações sendo induzido a examinar as Notas pertinentes. 
A informação relevante é aquela relacionada ao evento examinado. É a informação 
capaz de fazer a diferença na tomada de decisões. A relevância pode ser vista sob três 
aspectos: 
1. a relevância de objetivos; 
2. a relevância de compreensão, atingida quando os usuários da 
informação entendem o significado do que foi reportado; 
3. a relevância de decisão, que ocorre quando a informação contábil 
facilita a decisão dos usuários - o principal objetivo da 
contabilidade. 
 
A estas características, soma-se, em menor grau de importância, a comparabilidade e a 
consistência. Comparabilidade pressupõe uniformidade na contabilização das transações e 
consistência na metodologia empregada em um período para o outro. 
Como restrição à utilidade da informação, temos a materialidade e o seu custo-
benefício. A materialidade é uma restrição para ambas as características básicas da 
informação: relevância e fidedignidade. 
 
DIVULGAÇÕES REQUERIDAS EM NOTAS EXPLICATIVAS 
 
AÇÕES EM TESOURARIA 
Nos termos da Instrução CVM n.º 10/80 - NOTA EXPLICATIVA DA INSTRUÇÃO CVM n.º 
59/86: 
 
11 TOSTES, Fernando Pereira. op. cit. 
14 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
A aquisição de ações de própria emissão representa um retorno do capital investido e 
deverá ser demonstrada como dedução do Patrimônio Líquido. A Nota Explicativa deverá 
indicar: 
O objetivo ao adquirir suas próprias ações; 
A quantidade de ações adquiridas ou alienadas no curso do exercício, 
destacando espécie e classe; 
O custo médio ponderado de aquisição, bem como o custo mínimo e 
máximo; 
O resultado líquido das alienações ocorridas no exercício; 
O valor de mercado das espécies e classes das ações em Tesouraria, 
calculado com base na última cotação, em Bolsa ou Balcão, anterior à 
data do encerramento do exercício social; 
O montante de Correção Monetária das Ações em Tesouraria. 
 
 
ÁGIO / DESÁGIO 
Deve ser divulgada a razão econômica que fundamenta o Ágio / Deságio, além dos critérios 
estabelecidos para sua amortização. 
 
AJUSTES DE ORIENTAÇÃORegulamentado pela Instrução CVM 146/91 
A companhia deve divulgar a alternativa utilizada para ajustar os seus ativos e passivos 
a valor presente, se, com base na variação pró-rata-dia do INPC do mês anterior ou se com 
base nas taxas reais das transações. 
 
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
Lei n.º 6.404/76 - Artigos 176 e 186; Nota Explicativa da Instrução CVM n.º 59.86 e Parecer 
de Orientação n.º 18/90. 
São considerados como ajustes de exercícios anteriores aqueles decorrentes de 
mudança de critério contábil e de retificação de erro imputável a determinado exercício 
anterior e que não possa ser atribuído a fatos subseqüentes. 
Esses ajustes deverão ser discriminados na Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido tendo a sua natureza e respectivos fundamentos evidenciados nas Notas Explicativas 
às Demonstrações Contábeis. 
 
PLANOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES. 
As Notas explicativas devem conter informações sobre a existência do Plano de 
Aposentadorias e Pensões, o regime atuarial de determinação do custo e contribuições ao 
Plano, o custo anual, as obrigações definidas, as obrigações potenciais e os critérios de 
contabilidade. 
 
ARRENDAMENTO MERCANTIL ( LEASING). 
Ofício-Circular CVM/PTE n.º 578/85 e 309/86; Instrução CVM n.º 58/86 
A Nota Explicativa deve indicar, no mínimo, o seguinte: 
Compromisso sob Contrato de Arrendamento Mercantil; 
Forma de pagamento e prazos; 
Despesa do exercício com Arrendamento Mercantil. 
15 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
As companhias arrendadoras devem divulgar em Nota Explicativa: 
Os critérios de contabilização das suas operações, atualmente utilizados, incluindo os 
que provocam a necessidade de ajustes a valor presente por não atenderem aos 
princípios fundamentais de contabilidade. 
Os ajustes a valor presente dos fluxos de caixa futuros das carteiras de arrendamento 
mercantil, evidenciando o efeito do Imposto de Renda se considerado no seu cômputo 
( quando assegurada a sua efetiva possibilidade de recuperação). 
 
ATIVO DIFERIDO. 
Parecer de Orientação CVM n.º 18/90, item 3, letra c. 
Devem ser divulgados a sua composição e os critérios para amortização; as empresas 
beneficiárias de incentivos fiscais devem fornecer informações mais detalhadas, especificando 
situações em que se encontram os projetos incent ivados. 
 
CAPITAL SOCIAL. 
Lei n.º 6.404/76, artigo 176 e Parecer de Orientação CVM n.º 04/79. 
Deverão ser divulgados os números, espécies e classes das ações que compõem o 
Capital Social e, para cada espécie e classe, a respectiva quantidade e o Valor Nominal, se 
houver. 
Deverão ser divulgadas, também, as vantagens e preferências conferidas às diversas 
classes de ações. 
 
CAPITAL SOCIAL AUTORIZADO. 
Nota Explicativa que integra a Instrução CVM n.º 59/86. 
A companhia que possuir Capital Autorizado deverá divulgar este fato em Nota 
Explicativa especificando: 
o limite de aumento autorizado, em valor do Capital e em número de ações, espécies 
e classes que poderão ser emitidas; 
o órgão competente para deliberar sobre as emissões ( Assembléia Geral ou 
Conselho de Administração ); 
as condições a que estiverem sujeitas as emissões; 
os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para 
subscrição ou de inexistência desse direito; 
opção de compra de ações se houver, aos administradores, empregados ou pessoas 
naturais que prestem serviços à companhia ou sociedade sob seu controle. 
 
CONTINUIDADE NORMAL DOS NEGÓCIOS. 
Parecer de Orientação CVM n.º 21/90 
Quando for identificada a situação de risco iminente de paralisação total ou parcial dos 
negócios da companhia, a Nota Explicativa deverá fornecer maiores detalhes sobre os Planos e 
possibilidades de recuperação ou não da mesma. 
 
CRÉDITOS ELETROBRÁS. 
Deliberação CVM n.º 70. 
Devem ser divulgados em Nota Explicativa o critério utilizado para a constituição da 
provisão para Perdas, respectivos valores envolvidos, inclusive os Saldos dos Empréstimos 
não convertidos em ações. 
16 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. 
Lei n.º 6.404, artigo 176. 
Deverão ser divulgados os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição 
de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender as perdas prováveis na 
realização de elementos do ativo. 
 
DEBÊNTURES. 
Parecer de Orientação CVM n.º 21/90, item 8. 
Deverão ser divulgadas as seguintes informações sobre Debêntures: 
os termos das Debêntures; 
Existência de cláusula de Opção de Repactuação; 
Período em que a Repactuação deve ser exercido pelo debenturista. 
 
Quando a companhia adquirir Debêntures de sua própria emissão, deverá divulgar este 
fato no Relatório da Administração e nas Demonstrações Financeiras. 
 
DEMONSTRAÇÕES COMPLEMENTARES EM MOEDA 
ESTRANGEIRA. 
Instrução CVM n.º 64/87 e 146/91. 
As seguintes informações são requeridas: 
critérios adotados na elaboração das Demonstrações Contábeis complementares, inclusive 
com relação ao indexador utilizado (variação mensal, média, diária ou critério misto); 
os valores contidos nas Notas Explicativas e no Relatório da Administração deverão, 
também, serem divulgados em moeda de poder aquisitivo constante; 
a composição da diferença entre o lucro líquido apurado na forma da legislação societária 
e o lucro apurado pela correção integral; 
os ganhos e perdas nos itens monetários devem ser distribuídos pelas contas a que se 
vinculam, sendo esse fato e os critérios utilizados evidenciados em Nota Explicativa. 
O saldo que eventualmente não puder ser alocado, quando relevante, também deve ser 
evidenciado. 
 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 
Lei n.º 6 .404/76, artigo 118. 
A companhia obrigada a elaborar Demonstrações Financeiras Consolidadas deverá 
divulgar: 
os critérios adotados na consolidação, tais como eliminação de saldos de contas entre as 
companhias ali incluídas, eliminação de participações recíprocas, eliminação de lucros e 
prejuízos não realizados, etc. 
denominação das sociedades controladas incluídas na consolidação, bem como o 
percentual de participação da controladora em cada sociedade controlada, englobando 
participação direta e/ou indireta através de outras sociedades controladas. 
sociedades excluídas na consolidação bem como exposição das razões que determinam a 
exclusão. 
bases e fundamentos para amortização do ágio ou do deságio não absorvido na 
consolidação. 
eventos que ocasionaram qualquer diferença entre os montantes do Patrimônio Líquido e 
17 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
do Lucro Líquido da controladora, em confronto com os correspondentes montantes do 
Patrimônio Líquido e do Lucro Líquido consolidado, apresentados nas Demonstrações 
Financeiras Consolidadas. 
A companhia aberta filiada de grupo de sociedades deve indicam em Nota Explicativa 
às suas Demonstrações Financeiras publicadas, o Órgão e a data em que foram publicadas as 
últimas Demonstrações Financeiras Consolidadas em sociedade de comando de grupo de 
sociedades a que estiver filiada. 
Nas Demonstrações Consolidadas, que incluam transações entre partes relacionadas, 
devem ser evidenciadas as informações e valores referentes às transações não eliminadas na 
consolidação. 
 
DESTINAÇÃO DE LUCROS CONSTANTES DE ACORDOS DE 
ACIONISTAS. 
Lei n.º 6.404/76, artigo 118. 
O Relatório Anual da Administração deverá conter informações sobre a política de 
reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de Acordo de Acionistas 
arquivados na empresa. 
 
DIVIDENDOS POR AÇÃO. 
O montante do Dividendo por Ação do Capital Social, dividido por espécie e classe das 
ações, deveráser indicado na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
observando-se as diferentes vantagens e a existência de ações em Tesouraria. 
 
DIVIDENDOS PROPOSTOS. 
Pareceres de Orientação CVM n.º 15/87 e CVM n.º 21/91. 
Devem ser apresentadas a Demonstração e o Cálculo do Dividendo Proposto pelos 
Administradores, a respectiva política de pagamento dos mesmos e se irão ou não ser 
corrigidos monetariamente. 
 
EMPREENDIMENTOS EM FASE DE IMPLANTAÇÃO. 
Parecer de Orientação CVM n.º 17/89. 
 O ganho, eventualmente existente, que resulta do confronto de Despesas e Receitas 
atribuíveis ao empreendimento em fase de implantação deve ser apresentado como Resultado 
de Exercício Futuro. Somente se houver, comprovadamente, certeza de que esse ganho é de 
natureza recorrente durante todo o período de implantação é que, excepcionalmente, poderá 
ser reconhecido nos resultados da companhia. 
Em Nota Explicativa deve ser justificada a atitude adotada, bem como esclarecida a 
causa do referido ganho. 
 
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. 
Lei n.º 6.404/76, artigos 176 e 247; Instrução CVM n.º 01/76 e Parecer de Orientação CVM 
n.º 04/79. 
A companhia com investimentos em coligadas e controladas avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial deverá divulgar: 
denominação da coligada ou da controlada, capital social, e patrimônio e lucro líquidos; 
número, espécie e classe de ações ou cotas de capital social possuídas pela 
investidora/controladora e o preço de mercado das ações, se houver; 
18 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
créditos e despesas em operações entre investidora/controladora e as 
coligadas/controladas, especificando prazos, encargos financeiros e garantias; 
receitas e despesas em operações entre investidora/controladora e as 
coligadas/controladas; 
base e fundamento adotados para amortização do ágio ou do deságio; 
condições estabelecidas em Acordos de Acionistas com respeito a influência da 
Administração e na distribuição dos lucros; 
resultado da equivalência patrimonial classificado em operacional, não operacional e 
decorrente de reavaliação nas controladas/coligadas. 
 
NÍVEL E FORMA DE EVIDENCIAÇÃO 
 
Como nem todas as necessidades de informações manifestadas pelas diferentes 
categorias de usuários são atendidas, à medida em que novas necessidades surgem até 
decorrentes do aumento do número de usuários influentes, verificou-se uma tendência de 
exceder os limites da evidenciação além daqueles contidos nas Demonstrações Financeiras. 
Tal fato encontra eco na nova realidade das economias decorrentes dos processos de 
globalização dos mercados e da evolução havida em nível mundial dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. 
Todavia, mesmo considerando o número mínimo de informação exigida pelas 
legislações, o grau de detalhe a ser dado em cada Demonstração completa é função de vários 
fatores, dentre os quais são destacados12: 
Relação Custo X Benefício da informação produzida; 
Regulamentação pertinente; Relevância e materialidade da Informação; 
Julgamento pessoal do Contador e Administradores. 
 
FORMAS DE EVIDENCIAÇÃO
Todas as informações úteis para decisões
de crédito, investimento, etc.
Relatórios Financeiros
FASB/CVM
DF’s e Anexos
DF’s Simples
Notas Informação Outros Relatórios Outras Infor-
Balanço Explicativas SuplementarFinanceiros mações
DRE;
DOAR;
MUTAÇÕES
DO PTLQ;
DFC.
Inventário;
Contingências;
Relatório da
Administração
Notas
Especiais;
Debêntures
Reuniões
de Diretoria;
Newsletter a
Acionistas.
Artigos de
Revistas;
Relatórios de
Analistas
Financeiros;
Estatísticas
Econômicas
 
 
12 TOSTES, Fernando Pereira. op. cit. 
19 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
Devem ser consideradas, também, as informações requeridas pessoalmente pelos 
usuários mais interessados em solver aspectos não identificados no conjunto das 
Demonstrações Financeiras, até porque, por mais abrangente que seja a evidenciação, e 
informação contábil sempre será afetada pelo julgamento pessoal do contador e pelo próprio 
custo & benefício de obtê- la. 
A regulamentação internacional tem no FASB - Financial Accounting Standards 
Board, órgão normativo para contabilidade nos Estados Unidos o seu expoente e aqui, no 
Brasil, temos o IBRACON ( Instituto Brasileiro de Contadores ) e a CVM ( Comissão de 
Valores Mobiliários ) com funções análogas àquela instituição internacional. 
O Relatório da Administração deve estar à disposição dos acionistas um mês antes da 
data marcada para Assembléia Geral Ordinária, como expressa o artigo 133 da Lei n.º 
6.404/76, sendo composto por: 
o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais 
fatos administrativos do exercício findo; 
a cópia das demonstrações financeiras; 
o parecer dos auditores independentes se houver. 
 
QUALIDADE NA EVIDENCIAÇÃO13 
 
A característica mais importante de uma informação é a sua utilidade; esta capacidade 
de atender às necessidades é que a torna uma mercadoria desejável, validando os custos 
incorridos para a sua obtenção, numa perspectiva de benefícios X custos plausível. 
Neste espectro para serem julgadas úteis, as informações devem conter certos atributos 
que a tornam capazes de influenciar uma avaliação ou decisão: as características mais 
importantes da informação contábil estão referendadas pelos SFAS ( Orientações emanadas 
pelo FASB ) e as relacionam com a tomada de decisão, diminuindo as incertezas sobre as 
diversas variáveis do processo decisório. 
Para haver relevância o Relatório tem que ser pontual, servir para efetuar 
previsão ou para medir a previsão feita no passado. Informação confiável 
requer representatividade, ser passível de verificação independente e ser 
neutra. 
Os fatores que contribuem para a relevância da informação contábil, além 
do valor preditivo, valor de “feed-back” e oportunidade, são a fidedignidade, 
a consistência, a materialidade e o custo & benefício da sua obtenção. 
 
A comparabilidade é também uma qualidade importante da informação contábil, porém 
secundária. Interage com a relevância e a confiabilidade, que por sua vez contribuem para a 
utilidade. 
 
RELEVÂNCIA: 
“( ... ) information that has a bearing on the matter at hand”. Informação relevante é 
aquela relacionada ao evento examinado14. É a informação capaz de fazer diferença na 
tomada de decisões15 e pode ser vista sob três aspectos: 
 
13 TOSTES, Fernando P. op. cit. 
14 HENDRIKSEN, Eldon S. op. cit. 
15 FASB. Accounting Standards - Original Pronoucemnts., Con 2: Qualitative Characteristics of Accounting 
Information, July, 1973- June l; 1989; pag. 5.200. 
20 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
 
relevância de objetivos ( goal relevance ): quando a informação permite ao usuário 
atingir a sua meta. Por exemplo, depois de ler a analisar as Demonstrações 
Financeiras o investidor decidiu vender suas ações. Isso, entretanto, nem 
sempre é possível, pois os leitores são subjetivos em suas metas. 
 
a relevância de compreensão ( semantic relevance ): atingida quando o usuário da 
informação entende o significado do que foi reportado. É o caso de um 
Relatório de Administração e Notas Explicativas redigidos com clareza e 
objetividade. Às vezes, para ser claro e abrangente tem-se de escrever 
muito. A disposição do leitor e o alto custo de publicação são os fatores 
limitativos. 
a relevância de decisão, que ocorre quando a informação contábil facilita a decisão dos 
usuários - o principal objetivo da contabilidade 
 
Um exemplo habitualmente citado para ilustrar o conceito de relevância é a questão do 
critério de custo. As Demonstrações Financeirassão mais relevantes ( mais úteis ) utilizando-
se o custo histórico, custo corrente ou custo histórico corrigido, para valorizar os ativos? Para 
respondê- la devemos analisar outros elementos que compõem o conceito de relevância. 
Em contabilidade, toda informação que possibilite a realização de estimativas ou 
permita confirmar outras anteriormente feitas, facilita a tomada de decisão. Sem o 
conhecimento do passado, retira-se a base para previsão, e sem um interesse no futuro 
investigar a história é um exercício estéril. 
Por exemplo, nos conglomerados é relevante saber os resultados por linha de produto, 
tanto para conhecer a contribuição de cada um no desempenho passado da empresa, como para 
prever a tendência de lucros futuros. O investidor necessita de dados sobre o estado da 
companhia e as mudanças que nele ocorreram para prever se irá expandir, estagnar ou falir. 
Valor preditivo significa que a informação tem utilidade no processo preditivo, não se 
confundindo como valor direto de previsão ( inside information ). 
A oportunidade ou pontualidade significa que se a informação não estiver disponível 
quando é necessária, mas somente muitas semanas após a ocorrência dos eventos, ela perde 
utilidade para se agir sobre os acontecimentos, deixa de ter relevância. 
Para servir ao tomador de decisão, tem de chegar no momento oportuno, isto é, 
balancetes e relatórios de custo atrasados têm importância decrescente. A pontualidade per si 
não torna uma informação relevante, mas sua falta rouba relevância à mensagem que se quer 
passar. Existem, entretanto, gradações na pontualidade. Em meio a uma negociação salarial, 
por exemplo, a relevância de uma informação se evapora em poucas horas, mas em 
demonstrações contábeis a utilidade perdura por tempo mais longo. 
 
CONFIABILIDADE 
A informação contábil é confiável na medida em que seu usuário acredite que ela 
represente adequadamente os eventos, transações e condições econômicas de uma entidade. 
Uma informação confiável deve ser representativa do fenômeno que pretende espelhar. É fácil 
mostrar que $1.200 representa o valor do saldo de caixa em 31 de dezembro de 19x0. Mais 
sutil é dizer que nessa mesma data $2.300 corresponde ao valor dos estoques descontado ao 
valor presente por um dos 50 índices de correção inflacionária. 
O segundo elemento da confiabilidade é que a informação seja passível de verificação, 
que assegure ao usuário a ausência de vício na mensuração dos eventos econômicos. Um 
21 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
auditor, repetindo os procedimentos da empresa ( e de prática contábil consagrada ) deverá ser 
capaz de chegar aos mesmos resultados do cliente. 
O último elemento de qualidade exigido para uma informação ser confiável é a 
neutralidade. Significa que o Contador responsável por estabelecer os critérios de 
contabilização de sua empresa, não deve fazê- lo pensando em defender um interesse 
particular, mas sim trazer a tona fatos relevantes e confiáveis, Por exemplo, regras contábeis 
desenhadas para que o balanço venha a mostrar apenas lucro. Neutralidade quer dizer que o 
sistema contábil não está montado em determinada direção. 
 
MATERIALIDADE 
A materialidade é exercida diariamente por àqueles que tomam decisões contábeis e 
pelos auditores que efetuam julgamentos sobre a correção dos relatórios financeiros. As 
avaliações no campo da materialidade são, basicamente, de natureza quantitativa, 
respondendo as perguntas do tipo: será que essa operação é grande bastante para influenciar a 
decisão dos usuários? 
O problema é que a natureza da transação quase sempre afeta a resposta, ou seja, um 
item pode ser de valor insignificante no meio de transações rotineiras, porém importante se 
estiver ocorrendo pela primeira vez e em circunstâncias anormais. mais apropriado seria 
indagar ¾ “... considerando a natureza, será que essa omissão ou erro em contas a receber é 
suficiente para passar pelo critério de materialidade (estabelecido pela empresa para essa 
conta)? 
É quase impossível abordar materialidade abstraindo a relevância, pois ambos são 
definidos em termos da informação que pode alterar a decisão (utilidade) do usuário. A 
decisão de não evidenciar uma operação por achar que não tem interesse para o investidor 
denuncia a falta de relevância, mas se for porque os valores são tão pequenos a ponto de não 
fazerem qualquer diferença, trata-se de imaterialidade. 
Outro fator a ser considerado no campo da materialidade é o grau de precisão a ser 
obtido ao avaliar uma operação ou planejar um trabalho de auditoria. Saldos de contas que 
envolvem grande número de lançamentos como inventários ou contas a receber, são 
examinados através de técnicas de amostragem estatística aplicadas à auditoria. O tamanho da 
amostra e o seu nível de dispersão em relação à média serão objeto de avaliação do aud itor, à 
luz da qualidade do controle interno. 
 
COMPARABILIDADE 
A comparabilidade é composta de dois elementos: uniformidade e consistência. O 
primeiro indica que transações iguais serão contabilizadas do mesmo modo. O segundo se 
refere ao uso por uma empresa dos mesmos procedimentos e regras contábeis de um período 
para outro. 
O significado de qualquer informação, especialmente dados quantitativos, depende 
muito de podermos relacioná-los a uma outra variável ou critério. A informação contábil 
cresce em utilidade quando pode ser comparada com a de empresas similares ou com a de 
anos anteriores na mesma empresa. 
O objetivo é descobrir diferenças e semelhanças, focalizando poucas variáveis de cada 
vez. Em companhias grandes diversificadas e complexas é inútil tentar fazer comparações 
abordando um grande número de itens. Revistas com edições especiais analisando 
demonstrações contábeis, trabalham com poucas relações do tipo Lucro Líquido/Vendas; 
Lucro Líquido/Patrimônio Líquido ¾ e assim mesmo com muitas observações e ressalvas. 
22 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
A dificuldade em fazer comparações financeiras entre empresas tem sido talvez a 
maior fonte de estímulo no desenvolvimento de normas universais de contabilidade. 
 
Capítulo 2: Análise Econômico-Financeira 
 
OBJETIVO 
 
Os demonstrativos contábeis visam evidenciar16 para os diversos clientes da informação 
contábil os reflexos das decisões operacionais, de investimento e financiamento na situação 
econômica e financeira. 
Quando verificamos a análise desejamos avaliar a empresa quanto a capacidade de geração 
de lucros (situação econômica) e a capacidade de honrar as obrigações no prazo acordado (situação 
financeira). 
 
RELATIVIDADE 
 
A análise econômico-financeira é efetuada através de cálculo e análise de índices. Um 
índice jamais pode ser considerado apenas pelo seu valor absoluto. O poder da informação do 
índice depende da comparação com outros índices da empresa e da comparação destes índices com 
de empresas da mesma indústria. Abaixo, temos exemplos de índices combinados de uma mesma 
empresa, no caso a BR Distribuidora S.A. e desta empresa com uma concorrente, a Companhia 
Ipiranga S.A.. 
RENTABILIDADE 31/12/95 31/12/96 31/12/97 
GIRO DO ATIVO 3,67 3,89 4,15 
MARGEM LÍQUIDA 3% 2% 2% 
RENTABILIDADE DO 
ATIVO 
12% 8% 7% 
Tabela 1. Índices de rentabilidade da BR Distribuidora S.A. 
RENTABILIDADE DO ATIVO 31/12/95 31/12/96 31/12/97 
Ipiranga 7,4% 10,7% 15,0% 
Petrobras 12,1% 8,3% 7,2% 
Tabela 2. Índices de rentabilidade do Ativo da BR Distribuidora S.A. e da a 
Companhia Ipiranga S.A. 
CLIENTES X INDICADORES 
 
Visando estabelecer uma coerência entre os indicadores e os clientes da informação, 
relacionamos, a seguir o quadro de índices econômico-financeiros. 
1 ADMINISTRAÇÃO 2 PROPRIETÁRIOS 3 CREDORES 
1.1 Análise operacional 2.1 Rentabilidade 3.1 Liquidez 
1.1.1Margem bruta 2.1.1 Retorno sobre o 3.1.1 Liquidez geral 
 
16 Evidenciação - Princípio maior da Contabilidade. Como ciência, a Contabilidade apoia-se em princípios 
geralmente aceitos que são responsáveis pela boa escrituração e informação aos diversos usuários da informação 
contábil. Os princípios estão a serviço da boa e correta informação ou da evidenciação. 
23 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
1.1.2 Margem operacional 
1.1.3 Margem líquida 
1.1.4 Alavancagem operacional 
e financeira 
Patrimônio Líquido 
2.1.2 Retorno sobre o Capital 
Ordinário 
2.1.3 Lucro por ação 
2.1.4 Retorno total do 
acionista 
2.1.5 Valor Adicionado 
2.1.6 Lucro antes do juro, 
imposto, depreciação e 
amortização (LAJIDA ou 
EBITDA) 
2.1.7 Valor Econômico 
Agregado 
3.1.2 Liquidez corrente 
3.1.3 Liquidez seca 
 
1.2 Administração de 
recursos 
2.2 Destinação dos Lucros 3.2 Estrutura de Capital 
1.2.1 Giro do Ativo 
1.2.2 Giro de Contas a 
Receber 
1.2.3 Giro de Estoques 
1.2.4 Indicadores de atividade 
2.2.1 Dividendos por ação 
2.2.2 Rendimento dos 
dividendos 
2.2.3 Retenção do lucro 
2.2.4 Cobertura dos 
dividendos 
2.2.5 Dividendos X Ativos 
3.2.1 Participação de 
Capital de Terceiros 
(endividamento) 
3.2.2 Composição do 
Endividamento 
3.2.3 Imobilização do 
Patrimônio Líquido 
3.2.4 Imobilização de 
Recursos não correntes 
 
1.3 Rentabilidade 2.3 Indicadores do Mercado 3.3 Serviço da Dívida 
1.3.1 Retorno sobre Ativo 
(total ou líquido) 
1.3.2 Retorno sobre 
investimentos operacionais 
 
2.3.1 Índice de preço/lucro 3.3.1 Cobertura dos juros 
 
 
AJUSTES 
 
De posse das Demonstrações Financeiras e informações complementares, recomenda-se 
que sejam procedidos ajustes com vistas a padronizar os demonstrativos para análise, entre os quais 
destacam-se: 
Duplicatas Descontadas – retirar do Ativo Circulante e alocar no Passivo Circulante. O 
Desconto de Duplicatas é um empréstimo para capital de giro. A reclassificação possibilita analisar 
mais adequadamente as fontes de recursos que a empresa vem utilizando. 
Empréstimos a Interligadas – quando aparecem no Ativo Circulante deverão ser 
reclassificadas para Realizável a Longo Prazo. Esses valores até podem retornar a empresa no curto 
prazo. No entanto, como os devedores exercem influência decisiva sobre a credora, normalmente 
esses empréstimos não têm data para serem liquidados. Aliás, a própria Lei 6.404/76 determina que 
os negócios realizados com partes relacionadas ( empresas interligadas, sócios etc. ) , quando não 
fazem parte das atividades normais da empresa, devem ser classificadas no Longo Prazo. 
24 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
Empréstimos de Diretores e ou Interligadas – quando aparecer no Passível Exigível a Longo 
Prazo, deverá ser reclassificada para o Passivo Circulante. Este caso é o oposto do caso anterior. 
Valores que a empresa toma das pessoas ou empresas ligadas, a título de empréstimos, podem ser 
exigidos a qualquer momento. Por isso, conservadoramente, usa-se reclassificá-los no Passivo 
Circulante. 
Deduções do Patrimônio Líquido – é a contrapartida dos valores deduzidos do Ativo por 
representarem valores não realizáveis ou de realização duvidosa. A cada valor consignado em 
deduções do PL, corresponde a exclusão de parcela equivalente no Ativo. 
Principais Deduções do PL: 
Bens Obsoletos: bens que ainda constam na contabilidade da empresa, mas não possuem 
valor de venda ou condições de utilização; 
Débitos de Diretores, Cotistas e Solidários: normalmente esses valores constituem retiradas 
feitas pelos sócios, não contabilizadas como despesas; 
Débitos de empresas do mesmo grupo econômico: Não se incluem neste item os débitos por 
fornecimento de mercadorias ou serviços ( atividade normal da empresa ). A dedução somente deve 
ser feita quando os débitos foram considerados de realização duvidosa; 
Depósitos Judiciais: valores depositados em juízo, enquanto a empresa discute uma divida 
fiscal, trabalhista ou outras; 
Excesso na reavaliação de bens no imobilizado: quando for identificado que a empresa 
reavaliou seus bens em níveis superiores ao ser real valor de mercado; 
Provisão para Devedores Duvidosos: esse valor representa a estimativa de créditos 
vencíveis no exercício seguinte que não serão recebidos. Apesar da Legislação do Imposto de 
Renda aceitar somente 1,5% do saldo de clientes ( ou a média dos últimos três anos ), a provisão 
deve incluir toda a estimativa de perdas da empresa. Recomenda-se que os Balanços analisados 
sejam ajustados de forma a conter uma estimativa de pelo menos 3% da conta clientes/duplicatas a 
receber; 
Outros valores de difícil realização ou incobráveis: outros valores registrados no Balanço 
que efetivamente não representam bens ou direitos realizáveis ( ex : cheques sem fundos, duplicatas 
incobráveis, estoques obsoletos etc.). 
 
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO 
 
Além dos ajustes anteriores, visando a análise de indicadores de atividade, as contas do 
Ativo e Passivo Circulante são classificadas em dois grupos: Financeiro e Operacional. 
O Ativo Circulante Financeiro (ou Errático) engloba as contas que representam dinheiro e 
aplicações financeiras em títulos e ouro. 
O Passivo Circulante Financeiro (ou Errático) engloba as contas representativas de dívidas 
a curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa. Normalmente estão sujeitas a 
juros (empréstimos bancários, duplicatas descontadas, impostos renegociados, imposto de renda a 
recolher etc.). 
O Ativo Circulante Operacional (ou Cíclico) compreende as aplicações de recursos em 
contas que estejam relacionadas com a atividade de compra, transformação e venda. Está 
relacionado com o ciclo operacional da empresa (clientes/duplicatas a receber, estoques, 
adiantamento a fornecedores etc.). 
O Passivo Circulante Operacional (ou Cíclico) compreende as contas que identificam os 
financiadores normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos 
(fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos sobre vendas a recolher etc.). 
25 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
 
1 ADMINISTRAÇÃO 
 
1.1 Análise Operacional 
Para o desenvolvimento da estratégia e consecução dos objetivos estabelecidos a empresa 
toma diversas decisões. Estas podem ser classificadas em decisões de investimento, de 
financiamento e operacionais. 
 
 
As decisões de investimentos podem ser táticas ou de curto prazo, quando estabelecem os 
investimentos em giro em caixa, contas a receber ou estoques, ou estratégicas de longo prazo, 
quando há investimento em instalações físicas para capacidade, ações de outras empresas visando 
Ativo
Circulante
Passivo
Circulante
Ativo
Permanente
Realizável a
Longo Prazo
Patrimônio
Líquido
Resultado de
Exercícios
Futuros
Exigível a
Longo Prazo
AC Financeiro
• Caixa
• Bancos
• Aplicações
Financeiras
PC
Operacional
• Fornecedores
• Impostos a
Recolher
• Salários a Pg
Ativo
Permanente
Realizável a
Longo Prazo
Patrimônio
Líquido
Resultado de
Exercícios
Futuros
Exigível a
Longo Prazo
AC
Operacional
• Estoques
• Clientes
• Adiantamento
PC Financeiro
• Empréstimos
• Duplicatas
Descontadas
Fluxo de CaixaFluxo de Caixa
InvestimentoInvestimento OperaçãoOperação FinanciamentoFinanciamento
D.R.E.D.R.E.
CirculanteCirculante
(Tático)(Tático)
PermanentePermanente
(Estratégico)(Estratégico)
Capital deCapital de
TerceirosTerceiros
Capital PróprioCapital Próprio
ReceitaReceita
(-) Despesas(-) Despesas
= Resultado= Resultado
EconômicoEconômico
DECISÕESDECISÕES
ATIVOATIVO
InvestimentoInvestimento
PASSIVOPASSIVOFinanciamentoFinanciamento
26 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
coalizões, eficiência no ciclo do produto ou valores únicos ofertados ao cliente. As decisões de 
investimentos são evidenciadas no Ativo da empresa 
As decisões operacionais ocorrem na definição do mix de comercialização e na política de 
preços impactando a receita, bem como no esforço na geração da receita - a despesa - pelas diversas 
funções da empresa (produção, administração, vendas, etc.). As decisões operacionais são 
evidenciadas na Demonstração do Resultado do Exercício. 
As decisões de financiamento ou fontes de recursos podem ocorrer sobre recursos de 
terceiros, de curto ou longo prazo, ou em recursos próprios. Estas decisões são demonstradas no 
Passivo. 
As decisões de investimentos, operacionais e financiamento possuem reflexo no Caixa da 
empresa. Por este motivo, a evolução dos saldos do disponível, conforme a repercussão das 
decisões operacionais, de investimento e financiamento é demonstrada no Fluxo de Caixa (método 
indireto) que discutiremos em momento oportuno neste capítulo. 
 
1.1.1 Margem bruta 
 
Possue como objetivo medir a percentagem lucro bruto gerado em relação ao volume de 
receita líquida. 
O lucro bruto é resultado das receitas líquidas menos o esforço da função produção, 
representado pelo custo dos produtos vendidos, custo dos serviços prestados ou custo das 
mercadorias vendidas. Este resultado econômico inicial deve ser o suficiente para remunerar os 
esforços das funções administração, de vendas e financeiras além da remuneração dos impostos e 
dos sócios representados pelo lucro não capitalizado. 
Cálculo: 
Margem Bruta = Lucro Bruto .x 100 
 Receita Líquida 
 
Exemplo: 
Lucro Líquido do exercício = $ 1.000 
Vendas Líquidas = $ 10.000 
Retorno sobre vendas ou Lucratividade = ($ 1.000 / $ 10.000) x 100 = 10% 
 
Conclusão: O Lucro Líquido do exercício representa 10% das Vendas Líquidas, ou 
seja, os elementos responsáveis pela redução das Vendas Líquidas (custos 
e despesas) atingiram 90%. 
 
A margem bruta é resultado da decisão do mix de comercialização da empresa. 
No processo orçamentário, dentro do contexto do orçamento operacional, por ocasião da 
previsão do orçamento de vendas, a empresa, baseada nas decisões da estratégia de marketing 
quanto a previsão de vendas dos produtos e preços a estabelecer em cada região, define o seu mix 
de comercialização. 
 
 
 
Estratégia 
mercadológi
ca 
Política de 
preços 
Mix de 
comercializaç
ão 
Margem 
bruta 
27 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
O mix estabelece a quantidade e o preço de cada produto a ser comercializado durante o 
período seguinte. Neste processo, de posse dos custos variáveis unitários então é calculada a 
margem de contribuição unitária de cada produto. Elabora-se a tabela de sensibilidade do mix de 
comercialização visando uma análise mais acurada das conseqüências das decisões da estratégia 
mercadológica sobre a margem de contribuição total da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comercial Corporativo 
Defesa 
Peças/Outros 
MIX DE COMERCIALIZAÇÃO DA EMBRAER 
Em 2001, foram entregues 174 aeronaves sendo 161 jatos regionais da família ERJ, 
dois turboélices EMB 120 Brasília e, ainda, 11 aeronaves leves de utilização agr ícola. O 
quadro que segue apresenta um histórico comparativo dos últimos três anos, por 
segmento de negócio. 
Evolução das aeronaves entregues
Qtde Aeronaves 1999 2000 2001
Aviação Comercial 103 157 155 
EMB 120 7 - 2 
 ERJ 135 16 45 27 
 ERJ 140 - - 22 
 ERJ 145 80 112 104 
Aviação Corporativa - 3 8 
 EMB 135 - 3 7 
 EMB 145 - - 1 
Aviação Leve 17 17 11 
TOTAL GERAL 120 177 174 
Além das aeronaves, a composição da receita bruta consolida as vendas de peças de reposição e 
serviços realizados pela Empresa e suas controladas, no Brasil e exterior. Em 2001, o segmento da 
aviação comercial representou 87% das receitas enquanto que, 94% foram destinadas para a América 
do Norte e Europa. 
Receita por Segmento
4%
6%
3%87%
Comercial
Corporativo
Defesa
Peças/Outros
Receita por Área Geográfica
Europ
a
26%
Améric
a do 
Norte
68%
Brasil
3%
Outros
3%
 
Fonte: Relatório da Administração da Embraer - ano 2001. 
28 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
A margem bruta é conseqüência tanto da margem de contribuição unitária como da 
quantidade vendida de cada produto. As margens de contribuição unitária dependem do estágio do 
ciclo de vida de cada produto. Produtos em estágio de vida introdutório, em função da pouca 
concorrência verificada, costuma ter margens de contribuição unitárias elevadas. 
À medida que o ciclo de vida vai evoluindo, em função da presença de novos entrantes com 
produtos substitutos, as margens unitárias tendem a decrescer. Neste momento, o volume vendido 
aumenta para compensar as margens decrescentes. 
No estágio da maturidade do ciclo de vida, as margens unitárias são pequenas e o volume 
de venda grande, o resultado deixou de basear-se nas margens unitárias para basear-se no volume 
ou giro. Este fenômeno pode ser observado quando comparamos os resultados de diferentes 
indústrias. As empresas de alta tecnologia possuem margens altas e giros baixos enquanto que 
supermercados possuem margens pequenas e giros altos. 
 
1.1.2 Margem operacional 
Representa, percentualmente, quanto o lucro operacional compara-se a receita líquida. 
Cálculo: 
Margem Operacional = Lucro Operacional .x 100 
 Receita Líquida 
 
Exemplo: 
Lucro Líquido do exercício = $ 1.000 
Vendas Líquidas = $ 10.000 
Retorno sobre vendas ou Lucratividade = ($ 1.000 / $ 10.000) x 100 = 10% 
 
Conclusão: O Lucro Líquido do exercício representa 10% das Vendas Líquidas, ou 
seja, os elementos responsáveis pela redução das Vendas Líquidas (custos 
e despesas) atingiram 90%. 
 
1.1.3 Margem líquida 
Representa a relação percentual entre o lucro líquido e a receita líquida. É bom lembrar que 
os investimentos realizados no Ativo, pelos proprietários, possuem como contrapartida a 
expectativa de retorno na forma de lucro, visando a remuneração do Passivo. 
A ocorrência de resultados econômicos positivos é de fundamental importância à 
continuidade da empresa. As fontes de recursos do Passivo não costumam ser fiéis a empresas que 
não geram lucro. 
O lucro capitalizado, ou não distribuído aos acionistas, é reinvestido na empresa 
representando, desta forma, um importante componente de fonte de recursos operacionais da 
empresa. 
Cálculo: 
Margem Líquida = Lucro Líquido .x 100 
 Receita Líquida 
Exemplo: 
Lucro Líquido do exercício = $ 1.000 
Vendas Líquidas = $ 10.000 
Retorno sobre vendas ou Lucratividade = ($ 1.000 / $ 10.000) x 100 = 10% 
 
29 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
Conclusão: O Lucro Líquido do exercício representa 10% das Vendas Líquidas, ou 
seja, os elementos responsáveis pela redução das Vendas Líquidas (custos 
e despesas) atingiram 90%. 
 
1.1.4 Alavancagem operacional 
A alavancagem resulta do uso, pela empresa, de custos operacionais e financeiros (juros e 
dividendos de ações preferenciais) fixos.Como você acha que o nível de custos fixos afeta os 
lucros e o risco associado da empresa? 
A alavancagem e a estrutura de capital estão intimamente ligadas aos conceitos 
relacionados com o custo de capital e, portanto, às decisões quanto ao orçamento de capital . A 
alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos 
proprietários da empresa. Variações na alavancagem resultam em menor risco e retorno. O nível de 
alavancagem na estrutura de capital de uma empresa - o mix de empréstimos a longo prazo e 
capital próprio mantidos pela empresa - pode afetar significativamente seu valor, devido às 
mudanças no risco e no retorno. Ao contrário de algumas causas de risco, os administradores têm 
quase que um controle completo sobre o risco introduzido através do uso da alavancagem. Os 
níveis de ativos e recursos de custo fixo que a administração seleciona afetam a variabilidade dos 
retornos, ou seja, o risco que, por sua vez, pode ser controlado pelos administradores. Uma vez que 
a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve saber como medi-la e 
avaliá-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor estrutura de capital. 
Três tipos básicos de alavancagem podem ser definidos mais claramente no que diz 
respeito à demonstração do resultado da empresa. No formato geral da demonstração do resultado 
da empresa no a seguir, a parcela relacionada à alavancagem operacional da empresa, a parcela 
relacionada à sua alavancagem financeira e à alavancagem total estão claramente identificadas. A 
alavancagem operacional é determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu 
lucro antes dos juros e imposto de renda, ou LAJIR (LAJIR é a denominação de lucros 
operacionais). A alavancagem financeira refere-se à relação entre o lucro antes dos juros e imposto 
de renda (LAJIR) e o lucro de suas ações ordinárias por ação (LPA). A alavancagem total é 
determinada pela relação entre a receita de vendas da empresa e o lucro por ação (LPA). É 
importante entender que a demonstração dessas três formas de alavancagem é de natureza 
conceitual e que as medidas apresentadas não são rotineiramente usadas por administradores 
financeiros para tomarem decisões. Mas, antes do exame detalhado dos três conceitos de 
alavancagem, será usada a análise do ponto de equilíbrio para demonstrar os efeitos dos custos fixos 
nas operações da empresa. 
 
FORMATO GERAL DA DRE E TIPOS DE ALAVANCAGEM 
 
 
Alavancagem 
operacional 
Receita de vendas 
Menos: Custos das mercadorias vendidas 
Lucro bruto 
Menos: Despesas operacionais 
Lucros antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) 
 
 Alavancagem total 
 
 
Alavancagem 
financeira 
Menos: Juros 
Lucro líquido antes dos impostos 
Menos: Impostos 
Lucro líquido depois dos impostos 
Menos: Dividendos de ações preferenciais 
Lucros disponíveis para acionistas comuns 
Lucros por ação (LPA) 
 
30 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
 
1.1.5 Análise do ponto de equilíbrio 
 A análise do ponto de equilíbrio, às vezes chamada de análise custo-volume-
lucro, é usada pela empresa (1) para determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos 
os custos operacionais e (2) para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas. O 
ponto de equilíbrio operacional de uma empresa é o nível de vendas necessário para cobrir todos 
os custos operacionais. Nesse ponto de equilíbrio, os lucros antes dos juros e impostos, ou LAJIR, 
são iguais a zero. O primeiro passo para encontrar o ponto de equilíbrio operacional é dividir o 
custo de mercadorias vendidas e despesas operacionais em custos operacionais fixos e variáveis. 
(Os custos fixos são uma função do tempo, e não do volume de vendas, sendo tipicamente 
contratuais; aluguel, por exemplo, é um custo fixo. Os custos variáveis variam de acordo com as 
vendas e são uma função do volume, e não do tempo; custos de remessa, por exemplo, são custos 
variáveis). A parte superior do quadro acima pode ser, então, redistribuída, conforme mostra o lado 
esquerdo do quadro a seguir. Utilizando esse esquema, o ponto de equilíbrio operacional da 
empresa pode ser desenvolvido e avaliado. 
 
ABORDAGEM ALGÉBRICA 
Usando as variáveis abaixo, pode-se representar a parte operacional da demonstração do 
resultado da empresa, conforme mostrado no lado direito do quadro a seguir: 
p = preço de venda por unidade 
Q = quantidade de vendas por unidades 
F = custo operacional fixo por período 
v = custo operacional variável por unidade 
 
ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO, CUSTOS E ALAVANCAGEM 
 
Item Representação algébrica 
 
Alavancagem 
 operacional 
Receita de vendas 
Menos: Custos operacionais fixos 
Menos: Custos operacionais variáveis 
Lucro antes dos juros e impostos de renda 
(p x Q) 
F 
- (v X Q) 
LAJIR 
 
Reescrevendo os cálculos algébricos como fórmula do lucro antes dos juros e do imposto de 
renda, obtém-se a equação: 
LAJIR = (p X Q) – F - (v X Q) 
 
Simplificando a equação, obtém-se: 
LAJIR = Q X (p – v) – F 
 
Conforme se pode notar, o ponto de equilíbrio da empresa é definido como o nível de 
vendas onde todos os custos operacionais fixos e variáveis são cobertos; isto é, o nível em que 
o LAJIR iguala-se a zero. Colocando o LAJIR igual ao zero e solucionando a equação para Q, 
obtém-se: Q = F 
 p – v 
 
Q é ponto de equilíbrio da empresa. Observando os exemplos a seguir: LAJIR para vários 
níveis de vendas 
 
31 
 
 
 
 
Indicadores Modernos da Análise Econômico Financeira 
 Caso 2 Caso 1 
 
 
 
Vendas (em unidades) 
Receita de vendas a 
Menos: Custos operacionais variáveis b 
Menos: Custos operacionais fixos 
Lucros antes dos juros e imposto de renda 
(LAJIR) 
 
 
 
500 
$5.000 
2.500 
2.500 
0 
 
 
- 50% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 100% 
 
 
 
1.000 
$10.000 
5.000 
2.500 
$2.500 
+ 50% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
+ 100% 
 
 
 
1.500 
$15.000 
7.500 
2.500 
$5.000 
 
a Receita de vendas = $10/unidades X vendas em unidades. 
b Custos operacionais variáveis = $5/unidade X vendas em unidades. 
 
Na análise de ponto de equilíbrio e alavancagem operacional, temos: 
Caso 1 Um aumento de 50% nas vendas (de 1.000 
para 1.500 unidades) resultas num aumento de 100% 
nos lucros antes dos juros e impostos ($2.500 para 
$5.000). 
Caso 2 Uma queda de 50% nas vendas (de 1.000 
para 500 unidades) resulta numa queda de 100% nos 
lucros antes dos juros e impostos (de $2.500 para 
$0). 
 
Do exemplo acima, vê-se que a alavancagem operacional funciona em ambas as direções. 
Quando a empresa tem custos operacionais fixos, a alavancagem operacional está presente. Um 
aumento nas vendas resulta em um aumento mais que proporcional nos lucros antes dos juros e 
impostos; uma queda nas vendas resulta em uma queda mais que proporcional nos lucros antes dos 
juros e impostos. 
 
MEDIÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO) 
O grau de alavancagem operacional (GAO) é a medida numérica da alavancagem 
operacional da empresa. Pode ser calculado através da utilização da seguinte equação17: 
 
 GAO = variação percentual no LAJIR 
 variação percentual das vendas 
 
Sempre que a variação percentual no LAJIR, resultante de uma determinada variação no 
percentual de vendas, for maior que a variação percentual em vendas, existe a alavancagem 
operacional. Isso significa que se o GAO for superior a 1, existe a alavancagem operacional. 
 
Verificando-se os casos 1 e 2 acima, temos os seguintes resultados18; 
 
 
17 O grau de alavancagem operacional também depende do nível-base de vendas usado como ponto de 
referência.

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