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Prof. Eloá Cristina F. Pelegrino eloa_pel@yahoo.com.br Hidrologia Aplicada UNIFRAN – 2016 Curso de Engenharia Civil Disciplina HIDROLOGIA APLICADA - BACIAS HIDROGRÁFICAS Uma bacia hidrográfica é uma determinada área de terreno que drena água, partículas de solo e material dissolvido para um ponto em saída comum, situado ao longo de um rio, riacho ou ribeirão. área de contribuição superficial do escoamento por gravidade até a seção do rio definida topograficamente, a partir de uma seção de rio de interesse O contorno ou divisor de uma bacia hidrográfica é definido pela linha de cumeada (pontos de cota máxima entre bacias), que faz a divisão das precipitações que caem em bacias vizinhas. O divisor, dito topográfico, segue uma linha rígida em torno da bacia, sendo cortado pelo curso d’água somente na seção de saída. É uma área definida topograficamente, drenada por um curso d’água ou sistema conectado de cursos d’ água,tal que toda vazão efluente seja descarregada por meio de uma simples saída. BACIA HIDROGRÁFICA ITENS DA BACIA HIDROGRÁFICA http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo8/fichas/rios6.htm A Bacia Hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor, assim designada por ser a linha de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminha o escoamento superficial resultante para um ou outro sistema fluvial. O divisor segue uma linha rígida em torno da bacia, atravessando o curso d’água somente no ponto de saída. O divisor une os pontos de máxima cota entre bacias, o que não impede que no interior de uma bacia existam picos isolados com cota superior a qualquer ponto do divisor. INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA O que é cota? O que é curva de nível? PONTOS COTADOS Ponto Cotado: é a forma mais simples de representação do relevo; as projeções dos pontos no terreno têm representado ao seu lado as suas cotas ou altitudes. Normalmente são empregados em cruzamentos de vias, picos de morros Pontos Cotados Constitui o elemento básico para o traçado das curvas de nível através de métodos de interpolação PONTOS COTADOS 550 599 670 PONTOS COTADOS Curvas de nível: interseções da superfície topográfica com os planos de nível dispostos a intervalos regulares. planos em nível curvas de nível CURVAS DE NÍVEL Forma mais tradicional para a representação do relevo. Curvas de nível: elevação do terreno Uma elevação do terreno, como mostra a figura ao lado, de pequena altitude e com forma aproximadamente cônica em sua parte superior, denomina-se morrote ou morro. A representação desta forma de terreno teria o aspecto mostrado na figura abaixo. A representação é formada por uma série de curvas de nível concêntricas, de forma que as curvas de menor altitude envolvem completamente as de maior altitude. CURVAS DE NÍVEL Curvas de nível: depressão do terreno CURVAS DE NÍVEL O contrário de morro (elevação) é a depressão. Em sua representação, figura ao lado, de maneira análoga observa-se que neste caso as curvas de maior altitude envolvem as de menor altitude. Este tipo de topografia é raramente encontrado, uma vez que formações deste tipo geralmente de grande dimensão e contendo água permanente, são conhecidas como lagoas. CURVAS DE NÍVEL A união dos pontos A, B, C, D,... produz uma linha denominada linha divisória ou divisor de águas. É esta linha a responsável pela divisão das águas da chuva que caem no terreno. CURVAS DE NÍVEL Quanto menor o seu valor, melhor será a representação do terreno (maiores detalhes do terreno) CURVAS DE NÍVEL A diferença de cota ou altitude entre duas curvas de nível é denominada de eqüidistância vertical, obtida em função da escala da carta, tipo do terreno e precisão das medidas altimétricas. Alguns exemplos são apresentados na tabela a seguir. As curvas de nível podem ser classificadas em curvas mestras ou principais e secundárias. As mestras são representadas com traços diferentes das demais (mais espessos, por exemplo), sendo todas numeradas (figura abaixo). As curvas secundárias complementam as informações. CURVAS DE NÍVEL CURVAS DE NÍVEL CURVAS DE NÍVEL CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL As curvas de nível são "lisas", ou seja não apresentam cantos: Duas curvas de nível nunca se cruzam. ERRADO! CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL Duas curvas de nível nunca se encontram e continuam em uma só. CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL ERRADO! Quanto mais próximas as curvas estão entre si, mais inclinado é o terreno que representam. CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL Quanto mais distantes as curvas estão entre si, mais plano é o terreno que representam. CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DE NÍVEL INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA Como delimitar uma bacia? - Plantas Planialtimétricas - Imagens de Satélite - Modelo Digital de Terreno (DEM) 1- identificação do curso de água (ou sistema de cursos de água) 2- identificação do exutório 3- traçar linha contínua, que inicie e termine no exutório, de modo que não cruze um curso de água, e observando as curvas de nível Delimitação de Bacias Hidrográficas Planta do IBGE 690 Exutório ou Foz 700 700 700 700 695 695 695 695 690 690 690 685 685 680 680 675 675 680 680 670 665 665 660 655 685 680 685 670 700 690 Exutório ou Foz 700 700 700 700 695 695 695 695 690 690 690 685 685 680 680 675 675 680 680 670 665 665 660 655 685 680 685 670 700 Bacia Hidrográfica Exutório ou Foz Seção de referência, ou exutório Fontes de dados de topografia Seção de referência, ou exutório Divisor não corta drenagem exceto no exutório. Divisor passa pela região mais elevada da bacia, mas não necessariamente pelos pontos mais altos. •Divisores de água: São linhas de separação entre bacias hidrográficas. •Divisor topográfico: Fixa a área da qual provêm o escoamento superficial. •Divisor freático: Limite dos reservatórios de água subterrânea, de onde provêm o escoamento subterrâneo da bacia. Leito (calha) menor - Escavação produzida pela corrente líquida, dentro de cujos limites ela escoa, quando não há transbordamento. Leito (calha) maior Região marginal que abriga o transbordamento das enchentes até as elevações longitudinais mais próximas. Batentes BE e BD Pontos de contato da superfície da água com o perímetro molhado. Margens Interseção da calha com o terreno marginal. Largura Superficial Distância entre dois batentes. Vertente Linha transversal à BH do divisor de água ao talvegue. Talvegue Linha mais baixa de um vale por onde escorre a água. Profundidade Distância entre a superfície e o fundo da calha em qualquer ponto. Profundidade Máxima Profundidade do talvegue. ME MD BE BD Leito Menor Leito Maior Ponto de Talvegue Profundidade máxima A discussão e avaliação das características físicas e funcionais das bacias hidrográficas têm a finalidade de proporcionaro conhecimento dos diversos fatores que determinam a natureza da descarga de um rio. Importância: • Comparação entre bacias hidrográficas • Transferência de dados entre bacias vizinhas; • Projeção do comportamento da bacia no futuro; • Fórmulas empíricas – regionalização; • Balanço hídrico; • Consumo de água para abastecimento público; • Identificação das fontes poluidoras; • Qualidade sanitária das fontes poluidoras. Caminho das Águas - As Bacias Hidrográficas - EMBRAPA CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA • As características climáticas de uma bacia hidrográfica particular determinam o escoamento superficial (runnof) na mesma, mas duas bacias hidrográficas sujeitas às mesmas condições climáticas podem apresentar diferentes escoamentos superficiais. • Estas diferenças se devem às características dos cursos d’água naturais e aos aspectos físicos das áreas drenadas por estes cursos d’água. • Por exemplo, uma bacia por ser mais íngreme que a outra produzirá maiores picos de vazão de escoamento superficial. • Por isso, no estudo do comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica as suas características físicas revestem-se de especial importância pela estreita correspondência entre estas e o regime hidrológico da bacia. Características físicas das bacias hidrográficas 1. Área 2. Forma 3. Declividade da bacia 4. Elevação 5. Declividade do curso d’água 6. Tipo da rede de drenagem 7. Densidade da drenagem Medida por: i. Planímetro ii. SIG iii. Aproximação por composição de formas geométricas iv. Pesagem Medida por: i. Planímetro: usando mapas em papel para delimitação da área Medida por: ii. SIG Medida por: iii. Aproximação por composição de formas geométricas Medida por: iv. Pesagem O método da pesagem pode ser realizado utilizando-se de balanças de precisão, e papel de gramatura média e comum. A partir da pesagem de uma área já medida e outra não, uma regra de três simples deverá ser utilizada. Perímetro da bacia Curvímetro O curvímetro é um instrumento mecânico ou eletrônico usado para medir o comprimento de uma curva. Em cartografia é usado para medir pequenas distâncias sobre um mapa. Com o curvímetro, pode-se medir o comprimento de um rio ou de uma estrada em um mapa, por exemplo, desde que a altitude não varie significativamente, pois este não considera os desníveis. A área de drenagem da bacia hidrográfica ou, simplesmente, área da bacia hidrográfica, A, é a área plana limitada pelos divisores topográficos da bacia. A área de drenagem é um dado fundamental para definir a potencialidade hídrica de uma bacia hidrográfica, uma vez que a multiplicação dessa área pela altura da lâmina d’água precipitada define o volume recebido pela bacia. A área da bacia hidrográfica é determinada em mapas topográficos. Para a sua determinação é preciso, em primeiro lugar, realizar o traçado do contorno da bacia, ou seja, estabelecer o traçado da linha de separação das bacias vizinhas. Delimitada a bacia, a sua área pode ser determinada por planimetria, por pesagem do papel em balança de precisão ou outros métodos estudados. São muito usados os mapas do IBGE (escala 1:50.000). Alternativamente ao uso do planímetro, embora mais laborioso, pode-se ainda utilizar o método das quadrículas: sobre o mapa topográfico se superpõe uma grade quadriculada em escala conhecida e contam-se as quadrículas interiores ao mapa topográfico; multiplicando-se o número de quadrículas pela área de cada quadrícula, obtém-se a área da bacia hidrográfica. Ás áreas de grandes bacias são normalmente medidas em quilômetros quadrados (1 km2 = 106 m2), enquanto bacia menores costumam ser medidas em hectares (1 ha = 104 m2 e 1 km2 = 100 ha). • As bacias de grandes rios têm, normalmente, a forma de uma pera ou leque, enquanto as pequenas bacias assumem formas variadas. • Dentre as bacias de mesma área, aquelas arredondadas são mais susceptíveis a inundações nas suas partes baixas que as alongadas. • A importância da forma da bacia, particularmente para fins de inundação, está associada ao conceito de tempo de concentração, tc, que é o tempo contado a partir do início da precipitação, necessário para que toda a bacia contribua para a vazão na seção de saída, isto é, corresponde ao tempo que a partícula de água de chuva que cai no ponto mais remoto da bacia leva para, escoando superficialmente, atingir a seção em estudo. • Alguns índices de forma têm sido utilizados para caracterizar as bacias hidrográficas, como o coeficiente de compacidade e o fator de forma. • É capaz de explicar o seu comportamento em termos de resposta às chuvas • A análise da forma da bacia visa diferenciar bacias de formato mais alongado das bacias de formato menos alongados, ou mais circulares. • Se todas as demais variáveis fossem iguais (solo, geologia, declividade, etc), as bacias com formato mais alongado teriam respostas mais lentas às chuvas do que bacias de formato menos alongados. • Um formato mais circular de uma bacia causaria uma natural concentração temporal do escoamento superficial, já que o escoamento de um grande número de afluentes tenderia a chegar mais ou menos ao mesmo tempo no exutório. • Em bacias alongadas, pelo contrário, predomina o escoamento relativamente lento ao longo do curso d’água principal. Figura 3.4: Influência da forma das bacias hidrográficas na formação do hidrograma, considerando desprezível a influencia de outras variáveis (geologia, declividade, tipos de solos e vegetação) • Índices propostos para caracterizar as bacias a) Índices de compacidade (KC) b) Conformação (FC) c) Fator forma (FF) a) Fator de conformação • Índice que compara a área da bacia com a área de um quadrado de L = comprimento axial a) Fator de conformação Compara a área da bacia com a área do quadrado de lado igual ao comprimento axial. Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de Fc, isto é, quanto mais a forma da bacia se aproximar da forma do quadrado do seu comprimento axial, maior a potencialidade de produção de picos de cheias. a) Fator de conformação (Fc) (13,2)2 174,24 0,57 (57,5)2 Influência da forma da bacia 1,00 – 0,75 : sujeito a enchentes < 0,50 : não sujeito a enchentes b)Índice de compacidade • O coeficiente de compacidade de uma bacia hidrográfica, kc, é um índice que informa sobre a susceptibilidade da ocorrência de inundações nas partes baixas da bacia. É definido pela relação entre o perímetro da bacia e o perímetro do círculo de igual área. • Bacias que apresentam este coeficiente próximo de 1 são mais compactas, tendem a concentrar o escoamento e são mais susceptíveis a inundações. • A título de exemplo, a bacia do rio do Carmo, que banha os municípios de Ouro Preto e Mariana, tem 2.280 km2 de área de drenagem e seu perímetro mede 319 km de extensão. O coeficiente de compacidade desta bacia é igual a 1,87, o que é um índice relativamente alto. b)Índice de compacidade • Definido como sendo a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência do círculo de área igual à da bacia. A P K rA r P K c c 28,0 2 2 b)Índice de compacidade Circular Alongado Bacias que se aproximam geometricamente de um círculo convergem o escoamento superficial ao mesmo tempo para um trecho relativamente pequeno do rioprincipal. Quanto mais próximo de 1, maior a probabilidade de enchentes na bacia, caso não existam outros fatores que interfiram Arredondada Exercício: Índice de compacidade P = 19Km - 19000m A =20Km² - 20000000m² 1,00 – 1,25 : bacia com alta propensão a grandes enchentes Kc = 0,28. Kc = 0,28. P 𝑨 19 𝟐𝟎 19 4,47 Kc = 1,2 Kc = 0,28 Bacia Hidrográfica Características da drenagem Índice de compacidade - Kc As bacias com o formato retangular ou triangular são menos susceptíveis a enchentes que as circulares, ovais ou quadradas, que têm maiores possibilidades de chuvas intensas ocorrerem simultaneamente em toda a sua extensão, concentrando grande volume de água no tributário principal (Rocha 1997). Elíptica . P = 30Km - 30000m A =20Km² - 20000000m² > 1,50 : bacia não sujeita a grandes enchentes Exercício: Índice de compacidade 30 𝟐𝟎 Kc =0,28 30 4,47 Kc = 0,28 Kc = 1,9 Bacia Hidrográfica Características da drenagem Índice de compacidade - Kc Ramificada c) Fator forma (FF) • O fator de forma de uma bacia hidrográfica, Ff, é definido pela relação entre a largura média da bacia e o seu comprimento axial. • O comprimento axial da bacia hidrográfica, Lb, é igual ao comprimento do curso d’água principal mais a distância da sua nascente ao divisor topográfico. A largura média da bacia, B, é obtida dividindo-se a área da bacia pelo seu comprimento axial c) Fator forma Localiza-se o comprimento maior (comprimento axial, do exutório ao ponto mais remoto). Traça-se um polígono ligando os pontos mais extremos da bacia e, ao longo do comprimento axial traça-se diversas linhas perpendiculares. Lb Lb Lb c) Fator forma (FF) c) Fator forma (FF) • Bacias alongadas apresentam pequenos valores do fator de forma e são menos susceptíveis às inundações, uma vez que se torna menos provável que uma chuva intensa cubra toda a sua extensão. • A bacia do rio do Carmo do exemplo anterior tem características de uma bacia alongada, com 132,3 km de comprimento axial e 17,2 km de largura média, e fator de forma igual a 0,13. Este valor do fator de forma, combinado com aquele anteriormente apresentado do coeficiente de compacidade da bacia do rio do Carmo (1,87), sugere que a forma dessa bacia a torna pouco propensa a inundações. Análise de alguns tipos de bacias Fator forma (FF) Índices de compacidade (KC) Conformação (FC) São Francisco Outras: Tietê; Paranapanema; Tocantins. Taquari Antas - RS Rio Itajaí - SC O relevo de uma bacia hidrográfica tem grande influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, pois a velocidade do escoamento superficial é determinada pela declividade do terreno, enquanto que a temperatura, a precipitação e a evaporação são funções da altitude da bacia. A declividade da bacia influencia: Infiltração Escoamento Superficial Umidade do solo Contribuição de águas subterrâneas ao escoamento Medida de forma manual (trabalhosa) ou SIG; A declividade é a inclinação da superfície do terreno em relação à horizontal, ou seja, a relação entre a diferença de altura entre dois pontos e a distância horizontal entre esses pontos. Tem relação com a velocidade com a qual ocorre o escoamento. Equação de Manning: V proporcional a S0.5 A Figura 11 representa a curva de distribuição da declividade em função do percentual de área da BH. Essa curva é traçada em papel mono-log, com os dados das colunas 1 e 4. Ponto mais alto: 300 m Ponto mais baixo: 20 m Comprimento drenagem = 7 km Cálculo: Declividade = 0,04 m/m ou 40 m por km • Descrição da relação entre área de contribuição e altitude. • É definida como sendo a representação gráfica do relevo médio de uma bacia. • Representa o estudo da variação da elevação dos vários terrenos da bacia com referência ao nível médio do mar. • Essa variação pode ser indicada por meio de um gráfico que mostra a percentagem da área de drenagem que existe acima ou abaixo das várias elevações. • Pode também ser determinadas por meio das quadrículas associadas a um vetor ou planimetrando- se as áreas entre as curvas de nível. Curva Hipsométrica Curva Hipsométrica Curva Hipsométrica Relativa à altitude em que se encontra a bacia em relação à linha do mar Tem influência direta em temperaturas das bacias e índices pluviométricos A velocidade de escoamento da água de um rio depende da declividade dos canais fluviais. Quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento. Assim, os hidrogramas de enchente serão tanto mais pronunciados e estreitos, indicando maiores variações de vazões instantâneas. Pode ser medida por 2 métodos: 1) Declividade aproximada ∆H: variação da cota entre os dois pontos extremos L: comprimento em planta do rio Uma outra forma de se definir a declividade de um curso d’água consiste em se traçar um gráfico do perfil longitudinal do curso d’água e definir uma linha tal que, a área compreendida entre ela e o eixo das abscissas (extensão horizontal) seja igual à compreendida entre a curva do perfil e a abscissa Área abaixo do perfil Abp : área abaixo do perfil L: comprimento em planta do rio Valores típicos: Baixa declividade: alguns cm por km Alta declividade: alguns m por km Pelo fato da velocidade de escoamento de um rio depender da declividade dos canais fluviais, conhecer a declividade de um curso d’água constitui um parâmetro de importância no estudo de escoamento (quanto maior a declividade maior será a velocidade). Ordem dos cursos d’água Reflete o grau de bifurcação de um rio, classificando os rios em ordens Adota-se a seguinte sistemática: quando ocorrer uma união de dois afluentes de ordens iguais, soma-se 1 ao rio resultante e caso os cursos forem de números diferentes, dá-se o número maior ao trecho seguinte CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS • A rede fluvial de drenagem da bacia hidrográfica pode ser classificada segundo uma hierarquia, tal como proposto por Horton e ligeiramente modificado por Strahler (Chow et al, 1988). O sistema segue o seguinte princípio: • Canais de 1a ordem: canais que partem das cabeceiras (nascentes); • Canais de 2a ordem: onde dois canais de ordem 1 se unem; • Canais de 3a ordem: união de dois canais de 2a ordem e assim por diante... • Perímetro da bacia: delimitado no espigão que circunda a bacia ou, pelo divisor de águas existente entre bacias adjacentes. • Rio principal de uma Bacia Hidrográfica: formado pela união de canais, que resulta no leito mais longo da bacia; • Na dúvida entre dois canais, pertence ao leito principal aquele que apresenta menor ângulo de confluência. Exutório 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3 Densidade da rede de drenagem Reflete qual a densidade de cursos d’água em relação à área da bacia hidrográfica. Densidade da rede de drenagem O rio principal é contado apenas uma vez de sua nascente até a foz e os tributários de ordem superior, cada um se estendendo da sua nascente até a junção com o rio de ordem superior. A densidade de cursos d’águanão indica a eficiência da drenagem, pois a extenção dos cursos d’água não é levada em conta. Densidade de drenagem Determina a eficiência da drenagem na bacia. Quanto maior a eficiência, mais rápido a água sai da bacia. Tempo necessário para que a água precipitada no ponto mais distante da bacia escoe até o ponto de controle, exutório ou local de medição. • Relação com: área da bacia extensão do percurso do escoamento (canal principal) forma da bacia declividade da bacia/canal principal uso e ocupação do solo Intensidade da chuva (para simplificar, geralmentee não se considera) Silveira (2005) estudou 23 fórmulas Recomenda: Para outras, seu estudo não é conclusivo: George Ribeiro e SCS lag-falta de informações sobre parâmetros Leitura recomendada: SILVEIRA, A. L. L. . Desempenho de fórmulas de tempo de concentração em bacias urbanas e rurais. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 5-23, 2005. I – declividade equivalente em m/km, ou m/m L – comprimento do curso d´água em km Diversas fórmulas empíricas vem sendo empregadas para avaliação do tempo de concentração. Algumas delas são apresentadas a seguir. L =comprimento em km do rio , canal ou talvegue principal, ou o comprimento de percurso hidráulico S =a sua declividade média em m/m. Nas fontes bibliográficas há alguma imprecisão sobre a natureza de L e para a declividade S. para as fórmulas de Izzard, Kerby-Hathaway, Onda Cinemática, FAA, Kirpich, SCS lag, Simas-Hawkins, Giandotti, Pasini, Ventura, DNOS e George Ribeiro, L deve ser contado desde a cabeceira e S avaliado como a razão entre o desnível máximo e o comprimento L do percurso. Para as fórmulas de Ven te Chow, Johnstone, Corps of Engineers e Picking, L, normalmente é referido como o comprimento do curso d'água principal e S sua declividade média . Para as demais fórmulas, de aplicação urbana (Schaake,McCuen, Carter, Eagleson, Desbordes e Espey), L é basicamente o comprimento do coletor pluvial ou canal principal e S a sua declividade média. Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Forma da rede de Drenagem Extraído do livro Para Conhecer a Terra (Press et al. XXXX) Maior profundidade de raízes = água consumida pela evapotranspiração pode ser retirada de maiores profundidades do solo. Florestas: maior interceptação; maior profundidade de raízes. Maior interceptação = escoamento demora mais a ocorrer. Cobertura Vegetal Substituição de florestas por lavoura/pastagens Urbanização: telhados, ruas, passeios, estacionamentos e até pátios de casas Modificação dos caminhos da água • Aumento da velocidade do escoamento (leito natural rugoso x leito artificial com revestimento liso) • Encurtamento das distâncias até a rede de drenagem (exemplo: telhado com calha) Uso do solo Agricultura = compactação do solo • Redução da quantidade de matéria orgânica no solo • Porosidade diminui • Capacidade de infiltração diminui • Raízes mais superficiais: Consumo de água das plantas diminui Uso do solo Solos arenosos = menos escoamento superficial Solos argilosos = mais escoamento superficial Solos rasos = mais escoamento superficial Solos profundos = menos escoamento superficial Tipos de solos Rochas do sub-solo afetam o comportamento da bacia hidrográfica. Rochas porosas tem a propriedade de armazenar grandes quantidades de água (rochas sedimentares – arenito). Rochas magmáticas tem pouca porosidade e armazenam pouca água, exceto quando são muito fraturadas. Bacias com depósitos calcáreos tem grandes cavidades no sub-solo onde a água é armazenada. Geologia REFERÊNCIAS COLLISCHONN, Walter; DORNELLES, Fernando. Hidrologia para engenharias e ciências ambientais. Coleção ABRH 12. Porto Alegre: ABRH, 2013. Méllo, Arisvaldo; Garcia, Joaquin. Bacias Hidrográficas - PHA3307 Hidrologia Aplicada. USP: São Paulo, [S.I.]. Martins, Leandro G. B. Bacias Hidrográficas. Notas de aula (apresentação). UNISEB: Ribeirão Preto, 2015. Reis, Luisa F. R. Bacias Hidrográficas. Notas de aula (apresentação). USP: São Carlos, 2013.
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