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22 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY INTRODUÇÃO Nos últimos anos, a indústria de sorvete tem dado considerável aten- ção para adaptar as características dos seus produtos, com relação à saúde, de forma a atender aos an- seios e percepções de toda a faixa de consumidores preocupados com os aspectos dietéticos do produto e de seu bem-estar. Bem-estar e saúde tornaram-se palavras-chave! Três características percebidas pelo público como “não saudáveis” têm sido os principais focos de atenção da indústria sorveteira: nível de caloria; • presença de gordura saturada; • AMPLIANDO O PERFIL NUTRICIONAL DO SORVETE * Bruce W. Tharp presença de colesterol.• Também foi dada atenção à subs- tituição do açúcar por adoçantes de alta intensidade e a todo um sortimento de agentes de carga ou outros que, direta ou indiretamente, contribuem na depressão do ponto de congelamento. De forma geral, tais modificações são principalmen- te relacionadas com as calorias, e não pelas percepções negativas da influência do açúcar em si. Também foram desenvolvidos produtos para atender a faixa de consumidores que possui uma forte percepção negativa com relação às sobremesas congeladas convencionais ou, ainda, com motivação específica para evi- tar produtos lácteos em geral. Para estes consumidores, são oferecidas sobremesas geladas nas quais os in- gredientes lácteos estão totalmente ausentes. Mas, de maneira geral, pouca atenção, para não dizer nenhuma, foi dada pela indústria ao conceito de ampliar a “saudabilidade” de sobre- mesas congeladas através da adição de ingredientes específicos. Esse conceito oferece a possibilidade de criar um potencial nicho de mercado que pode trazer novos negócios para a indústria. Isso pode ser alcançado de dois modos: suplementando ou fortalecendo • os produtos convencionais com © M ar ja F lic k- bu ijs D re am st im e. co m 23 S O R V E T E S E C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY outros ingredientes que contri- buem de forma reconhecida para uma melhoria da boa saúde; fortalecendo e ampliando o apelo • para produtos convencionais já modificados para reduzir calo- rias, gordura ou colesterol. Isso disponibilizaria ao mercado produtos altamente diferenciados, “super-saudáveis”, que atrairiam a atenção do mercado geriátrico, de especialistas em cuidados com a saúde, de indivíduos com ne- cessidades nutricionais especiais, etc. Assim, parece perfeitamente apropriado explorar a possibilidade de incorporar benefícios saudáveis para um alimento tão amplamente percebido como propiciando uma ex- periência alimentar gostosa, muito agradável. Essas sugestões de fortaleci- mento e suplementação não têm a intenção de insinuar que o sorvete e produtos relacionados são falhos do ponto de vista nutricional e que mu- danças significativas devem ser feitas em sua composição para mantê-los atrativos; ao contrário, está claro que as sobremesas congeladas na forma que são apresentadas hoje, continuarão a ser um segmento dominante da indústria. Porém, o que se sugere, é que a suplementa- ção/fortificação de sorvetes e seus derivados irá ampliar as vendas da indústria, permitindo que seja alcan- çado um segmento do mercado que, por uma variedade de razões, não consome sorvetes da forma como são constituídos no momento. O objetivo deste artigo é explo- rar as considerações tecnológicas pertinentes a melhoria da percepção de “saudabilidade” das sobremesas congeladas. As oportunidades mais óbvias para adição de componen- tes saudáveis serão apresentadas a seguir e são: proteínas, minerais, vitaminas, fibras, perfil de ácidos graxos, e componentes prebióticos e probióticos. Para cada um destes itens, será apresentada uma tabela com três elementos: os meios para realizar o enri-• quecimento; os problemas potenciais que • podem ser associados a esses métodos; as soluções potenciais para os • problemas identificados. Os parâmetros usados para iden- tificar as relações entre os meios de fortificação, os problemas potenciais e as soluções são descritos nas tabe- las. As letras em maiúsculas entre parênteses que aparecem em cada item na coluna “Meios” identificam as inscrições correspondentes na coluna “Problemas Potenciais”, que se relaciona ao método de fortifica- ção. De forma semelhante, as letras em minúsculas entre parênteses em cada item na coluna “Problemas Potenciais” identificam possíveis soluções para o problema na coluna “Soluções Potenciais”. Primeiro, serão discutidas as relações entre as colunas pertinentes; a relação não será discutida quando reincidir com outro meio de fortificação, a menos que haja um elemento novo de relevância. AUMENTO DO NÍVEL DE PROTEÍNAS O ajuste do nível de MSNF é uma parte rotineira da tecnologia empre- gada em sobremesas congeladas. É também comumente usado para fortalecer produtos lácteos fluidos. Contudo, para conseguir um aumen- to significativo de proteínas em sor- vetes por aumento de MSNF requer Bruce Tharp tem toda uma vida de envolvimento com as indústrias de laticínios e sorvetes. Desde suas primeiras experiências no negócio de sorvetes de sua família – a Tharp’s Ice Cream, em Shamokin, PA -, Bruce partiu para completar três diplomas acadêmicos em Ciências Alimen- tares, com especialização em Produtos Lácteos. Após exercer cargos letivos e de pesquisa na Universidade de Wyoming e na Universidade Estadual de Ohio, Bruce passou 35 anos gerencian- do os aspectos técnicos das duas maiores e mais modernas fornecedoras de ingredientes para sorvetes e laticínios do mundo. Foi Diretor Técnico Internacional da Germantown International Limited. Forneceu serviços técnicos para uma vasta gama de empresas de sorvetes e laticínios ao redor do mundo, incluindo desenvolvimento de produtos, garantias de qualidade, solução de problemas, avaliação sensorial e programas educacionais concentrados em companhias específicas. Desenvolveu métodos sofisticados de geração e interpretação de dados objetivos a respeito da estrutura de sobremesas geladas, assim como seu comportamento no freezer e durante seu endurecimento, distribuição e derretimento. Concebeu e desenvolveu programas de computador para o cálculo da quantidade de água congelada em sobremesas geladas em várias temperaturas, e a aplicação e análise de dados gerados para auxiliar o desenvolvimento de produtos, solução de problemas e avaliação dos efeitos de mudanças em composição. Apresentou numerosos ensaios em encontros técnicos e científicos nos seis continentes. Contribuiu com mais de 150 artigos técnicos para publicações do ramo, incluindo uma coluna técnica sobre sorvetes para o Dairy Foods. Através destas realizações, Bruce obteve reconhecimento internacional de seu conhecimento técnico e consolidou sua reputação de palestrante entusiasmado e talentoso em uma variedade de cursos, seminários, workshops e conferências técnicas ao redor do mundo. Hoje, Bruce Tharp tem presença obrigatória em todo e qualquer evento de porte ligado ao mundo sorveteiro. Há 25 anos é palestrante do curso de sorvetes da Penn State University, ministra cursos nas universidades de Wisconsin, de Maryland, da Califórnia e na Politécnica da Califórnia, em Rudgers, no Utah, etc. Finalmente, é co-organizador e apresentador do curso comercial “Tharp & Young: On Ice Cream”, junto com o Dr. Steven Young, da Steven Young Worldwide. O Dr. Bruce Tharp é presidente da Tharp’s Food Technology. *Dr. Bruce W. Tharp B.SS., M.SS., Ph.D. em Ciências Alimentares, com especialização em Produtos Lácteos, palestrante do curso de sorvetes da Penn State University.24 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY TABELA 1 - PROBLEMAS/SOLUÇÕES RELACIONADOS COM NÍVEL CRESCENTE DE PROTEÍNAS níveis substancialmente mais altos do que aqueles usados em produtos convencionais. Esses níveis mais altos aumentam a contribuição dos MSNF às propriedades aromáticas do sistema. No mínimo, pode envolver um sabor mascarado. Na pior das hipóteses, essa maior quantidade de MSNF, cuja influência seria inó- cua a níveis convencionais, irá, sem dúvida, contribuir na formação de um off flavor no produto fortalecido. A resposta óbvia para qualquer im- pacto no sabor é modificar o sistema saborizante do produto acabado, seja aumentando a quantidade de aroma- tizando usado, seja selecionando um sistema saborizante alternativo mais compatível com a alta intensidade do sabor de MSNF. Um grande aumento do teor de MSNF também pode aumentar a possibilidade de desenvolvimento de uma textura arenosa, devido a cris- talização de lactose como resultado do alto nível de lactose presente. Até determinado ponto, isso pode ser minimizado escolhendo um sistema estabilizante com reconhecida efeti- vidade no controle da cristalização, como aqueles que contém celulose microcristalina. Porém, no caso de aumentos significativos de MSNF, é necessário reduzir o nível de lactose no produto fortalecido para evitar arenosidade. Isso pode ser alcançado incluindo uma etapa de hidrólise enzimática da lactose no processo de mistura. De forma alternativa, pode-se selecionar fontes de MSNF nas quais a presença de lactose foi reduzida ou virtualmente eliminada através de hidrólise. Os componentes monossaca- rídicos produzidos pela hidrólise dos dissacarídeos da lactose podem apresentar duas vezes o efeito de de- pressão do ponto de congelamento da lactose. Se a redução do ponto de congelamento é prejudicial ou útil, dependerá da natureza do produto. Em um sorvete convencional, a influên cia é potencialmente prejudi- cial, já que pode aumentar o tama- nho dos cristais de gelo no produto endurecido e diminuir a resistência aos choques térmicos. Em produtos “sem adição de açúcar”, onde os sistemas adoçantes convencionais são substituídos por polióis e/ou adoçantes de alta intensidade, a de- pressão do ponto de congelamento pode ser útil, porque age, de certa forma, em contrapartida ao aumento do ponto de congelamento provo- cado pela remoção dos açúcares convencionais. Além disso, a hidró- lise da lactose aumenta a doçura e evita os efeitos negativos dos altos níveis de lactose em indivíduos com intolerância à mesma. Os efeitos indesejáveis dos altos níveis de lactose decorrentes de um aumento de MSNF convencional para aumentar o nível de proteína podem ser minimizados ou evitados pelo uso de fontes concentradas de proteína de leite para esse propósi- to. Estas fontes incluem proteína concentrada de soro e os assim chamados sistemas protéicos totais de leite (leite ultra-filtrado), agora comumente disponíveis. Isso ocorre, porque o processo de produção des- tes materiais chega à concentração reduzindo ou eliminando a lactose e/ou minerais. Há outras vantagens corolárias associadas a estas alter- nativas. A sua concentração reduz as quantidades necessárias para se alcançar um determinado aumento do nível de proteína, podendo ser as- sociadas com efeitos de redução de custos. Algumas fontes de proteínas concentradas também propiciam um aumento de funcionalidade com relação ao efeito de imobilização da água e melhoria no batimento, o que pode ser útil, particularmente, em produtos onde houve reduções drásticas dos níveis de gordura e/ou de adoçante. O uso de isolados de tipos específicos de proteína tem potencial particular neste respeito. Por exemplo, a β-lactoglobulina MEIOS PRObLEMAS POTENCIAIS SOLUÇõES POTENCIAIS Aumento de MSNF convencional (B C) A. Instabilidade de proteína a. Modificar tratamento térmico Adição de outra proteína Dispersabilidade pobre (h k)• b. Modificar pressão de homogeneização UF MSNF (proteína de leite total) (A B)• Sedimento (a b d h k)• c. Modificar sistema aromatizante Proteína de leite modificada (A B) • Encolhimento (a b d e i k)• d. Modificar estabilização Proteína vegetal (A B D)• Granulação (a b f k)• e. Modificar emulsificação Modificação da aglomeração de gordura (e i)• f. Adicionar sais tampões B. Off flavor (c k ) g. Hidrólise de lactose C. Arenosidade (d g) h. Modificar agitação D. Percepções negativas do consumidor (j) i. Aplicar pré-aeração j. Educar o consumidor k. Melhorar a qualidade do ingrediente 25 S O R V E T E S E C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY tem efeito gelificante que pode ser benéfico em sorvete. Existem elementos negativos no uso de fontes de proteína não con- vencionais. O processo de concen- tração pode diminuir a estabilidade das proteínas recuperadas. Isso pode produzir um ou mais dos seguintes efeitos adversos: dificuldade de dis- persão; sedimentação em tanques de armazenamento; fraqueza na resistência das bolhas de ar, levando à contração/encolhimento; e a per- cepção de granulosidade no produ- to, como resultado da presença de grandes aglomerados de proteínas. Em alguns casos, estes defeitos po- dem ser compensados por ajustes no tratamento térmico e homogeneiza- ção; porém, a instabilidade inerente ao produto como resultado de seu processo de fabricação normalmente não pode ser corrigida por simples ajustes durante seu uso. O ajuste da agitação durante o processamento e armazenamento pode minimizar os problemas de dispersão e sedi- mentação. A estabilização também pode ser ajustada para prover maior capacidade de suspensão à mistura para reduzir a sedimentação. Em alguns casos, pode ser útil adicionar sais tampões, como fos- fatos ou citratos, para aumentar a estabilidade do sistema protéico depois dele ter sido integrado à mistura e, assim, reduzir a tendência dos sais se envolverem no processo de contração ou granulação. Outras medidas corretivas à contração/ encolhimento resultante da ins- tabilidade protéica, consistem em aumentar o papel do sistema de gordura em fornecer força às células de ar através de ajustes na homo- geneização e emulsificação, e/ou usando sistema estabilizador com reconhecida capacidade de estabili- zação de espuma, como aqueles que contém celulose microcristalina. Há também a possibilidade do conceito de pré-batimento, no qual a mistura é submetida à alta agitação antes de entrar no congelador, produzindo bolhas de ar com maior resistência à contração/encolhimento. As fontes de proteínas concentra- das também podem ser propensas ao desenvolvimento de sabores que pre- judicam o perfil de sabor do sorvete onde são usadas. O efeito negativo dessa tendência pode ser minimiza- do pela cuidadosa seleção da fonte de ingrediente, armazenamento em ambiente refrigerado após o recebi- mento e aplicação de regras básicas de rotatividade dos estoques. A possibilidade de uma reação ne- gativa por parte dos consumidores à presença de ingredientes diferentes no rótulo do produto final, é uma preocupação que deve ser levada em consideração com relação a determi- nadas fontes de proteínas. Isto não é considerado um fator significante com relação às fontes mais comuns de proteínas concentradas, tais como os concentrados de proteínas de leite modificados. Porém, se a declaração no rótulo para a fonte de proteína apresenta-se longe da fa- miliaridade convencional, tais como proteína de soja concentrada de um tipo ou de outro, as percepções nega- tivas do consumidor podem ter que ser compensadas através de pro- gramasde relações públicas direcionados à educação do consumidor com relação ao material estranho. Presumi- velmente, isso incluiria in- formações sobre os benefícios especiais à saúde que levaram a seleção da proteína "exótica" ou menos convencional. AUMENTO DO NÍVEL DE MINERAIS/ VITAMINAS Não será feita análise sobre os componentes in- dividuais da ampla gama de minerais candidatos à fortificação de alimentos. É concebível que qualquer um deles possa ser acrescentado a sobremesas congeladas. Elementos-traço, como zinco, selênio, etc., não apresentam nenhuma im- plicação tecnológica especial em sobremesas congeladas. Porém, no caso de minerais geralmente usados em níveis mais elevados, como ferro, cálcio, etc., pode haver efeitos negativos que deverão ser corrigidos. Por exemplo, a fortificação com cálcio ou ferro pode interferir na estabilidade do sistema protéico do leite e con- duzir a problemas de contração, sedimentação ou separação de soro, tanto no mix quanto no produto acabado, durante um endurecimen- to lento. As etapas para corrigir a instabilidade da proteína já foram discutidas anteriormen- te. Porém, neste contexto, deve ser salien- © C ar l D ur oc he r D re am st im e. co m 26 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY TABELA 2 - PROBLEMAS/SOLUÇÕES RELACIONADOS COM NÍVEL CRESCENTE DE MINERAIS/VITAMINAS tado que o papel da estabilização é o de prover carragenina suficiente, e do tipo adequado, para proteger o sistema protéico de uma insta- bilidade resultante do efeito da adição de sais (cálcio, ferro, etc.). A adição de um seqüestrante para imobilizar os íons responsáveis pela instabilidade pode ser útil ou, simplesmente, o mineral escolhido para fortificação pode ser adiciona- do na forma seqüestrada. Porém, o aspecto negativo de tal aproxi- mação é a possibilidade da forma seqüestrada ser mantida na área gastrintestinal do consumidor, não sendo metabolizada. O ferro é um componente atra- ente para a fortificação, já que seu nível natural no leite é relati- vamente insignificante. Porém, o potencial do ferro funcionar como um catalisador de oxidação da gor- dura, torna necessário assegurar-se que seja adicionado sob condições onde essa funcionalidade seja eli- minada. A fortificação com cálcio é difícil pela relativa insolubilidade da maioria das formas de cálcio disponíveis. Porém, novas formas de cálcio, mais solúveis, já estão à disposição do mercado. São misturas de gluconato de cálcio e lactato, que são bastante solúveis e fáceis de usar. A fortificação de produtos lácte- os com vitaminas é uma prática bastante difundida em toda a in- dústria láctea. Nos Estados Unidos, essa prática chegou agora à indús- tria de sorvete; a FDA determina a manutenção de equivalência nutri- cional nos produtos com baixo teor de gordura, particularmente com respeito à fortificação com vitami- na A. As medidas de precaução que devem ser tomadas na aplicação de fortificação em vitamina de so- bremesas congeladas são iguais as medidas aplicadas para fortificação de produtos lácteos fluidos. Focam principalmente nas preocupações com relação à contribuição de alguns concentrados vitamínicos, em particular a vitamina A, nas pro- priedades de sabor. Os problemas nesta área podem ser tratados con- trolando a qualidade do concen- trado vitamínico adquirido. Para evitar deterioração de sabor da vitamina no estoque, é importante manter temperaturas de armazena- mento frescas – a estocagem sob refrigeração é recomendada – e assegurar uma rápida rotatividade do estoque. O principal meca- nismo de desenvolvimento de off flavor em vitamina A é a oxidação. Assim, as etapas preventivas para o desenvolvimento de aroma da vi- tamina A incluem evitar condições de exposição favorável à oxidação, particularmente exposição à luz pelo uso de embalagens plásticas, tampas de embalagem com visor transparente, etc. MEIOS PRObLEMAS POTENCIAIS SOLUÇõES POTENCIAIS Adição de minerais (A B) A. Instabilidade de proteína a. Modificar tratamento térmico Adição de vitaminas (C) Contração/encolhimento (a b c g) • b. Modificar pressão de homogeneização Sedimentação (a b c e g k)• c. Modificar estabilização Granulação (a b c g k)• d. Modificar emulsificação B. Sabor oxidado (f g) e. Modificar agitação C. Off-flavor das vitaminas (h i j) f. Adicionar antioxidante g. Adicionar seqüestrante h. Melhorar a qualidade do concentrado i. Estocar o concentrado sob refrigeração j. Melhorar a rotatividade do concentrado k. Usar um concentrado mais solúvel © J en ni fe r W al z D re am st im e. co m 28 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY TABELA 3 - PROBLEMAS/SOLUÇÕES RELACIONADOS COM NÍVEL CRESCENTE DE FIBRAS TABELA 4 - PROBLEMAS/SOLUÇÕES RELACIONADOS COM A MODIFICAÇÃO NO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS FORTIFICAÇÃO COM FIbRAS Diversas fontes de fibra já estão sendo usadas como suplementa- ção em sobremesas congeladas. Os estabilizantes comumente usados são, principalmente, fibras solúveis, com exceção da celulose microcristalina que é, predomi- nantemente, uma fibra insolúvel. Porém, os níveis usados não são altos o suficiente para proporcio- nar os efeitos terapêuticos geral- mente associados à ingestão de fibras solúveis. A inclusão de fibras estabilizantes em níveis adequados para poder propiciar os efeitos de- sejados seria impraticável, devido à alta capacidade de retenção de água deste tipo de ingrediente. Assim, se é recomendável realçar o uso de fibra como fonte de forti- ficação/suplementação, o material selecionado (fibra) deve ter re- conhecimento público e legal dos benefícios decorrentes de seu uso, tais como aveia ou fibra de soja. Se a fibra selecionada é respon- sável por um off flavor no produto acabado, é necessário compensar sua presença ajustando o sistema aromatizante. Um outro problema potencial associado à adição de fibras é uma possível redução da “agitabilidade”, por debilitar a pa- rede da célula de ar. Isso pode ser amenizado pelo uso de um sistema estabilizante que inclua alguma funcionalidade específica de estabi- lização de espuma, como a celulose microcristalina, por exemplo, ou pela seleção de um sistema emul- sificante apropriado que aumente a força/resistência das células de ar por maior aglomeração de gor- dura, ou também, pelo uso de pré- agitação. A sedimentação no mix e a granulosidade no produto final são ambas associadas a partículas de dimensões grandes demais no ingrediente de fibra selecionado. MODIFICAÇÃO DO PERFIL DOS ÁCIDOS GRAXOS Um dos componentes mais vulneráveis das sobremesas con- geladas com respeito à “saudabi- lidade” é a gordura láctea, tanto do ponto de vista da presença de colesterol quanto da proporção de gordura saturada/insaturada. Atualmente, na maioria das so- bremesas congeladas com apelo à “saudabilidade”, o nível de gordura tem sido reduzido para minimizar esse impacto negativo. A Tabela 4 apresenta algumas al- ternativas de gordura para reduzir a percepção negativa com relação a gordura láctea e trazer a relação saturado/ insaturado para um ní- vel mais desejável. Existem várias possibilidades com respeito à substituição da gordura láctea que irão aumentar MEIOS PRObLEMAS POTENCIAIS SOLUÇõES POTENCIAIS Adição de fibras (A B C D) A. Off Flavor (a) a. Modificar sistema de sabor B. Menor “agitabilidade” (b c e) b. Modificar estabilização C. Sedimento (b d) c. Modificar emulsificação D. Granulação (d) d. Ajustar tamanho da partícula e. Aplicarpré-agitação MEIOS PRObLEMAS POTENCIAIS SOLUÇõES POTENCIAIS Adição de gordura (A B C D E F) A. Amolecimento excessivo no congelador (a c d e h) a. Modificar pressão de Homo Frações de gordura de leite• B. Menor “agitabilidade” ( a c d e h) b. Modificar o sistema aromatizante Gordura de leite modificada• C. Vazamento na embalagem de papelão (a c d e f h) c. Modificar o sistema estabilizante Gordura vegetal insaturada • D. Fraco/menos rico (c d h) E. Encolhimento/contração (a c d f h) d. Modificar o sistema emulsificante e. Ajustar temperatura de saída Óleo de peixe (ácidos graxos ômega 3)• F. Off flavor (b g) f. Modificar embalagem g. Adicionar antioxidantes h. Aplicar pré-agitação 29 S O R V E T E S E C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY o nível de ácidos graxos insatura- dos. Uma das possibilidades en- volve o uso de frações de gorduras com baixo ponto de derretimento, nas quais os ácidos graxos poliin- saturados estão concentrados. Essa possibilidade pode não ser tão atraente quanto parece, desde que no processo de fracionamento por cristalização o componente colesterol concentra-se na fração de baixo ponto de derretimento. Assim, embora a natureza mais insaturada da fração com baixo ponto de derretimento a torne mais atraente do que a fração de alto ponto de fusão, com compo- nentes mais saturados, seu uso é contraproducente, uma vez que irá aumentar o nível de colesterol em si. Existe também a possibilidade de se usar uma gordura láctea modificada por transesterificação, seguida de fracionamento, que oferece uma concentração ainda mais alta de ácidos graxos insatu- rados. O uso de gordura vegetal com alto teor de ácidos graxos po- liinsaturados é interessante e pode propiciar um perfil de ácido graxo mais benéfico à saúde. Este tipo de gordura também representa uma fonte de redução de coleste- rol. Finalmente, a inclusão de um nível adequado de óleo de peixe pode representar uma fonte signi- ficativa de ácidos graxos ômega 3, o que amplia os benefícios de modificação do perfil de ácido graxo para efeitos benéficos em doenças cardíacas. Adiciona-se, assim, ao sorvete os efeitos tera- pêuticos dos ácidos graxos ômega 3 com respeito ao câncer, saúde mental, saúde da pele, artrite e desenvolvimento do feto. Cada um destes ingredientes modificadores do teor e tipo de gordura traz novos desafios técnicos que envolvem vários ele- mentos. Primeiro, a introdução de qualquer gordura livre em uma sobremesa congelada representa uma demanda adicional no sis- tema de emulsificação. Os emul- sificantes, sejam eles o sistema nativo fosfolipídios/proteínas ou ingredientes adicionados, têm sua função desviada da finalidade principal, que é a de desenvolver uma estrutura através de uma desestabilização controlada das gorduras lácteas, para dedicarem- se a estabilizar as gorduras livres em uma emulsão. O fracasso na compensação desta diluição de funcionalidade pode resultar em uma variedade de problemas, entre os quais a diminuição da “agitabilidade” e a dureza no freezer, que são da maior impor- tância. Essa fonte de dificuldade pode ser compensada de forma relativamente fácil, aumentando o nível de emulsificação. É mais difícil superar outra fonte básica de problemas quan- do uma gordura insaturada é adicionada para melhorar o perfil de ácido graxo global no produ- to. A presença de quaisquer das gorduras insaturadas descritas acima, aos níveis das diretrizes dietéticas atuais, irá produzir um sistema de gordura cujo ponto de fusão é substancialmente abaixo do ponto de fusão da gordura láctea. A funcionalidade prática, © Jo Ann Snover Dreamstime.com 30 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY TABELA 5 - PROBLEMAS/SOLUÇÕES RELACIONADOS COM O AUMENTO DA FLORA MICROBIOLÓGICA do ponto de vista tecnológico, em virtualmente todos os tipos de sobremesas congeladas, associada ao papel do sistema de gordura em desenvolver a infra-estrutura do gelo, requer um sistema de gordura que seja na faixa normal de ponto de fusão da gordura de leite natural. Por qualquer grau que seja reduzido o ponto de fu- são por modificação do perfil de ácidos graxos, o sistema de gor- dura não se aglomerará como a gordura de leite nas condições de congelamento. Como resultado, o sistema não irá desenvolver as características estruturais que são essenciais às propriedades de bati- mento, dureza ao congelar e força das bolhas (células) de ar, com as quais a indústria está acostumada. O resultado será um produto que, sob condições convencionais de processo, é difícil de bater, não desenvolve a dureza desejável para empacotamento e tende à contra- ção/encolhimento. As conseqüências dessas modi- ficações do sistema de gordura por modificações no perfil de ácidos graxos só podem, no melhor dos casos, ser somente parcialmente minimizadas. Os passos possíveis para reduzir e/ou minimizar as conseqüências indesejadas in- cluem modificações na pressão de homogeneização, aumento da estabilidade das células de ar, pelo uso de um sistema estabilizador à base de celulose microcristalina, ou outros sistemas de batimento efetivos, ajustes no sistema emul- sificante, temperatura de saída menor e modificação no sistema de embalagem. Também existe a possibilidade de que o conceito de pré-batimento possa superar algumas das dificuldades associa- das à gordura insaturada; porém, essa possibilidade ainda precisa ser mais pesquisada. Com relação ao vazamento das embalagens de papelão, ajustes em quaisquer das áreas citadas a pouco para melho- rar a aglomeração de gordura também irá reduzir a extensão dos vazamentos. Obviamente, é também útil modificar o tipo de embalagem para impedir vaza- mentos; porém, isso não resolve as conseqüências básicas de uma mudança no sistema de gordura. O aumento da tendência à oxidação decorrente dos ácidos graxos insaturados aumentar a possibilidade de desenvolvimento de um aroma de oxidação. A pri- meira medida preventiva possível para esse defeito é a inclusão de antioxidantes na mistura ou, pre- ferivelmente, na própria gordura. Também é importante usar mate- rial de embalagem que impeça a oxidação pela luz. O conceito de redução de colesterol é, de certa forma, re- lacionado à modificação do perfil de ácido graxo. A redução de colesterol pode ser obtida subme- tendo a gordura de leite anidra ao processo de desodorização, geral- mente usado no refino de óleos vegetais. Esse processo envolve o borrifo da gordura derretida com vapor, sob condições de alta temperatura e vácuo. Sob deter- minadas condições, o processo que remove químicos solúveis em água e os componentes voláteis de sabor pode remover o colesterol. O resultado é uma gordura de leite bastante suave, muito estável e livre de colesterol. O processo não diminui o efeito da presença de ácido graxo saturado/insaturado na gordura de leite que, às vezes, é associado aos altos níveis de colesterol. Pode ser que os poten- ciais benefícios da desodorização aplicados na gordura de leite este- jam mais relacionados a um efeito estabilizador de sabor da gordura de leite anidra do que a remoção de colesterol. ENRIQUECIMENTO DA FLORA MICRObIOLÓGICA Uma maneira de aumentar a flora microbiológica de produtos lácteos - adição de culturas vivas seguida de pasteurização e esfria- mento – é familiar para a indús- tria, devido o sucesso alcançado pelo leite acidófilo em muitos mer- MEIOS PRObLEMAS POTENCIAIS SOLUÇõES POTENCIAIS Adição de microrganismos A. Desestabilização da proteína (a c f) a. Modificar tratamento térmicoAdição massiva de cultura pós- pausterização (nenhuma) Inoculação com cultura, seguida de incubação (A B C) B. Off flavor (b) C. Modificação do ponto de congelamento (c d e) Mudança da consistência de saída (d e) b. Modificar sistema de aromatizante c. Modificar estabilização d. Modificar emulsificação Efeito no comportamento de choque térmico (c e) e. Ajustar temperatura de saída Adição de substratos específicos tais como frutooligossacarídeos ou amidos altamente resistentes à amilase (C) f. Adicionar sais tampões 31 S O R V E T E S E C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY cados. Das várias possibilidades de enriquecimento microbiológico, é o menos propenso a criar proble- mas. A ausência de metabolismo microbiologicamente ativo no pró- prio produto, evita problemas que poderiam ocorrer quando grandes números de bactérias desejáveis são desenvolvidas através de ino- culação e cultivo, no próprio mix de sorvete. Quando a mistura em si ou um de seus principais com- ponentes lácteos são culturas, como é o caso da maio- ria das incor- p o r a ç õ e s de iogurte congelado, os subpro- dutos desse crescimen- to podem ser problemáticos para as propriedades do sorvete. Na maioria dos casos, o metabolismo dos organismos produz acidez, que pode resultar em desestabi- lização da proteína. Quando isso acontece, os problemas e soluções potenciais são semelhantes aos descritos na Tabela 1, tratando da suplementação/fortificação com proteínas. A cultura bacteriana também pode produzir compo- nentes aromáticos, cuja presença pode interferir na percepção do sabor desejado, o que deverá ser compensado na hora da seleção do sistema aromatizante. Ademais, quando os organismos dependem do metabolismo da lactose para o seu desenvolvimento, como ocorre com a maioria dos organismos, a hidrólise e quebra subseqüente da molécula de lactose podem resultar no aumento do nível de compostos na solução. Isso irá produzir uma depressão do ponto de congelamento e mudanças corolárias nas proporções da água con- gelada e não congelada a qualquer temperatura deter- minada. Os passos principais para contrapor-se a esses efeitos incluem: reduzir a temperatura de saída para produzir cristais de gelo menores no sorvete fresco; modificar o emulsificante para aumentar a contribuição de gordura aglomerada à dure- za do produto no freezer; e modificar o sistema es- tabilizante, de tal forma a aumentar o grau de imobil ização da água obtido. Existem outros meios pelos quais poderiam ser evitados os efeitos negativos de crescimento microbiológico em sorvete. Contudo, envolvem a modificação da composição de sobremesas con- geladas de tal forma, que a flora microbiana na área gastrintestinal do consumidor, é afetada. Esse tipo de melhoria envolve a adição de ingredientes que provêem subs- © M ar ga ri ta B or od in a D re am st im e. co m 32 S O R V E T E S & C A S Q U IN H A S THARP’S FOOD TECHNOLOGY tratos essenciais para tais micror- ganismos. Um exemplo específico de tal ingrediente é a classe de carboidratos identificada como frutooligossacarídeo. São carboi- dratos simples que ocorrem natu- ralmente e que podem também ser produzidos pelo tratamento enzi- mático da sacarose. Estudos suge- rem que sejam metabolizados sele- tivamente por vários organismos, inclusive pelas bifidobactérias. Por isto são considerados como fator importante na manutenção de uma flora intestinal desejável. Os frutooligossacarídeos podem ser facilmente incorporados ao sistema de carboidratos de sobre- mesas congeladas, contribuindo assim para a imagem saudável do produto. Existem outras características dos frutooligossacarídeos que fa- zem desta classe de carboidratos um ingrediente atraente para sobremesas congeladas. A natu- reza da sua estrutura molecular torna as moléculas inacessíveis para seu completo metabolismo em humanos, ao ponto que os produtos comercialmente dispo- níveis trazem uma contribuição calórica de cerca de 1,5 quilo- calorias por grama. Além disso, certos tipos contribuem para a doçura em aproximadamente 1/3 da sacarose. O produto comercial é semelhante à sacarose com re- lação ao seu efeito na depressão do ponto de congelamento; assim, requer pouco ou nenhum ajuste na composição, se usado como um agente de carga/adoçante. Além da sua influência probiótica, um ingrediente de frutooligossacarí- deo é um componente multifun- cional em sobremesas congeladas saudáveis. Outra fonte de funcionalidade probiótica pode ser encontrada na forma de amido resistente à amilase. Além de apoiar a ativida- de das bifidobactérias desejáveis, este tipo de ingrediente é também uma fibra natural, possibilitando assim mais uma alegação de saúde ao produto final. ALTERNATIVAS ADICIONAIS PARA AUMENTAR O PODER NUTRICIONAL E OS bENEFÍCIOS À SAÚDE DO SORVETE Existem outras possibilidades para desenvolver sobremesas con- geladas funcionais. Considerando que muitos destes enriquecimen- tos ainda não foram estudados em detalhes, não seria prático espe- cular sobre qualquer influência de seu uso no comportamento do processamento do sorvete ou na qualidade dos alimentos. Serão então simplesmente mencionadas na esperança de estimular maiores considerações ou explorações das possibilidades e benefícios que podem envolver. Recentemente, o ácido lino- léico conjugado (CLA) foi alvo de atenções por aumentar os benefícios à saúde de sobremesas congeladas. O CLA tem influência anticarcinogênica e mostra pos- sibilidade de ser benéfico para a arteriosclerose, diabetes e para diminuir o nível de gordura no organismo. O CLA já está presente na gordura do leite, em nível rela- tivamente alto; este nível pode ser aumentado pelo uso de uma fração de gordura do leite de baixo ponto de fusão. O ar incorporado nas sobre- mesas congeladas tem potenciais efeitos benéficos no controle da dieta. Em um estudo dirigido, fo- ram servidos smoothies com três diferentes níveis de overrun, trin- ta minutos antes do almoço. Foi observado que as pessoas que con- sumiram os smoothies com maior nível de overrun, consumiram 12% menos calorias do que as pessoas que ingeriram os smoothies com baixo nível de overrun! Relatórios sobre os efeitos be- néficos dos produtos lácteos com baixo teor de gordura podem ser um estímulo para o desenvolvimento de produtos nessa área. Um estudo publicado no American Heart Asso- ciation Journal revela que uma dieta com produtos lácteos de baixo teor de gordura ajuda a diminuir a pres- são sangüínea e o risco de doenças cardíacas. O uso de produtos de soro para ampliar a “saudabilidade” das so- bremesas congeladas é outro meio para aumentar a sua atração para os consumidores do mercado de ali- mentos funcionais. O fracionamento da proteína de soro identificou com- ponentes com uma ampla gama de efeitos benéficos, incluindo: controle de apetite, redução de inflamações, estímulo do crescimento das célu- las intestinais, redução da pressão sangüínea, e controle de fatores que afetam as cáries dentárias. CONCLUSÃO A conscientização e o cresci- mento da faixa de consumidores atenta aos benefícios para a saúde propiciados pelos alimentos são uma tendência irreversível. Assim, a possibilidade de se aumentar o consumo de sobremesas conge- ladas pela sua suplementação ou fortificação é hoje um fato indis- cutível. Os impactos tecnológicos de uma variedade de possibilidades relativas a essa consideração foram resumidos e discutidos acima com a pretensão de quese avance na compreensão dos métodos, pro- blemas e soluções pertinentes ao conceito de suplementação e for- tificação de sorvetes e sobremesas congeladas em geral. Um smoothie é uma combinação de sucos de frutas, frutas, sor- vetes ou iogurtes light e alguns outros ingredientes especiais. O resultado é uma bebida re- frescante, energizante, sau- dável, cremosa e saborosa. Os smoothies surgiram nos EUA há alguns anos, onde são o maior sucesso. Não se consegue andar nem uma quadra nos EUA sem encontrar uma loja que vende smoothies.
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