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Doenças Ocupacionais na Construção Civil
De acordo com Marcelo Valletta de Lima Téchne 89 – Agosto de 2004.
O principal cuidado, concordam os especialistas, é o uso dos equipamentos de proteção, sejam as vestimentas (botas, luvas, capacetes, óculos, roupas impermeáveis, máscaras) ou os aparatos que limitem a ação de fontes excessivas de luz, som, vibração, calor, umidade, poeira e outras que podem causar danos à saúde dos trabalhadores.
Para ajudar a prevenir, é importante saber de onde podem surgir os problemas. "Podemos dividir as fontes de risco de doenças em físicas, químicas ou biológicas", explica o doutor Douglas de Freitas Queiroz, chefe do Departamento de Medicina Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Riscos físicos
Doenças de causas físicas são, em geral, contraídas por meio de exposição excessiva a fontes de ruído, calor, radiação, umidade, entre outros. Dentre essas, as que costumam causar danos mais freqüentes são as fontes de ruído, que provocam uma seqüência de perdas auditivas, até ocasionarem uma eventual surdez.
Estão sujeitos à diminuição da audição todos os trabalhadores que, completamente desprotegidos, são expostos a ruídos superiores a 85 dB por um período de 8 h/dia. Acima de 85 dB - mais ou menos o equivalente ao barulho de um liquidificador em funcionamento -, o tempo de tolerância ao ruído diminui drasticamente. Um trabalhador sem nenhum equipamento protetor, por exemplo, não deveria ser exposto a sons da magnitude de 116 dB - aproximadamente o barulho de um moinho de grandes proporções - por mais de 15 minutos.
O problema da perda de audição é a dificuldade de diagnóstico, já que o afetado não sente nada socialmente. O doente se acostuma com o ruído no ambiente de trabalho e só percebe que há algo de errado quando não mais consegue ouvir com perfeição a voz humana. Nesse estágio, a pessoa já perdeu cerca de 50% da capacidade auditiva.
Para evitar tal moléstia, o importante é diminuir ou a intensidade do ruído ou o tempo de exposição: basta usar anteparos ou abafadores, de preferência, individuais.
As LER (Lesões por Esforço Repetitivo, um conjunto de doenças que incluem a tendinite, a bursite, a tenossinovite) constituem outro problema bastante freqüente. Trata-se de um fenômeno complexo, causado por uma porção de fatores, inclusive psíquicos, já que o estado mental da pessoa pode influir na força física que ela emprega durante o trabalho.
Apesar do fato de tais lesões - assim como a lombalgia, adquirida por carregamento de peso de modo inadequado, que causa problemas de coluna e desgaste da musculatura vertebral - também possam ser adquiridas por meio de acidentes de trabalho, é mais comum surgirem de maneira crônica, pela execução maciça de movimentos repetidos. O método de prevenção mais difundido é a adoção de pausas regulares e de exercícios de alongamento nos quais sejam realizados movimentos contrários aos que são feitos durante o trabalho.
A exposição constante a vibrações é outro fator causador de doenças ocupacionais. O trabalho com bombas de lançamento de concreto ou rompedores, por exemplo, pode causar danos à audição e à circulação nos membros superiores, além de microrrompimentos, inclusive nos ossos. O uso de luvas é uma das proteções a serem adotadas, mas o melhor é trabalhar com equipamentos que possuam atenuadores de vibração.
Outra fonte de risco é a exposição às radiações, que se dividem em ionizantes e não-ionizantes. As primeiras (raios X, raios gama), com maior poder de alteração de células, são extremamente raras na construção civil, mas as segundas (ondas ultravioleta, infravermelha, microonda, freqüências de rádio) são mais fáceis de serem encontradas. A luz produzida pelo trabalho com uma solda elétrica, por exemplo, pode causar alterações de pele (vermelhidão) ou, em casos mais raros, afetar órgãos internos, como os testículos. Nesse caso, há diminuição da produção de espermatozóides.
Mas a doença mais comum causada pela radiação é um tipo de conjuntivite, caracterizada por ardor nos olhos, que surge após duas ou três horas de trabalho sem proteção. "O soldador normalmente não é afetado, pois usa óculos protetores. O mais visado é o assistente", lembra o doutor Queiroz. 
Catarata e cegueira seriam as conseqüências mais drásticas da exposição desprotegida à luz forte. Por sinal, o Sol e outras fontes de calor também podem causar insolação, problema facilmente evitável com o uso de capacete.
Outro agente físico que pode causar distúrbios é a umidade, em geral, mais presente em trabalhos realizados no subsolo, que afeta as defesas do organismo, provocando queda de imunidade. Sob tais condições, fica mais fácil adquirir doenças infecciosas, além de problemas como o reumatismo.
Um pouco mais raros são os problemas decorrentes do trabalho em condições hiperbáricas - em ambientes de grande pressão atmosférica -, como em plataformas submarinas, por exemplo. Os problemas decorrentes são lesões no ouvido, nos ossos (o fêmur é um dos mais atingidos) e a embolia gasosa, evitada com uma paulatina descompressão ao sair da água.
Riscos químicos e biológicos
Enfermidades causadas por agentes químicos surgem, em geral, do contato com tintas, solventes e outros produtos. Uma das mais comuns é a dermatite de contato. "É causada pela alergia a um produto químico presente no cimento", explica o doutor Anacleto Valtorta, médico do trabalho do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O produto chama-se bicromato e, em contato com a pele, provoca coceiras, vermelhidão e até mesmo o aparecimento de vesículas. "Uma pessoa pode desenvolver a alergia de início ou ser exposta ao bicromato por anos até desenvolver a doença", explica o doutor Queiroz. Portanto, recomenda-se cuidados básicos, como não deixar cair cimento dentro da bota.
As pneumoconioses, doenças pulmonares causadas pela inalação de diversos tipos de poeira, também são razoavelmente freqüentes. As mais conhecidas são a antracose (causada por aspiração de carvão e de fuligem), a asbestose (em decorrência da inalação de fibras de amianto) e a silicose (pela absorção da sílica livre, presente na areia). Essa última é a mais comum (já que o amianto está em desuso), e os sintomas são falta de ar e tosse. Mas essas doenças não são detectadas em consultório: em caso de suspeita, é preciso fazer um exame de raio X do tórax para confirmar as alterações nos pulmões.
Outro exame de praxe que ajuda a diagnosticar moléstias causadas por agentes químicos é o hemograma. A falta de glóbulos brancos ou de plaquetas no sangue pode ser indício de intoxicação causada por tintas, solventes, esmaltes ou óleos. Os sintomas são náuseas e fraquezas e o melhor modo de prevenir os problemas é o uso de máscara ao lidar com esses produtos.
Já os agentes biológicos são menos comuns no trabalho em construção civil, a não ser que se trate de uma obra em lugares insalubres, como o esgoto, por exemplo. Qualquer contato com bactérias ou vírus pode desencadear diversos tipos de doenças. Novamente, a regra de ouro é a prevenção.
Prevenção
1 - Perda de audição
Causas: exposição prolongada a ruídos acima de 85 dB
Sintomas: dificuldades de audição
Como prevenir: usar equipamentos abafadores de ruído
2 - Conjuntivite por radiação
Causas: exposição a fontes de luz ultravioleta ou infravermelha
Sintomas: vermelhidão e ardor nos olhos
Como prevenir: uso de óculos protetores
3 - LER (Lesões por Esforço Repetitivo)
Causas: execução constante de movimentos repetitivos por longos períodos
Sintomas: dores nos punhos, cotovelos e ombros
Como prevenir: fazer pausas regulares e alongamentos
4 - Embolia gasosa
Causas: trabalho em condições hiperbáricas (embaixo d'água)
Sintomas: confusão mental, perda repentina da consciência, convulsões
Como prevenir: passar por descompressão paulatina antes de retornar à superfície
5 - Reumatismo
Causas: exposição à umidade excessiva
Sintomas: dores nas articulações
Comoprevenir: uso de botas de borracha e roupas feitas de material impermeável
6 - Intoxicação química
Causas: exposição prolongada a tintas ou solventes químicos
Sintomas: fraqueza, náusea
Como prevenir: uso de máscara
7 - Pneumoconioses (silicose, asbestose)
Causas: inalação de partículas (sílica ou amianto)
Sintomas: falta de ar e tosse, causadas por alterações nos pulmões
Como prevenir: uso de máscaras
8 - Doenças bacteriológicas e viróticas
Causas: contato com bactérias e vírus em ambientes de trabalho insalubres, como esgoto
Sintomas: depende do micróbio contraído
Como prevenir: uso de máscara e demais equipamentos de proteção
9 - Lombalgia
Causas: carregamento de peso de forma inadequada
Sintomas: dores na musculatura vertebral
Como prevenir: evitar carregar peso em excesso, usar equipamento de transporte
10 - Dermatite de contato
Causas: exposição ao bicromato, um alérgeno do cimento
Sintomas: vermelhidão, coceira e surgimento de vesículas nas mãos e nos pés
Como prevenir: usar luvas, botas e demais equipamentos de proteção para evitar contato direto com o cimento
11 - Insolação
Causas: exposição prolongada aos raios solares ou outras fontes de calor
Sintomas: queimaduras, sentimento de desorientação
Como prevenir: uso de capacete e ingestão regular de líquidos não-alcoólicos
Nos Dias Atuais foram feito um levantamento pelo O Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) fez esse levantamento a partir dos atendimentos realizados na unidade central da instituição e, pela primeira vez, traz um retrato das principais doenças ocupacionais registradas na capital paulista.
Foram 51.244 consultas analisadas, levando em consideração a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A boa notícia é que o topo do ranking não é ocupado por nenhuma doença ocupacional, mas sim pelos check-ups de rotina, que correspondem a 16,3% dos atendimentos. Na sequência vêm as doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, com 15,2%, seguidas por problemas no aparelho geniturinário (órgão genital e urinário), com 8,7% das reclamações.
Em entrevista para a revista Proteção, a superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac) do Seconci-SP e responsável pelo levantamento, Norma Araújo, destacou que os dados refletem os investimentos feitos pelas empresas para oferecer atendimento qualificado aos empregados e realizar campanhas de prevenção. “Ações em que os médicos vão até o canteiro de obra e fornecem orientações, por exemplo, despertam o interesse desse público por prevenção, visando mais qualidade de vida no longo prazo.”
Já com relação ao público analisado, ele reflete bem o histórico do trabalhador da construção civil. Em sua maioria são homens (87,1%), na faixa etária entre os 40 e 59 anos (52,4%). Os que mais demandaram exames preventivos foram serventes de obra (12,1%) e pedreiros (9,4%). “Quando há a combinação de acesso ao atendimento médico e à informação, os números indicam maior interesse por parte dos trabalhadores que historicamente não buscam assistência preventiva”, finaliza Norma.
1886 falecimentos por acidentes de trabalho – esse foi o número de registros feitos no Brasil no ano de 2014, e representa uma redução de 5% nos registros em um período de 5 anos. Mesmo sendo um valor representativo de redução, ainda é necessário cuidar e melhorar muito a segurança e saúde dos trabalhadores. Você acha que até hoje essa taxa continua reduzindo? Enquanto ainda não temos este dado para analisar, vamos aos valores registrados no último anuário sobre Saúde do Trabalhador, publicado pelo DIEESE em 2016.
Crescimento do número de afastamento devido a acidentes de trabalho
Em 2014 a quantidade de vínculos formais cujos trabalhadores sofreram afastamento devido a acidentes de trabalho chegou a aproximadamente 557 mil. Esse número representa um crescimento de 23,7% no intervalo de 10 anos. No gráfico abaixo é possível ver a segmentação desse valor em acidentes típicos, acidentes de trajeto e doenças ocupacionais.
	Região
	Falecimentos
	Aposentadoria por invalidez
	Norte
	113
	152
	Nordeste
	232
	545
	Sudeste
	991
	2019
	Sul
	366
	1336
	Centro-Oeste
	184
	621
	Brasil
	1886
	4673
O Sudeste é região com mais registros de falecimentos por acidente de trabalho e aposentadoria por invalidez
Atividades de extração mineral têm maior taxa de mortalidade em acidentes de trabalho
Em 2014 a taxa de mortalidade no setor de extração mineral foi de 9,7 para acidentes típicos e 0,8 para acidentes de trajeto, sendo essa a maior taxa em comparação a outras atividades econômicas como construção civil (7,0 e 2,1 respectivamente), indústria de transformação (2,6 e 1,0 respectivamente). A lista de atividades comparadas pode ser vista na tabela abaixo.
Em 2014 foram registrados 991 falecimentos por acidente do trabalho em toda região sudeste, representando 52% dos falecimentos desta categoria no país. E os números de aposentadoria por invalidez também são representativos nessa região: foram 2019 registros, que representa 43% dos registros do país. Veja na tabela abaixo a distribuição da quantidade de falecimentos por acidente de trabalho e aposentadoria por invalidez em todas as regiões do país.
Ocupações com mais desligamentos por falecimento decorrente de acidente típico
O maior número de desligamentos por falecimento é com motoristas de caminhão, representando 36% das ocorrências deste motivo. Na tabela abaixo é possível ver as 20 ocupações com maior quantidade de desligamentos deste gênero.
Queda no número de empregos formais em grau de risco 2 (médio) e 3 (Alto) em 2014
Em 2014 foi registrada uma queda de 1,5% na quantidade de empregos formais em locais com graus de risco médio e alto, em relação ao ano de 2006. Foi o maior índice registrado em 8 anos, e o gráfico abaixo mostra a distribuição desses números entre os anos de 2006 e 2014.
Conclusão
A quantidade de afastamento por acidentes do trabalho e doenças ocupacionais teve um crescimento significativo num intervalo de 10 anos, e isso gera grandes impactos para a vida do empregado e para a empresa. Afastamentos, mortes e doenças ocupacionais trazem danos para a vida da vítima e sua família. E para a empresa o que pesa são os gastos com multas e indenizações, além da redução da credibilidade no mercado, que é tão competitivo. Ações prevencionistas e identificação de riscos devem ser feitas diariamente. É importante manter os setores engajados a dar maior credibilidade à equipe de segurança do trabalho.
Referência Bibliográfica
Fonte : Doenças Ocupacionais na construção civil.Ocupacional medicina e engenharia de segurança do tralho.http://www.ocupacional.com.br/ocupacional/principais-doencas-ocupacionais-na-construcao-civil/ -Publicado 16 de janeiro de 2018- acessado 18/05/18.
Fonte : INBEP. Doenças Ocupacionais na construção civil http://blog.inbep.com.br/doencas-ocupacionais-na-construcao-civil-quais-sao-e-como-evita-las/ .- acessado 18/05/2018.
Fonte : NBR 18801 – Os requisitos para um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho.
Fonte : Monteiro,Antonio Lopes l acidentes do trabalho e doenças ocupacionais..Antonio Lopes Monteiro e Roberto Fleury de Souza bertagni.- 8º Ed.São Paulo Saraiva 2016.
Fonte : Anuário da saúde do trabalhador / Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. – São Paulo : DIEESE, 2016.

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