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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – CURSO DE PSICOLOGIA Comportamento Apetitivo e Ato Consumatório Página 1 de 2 O instinto, ao lado dos reflexos e das taxias, constitui-se no principal conceito para explicar o comportamento animal. Refere-se a padrões comportamentais complexos e estereotipados, não aprendidos (determinados por mecanismos inatos), desencadeados por estímulos específicos, tendo uma finalidade biológica, e próprios de cada espécie. A qualquer comportamento animal era invocado o instinto para justificar a sua ocorrência. Com o tempo, percebeu-se que nas sequencias comportamentais tidas como inatamente determinadas havia elementos determinantes não-inatos. Essa compreensão começou a se dar a partir das contribuições da Etologia, através de observações naturalísticas sistemáticas com experimentos laboratoriais. O comportamento instintivo é dividido em duas fases: a de apetência e a consumatória. Os comportamentos próprios da fase de apetência chamados comportamentos apetitivos se referem a atos variáveis, flexíveis, que têm a finalidade de deixar o organismo apto ao desenvolvimento do ato instintivo. Está ligado a problemas mais ou menos subjetivos de motivação, é estado interno que gera o impulso (drive) e representa a sua atividade exploratória, orientando- o para as condições ou normas ecológicas em que um comportamento especial se torna possível. Na fase de apetência, o animal busca atingir um nível de excitação e de sensibilidade específica a um certo estímulo, necessários e suficientes para que, ao se defrontar com tal estímulo, este tenha o poder de desencadear o comportamento instintivo. O comportamento apetitivo pode ser modificado pela experiência. A fase consumatória se refere a sequencias comportamentais estereotipadas, relativamente simples, próprias da espécie, e que, uma vez iniciadas, sempre se completam, eliminando o estado de excitação em que o animal se encontrava. Ocorre por reflexo e reações autônomas especificas, como por exemplo, de deglutição, preensão, orgasmo, etc. Evidencia a parte inicial de um comportamento (exploratório) extremamente variável e amplamente determinada pela estimulação ambiental. UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – CURSO DE PSICOLOGIA Comportamento Apetitivo e Ato Consumatório Página 2 de 2 Enquanto que o ato apetitivo constitui padrões simples de resposta, reflexos, locomoção, condicionamentos, “insight”, etc., a conduta consumatória é frequentemente complexa. A fase de apetência e a fase consumatória compõem uma unidade funcional. A primeira é indispensável para a ocorrência da segunda. A ocorrência da segunda reforça a da primeira. Na atualidade, os atos ou comportamentos consumatórios são considerados como sendo parte dos padrões de ação fixa. De início, Lorenz considerou que os Padrões de Ação Fixa (PAF) no seu todo fossem inatos, mas acabou reconhecendo que há partes não aprendidas entremeadas com partes aprendidas. De modo geral, pode se dizer que a expressão conduta instintiva se refere às sequencias comportamentais das fases de apetência e consumatória. REFERÊNCIAS: CHAVES, JOSÉ. A compreensão da pessoa. 1. ed. São Paulo: Agora, 1992. SALDANHA, P. H. O conceito de etologia, com especial referência ao comportamento dos primatas: (comentário). Boletim de Zoologia e Biologia Marinha, v. 30, n. 30, p. 797 - 808, 1973. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/bzbm/article/download/121477/118362>. Acesso em: 31 mar. 2018.
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