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RECURSO INOMINADO DA TIM

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Prévia do material em texto

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO 8° JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA 
DA CAPITAL - RJ. 
 
Em atenção aos princípios de cooperação entre as partes, 
previstos no novo Código de Processo Civil, a Siqueira Castro 
Advogados disponibiliza um canal para possível negociação: 
negocieaquiconsumidor@siqueiracastro.com.br 
 
Processo: 0009342-07.2017.8.19.0205 
 
 
 
 
 
 
TIM CELULAR S.A., sociedade com filial nesta cidade à Rua Fonseca Teles, 18-30, São 
Cristóvão, inscrita no CNPJ sob o nº 04.206.050/0044-10, nos autos NED BRASIL 
DA SILVA, vem, respeitosamente, por seus advogados, interpor o presente 
 
RECURSO INOMINADO 
 
Oferecendo, para tanto, as anexas razões para oportuna apreciação pela 
E. Turma Recursal, após o cumprimento das formalidades legais. 
 
Preliminarmente, requer que o presente recurso seja recebido em seu 
duplo efeito, em consonância ao disposto no art. 43 da Lei 9.099/95. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Rio de Janeiro, 27ª de outubro de 2017. 
 
 
PALOMA VALUZUELA XAVIER 
OAB/RJ 178.506 
ANA PAULA DA SILVA 
OAB/RJ 202.065
GRERJ: 01728171349-73 
 
 
 
 
RECORRENTE: TIM CELULAR S/A. 
 
RECORRIDO: NED BRASIL DA SILVA 
 
EGRÉGIA TURMA RECURSAL 
 
DA TEMPESTIVIDADE 
 
Indiscutível, destarte, a tempestividade da resposta que ora se apresenta, 
eis que interposto dentro do prazo de 10 (dez) dias estabelecido pelo artigo 42 da Lei 
9.099/95. 
 
DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO 
 
Demonstrada a tempestividade do recurso, mister se faz a análise da 
concessão do efeito suspensivo, tendo em vista a possibilidade de ocorrência de dano 
irreparável para a Recorrente, caso tal concessão não ocorra. 
 
Imperioso ressaltar que enquanto não for julgada a peça de resistência, a 
Recorrente poderá ter seu patrimônio invadido de forma injusta, uma vez que o cerne da 
questão diz respeito justamente acerca da importância devida à Recorrida. 
 
Vislumbra-se, pois, que a adoção irrestrita de suspensividade ao processo, 
com o recebimento do Recurso Inominado, não traria perdas processuais e nem 
materiais à Recorrida. 
 
Destaque-se que a lei nº 9.099/95, em seu Artigo 43, prevê a possibilidade 
da concessão de efeito suspensivo ao recurso interposto, caso existe a possibilidade de 
dano irreparável a parte. Vejamos: 
 
“Art.43 - O recurso terá somente efeito devolutivo, 
podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar 
dano irreparável para parte”. – (g. n.). 
 
 
 
3
Nesse sentido, resta claro que a não concessão do efeito suspensivo ao 
presente recurso ocasionará dano irreparável ao Réu, ora recorrente, já que existe a 
possibilidade de ser modificada a ilustre sentença monocrática, pela Egrégia Turma 
Recursal. 
 
Desta forma, requer a Recorrente que seja concedido efeito suspensivo ao 
presente Recurso Inominado. 
 
DA AÇÃO PROPOSTA PELO RECORRIDO 
 
 DA SENTENÇA RECORRIDA 
 
 Cuida-se de demanda na qual alega a parte autora que o réu procedeu à 
inclusão indevida de seu nome nos cadastros desabonadores do crédito. 
 
 Contudo, inobstante as exposições realizadas pela recorrente em sua peça 
de bloqueio, entendeu o Ilustre Magistrado pela condenação da parte ré nos seguintes 
termos, ipsis litteris: 
 
“ (...) Isso posto, JULGO PROCEDENTES EM PARTE os 
pedidos, com fulcro no art.487, inciso I, do NCPC para: 1) 
declarar a inexistência de débitos em nome da parte autora, 
posteriores a 07/08/2014, condenando a ré a cancelá-lo no 
prazo de 10 dias, abstendo-se de efetuar novas cobranças a 
ele relativas, sob pena de multa de pagamento referente ao 
dobro do valor cobrado em desconformidade enviada ao 
autor; 2) Condenar a ré a proceder a exclusão do nome da 
parte autora dos cadastros restritivos de crédito do SCPC, 
descrito às fls. 21, no prazo de 15 dias a contar da leitura da 
sentença, sob pena de multa diária de R$ 100,00 limitada em 
R$ 5.000,00, quando a obrigação de fazer ficará 
automaticamente convertida em perdas e danos em caso de 
descumprimento; 3) Condenar o réu a pagar quantia de R$ 
8.000,00 a título de danos morais, corrigida desde a leitura da 
sentença e acrescida de juros de mora a contar da citação. 
Sem condenação em custas processuais e honorários 
advocatícios, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95. (...)” 
 
Então, tendo em vista a manifesta necessidade de invalidação e/ou reforma 
da r. sentença supramencionada, a parte ré interpôs o presente recurso inominado, que 
fatalmente será PROVIDO por esta Douta Turma recursal, haja vista a patente 
desproporcionalidade e NÃO razoabilidade na fixação do Dano Moral arbitrado. 
 
 
 
4
Nesse sentido, se faz necessária a observação de relevantes 
considerações tecidas pelo I. Magistrado na prolação da v. sentença que, por ora, se 
vem questionar, devendo o presente recurso ser conhecido e provido pela Turma 
Recursal deste Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – TJ/RJ. 
 
 
 
DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. DECISUM 
REALIDADE DOS FATOS 
 
Inicialmente, cumpre esclarecer que dúvidas não podem existir quanto à 
inexistência de qualquer conduta ilícita praticada pela Ré que tenha acarretado em 
qualquer dano à autora, fornecendo assim, a obrigação desta em indenizá-la. 
 
Cumpre esclarecer que a cobrança é perfeitamente devida, não tendo a Ré 
realizado qualquer tipo de cobrança que não corresponda com realidade. 
 
Assim, as atitudes e alegações da parte Autora são passíveis de má 
interpretação. Aprofundando nas alegações das supostas cobranças indevidas, 
percebemos novamente uma leve indução deste Juízo a erro; isto porque, conforme 
vislumbramos as cobranças são devidas. 
 
Insta-se salientar que a prestação de serviços de telefonia móvel não é 
uma prestação gratuita, sendo certo que a cobrança da questionada fatura encontra 
respaldo contratual, ao qual a parte Autora anuiu ao passar a se utilizar dos serviços 
telefônicos oferecidos pela Ré. 
 
Não obstante todo o exposto, a parte Autora optou em quedar-se 
inerte, e não efetuar o pagamento do débito gerado única e exclusivamente por 
utilização dos serviços. 
 
Ora, não pode a autora sob qualquer circunstância deixar de cumprir com 
sua contraprestação, ainda mais porque os serviços vinham sendo plenamente 
prestados e usufruídos, ou seja, se houve qualquer tipo de atitude coercitiva por parte da 
Ré, esta se deu única e exclusivamente em EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO! 
 
Observando os fatos narrados verifica-se não terem eles o condão de 
causar qualquer tipo de ofensa, vexame ou sofrimento exacerbado à Autora, razão pela 
qual não há que se falar em indenização de qualquer tipo. 
 
Desta forma, resta incontroverso nos autos qualquer tipo de atitude em 
desconformidade com a moral ou ainda com o ordenamento jurídico pátrio. Com efeito, é 
ônus da Autora comprovar nos autos suas alegações. Mister ressaltar que tal ônus 
 
 
5
em hipótese alguma poderá ser invertido, diante da necessária distribuição da carga 
probatória, visto ser impossível para a empresa Ré comprovar tais supostas 
condutas. 
 
Neste contexto, verifica-se que a Empresa Ré não praticou qualquer ato 
ilícito, haja vista que a mesma somente efetuou a cobrança por um serviço efetivamente 
prestado e utilizado pela parte Autora. 
 
 Assim, deve-se evitar que esta febre indenizatória funcione como uma 
“verdadeira loteria esportiva”. É certo que existe um piso de inconvenientes a ser 
tolerado pelo ser humano, sem caracterizar dano moral. Na questão em debate não 
houve lesão a atingir a pessoa, mas, no máximo, um mero desconforto. 
 
DA LEGITIMIDADE DAS COBRANÇAS 
 
Inicialmente, o que se admite apenas por amor ao debate, melhor sorte não 
socorre o recorridoem suas pretensões de se esquivar do pagamento das faturas 
impugnadas na presente demanda, tendo em vista a legitimidade dos valores cobrados 
pela empresa Ré. Senão vejamos! 
 
Conforme relatado, o recorrido afirma em sua inicial que os valores 
cobrados pela empresa Ré são indevidos. 
 
Contudo, não há que se falar em qualquer ilegalidade na cobrança 
realizada, tendo em vista a efetiva prestação dos serviços de telefonia pela empresa Ré. 
 
Ainda que assim não se entenda, é totalmente descabido o pleito autoral, 
tendo em vista que, o recorrido utilizou os serviços prestados pela TIM, sendo, portanto, 
plenamente legítima as cobranças efetuadas pela Ré. 
 
A esse respeito, oportuno esclarecer, ainda, que aos credores é lícita a 
persecução dos valores que lhe são devidos, podendo, inclusive, enviar o nome do 
devedor aos cadastros de restrição de crédito. 
 
Diante do exposto, tendo em vista que o recorrido efetivamente 
usufruiu os serviços de telefonia prestados pela TIM, a Ré espera e confia que 
essa Egrégia Turma Recursal haverá por bem julgar totalmente improcedente a 
presente demanda. 
 
 
 
 
 
 
 
6
MEROS ABORRECIMENTOS E/OU INADIMPLEMENTO CONTRATUAL NÃO SÃO 
HÁBEIS A PROVOCAR DANOS MORAIS 
 
 Observando os fatos narrados na peça vestibular, verifica-se uma tentativa 
clara da parte Autora em alterar a veracidade dos fatos, visando uma condenação por 
danos morais que sequer existiram. 
 
Por dano moral entende-se a lesão de um bem integrante da 
personalidade, tal como a honra, a liberdade, a integridade física e psicológica, 
causando a vítima transtornos e tormentas capazes de gerar abalos em sua esfera 
íntima e proporcionar situações vexaminosas perante a outrem. 
 
 Importante acentuar que o dano moral não contempla hipóteses de 
aborrecimento ou perturbação, sob pena de sua inteira banalização. É indispensável que 
estejam presentes elementos como sofrimento exacerbado, angústia incontida ou 
humilhação, não se indenizando o mero dissabor ou vexame. Bem assim, faz-se 
necessário, ainda, que seja comprovada, ou ao menos demonstrada, a ocorrência de 
situações vexaminosas e penosas, até mesmo para que se possa ter um parâmetro para 
a fixação do dano moral. 
 
 Na esteira desse entendimento, cumpre assinalar a lição de SÉRGIO 
CAVALIERI FILHO1 sobre o assunto, em que demonstra a impossibilidade de meros 
aborrecimentos serem caracterizados como dano moral: 
 
"Os direitos à honra, ao nome, à intimidade, à privacidade e à 
liberdade estão englobados no direito à dignidade, verdadeiro 
fundamento e essência de cada preceito constitucional 
relativo aos direitos da pessoa humana. 
À luz da Constituição vigente, podemos conceituar o dano 
moral por dois aspectos distintos. Em sentido estrito, dano 
moral é violação do direito à dignidade. E foi justamente por 
considerar a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da 
honra e da imagem corolário do direito à dignidade que a 
Constituição inseriu em seu art. 5.º, V e X, a plena reparação 
do dano moral. Este é, pois, o novo enfoque constitucional 
pelo qual deve ser examinado o dano moral, que já começou 
a ser assimilado pelo Judiciário, conforme se constata do 
aresto a seguir transcrito: "Qualquer agressão à dignidade 
pessoal lesiona a honra, constitui o dano moral e é por isso 
indenizável. Valores como a liberdade, a inteligência, o 
trabalho, a honestidade, aceitos pelo homem comum, formam 
a realidade exiológica a que todos estamos sujeitos. Ofensa a 
 
1
 in “Programa de Responsabilidade Civil”, ed. Malheiros, ano 1998, p. 98 
 
 
7
tais postulados exige compensação indenizatória" (Ap. cível 
40.541, rel. Des. Xavier Vieira, in ADCOAS 144.719) 
Nessa perspectiva, o dano moral não está 
necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da 
vítima. Pode haver ofensa à dignidade da pessoa humana 
sem dor, vexame, sofrimento, assim como pode haver 
dor, vexame e sofrimento sem violação da dignidade. Dor, 
vexame, sofrimento e humilhação podem ser conseqüências, 
não causas. Assim como a febre é o efeito de uma agressão 
orgânica, a reação psíquica da vítima só pode ser 
considerada dano moral quando tiver causa uma agressão à 
sua dignidade". (in Programa de Responsabilidade, ed. 
Atlas, 2007, p. 76/77). 
 
Ora, o dano moral somente ingressará no mundo jurídico, desde que 
demonstre cabal grandeza no ato ofensivo a direito personalíssimo, sendo flagrante a 
inexistência, in casu, de danos morais a serem indenizados. 
 
A propósito do tema, é preciso atentar para o fato de que o número de 
ações buscando indenização por dano moral tem se multiplicado numa impressionante 
velocidade. Se, por um lado, isso significa maior exercício da cidadania, do outro revela 
uma busca desesperada de se ganhar dinheiro a qualquer custo. O primeiro aspecto é 
digno de aplauso; mas o segundo deve ser reprimido, pois vedar o enriquecimento 
sem causa é um princípio fundamental de direito. Forma segura de se estimular o 
lado positivo e reprimir a “indústria do dano moral” é separar o que é realmente dano 
moral do que é mero dissabor, mágoa ou irritação, sentimentos irrelevantes para o 
Direito. 
 
Desse modo, a Ré requer a V.Exa. se digne julgar totalmente improcedente 
o pedido autoral, ante à flagrante inexistência de danos morais a serem indenizados 
 
DA INEXISTÊNCIA DOS ALEGADOS DANOS MORAIS 
 
Observando os fatos narrados na peça vestibular, verifica-se que o pedido 
de dano moral deve ser julgado improcedente, posto que a Ré não foi quem deu causa 
direta ao suposto dano experimentado pela Recorrida. 
 
Por dano moral entende-se a lesão de um bem integrante da 
personalidade, tal como a honra, a liberdade, a integridade física e psicológica, 
causando a vítima transtornos e tormentas capazes de gerar abalos em sua esfera 
íntima e proporcionar situações vexaminosas perante a outrem. 
 
 
 
8
A bem da verdade, as situações narradas pela parte Recorrida na petição 
inicial não merecem ser elevadas ao patamar de danos morais, eis que representam 
nada mais do que aborrecimentos cotidianos, ou, no máximo, configurariam mero 
inadimplemento contratual, incapazes, portanto, de permitir que seja concedido o pedido 
de condenação ao pagamento de indenização ora impugnado. 
 
De fato, não se entende de que forma poderia uma suposta alegação de 
cobrança indevida provocar danos à esfera extrapatrimonial da parte Recorrida a ponto 
de ensejar a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais. 
 
 Importante acentuar que o dano moral não contempla hipóteses de 
aborrecimento ou perturbação, sob pena de sua inteira banalização. É indispensável que 
estejam presentes elementos como sofrimento exacerbado, angústia incontida ou 
humilhação, não se indenizando o mero dissabor. 
 
 Na esteira desse entendimento, cumpre assinalar a lição de SÉRGIO 
CAVALIERI FILHO2[1] sobre o assunto, em que demonstra a impossibilidade de meros 
aborrecimentos serem caracterizados como dano moral: 
 
"Os direitos à honra, ao nome, à intimidade, à privacidade e à 
liberdade estão englobados no direito à dignidade, verdadeiro 
fundamento e essência de cada preceito constitucional 
relativo aos direitos da pessoa humana. 
 
 À luz da Constituição vigente, podemos conceituar o 
dano moral por dois aspectos distintos. Em sentido estrito, 
dano moral é violação do direito à dignidade. E foi justamente 
por considerar a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, 
da honra e da imagem corolário do direito à dignidade que a 
Constituição inseriu em seu art. 5.º, V e X, a plena reparação 
do dano moral. Este é, pois, o novo enfoque constitucional 
pelo qual deve ser examinado o dano moral, que já começou 
a ser assimilado peloJudiciário, conforme se constata do 
aresto a seguir transcrito: "Qualquer agressão à dignidade 
pessoal lesiona a honra, constitui o dano moral e é por isso 
indenizável. Valores como a liberdade, a inteligência, o 
trabalho, a honestidade, aceitos pelo homem comum, formam 
a realidade exiológica a que todos estamos sujeitos. Ofensa a 
tais postulados exige compensação indenizatória" (Ap. cível 
40.541, rel. Des. Xavier Vieira, in ADCOAS 144.719) 
 
 
 
 
 
9
 Nessa perspectiva, o dano moral não está necessariamente 
vinculado a alguma reação psíquica da vítima. Pode haver 
ofensa à dignidade da pessoa humana sem dor, vexame, 
sofrimento, assim como pode haver dor, vexame e sofrimento 
sem violação da dignidade. Dor, vexame, sofrimento e 
humilhação podem ser conseqüências, não causas. Assim 
como a febre é o efeito de uma agressão orgânica, a reação 
psíquica da vítima só pode ser considerada dano moral 
quando tiver causa uma agressão à sua dignidade". (in 
Programa de Responsabilidade, ed. Atlas, 2007, p. 76/77). 
 
Como se percebe, a doutrina consagra o entendimento de que o dano 
moral deve ser demonstrado, o que não ocorreu no caso em tela. Em não havendo tal 
demonstração, o pedido formulado na inicial caracteriza-se como indisfarçável meio de 
enriquecimento sem causa. 
 
 Afinal de contas, como asseveram Gabriel Stiglitz e Carlo Echevesti 
(Responsabilidade Civil, página 243): 
 
“um mal estar trivial, de escassa importância, próprio do risco 
cotidiano da convivência ou da atividade que o individuo 
desenvolva, nunca o configurarão”. 
 
Ora, o dano moral somente ingressará no mundo jurídico, desde que 
demonstre cabal grandeza no ato ofensivo a direito personalíssimo, sendo flagrante a 
inexistência, in casu, de danos morais a serem indenizados. 
 
 Desse modo, a Ré requer a V.Exa. se digne julgar totalmente improcedente o 
pedido Recorridal, ante à flagrante inexistência de danos. 
 
ALTERNATIVAMENTE 
QUANTIFICAÇÃO DOS SUPOSTOS DANOS MORAIS 
 
NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE 
 
De todo modo, na remota hipótese desse E. Tribunal considerar existente o 
dever de indenizar - o que se admite apenas em respeito ao princípio da 
eventualidade - a Recorrente está confiante de que a verba indenizatória será reduzida, 
em observância ao princípio da razoabilidade. 
 
 
 
10
Como se sabe, a indenização por dano moral tem por escopo propiciar ao 
ofendido condições de mitigar o sofrimento suportado e nada mais, ao contrário do que 
se depreende do valor fixado pelo juízo a quo. 
 
A fixação do quantum indenizatório por danos morais deve se pautar no 
binômio reparação do dano/sanção da conduta culposa. Quanto ao aspecto reparador, 
O SUPOSTO GRAU DE SOFRIMENTO NÃO JUSTIFICA O VALOR EXORBITANTE 
DA VERBA CONDENATÓRIA. 
 
É assinalável, nesse sentido, que ao julgador cabe apreciar e ponderar as 
provas constantes dos autos, com a finalidade de encontrar a justa medida do valor da 
indenização. Data maxima venia, não foi o que fez o MM. Juízo a quo, uma vez que 
fixou o quantum indenizatório em R$ 8.000,00 (oito mil reais), quantia esta, 
absolutamente exagerada. 
 
Em se tratando da reparação do dano moral, a verba indenizatória 
deve ser arbitrada moderadamente, uma vez que a sua finalidade não é por certo a 
de enriquecer indevidamente a pessoa do ofendido. 
 
Essa é a lição irretocável do eminente Ministro RAPHAEL DE BARROS 
MONTEIRO FILHO, do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, lastreado no ensinamento 
de nossos melhores jurisconsultos, o qual deita luzes sobre o tema: 
 
“A III Conferência Nacional de Desembargadores do 
Brasil, efetivada na Guanabara em dezembro de 1965, 
firmou entre as suas conclusões: ‘que o arbitramento do 
dano moral fosse apreciado ao inteiro arbítrio do Juiz, 
que, não obstante, em cada caso, deveria atender à 
repercussão econômica dele, à prova da dor e ao grau de 
dolo ou culpa do ofensor’ (cf. WILSON MELO DA SILVA, 
em ‘O dano moral e sua reparação’, 2ª edição, p. 365.) 
IRINEU ANTÔNIO PEDROTTI, acima citado, lembra que – 
‘O Juiz, ao apreciar o caso concreto submetido a exame 
fará a entrega da prestação jurisdicional de forma livre e 
consciente, à luz das provas que forem produzidas. 
Verificará as condições das partes, o nível social, o grau 
de escolaridade, o prejuízo sofrido pela vítima, a 
intencionalidade da culpa e os demais fatores 
concorrentes para a fixação do dano, haja vista que 
costumeiramente a regra do direito pode se revestir de 
flexibilidade para dar a cada um o que é seu’ (p. 982). 
Ainda é de ter-se presente que o Anteprojeto de Código 
de Obrigações de 1941 (OROZIMBO NONATO, 
 
 
11
HAHNAMANN GUIMARÃES e PHILADELPHO AZEVEDO) 
recomendava que a reparação por dano moral deveria ser 
moderadamente arbitrada. Essa moderação tem por 
finalidade evitar a perspectiva de lucro fácil e generoso, 
enfim, do locupletamento indevido. Há o Juiz de recorrer 
aos princípios da equidade, ao bom senso, ao “arbitrium 
boni viri”. A soma, como ressalta o Prof. CAIO MÁRIO DA 
SILVA PEREIRA (em “Responsabilidade Civil, 4ª edição, 
p. 60), não deve ser tão grande que se converta em fonte 
de enriquecimento.” (no artigo intitulado “Indenização do 
Dano Moral: Evolução, Jurisprudência”, publicado no 
Informativo Jurídico do Superior Tribunal de Justiça – 
Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, vol. 7, n.º 02, ano 1995, p. 
94/95). 
 
 Na égide pretoriana, são incontáveis os arestos que apregoam que a 
indenização por dano moral deve atender a ponderáveis critérios de eqüidade e 
moderação, de forma a evitar que se converta em captação de vantagem financeira 
excessiva e que expresse enriquecimento sem causa. 
 
 Desse modo, conclui-se que o Julgador, apesar de ter o poder de arbitrar o 
“quantum” indenizatório, não deve se distanciar do razoável, como o fez a Ilustre 
prolatora da r. sentença recorrida. 
 
 Sendo assim, a indenização por dano moral, ainda que mantida por 
essa Egrégia Turma, o que certamente não é o que se irá decidir ao final, não deve 
extrapolar os limites do bom senso e da moderação, sob pena de gerar para a 
Recorrida um ganho desproporcional e atentatório à ordem jurídica. 
 
Deste modo, caso essa Egrégia Turma considere existente o dever de 
indenizar, a Recorrente espera, ao menos, que seja reduzido o valor da condenação. 
 
CONCLUSÃO 
 
Pelo exposto, pede e espera que esta E. Turma acolha o presente 
recurso, dando-lhe integral provimento para reformar a r. sentença a quo, julgando 
os pedidos formulados na exordial, improcedentes. 
 
Caso não seja esse o entendimento de V. Exas., alternativamente 
pugna, ante ao princípio da eventualidade e proporcionalidade, que a indenização 
arbitrada a título de dano moral, seja consubstancialmente reduzida, por ser medida de 
justiça e de direito. 
 
 
 
12
A parte Ré, em atenção ao procedimento adotado por esse MM. Juízo, 
vem, respeitosamente perante V. Exa, indicar a Dra. ANDRESSA BARROS 
FIGUEREDO DE PAIVA, OAB/RJ 108.935, com endereço eletrônico 
intimacoeseletronicas.ccrc.rj@siqueiracastro.com.br, habilitada nestes autos como sua 
representante, para receber exclusivamente em seu nome todas as intimações 
eletrônicas expedidas por esse MM. Juízo no curso deste processo, excluindo qualquer 
outro patrono indicado anteriormente com esta finalidade. 
 
Requer ainda, que, sem prejuízo das intimações eletrônicas expedidas por 
este juízo, as decisões também sejam publicadas em órgão oficial de imprensa em 
nome do DR. HUGO FILARDI PEREIRA, OAB/RJ 120.550 e do DR. CARLOS 
ROBERTO SIQUEIRA CASTRO, OAB/RJ 20.283, em conjunto e exclusivamente, tudo 
para os fins previstos no artigo 106, I, do Novo Código de Processo Civil,esclarecendo 
também que receberá intimações à Praça Pio X, nº 15, 3º andar, Centro, Rio de 
Janeiro/RJ, sob pena de nulidade. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 27º de outubro de 2017. 
 
 
PALOMA VALUZUELA XAVIER 
OAB/RJ 178.506 
 
ANA PAULA DA SILVA 
OAB/RJ 202.065

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