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Demonstrações de Fluxo de Caixa

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Demonstração do
Fluxo de Caixa
Rio de Janeiro - abril de 2012
Curso online
ContabilBR Treinamentos
Conteúdo programático 
 
Apresentação 
 
Principais demonstrativos utilizados pela Contabilidade 
Balanço patrimonial 
Demonstração do resultado do exercício 
Demonstração do resultado abrangente 
Demonstração das mutações no patrimônio líquido 
Demonstração do Valor Adicionado 
 
Regime de competência versus regime de caixa 
 
Caixa e equivalentes-caixa 
 
Demonstração do fluxo de caixa 
 
Estrutura da demonstração do fluxo de caixa 
Atividades operacionais 
Atividades de investimento 
Atividades de financiamento 
 
Modelo de apresentação da DFC 
 
Métodos de elaboração 
O método direto 
O método indireto 
Apresentando os demonstrativos 
 
Metodologia 
O curso oferecido é desenvolvido no site ContabilBR.com (www.contabilbr.com), com aulas 
ministradas online. Como material de apoio serão enviados alguns textos avulsos sobre o tema, e 
abertas salas de discussão no site. 
Ao final do curso, será aplicado um teste para verificar o nível de aprendizado do aluno. 
Para um aprendizado mais eficaz, recomenda-se que esta apostila seja lida com antecedência. 
 
Bibliografia recomendada 
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2010. 
SILVA, José Pereira. Análise financeira de empresas. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Diário Oficial 
[da União], Brasília, 17 de dezembro de 1976, p. 1 (Suplemento). 
______. Pronunciamento CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Currículo resumido do instrutor 
 
Everton Santos Vasconcelos é pós-graduando em Gestão Financeira pela FGV, formado em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da UFRJ. Participou de palestras e 
consultorias pelo SEBRAE-RJ. Participou da XXII Semana de Iniciação Científica da UFRJ apresentando 
um trabalho sobre cultura organizacional da prefeitura da cidade de São João de Meriti. Entre 1996 e 
2002 foi professor de Geografia no pré-vestibular comunitário GRUCON, na Baixada Fluminense. 
 
É proprietário site ContabilBR.com (www.contabilbr.com) dedicado ao estudo de diversos temas 
contábeis. 
 
Atualmente é contador na Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro 
(Cedae). 
 
E-mail para contato: evertonvasconcelos@contabilbr.com 
 
 
Página | 3 
 
Sumário 
1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 4 
2. PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS UTILIZADOS PELA CONTABILIDADE ...................................... 5 
2.1 BALANÇO PATRIMONIAL ..................................................................................................... 5 
2.1.1 ATIVO ............................................................................................................... 6 
2.1.2 PASSIVO ............................................................................................................ 7 
2.1.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................................................................... 7 
2.1.4 ORIGEM E APLICAÇÃO.......................................................................................... 8 
2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE ........................................................... 8 
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE - DRA ......................................................... 10 
2.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) ................................... 12 
2.4.1 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) .......................... 12 
2.4.2 ESTRUTURA DA DMPL ...................................................................................... 12 
2.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA ................................................................ 13 
3. REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA.......................................................... 15 
4. CAIXA E EQUIVALENTES-CAIXA ............................................................................................... 19 
5. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .................................................................................. 21 
6. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ........................................................ 22 
6.1 ATIVIDADES OPERACIONAIS ............................................................................................... 22 
6.2 ATIVIDADES DE INVESTIMENTO .......................................................................................... 23 
6.3 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ........................................................................................ 23 
7. O MODELO DE APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 25 
8. MÉTODOS DE ELABORAÇÃO ................................................................................................... 27 
8.1 MÉTODO DIRETO ............................................................................................................. 27 
8.2 MÉTODO INDIRETO........................................................................................................... 29 
8.2.1 TÉCNICA DE ELABORAÇÃO .................................................................................. 29 
8.3 APRESENTANDO AS DFCS .................................................................................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página | 4 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 Administrar uma empresa não é uma tarefa das mais fáceis, são inúmeros detalhes que 
precisam ser considerados para que a atividade empresarial dure por muito tempo. Os fatores que 
evidenciam o sucesso de uma empresa são muitos, mas podemos destacar a administração 
financeira como a principal delas. Uma empresa pode operar com prejuízos por algum tempo, mas 
não resistirá por muito tempo se não houver dinheiro em caixa para garantir suas atividades. 
Portanto, lucro e dinheiro, necessariamente, não são a mesma coisa. Este é um conceito 
fundamental que deve ter quem deseja administrar uma empresa e entender a importância da 
Demonstração do Fluxo de Caixa. 
 Num mundo empresarial cada vez mais competitivo, quem tiver acesso rápido e fácil à 
informação terá uma vantagem enorme sobre os concorrentes. Saber usar esta informação pode 
significar a diferença entre sucesso e fracasso de um projeto. Neste sentido, a Demonstração do 
Fluxo de Caixa (DFC) é um tipo de relatório que suprirá os tomadores de decisões com informações 
financeiras atuais. Não somente os administradores podem se valer das informações da DFC, 
investidores, bancos, fornecedores podem analisar o que é demonstrado, o que lhes permitirá tirar 
suas próprias conclusões sobre a organização. 
 O objetivo deste curso é oferecer aos participantes subsídios suficientes para elaboração e 
interpretação das informações divulgadas numa DFC. O objetivo deste relatório é condensar toda a 
movimentação de recursos financeiros de uma empresa independente de seu tamanho, 
complexidade ou em qual ramo econômico esteja inserido. Através da DFC pode se identificar a 
política de administração financeira empregada em uma organização, permitindo até medir a eficácia 
de seus diretores. Ao final deste curso, espera-se que o participante tenha a capacidade de 
identificar as relações da DFC com outros relatórios contábeis, bem como possa identificar a política 
de administração de recursos financeiros de uma empresa.Página | 5 
 
2. PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS UTILIZADOS PELA CONTABILIDADE 
 A Contabilidade não é uma ciência nova, ela nasce junto com a necessidade que o 
homem tem de cuidar do seu patrimônio. Atribui-se a Lucca Paccioli a criação do método das 
partidas dobradas, a base da Contabilidade que conhecemos, mas se pudermos fazer uma pequena 
digressão, podemos imaginar que a Contabilidade surge quando o homem deixa de ser nômade e 
passa a plantar e a criar animais para o seu sustento. Deveria haver alguma forma deste, se assim 
podemos dizer, novo homem camponês controlar a quantidade de cabras existente em seu rebanho, 
que poderia ser – imaginando – assumir que cada pedrinha, ou pedaço de madeira ou seja lá o que 
for, corresponda a uma cabra de sua propriedade. Isso não poderia marcar o início da Contabilidade? 
 Retornando aos tempos atuais, veremos os principais demonstrativos usados pela 
Contabilidade no cumprimento de uma de suas principais missões, que é controlar e oferecer 
subsídios para análise das variações ocorridas no patrimônio de uma empresa. Abordaremos neste 
tópico os seguintes demonstrativos, todos com divulgação obrigatória para empresas brasileiras: 
• Balanço Patrimonial; 
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração do Resultado Abrangente 
(DRA); 
• Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL); 
• Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC); 
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
 
Como o objetivo deste curso é uma abordagem mais detalhada na DFC, não a abordaremos neste 
tópico de apresentação dos demais demonstrativos. A Demonstração do Fluxo de Caixa será 
abordada mais à frente de maneira pormenorizada. Por enquanto, vamos começar pelo Balanço 
Patrimonial. 
 
2.1 BALANÇO PATRIMONIAL 
 Vamos nos valer da definição encontrada na belíssima obra Manual de Contabilidade 
Societária (Iudícibus, 2010): “o balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e 
patrimonial da empresa em determinada data, apresentando, portanto, uma posição estática”. 
Certamente, o balanço patrimonial é o demonstrativo contábil mais conhecido juntamente com a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A Lei 6.404/76 estabelece em seus artigos 176 e 178 
a obrigatoriedade e forma de organização do balanço patrimonial, que é dividido em dois grupos de 
contas, a saber: 
 
 
 
Página | 6 
 
 
• Ativo; 
• Passivo mais Patrimônio Líquido; 
 
No Ativo estarão classificadas as contas que representam bens e direitos da empresa. No Passivo, 
teremos as obrigações para com terceiros. Por fim, encontramos no Patrimônio Líquido os valores 
que os sócios investiram na constituição do negócio. Basicamente, um balanço patrimonial pode ser 
representado desta forma: 
 
ATIVO 
 
 
 
PASSIVO 
 
Contas têm seus saldos aumentados com lançamentos a 
crédito e diminuídos com lançamentos a débito. 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Contas têm seus saldos aumentados com lançamentos a 
débito e diminuídos com lançamentos a crédito. 
Contas têm seus saldos aumentados com lançamentos a 
crédito e diminuídos com lançamentos a débito. 
Tabela 1 – modelo básico de um balanço patrimonial 
 
2.1.1 ATIVO 
 Dentro do Ativo as contas são classificadas em ordem decrescente de liquidez, isto é, 
serão classificadas das mais rapidamente conversíveis em dinheiro para as menos conversíveis. Para 
facilitar o entendimento, a Lei 6.404/76 estabelece que as contas contábeis sejam classificadas 
segundo critérios que facilitem a análise da situação financeira da companhia. Em outras palavras, as 
contas contábeis serão classificadas em subgrupos. Com as mudanças implementadas pela Lei 
11.638/2007 e a Medida Provisória n.º 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, o Ativo se 
subdivide da seguinte forma: 
• Ativo circulante; 
• Ativo não-circulante; 
o Ativo realizável a longo prazo; 
o Investimentos; 
o Imobilizado; 
o Intangível. 
 
 
 
Página | 7 
 
 No Ativo Circulante encontramos as disponibilidades, os direitos realizáveis até o 
final do exercício subsequente, bem como as despesas pagas antecipadamente, que serão 
apropriadas também até o final do exercício subsequente (art. 179, da Lei 6.404/76). 
 No Ativo Não-circulante temos os bens e os direitos realizáveis após o final do 
exercício subsequente classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo. Entendemos como 
Investimentos os valores que a empresa aplica em outras sociedades, em aplicações financeiras que 
não se enquadram no Ativo Circulante1
 O Ativo representa onde a empresa aplicou seus recursos de origem de terceiros ou 
dos próprios sócios. 
. Dando continuidade, encontramos os grupos Imobilizado e 
Intangível. Enquanto este se destina a classificar os valores de bens incorpóreos destinados à 
manutenção das atividades empresariais – marcas a patentes são exemplos de bens que podem 
figurar neste grupo, aquele tem a mesma finalidade, classificando apenas os bens corpóreos. Estas 
mudanças foram implementadas recentemente como parte das primeiras ações para adequar a 
Contabilidade brasileira ao padrão internacional. 
 
2.1.2 PASSIVO 
 O Passivo se subdivide semelhantemente ao Ativo, isto é, em Passivos Circulantes e 
Não-circulantes. No Circulante classificamos em ordem descrente de exibilidade as obrigações que 
vencerem até o final do exercício subseqüente. No Passivo Não-circulante, as obrigações exigíveis 
após o final do exercício subseqüente (Cf. art. 180, Lei 6.404/76). 
 
2.1.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 O Patrimônio Líquido é a diferença entre o Ativo e o Passivo, representando o valor 
investido pelos sócios no empreendimento. 
 Este grupo também sofreu alterações recentes. Desde então passou a ser subdividido 
em: 
• Capital Social; 
• Reservas de Capital; 
• Ajustes de Avaliação Patrimonial; 
• Reservas de Lucros; 
• Ações em Tesouraria, e; 
• Prejuízos Acumulados. 
 
1 Na maioria dos casos, as aplicações financeiras classificadas no Ativo Não-circulante são aplicações em títulos 
públicos, ações, fundos de investimento ou quaisquer outros valores que a empresa decida manter por algum 
tempo sem utilizá-lo em suas atividades operacionais. 
 
 
Página | 8 
 
 Como o objetivo deste curso não é entendermos em pormenores a estrutura do 
balanço patrimonial, não detalharemos as características do Patrimônio Líquido. 
 
2.1.4 ORIGEM E APLICAÇÃO 
 O Balanço Patrimonial também pode ser empregado para representar a origem dos 
recursos e suas aplicações. É importante não confundir este conceito com o da DOAR. As contas do 
lado do Ativo representam onde os recursos foram aplicados, se em investimentos, se em compra de 
imobilizado entre outros. Já no Passivo temos a origem, que pode ser de capital de terceiros (passivo 
circulante ou não-circulante) ou de capital de próprio (recursos pertencentes aos sócios, classificados 
no Patrimônio Líquido). Abaixo o balanço patrimonial do Sport Club Corinthians Paulista, divulgado 
em 2011. 
 
 
Figura 1 – balanço patrimonial do Sport Club Corinthians Paulista 
 
2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE 
 A DRE é um demonstrativo contábil onde encontramos informações pertinentes às 
operações realizadas pela empresa num dado período. Sua principal função é destacar o resultado 
 
 
Página | 9 
 
líquido do período em destaque, quer seja ele prejuízo ou lucro. A forma de apresentação da DRE 
está tipificada no artigo 187 da Lei 6.404/76, como podemos ver abaixo: 
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: 
 I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas,os 
abatimentos e os impostos; 
 II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
 III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, 
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o 
imposto; 
 VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se 
caracterizem como despesa; 
 VII - o lucro ou prejuízo líquido o exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: 
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da 
sua realização em moeda; e 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. (BRASIL. Lei n.° 6.404/76, 
15 de dezembro de 1976). 
 
 
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis) sugere como as 
informações devem ser apresentadas na Demonstração do Resultado do Exercício, que será usado 
em nosso País: 
 
Receitas XXXXXXXXXXXX 
Custo dos produtos e serviços vendidos (XXXXXXXXXXXX) 
Lucro bruto XXXXXXXXXXXX 
Outras receitas XXXXXXXXXXXX 
Despesas de vendas (XXXXXXXXXXXX) 
Despesas administrativas (XXXXXXXXXXXX) 
Outras despesas (XXXXXXXXXXXX) 
Resultados antes dos tributos XXXXXXXXXXXX 
Tabela 2 – modelo de apresentação da DRE 
 
 Tanto receitas quanto despesas devem ser classificadas na DRE respeitando o regime 
de competência, que obriga sempre a contabilização das receitas mesmo que não recebidas e das 
despesas sem que tenham sido incorridas. Podemos concluir, então, que a Demonstração do 
 
 
Página | 10 
 
Resultado do Exercício é destinada a informações econômicas do que financeiras propriamente. Na 
próxima página, uma DRE da Companhia Brasileira de Distribuição, mais conhecida como Grupo Pão 
de Açúcar. 
 
Companhia Brasileira de Distribuição - CBD 
 Demonstração de Resultado do Exercício – Consolidado 
 
Em R$ mil 
Descrição 01/07/2011 a 30/09/2011 
01/01/2011 a 
30/09/2011 
01/07/2010 a 
30/09/2010 
01/01/2010 a 
30/09/2010 
 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 11.085.070 33.223.643 7.108.206 21.057.893 
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -8.000.370 -24.303.047 -5.356.121 -16.000.397 
Resultado Bruto 3.084.700 8.920.596 1.752.085 5.057.496 
Despesas/Receitas Operacionais -2.578.690 -7.560.676 -1.364.811 -4.069.392 
Despesas com Vendas -1.939.253 -5.741.922 -1.071.888 -3.180.363 
Despesas Gerais e Administrativas -423.484 -1.232.681 -187.267 -572.412 
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos 0 0 0 0 
Outras Receitas Operacionais -1.936 -43.332 -9.841 27.990 
Outras Despesas Operacionais -225.293 -567.248 -107.070 -396.370 
Resultado de Equivalência Patrimonial 11.276 24.507 11.255 51.763 
Res. Antes do Res. Fina e dos Tributos 506.010 1.359.920 387.274 988.104 
Resultado Financeiro -327.929 -989.666 -187.727 -465.501 
Receitas Financeiras 171.447 443.620 85.283 227.540 
Despesas Financeiras -499.376 -1.433.286 -273.010 -693.041 
Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 178.081 370.254 199.547 522.603 
Imp. Renda e Contr. Social sobre o Lucro -50.570 -45.762 -64.233 -161.197 
Corrente -31.790 -67.728 -23.574 -28.610 
Diferido -18.780 21.966 -40.659 -132.587 
Resultado Líquido das Operações 
Continuadas 127.511 324.492 135.314 361.406 
Resultado Líquido de Operações 
Descontinuadas 0 0 0 0 
Lucro/Prejuízo Líquido das Operações Descontinuadas 0 0 0 0 
Ganhos/Perdas Líquidas sobre Ativos de Operações 
Descontinuadas 0 0 0 0 
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 127.511 324.492 135.314 361.406 
Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 133.454 356.894 135.537 365.916 
Atribuído a Sócios Não Controladores -5.943 -32.402 -223 -4.510 
Lucro por Ação - (Reais / Ação) 0 0 0 0 
Lucro Básico por Ação 0 0 0 0 
Lucro Diluído por Ação 0 0 0 0 
 Tabela 3 – Demonstração do Resultado do Exercício 
 
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE - DRA 
 Seguindo tendências contábeis internacionais, no Brasil, desde a publicação do 
Pronunciamento n.° 26, as empresas estão obrigadas a elaborar a Demonstração do Resultado 
Abrangente – DRA. Trata-se de um demonstrativo que apresenta receitas, despesas e outras 
 
 
Página | 11 
 
mutações que afetam o patrimônio líquido, sem terem sido reconhecidas ainda (Iudícibus, 2010) na 
DRE. De acordo com o Pronunciamento Técnico n.º 26, a DRA deverá conter os seguintes itens: 
• Variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente; 
• Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos 
conforme o item 93-A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a empregados; 
• Ganhos e perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de operações no 
exterior; 
• Ajustes de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração de ativos 
financeiros disponíveis para venda; e 
• Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de 
instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa. 
 
 
Figura 2 – Demonstração de Resultado Abrangente da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. 
 
 Apesar de as regras internacionais permitirem a divulgação deste demonstrativo 
como continuidade da DRE, o Pronunciamento Técnico CPC 26 – apresentação das demonstrações 
contábeis determina que no Brasil a DRA seja um relatório à parte, podendo ser publicado em 
separado como outros demonstrativos ou, seguindo o que sugere o próprio Pronunciamento, como 
 
 
Página | 12 
 
parte integrante das Demonstrações de Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL), nosso próximo 
assunto. 
 
2.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) 
 A elaboração e conseqüente publicação deste demonstrativo não constam como 
obrigatórias na Lei 6.404/76. No entanto, o Pronunciamento Técnico CPC 26 estabelece que a DMPL 
faz parte do conjunto completo de demonstrações contábeis2
 A DMPL é de grande importância para a análise das inter-relações entre as contas 
que compõem o Patrimônio Líquido. A estrutura deste demonstrativo permite observar com clareza 
aumentos ou diminuições nos saldos das contas, auxiliando aos usuários da informação a entender 
melhor a postura dos gestores da empresa com relação aos lucros auferidos num determinado 
período. 
. 
 
2.4.1 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) 
 O artigo 186, da Lei 6.404/76 obriga as sociedades a elaborarem a DLPA, sobretudo 
para que os interessados possam analisar as variações ocorridas pela reversão de reservas, ajustes de 
exercícios anteriores, cálculo de dividendos etc. A divulgação desta demonstração pode ser feita 
dentro da DMPL, como mostra o § 2.º do artigo já citado: “a demonstração de lucros ou prejuízos 
acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída 
na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada pela companhia”. A empresa 
pode optar por não divulgar a DLPA, desde que na DMPL exista uma coluna denominada lucros e 
prejuízos acumulados. 
 
2.4.2 ESTRUTURA DA DMPL 
 Basicamente a DMPL é uma tabela onde as colunas representam as contas (ou 
grupos de contas) que compõem o Patrimônio Líquido. Nas linhas encontramos os eventos e os 
valores que alteraram os saldos iniciais registrados. As colunas, então, terão as seguintes 
nomenclaturas:• Capital; 
• Reservas de capital; 
• Reservas de lucro; 
• Reservas de reavaliação (quando a legislação permitir); 
 
2 O item de n.º 10 do Pronunciamento Técnico CPC 26 informa que o conjunto completo de demonstrações 
contábeis é composto por: balanço patrimonial; demonstração do resultado do período; demonstração do 
resultado abrangente do período; demonstração das mutações no patrimônio líquido; demonstração do fluxo 
de caixa; demonstração do valor adicionado e notas explicativas. 
 
 
Página | 13 
 
• Ajustes de avaliação patrimonial; 
• Lucros ou prejuízos acumulados. 
Visando a enriquecer ainda mais a análise deste demonstrativo, o CPC 26 estabelece a utilização de 
mais três colunas: resultados abrangentes, patrimônio líquido dos sócios e participação dos não 
controladores no Patrimônio Líquido da controlada. As empresas que optarem por divulgar a 
Demonstração do Resultado Abrangente dentro da DMPL deverão incluir mais uma coluna 
evidenciando o resultado abrangente da companhia. O exposto será melhor compreendido quando 
analisado o exemplo abaixo. 
Capital Social 
Integralizado
Reservas de 
capital, opções 
outorgadas e 
ações em 
tesouraria
Reservas de 
lucros
Lucros ou 
prejuízos 
acumulados
Outros 
resultados 
abrangentes
Patrimônio 
Líquido dos 
sócios da 
Controladora
Participação dos 
não 
controladores no 
Pat. Líq. Das 
Controladas
Patrimônio 
Líquido 
Consolidado
Demonstração do 
resultado 
abrangente total 
da companhia
1.000.000 80.000 300.000 - 270.000 1.650.000 158.000 1.808.000 -
50.000 (50.000) (100.000) - - 350.000 32.000 382.000 -
- (7.000) - - - (7.000) - (7.000) -
- 30.000 - - - 30.000 - 30.000 -
- (20.000) - - - (20.000) - (20.000) -
- 60.000 - - - 60.000 - 60.000 -
- - - (162.000) (162.000) (13.200) (175.000) -
251.000 18.800 269.800 -
- - - - (60.000) (60.000) - (60.000) (60.000)
20.000 20.000 - 20.000 20.000
- - - - 24.000 24.000 6.000 30.000 30.000
- - - - 260.000 260.000 - 260.000 260.000
(90.000) (90.000) - (90.000) (90.000)
154.000 154.000 6.000 160.000 160.000
- - - - 10.600 10.600 - 10.600 10.600
- - - 78.800 (78.800) - - - -
(26.800) 26.800 - - - -
10.600 - 10.600 10.600
- - - 250.000 - 250.000 22.000 272.000 272.000
- - 140.000 (140.000) - - - - -
1.500.000 93.000 340.000 - 382.600 2.315.600 204.800 2.520.400 442.600
28.000
414.600
Ajustes de conversão do período
Saldos iniciais
Aumento de capital
Gastos com emissão de ações
Opções outorgadas reconhecidas
Ações em tesouraria adquiridas
Ações em tesouraria vendidas
Divindendos
Transações de capital com os sócios
Ajustes Instrumentos financeiros
Tributos s/ ajustes instr. Financeiros
Equiv. Patrim. S/ ganhos abrang. De coligadas
Tributos s/ ajustes de conversão do período
Ajustes de Instrum. Financ. Reclassificado p/ 
Resultado
Realização da Reserva de Reavaliação
Tributos sobre a Realização da Reserva de 
Reavaliação
Lucro líquido do período
Constituição de reserva
Saldos finais
Resultado Abrangente dos Não Controladores
Resultado Abrangente dos Sócios da Controladora
Outros resultados abrangentes
Reclassificação de Resultados Abrangentes
 
Figura 3 – Padrão de DMPL adotado pelo CPC n.° 26 
 
2.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA 
 A DVA só teve sua elaboração e publicação obrigatórias após a alteração da Lei 
6.404/76. Antes, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) apenas incentivava as empresas a 
divulgarem este demonstrativo. O item II, do art. 188, da Lei 6.404/76, nos diz o que deve compor a 
DVA: “o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a geração desta riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo 
e outros, bem como a parcela de riqueza não distribuída”. Para Iudícibus , a DVA “é um relatório 
voltado para prestar informações macroeconômicas, que podem ser usadas por diversos setores 
econômicos das sociedade” - (Iudícibus, 2010, p. 881). 
 Trocando em miúdos, a função da DVA é nos mostrar a diferença entre o total das 
receitas obtidas e os insumos adquiridos somados à depreciação do período. O resultado encontrado 
é o que o foi agregado pela empresa ao produto ou serviço prestado. Esta demonstração é publicada 
no Brasil da seguinte forma, subdividida em 8 grupos de informações: 
 
 
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Tabela 4 – Demonstração do Valor Adicionado 
 
A DVA tem uma estrita relação com a DRE como é facilmente observado no quadro acima. Sempre as 
informações devem contemplar dois períodos seguidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA 
 Um dos valores que mais interessam a quem analisa uma empresa é aquele que 
representa o lucro, facilmente encontrado na DRE. Este valor pode ser chamado de resultado do 
período. Este resultado pode dizer ao analista muito sobre a forma de como a empresa é dirigida, 
espera-se que ele seja sempre positivo (lucro). Se assim for, a empresa realizará suas atividades por 
muito tempo? É ruim dizer isso, mas está totalmente enganado quem pensa que somente o lucro 
pode indicar o sucesso e longevidade de um negócio. Mesmo o resultado sendo positivo, a empresa 
pode estar mal financeiramente. Este pequeno exemplo ilustrará bem o assunto: 
 
Em 2011, a empresa Copacabana inicia suas atividades. Supondo não 
haver gastos pré-operacionais nem impostos, o balanço da empresa 
em 31/12/2011 seria o que se segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As atividades operacionais transcorrem durante todo o mês de 
janeiro/2012. No dia 31, temos a seguinte DRE: 
 
 
 
 
 
 
Copacabana Comercial de Frios Ltda 
 Balanço Patrimonial em 31/12/2011 
 ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Disponível 1.000 Fornecedores 5.000 
Mercadorias 5.000 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo não Circulante 
 
 
 
 
Imobilizado 1.000 
 
 
 
 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 Capital 
 
2.000 
 
Total 7.000 Total 7.000 
 
 Tabela 5 – Balanço Patrimonial fictício 
Copacabana Comercial de Frios Ltda 
 Demonstração do Resultado do Exercício em 31/01/2012 
Receita Operacional Bruta 
 
10.000 
Custo das mercadorias vendidas - CMV (5.000) 
Resultado Operacional Bruto 
 
5.000 
Salários (3.000) 
Resultado Líquido do Exercício 2.000 
Tabela 6 –DRE fictícia 
 
 
Página | 16 
 
 
Com o lucro de $ 2.000 apurado, o balanço patrimonial seria assim 
atualizado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 7 - Balanço Patrimonial fictício atualizado 
 
Observe que novas contas surgiram no balanço. No lado do Ativo, 
temos a contas a receber, no valor de $ 10 mil. No Passivo, temos a 
conta de salários a pagar, no valor de $ 3.000, e no Patrimônio Líquido, 
a conta reserva de lucros a realizar, totalizando $ 2.000. 
 
As novas contas representam as transações ocorridas no mês de janeiro. A conta contas a receber 
mostra que toda a receita das vendas não foi paga a vista, sendo financiada pela empresa. Já a conta 
salários a pagar representa uma obrigação a ser cumprida no curto prazo. No Patrimônio Líquido, a 
conta Reservas de lucros indica que lucros ainda não realizados. Todas as novas contas possuem a 
mesma peculiaridade, isto é, ou totalizam valores ainda não recebidos ou não pagos pela 
Copacabana Ltda. 
 Temos agora subsídios suficientes para compreender as diferenças entre o resultado 
financeiro e oeconômico. Pela simples DRE apresentada, o resultado econômico foi de $ 2.000 – não 
vamos discutir aqui se o resultado foi bom ou ruim – que nos leva a analisarmos um conceito muito 
importante na Contabilidade: o regime de competência. Neste regime, os fatos contábeis devem ser 
registrados no momento em que acontecem independentemente de ter havido desembolso ou 
ingresso de dinheiro na conta de disponibilidades. 
Copacabana Comercial de Frios Ltda 
 Balanço Patrimonial em 31/01/2012 
 ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Disponível 1.000 Fornecedores 5.000 
Cta. Receber 10.000 Salários a pagar 3.000 
 
 
 
 
 
Ativo não Circulante 
 
 
 
 
Imobilizado 1.000 
 
 
 
 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 Capital 
 
2.000 
 
 Reservas de lucros 
 
2.000 
Total 12.000 Total 12.000 
 
 
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 A contabilidade praticada no Brasil, recomendada pela legislação do Imposto de 
Renda, é estruturada segundo o regime de competência. Assim, receitas de vendas são registradas 
no sistema contábil mesmo sem terem sido recebidas. De modo semelhante, as despesas também 
são registradas mesmo sem o desembolso de caixa. Vamos a dois exemplos sobre este regime: 
 
Receita de vendas 
No ato das vendas, se o comprador optar pelo pagamento a prazo, o registro na 
contabilidade seria: 
 D Contas a receber 
 C Receita de vendas. 
 
A venda não implicará em ingresso de recursos na conta de disponibilidades, 
mas sim em contas a receber. Só haverá a entrada de recursos no caixa 
conforme os clientes forem quitando suas dívidas. Neste caso, o saldo de contas 
a receber diminuirá enquanto o de disponibilidades aumentará. 
 
Pagamento de contas de serviços delegados 
 D Despesas com eletricidade 
 C Contas a pagar 
 
Normalmente, serviços delegados tais como telefonia, fornecimento de água ou 
eletricidade são prestados dentro do mês, sendo o pagamento programado para 
o mês seguinte. A Contabilidade registrará a despesa numa conta apropriada, 
tendo como contrapartida outra conta que represente uma obrigação para 
quitação futura. Somente na data oportuna ocorrerá o desembolso de dinheiro 
e a diminuição do saldo de contas a pagar. 
 
 Caso um pouco diferente é o do pagamento de seguros contratados. O pagamento 
ocorre no ato da contratação do serviço, oportunidade em que é efetuado o registro da transação na 
contabilidade. Contratos de seguros costumam cobrir o período de um ano, ou seja, o pagamento é 
feito sem que todo o período tenha transcorrido. Assim, ocorre uma antecipação de despesas. O 
lançamento contábil pode ser desta forma: 
 D Despesas a apropriar – seguros contratados 
 C Disponibilidades 
 
 
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 No decorrer do período de cobertura do seguro, as despesas já pagas 
antecipadamente serão incorridas, diminuindo o saldo da conta despesas a apropriar. A 
contrapartida pode ser vista no lançamento abaixo: 
 D Despesas com seguro 
 C Despesas a apropriar 
 
 O segundo conceito que abordaremos agora é o regime de caixa, em que tanto as 
receitas quanto as despesas são registradas no momento do desembolso financeiro. Desta forma, 
retornando ao exemplo da Copacabana, não teríamos demonstração do resultado no mês de 
janeiro/2012, pois as despesas só serão pagas no mês seguinte. O mesmo aconteceria com as 
receitas, pois sua totalidade foi contabilizada em contas a receber – nem mesmo o custo das 
mercadorias vendidas (CMV) como conhecemos seria apurado no ato da venda. 
 O regime de caixa tem uma sistemática mais simples que o de competência, sua 
utilização é mais recomendada na criação de relatórios gerenciais e na própria elaboração da DFC. 
 Como se pôde observar os dois regimes contábeis geram resultados bem diferentes. 
Qual dos dois é o correto? Ambos! A diferença é que enquanto no regime de competência receitas e 
despesas são contabilizadas no momento da tradição, isto é, quando da entrega ou recebimento do 
bem ou serviço, no regime de caixa os registros só ocorrerão quando houver a movimentação de 
dinheiro. Mesmo assim, fiscalmente falando, o regime de competência deve ser utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página | 19 
 
 
 
4. CAIXA E EQUIVALENTES-CAIXA 
 Caixa, disponível ou disponibilidades? Qual é a forma mais correta de nomear os 
recursos financeiros à disposição de uma empresa? A princípio os três termos podem ser utilizados 
normalmente, mas a partir de agora usaremos com maior frequência o termo caixa, nos valendo da 
definição encontrada no item n.º 6, do Pronunciamento Técnico n.º 03 – Demonstração do Fluxo de 
Caixa: “caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis”. Não só 
numerário em espécie pode ser considerado como caixa. Cheques ainda não depositados, pagáveis 
imediata e irrestritamente, são também considerados caixa. Caso seja detectada alguma diferença 
entre os valores das contas bancárias registradas na Contabilidade e o efetivo valor encontrado no 
extrato bancário, recomenda-se a execução de uma conciliação bancária. 
 Antes de falarmos mais sobre equivalentes-caixa, saibamos como o Pronunciamento 
Técnico n.° 03 classifica este termo: “equivalentes-caixa são aplicações financeiras de curto prazo3
 Durante as atividades normais, uma empresa poderá possuir sobras de dinheiro em 
seu caixa, uma boa gestão financeira recomenda que estas sobras sejam aplicadas em algum 
investimento que as proteja dos efeitos da inflação, mantendo seu poder de compra. Estes valores 
quando investidos são chamados de equivalentes-caixa se cumprirem o que foi escrito no parágrafo 
anterior. Um tipo de investimento que pode ser enquadrado como equivalente-caixa é a bem 
conhecida caderneta de poupança
, 
alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão 
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor”. 
4
 Os valores a descoberto registrados em contas correntes da empresa, sobretudo 
após a utilização de cheques especiais ou contas correntes garantidas são considerados como 
equivalentes-caixa. Apesar de serem considerados como empréstimos concedidos por bancos, estes 
. Qualquer outro título que seja pré-fixado e tenha seu 
vencimento em até 90 dias pode ser uma alternativa a investir na caderneta de poupança. Títulos 
pós-fixados, mesmo com prazo de vencimento semelhante, podem não ser classificados como 
equivalentes-caixa, pois poderemos não possuir meios precisos para mensurar as perdas com 
segurança, caso estas vierem a ocorrer. Lembremos que o investimento não deve ter perda 
significativa de valor. 
 
3 Curto prazo deve ser entendido como um período de até 90 dias. 
4 Os valores depositados numa caderneta de poupança só são valorizados ao final de 30 dias. Se uma caderneta 
for aberta com o valor de R$ 100 no dia 1.º de um dado mês e tiver seu encerramento feito no dia 27, o valor 
final do investimento serão os mesmos R$ 100, sem nenhuma remuneração. 
 
 
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saldos a descoberto se relacionam com a administração do caixa da empresa, muito pelo fato de os 
valores oferecidos pelos bancos flutuarem muito rapidamente entre os saldos devedor e credor. 
 Para a interpretação e confecção da DFC não importam as inter-relações entre os 
itens de caixa e seus equivalentes. O item de n.º 09 do CPC 03 nos diz que as movimentações entre 
caixa e seus equivalentes não são relativas às atividades operacionais da empresa, são, na verdade, 
atividades de gestão de caixa, que têm como o principalobjetivo investir os excessos de recursos 
financeiros. Portanto, valores que transitarem entre o caixa e seus equivalentes não causam 
mudança no total de recursos. Ou seja, caixa e seus equivalentes podem ser chamados somente de 
caixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) tem como objetivo principal auxiliar 
interessados na compreensão dos fluxos de entrada e saída de dinheiro à disposição de uma 
organização. A DFC é subdividida em três partes: 
• Atividades operacionais; 
• Atividades de investimentos; 
• Atividades de financiamento. 
 
 Antes da publicação da Lei 11.638/2007, a elaboração e divulgação da DFC não eram 
obrigatórias para a maioria das empresas brasileiras5
 A destinação principal da DFC é fornecer aos usuários de informações financeiras, 
subsídios suficientes para avaliar a gestão de caixa, avaliar se a empresa possui capacidade para 
honrar seus compromissos e, o que é mais importante, a possibilidade de geração futura de fluxos 
positivos de caixa. Este é um relatório com características totalmente gerenciais. 
. As companhias eram obrigadas a publicar a 
DOAR (Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos). Enquanto este relatório preocupa-se 
com as variações do capital circulante líquido (CCL), aquele tem como ponto de partida o fluxo de 
entrada e saída de dinheiro. 
 Apesar de ser bem abrangente, o Pronunciamento CPC n.º 03 não estabelece um 
modelo de apresentação da DFC. No texto deste documento, são dedicados três tópicos à forma de 
apresentação das informações sem, no entanto, descrever em pormenores como é o modelo do 
relatório. Convencionou-se utilizar o modelo FAS 95, que conheceremos oportunamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 A elaboração da DFC era obrigatória para empresas do setor elétrico e para empresas participantes do Novo 
Mercado, da Bovespa. 
 
 
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6. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
6.1 ATIVIDADES OPERACIONAIS 
 Este é o primeiro grupo da DFC, aqui serão classificadas todas as entradas e saídas de 
caixa e de equivalentes-caixa relacionadas às atividades operacionais. Os valores aqui encontrados 
são um excelente termômetro para medir a capacidade de gerar fluxos de caixa que serão utilizados 
na quitação de empréstimos, pagamento de dividendos, além de poder realizar investimentos sem 
recorrer a financiamentos de terceiros, o que pode ser extremamente vantajoso. 
 O grupo atividades operacionais tem uma forte relação com a demonstração do 
resultado do exercício, mais tarde entenderemos melhor. 
 São tipos de entradas operacionais: 
• Recebimento de vendas de mercadorias ou prestação de serviços; 
• Recebimento de royalties, honorários, comissões ou outras receitas; 
• Recebimento de juros sobre empréstimos concedidos; 
• Recebimento de juros sobre aplicações financeiras em outras entidades – 
neste caso, equivalentes-caixa; 
• Recebimento de dividendos e juros sobre o capital próprio ou pela 
participação no patrimônio de outras empresas; 
• Qualquer outro recebimento não enquadrado em atividades de 
financiamento nem de investimento. 
 
São tipos de saídas operacionais: 
• Pagamento a fornecedores referente a compra de mercadorias ou matérias-
primas; 
• Pagamento a fornecedores por insumos utilizados na prestação de serviços; 
• Pagamento de tributos (federais, estaduais ou municipais) desde que 
relacionados às atividades operacionais; 
• Pagamentos de salários e encargos de funcionários; 
• Pagamentos de juros de financiamentos obtidos. 
 
Antes de prosseguirmos é preciso fazer duas observações mencionadas no Pronunciamento n.º 03. O 
item n.º 14 faz referência a receitas obtidas com venda de imobilizado, que devem ser propriamente 
 
 
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classificadas em atividades de investimentos. Isso não ocorre, porém, no caso tipificado no item 68-
A da NBC TG 27 Ativo Imobilizado. As receitas provindas da venda de imobilizado, que antes eram 
destinados a aluguel para terceiros, são classificadas como atividades operacionais. Como exemplo, 
temos a venda de carros destinados a aluguel6
 
. 
6.2 ATIVIDADES DE INVESTIMENTO 
 Classificam-se neste grupo os dispêndios de recursos realizados pela entidade 
visando à geração de lucros e fluxos de caixa no futuro. 
 São exemplos de entradas: 
• Recebimentos advindos da venda de imobilizado, intangível e de outros 
ativos não circulantes utilizados na produção; 
• Recebimento pela venda de participações em outras empresas; 
• Resgates de aplicações financeiras com prazo maior que 90 dias; 
• Recebimento de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de 
empréstimos concedidos a terceiros. 
 São consideradas saídas: 
• Compra de imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo; 
• Empréstimos feitos a terceiros, excetuando-se aqueles feitos junto a 
instituições financeiras; 
• Pagamentos para a quitação de instrumentos patrimoniais ou instrumentos 
de dívida de outras entidades e participações societárias em joint venture. 
 
6.3 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 
 Durante o curso normal de suas atividades, uma empresa pode necessitar de capital 
para suprir suas necessidades. Este capital pode ter origem própria ou de terceiros. 
 São exemplos de entradas de financiamento: 
• Recebimento de empréstimos provindos de instituições financeiras; 
 
6 68-A. Entretanto, a entidade que, durante as suas atividades operacionais, normalmente vende itens do 
ativo imobilizado que eram mantidos para aluguel a terceiros deve transferir tais ativos para o estoque pelo 
seu valor contábil quando os ativos deixam de ser alugados e passam a ser mantidos para venda. Passam a 
ser considerados, daí para frente, como estoques e se sujeitam aos requisitos da NBC TG 16 – Estoques. As 
receitas advindas da venda de tais ativos devem ser reconhecidas como receita de acordo com a NBC TG 30 - 
Receitas. A NBC TG 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada não se aplica 
quando os ativos que são mantidos para venda durante as atividades operacionais são transferidos para os 
estoques. 
(CFC. Resolução n.° 1.177/69, 24 de julho de 2009). 
 
 
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• Recebimento de valores referentes à venda de ações, debêntures ou outros 
instrumentos patrimoniais; 
• Recebimento de valores referentes à entrada de sócios na empresa. 
 
 São exemplos de saídas: 
• Pagamentos a investidores para resgate de ações; 
• Amortização de empréstimos e financiamentos; 
• Pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. O MODELO DE APRESENTAÇÃO 
 Chegou o momento de conhecermos o modelo de apresentação da DFC. Seguiremos 
aqui o que está estabelecido na norma IAS 77
 
, que em muito se assemelha ao Financial Accounting 
Standard – FAS 95. Este modelo tem recebido algumas críticas de estudiosos brasileiros da 
Contabilidade, o que não levaremos em consideração neste momento. Este é o modelo usado no 
Brasil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em cada grupo em que se subdivide a DFC serão informados os respectivos 
movimentos de caixa. Os valores positivos representam geração (entrada) de caixa. Já os valoresnegativos representam saída de recursos. Nos grupos encontraremos um totalizador das transações 
 
7 International Accounting Standards 7 – Cash Flow Statement 
Nome da empresa 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, em 31/12/20XX 
ATIVIDADES OPERACIONAIS 
 
 
Caixa líquido gerado (consumido) nas Atividades Operacionais XXXXXXXX 
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO 
 
 
Caixa líquido gerado (consumido) nas Atividades de Investimento XXXXXXXX 
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 
 
 
Caixa líquido gerado (consumido) nas Atividades de Financiamento XXXXXXXX 
CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO XXXXXXXX 
SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES XXXXXXXX 
SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES XXXXXXXX 
Tabela 8 - Modelo FAS 95 
 
 
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informadas, tendo a mesma interpretação dada anteriormente: se positivo, geração de caixa; se 
negativo, saída de dinheiro. 
 Nas linhas finais (coloridas em cinza) encontramos um resumo da movimentação 
financeira do período. O caixa líquido do período é obtido pela soma de todos os totalizadores dos 
grupos. O saldo inicial de disponibilidades (caixa) será adicionado, ou subtraído, do caixa líquido do 
período. O resultado é o saldo final de disponibilidades. 
 Mesmo com as informações contidas na DFC, o Pronunciamento Técnico CPC 03 nos 
diz que, para facilitar ainda o entendimento dos usuários, devem ser atendidos os critérios de 
classificação de informações adicionais em notas explicativas, acompanhemos o item n.º 50, do 
mesmo Pronunciamento: 
“Informações adicionais podem ser relevantes para que os usuários entendam 
a posição financeira e a liquidez da entidade. A divulgação de tais informações, 
acompanhada de comentário da administração, é encorajada e pode incluir: 
 
(a) o montante de linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que 
podem estar disponíveis para futuras atividades operacionais e para 
satisfazer compromissos de capital, indicando restrições, se houver, 
sobre o uso de tais linhas de crédito; 
 
(b) o montante agregado dos fluxos de caixa de cada uma das atividades 
operacionais, de investimento e de financiamento, referentes às 
participações societárias em empreendimentos controlados em 
conjunto apresentados mediante o uso da consolidação proporcional; 
 
(c) o montante agregado dos fluxos de caixa que representam aumentos 
na capacidade operacional, separadamente dos fluxos de caixa que 
são necessários apenas para manter a capacidade operacional; 
 
(d) o montante dos fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, 
de investimento e de financiamento de cada segmento de negócios 
passível de reporte (ver NBC TG 22 – Informações por Segmento); 
 
(e) os montantes totais dos juros e dividendos e juros sobre o capital 
próprio, pagos e recebidos, separadamente, bem como o montante 
total do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro 
líquido pagos, neste caso destacando os montantes relativos à 
tributação da entidade (item 20).” 
(CFC. Resolução n.º 1296/10, 17 de setembro de 2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página | 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. MÉTODOS DE ELABORAÇÃO 
 Existem dois métodos para elaboração de uma demonstração do fluxo de caixa, a 
saber: 
• Método direto; e 
• Método indireto. 
 
Em ambos os casos o resultado será sempre o mesmo, o que muda é a maneira de 
obter as informações que comporão a DFC. O CPC 03 faculta a utilização de qualquer um dos 
métodos apresentados8
 
. No entanto, exige que as empresas que optarem pelo método direto, da 
mesma forma feita no indireto, façam uma conciliação entre o lucro líquido apurado na DRE e o fluxo 
de caixa líquido das atividades operacionais. Esta conciliação deve ser feita em separado. 
8.1 MÉTODO DIRETO 
 Neste método, basicamente, são analisados os lançamentos realizados, tanto a 
crédito quanto a débito, nas contas contábeis que representam o caixa da empresa. Se a 
contabilidade não estiver informatizada – o que é muito difícil atualmente – elaborar a DFC por este 
processo será um pouco demorado e trabalhoso. Os sistemas contábeis atuais são facilmente 
configuráveis, permitindo um trabalho de análise mais rápido. Existem outras fontes que podem ser 
utilizadas para auxiliar este método, conforme podemos ver no item 19, do Pronunciamento n.º 03: 
Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de 
recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas 
alternativamente: 
(a) Dos registros contábeis da entidade; ou 
(b) Pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias 
ou serviços vendidos (no caso de instituições financeiras, pela 
receita de juros e similares e despesa de juros e encargos e 
similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do 
resultado abrangente referentes a: 
i. Variações ocorridas no período nos estoques e nas 
 
8 O Pronunciamento CPC 03, mesmo facultando a utilização de qualquer um dos dois métodos, encoraja as 
empresas a elaborarem a DFC pelo método direto. 
 
 
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contas operacionais a receber e a pagar; 
ii. Outros itens que não envolvem caixa; e 
iii. Outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das 
atividades de investimento e de financiamento. 
(CFC. Resolução n.º 1296/10, 17 de setembro de 2010) 
 
 A análise poderá ser feita através de um estudo no razão das contas que 
representam as disponibilidades. Para facilitar a didática, tomemos o razonete como um espelho do 
livro razão. Colheremos os dados do razonete de 31/01/2012 e preencheremos um papel de trabalho 
específico. 
 
20.000 1 Receita de vendas 7 Pagamento de contas diversas
1 81.000 42.500 3 2 Receb. venda imobilizado 8 Pagamento de IR e CSLL
2 8000 18.000 4 3 Pagamento a fornecedores 9 Entrada de novo sócio
5 4910 2.900 6 4 Pagamento de salários 10 Contratação de seguro
9 15000 3.300 7 5 Empréstimo obtido 11 Aquisição de imobilizado
12 7500 3.910 8 6 Pagamento desp. Financeira 12 Recebimento de clientes
5.000 10
15.800 11
45.000
Disponível Movimentos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As informações contidas no papel de trabalho auxiliarão bastante a elaboração de nossa DFC, o que 
faremos mais tarde. Por enquanto, veremos o método indireto de elaboração. 
Papel de trabalho 
 Débito Crédito Grupo da DFC 
 Saldo inicial (SI) 20.000 
Movimentos contábeis 
01-Recebimento de vendas 
 
81.000 
 
Atividade operacional 
02-Recebimento de venda de imobilizado 8.000 
 
Atividade de investimento 
03-Pagamento de fornecedores 
 
42.500 Atividade operacional 
04-Pagamento de salários dos funcionários 
 
18.000 Atividade operacional 
05-Empréstimos líquido obtido 4.910 
 
Atividade de financiamento 
06-Pagamento de despesa financeira 
 
2.900 Atividade operacional 
07-Pagamento de diversas contas 
 
3.300 Atividade operacional 
08-Pagamento de IR e CSLL 
 
3.910 Atividade operacional 
09-Entrada de novo sócio 
 
15.000 
 
Atividade de financiamento 
10-Contratação de novo seguro 5.000 Atividade operacional 
11-Compra de imobilizado 
 
15.800 Atividade de investimento 
12-Recebimento de clientes 7.500 
 
Atividade operacional 
 
TOTAIS 
 
136.410 91.410 
 
 
 
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8.2 MÉTODO INDIRETO 
 
 Este método também é conhecido como método da conciliação, pois faz uma 
conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas atividades operacionais. Assim, o primeiro 
passo para elaboração da DFC neste método é remover do lucro líquido doperíodo os efeitos 
causados pelos valores que representam os seguintes itens: 
• Diferimentos de transações já pagas no passado, como parcelas incorridas de seguros; 
• Transações que podem ser classificadas em outros grupos como atividades de 
investimento ou de financiamento. Como exemplos, temos a depreciação, ganho ou 
perda na venda de imobilizado, resultado de equivalência patrimonial etc.; 
• Transações que possam alterar o disponível no futuro, como alterações no contas a 
pagar ou a receber. 
 
Com estas alterações o lucro líquido somente refletirá as atividades operacionais do período. Para 
facilitar a aprendizagem, é importante guardar esta afirmação: no método indireto, ao lucro líquido 
devemos somar ou subtrair valores que afetam o caixa, mas não o lucro; e os que afetam o lucro, mas 
não o caixa. Isto nos ajudará a encontrar o quanto do lucro líquido foi convertido em dinheiro. Só 
como ilustração, a depreciação afeta o lucro, diminuindo-o. Como não houve saída de dinheiro, o 
valor dela deverá ser somado ao lucro líquido. Por outro lado, como desejamos obter o caixa gerado 
pelas atividades operacionais, por exemplo, devemos subtrair ou somar o resultado de venda de 
imobilizado. 
 
8.2.1 TÉCNICA DE ELABORAÇÃO 
 Elaborar a DFC pelo método indireto é bem menos trabalhoso do que pelo método 
direto, oferecendo uma melhor possibilidade de análise da informação. Começaremos a elaboração 
usando o balanço patrimonial e demonstração do resultado, ambos fictícios, abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zé Buscapé Comércio de Armas Ltda. 
 Balanço Patrimonial Em R$ 
 
31/12/2011 31/1/2012 Variação 
Disponível 20.000 45.000 25.000 
Duplicatas a receber 43.000 35.000 (8.000) 
Perdas de créditos Liq. Duvidosa (1.000) (1.500) (500) 
Estoques 23.000 35.500 12.500 
Despesas pagas antecipadamente 12.000 15.000 3.000 
Imobilizado 12.000 23.000 11.000 
Depreciação acumulada (6.000) (4.500) 1.500 
TOTAL DO ATIVO 103.000 147.500 44.500 
Fornecedores 15.000 25.000 10.000 
Imposto de renda e CS a pagar 3.000 4.690 1.690 
Contas a pagar 15.000 15.500 500 
Salários a pagar 18.000 20.000 2.000 
 
 
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 Antes de tudo, observemos a coluna variação no balanço patrimonial. É desta coluna 
que encontramos os valores que comporão a Demonstração do fluxo de caixa. O segundo passo é 
usarmos razonetes que representam as contas patrimoniais bem como os movimentos ocorridos no 
período: 
Zé Buscapé Comércio de Armas Ltda. 
DRE - em R$ 31/1/2012 
Vendas 
 
81.000 
CMV (40.000) 
Lucro bruto 
 
41.000 
Salários 
 
(20.000) 
Depreciação 
 
(3.100) 
Despesa financeira 
 
(2.900) 
Desp. Prov. Perdas Cred. Liq. Duvidosa 
 
(1.000) 
Despesas diversas 
 
(3.800) 
Despesas incorridas 
 
(2.000) 
Lucro na venda de imobilizado 7.800 
Lucro antes do IR/CS 
 
16.000 
Imposto de renda e CS 
 
(5.600) 
Lucro líquido 10.400 
Tabela 11 – DRE Zé Buscapé Comércio de Armas 
 
 
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81.000 1 43.000 88.500 2 2.1 500 1.000 23.000 40.000 CMV
1 81.000 500 2.1 1.000 3 52.500
35.000 1.500 35.500
12.000 4.800 A.1 A 4.600 6.000 4 42.500 15.000 9 3.910 3.000
11 15.800 3.100 52.500 3 5.600
23.000 4.500 25.000 4.690
5 18.000 18.000 15.000 25.000 12.000
20.000 5.1 4910 12 15000 13 10.400
20.000 19.910 40.000 22.400
12.000 2.000 A.1 4.800 8000 6 8 3.300 15.000 7 2.900 2.900
10 5.000 4600 A 3.800
15.000 7.800 15.500 0
Despesa financeira
Dupl. A receber PCLD Estoques
Desp. Pg. Antecip.
Salários a pagar Empréstimos CP Capital Res. Lucros Acum.
Receita de vendas
Imobilizado Depreciação acum. Fornecedores IR e CS apagar
Contas a pagarResult. Venda imob.
 
 
Vamos à lógica de cada lançamento 
1. O primeiro lançamento representa a entrada das receitas de vendas do período. No método 
indireto entendemos que toda a receita não foi paga, sendo sua quantia totalmente 
carregada para a conta de duplicatas a receber, que nos levará ao segundo lançamento de 
ajuste; 
2. Observamos que o saldo da conta de duplicatas a receber inicia o período com $ 43.000, 
terminando o período com 35.000, acabando de receber o valor das receitas, na ordem de $ 
81.000. Para que o saldo inicial possa ser alcançado, é preciso realizar um lançamento a 
crédito neste razonete, sem antes observarmos a conta PCLD (Provisão para Créditos de 
Liquidação Duvidosa). No mês de janeiro, a Zé Buscapé aumentou sua PCLD em $ 1.000, o 
que deixaria o saldo desta conta em $ 2.000, mas observamos que o mesmo terminou em $ 
1.500. Concluímos, então, que houve uma baixa em duplicatas correspondente a valores 
incobráveis de $ 500 (2.1). Desta forma, há uma diminuição de $ 88.500 no saldo de 
duplicatas a receber que teve como contrapartida um débito de mesmo valor no disponível. 
3. Durante o mês, o saldo da conta estoques variou de $ 23.000 até $ 35.500, tendo um 
lançamento a crédito de $ 40.000, referente ao CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). Para 
que este valor total de CMV tenha sido possível, a empresa teve que aumentar seus 
estoques, comprando $ 52.500 em mercadorias. 
 
 
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4. De uma forma muito parecida com o tratamento dado às receitas do período, quaisquer 
compras de mercadorias não são pagas a vista, mas seus saldos são transportados para a 
conta de fornecedores. Para que o saldo desta conta termine em $ 25.000 houve o 
pagamento de $ 42.500, impactando diretamente o caixa. 
5. A despesa com salários de janeiro/2012 totaliza $ 20.000 (5.1). Como o saldo final da conta 
salários a pagar terminou no mesmo valor, podemos concluir que houve o pagamento do 
valor inicial de $ 18.000. 
6. Este lançamento tem algumas peculiaridades, vamos discuti-las em pormenores, pois serão 
utilizadas três contas diferentes: resultado de venda de imobilizado, depreciação acumulada 
e imobilizado. Para calcularmos o resultado da venda, precisamos incluir ao valor recebido o 
custo da depreciação acumulada para o imobilizado (A), neste caso $ 4.600 – valor creditado 
na conta resultado de venda de imobilizado. O passo seguinte é debitarmos nesta conta o 
valor contábil do bem vendido (A.1), no caso, $ 4.800. Não existe segredo na hora de apurar 
o resultado, que neste caso foi um lucro de $ 7.800. Mais tarde voltaremos a falar sobre o 
lançamento A.1. 
7. No período a Zé Buscapé incorreu em despesas financeiras da ordem de $ 2.900. Como não é 
feita nenhuma referência à conta de despesas financeiras a pagar no balanço patrimonial, 
concluímos que elas foram pagas no mesmo período. 
8. Durante o mês de janeiro/2012 a Zé Buscapé teve $ 3.800 referentes a despesas diversas 
(água, energia, conservação etc). A conta contas a pagar começou o período com $ 15.000, 
terminando com $ 15.500. Como tivemos um crédito de $ 3.800, há então um pagamento de 
$ 3.300. 
9. No período a empresa obteve um lucro de $ 16.000, que foi taxado a uma alíquota de 
IR/CSLL total de 35%9
10. A conta despesas pagas antecipadamente recebeu um crédito de $ 2.000 como podemos ver 
na DRE. Para que o saldo desta conta alcance os $ 15.000, é preciso um débito de $ 5.000, 
que pode representar a contratação de um novo seguro ou o pagamento de IPTU, ativos 
pagos uma única vez, mas que cobrirão um período maior, na maioria das vezes de um ano. 
, o que gerou um valor a pagar de $ 5.600. O saldo final da conta IR e CS 
a pagar foi de $ 4.690, já um pouco abaixo do apurado no mês. Para que este valor seja 
alcançado, a Zé Buscapé pagou $ 3.910. 
11. Este lançamento é influenciado pelo lançamento A.1 já visto dentro do lançamentode n.° 6. 
O imobilizado sofreu uma baixa de $ 4.800, mas seu saldo final foi de $ 23.000. Numa rápida 
análise, trabalhando com as informações contidas no razonete correspondente e usando a 
 
9 Para facilitar os cálculos optou-se por esta alíquota de 35% em vez de da de 34% que é a mais conhecida. 
 
 
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aritmética, temos 23.000 + 4.800 - 12.000 = 15.800. Portanto, há a compra de imobilizado 
que neste caso foi pago a vista. 
12. A conta empréstimos de curto prazo (CP) encerrou o período com um saldo de $ 19.910, 
tendo iniciado com uma dívida de $ 15.000. Podemos concluir que a Zé Buscapé contraiu um 
novo empréstimo de $ 4.910. 
13. O último lançamento é um aumento na conta capital, crédito de $ 15.000. Trata-se de uma 
entrada de novo sócio que integralizou o valor já citado. Esta integralização poderia ocorrer 
com a cessão de um veículo, por exemplo, o que deveria ser informado de alguma forma. 
 
 
 
 
 
 Para visualizar melhor os lançamentos, veremos como ficaria razonete do disponível: 
SI 20.000
2 88.500 42.500 4
6 8000 18.000 5
12 4910 2900 7
13 15000 3.300 8
3.910 9
5.000 10
15.800 11
SF 45.000
Disponível
 
Observe que o saldo final da conta disponível foi exatamente o mesmo visto no balanço patrimonial 
de 31/12/2012. A diferença entre o saldo inicial (SI) e o saldo final (SF) é de $ 25.000. Ou seja, houve 
durante o período um aumento no caixa da empresa. 
 Convém fazer algumas observações neste momento que facilitarão ainda mais a 
elaboração de outras DFCs: 
Ativos Circulante e Realizável a Longo Prazo: diminuições observadas nestes grupos podem resultar 
em aumento na conta caixa. Como exemplo, podemos citar a conta de duplicatas a receber, que nos 
 
 
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lançamentos acima teve que ser creditada em $ 89.000, sendo $ 88.500 referentes a recebimento de 
clientes e o restante, baixa de títulos incobráveis. Ou seja, podemos concluir que toda a receita de $ 
81.000 foi recebida mais uma pequena parte das duplicatas. Se o inverso acontecesse, isto é, o saldo 
da conta tivesse aumentado entre dois períodos, a conclusão seria que somente parte da receita de 
vendas foi recebida, o restante será recebido no futuro. 
Ativos Circulante e Exigível a Longo Prazo: o raciocínio neste caso é bem parecido com o anterior. 
Se os saldos das contas diminuírem significa que houve pagamento maior do que as despesas 
registradas no período. Se o inverso acontecer, constata-se que os pagamentos no período foram 
menores que as despesas incorridas, parte delas serão pagas no futuro. 
 
acréscimo redução
(-) (+)
(+) (-)
(-) reduzir do resultado do exercício (+) somar ao resultado do exercício
Grupo de contas
Ativo circulante e Realizável a 
longo prazo
Passivo circulante e Exigível a longo 
prazo
 
8.3 APRESENTANDO AS DFCS 
 Agora veremos como ficaram as DFCs feitas pelos dois métodos. 
 
 
 
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Método direto Método indireto
Zé Buscapé Comércio de Armas Ltda. Zé Buscapé Comércio de Armas Ltda.
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Recebimento de vendas a vista 81.000 Lucro líquido do período 10.400
Recebimento de clientes 7.500 Ajustes
Pagamento a fornecedores (42.500) + Depreciação 3.100
Pagamento salários dos funcionários (18.000) - Lucro na venda de imobilizado (7.800)
Contratação de novo seguro (5.000) Lucro ajustado 5.700
Pagamento de IR e CSLL (3.910) Redução de duplicatas a receber 8.000
Pagamento de contas de consumo (3.300) Aumento em PCLD 500
Pagamento de despesas financeiras (2.900) Aumento em estoques (12.500)
12.890 Aumento em desp. pagas antecipad. (3.000)
Aumento em fornecedores 10.000
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aumento em IR e CSLL a pagar 1.690
Receita de venda de imobilizado 8.000 Aumento em salários a pagar 2.000
Compra de imobilizado (15.800) Aumento em contas - serv. delegados 500
(7.800) 12.890
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aumento de capital por entrada de sócio 15.000 Recebimento pela venda imobilizado 8.000
Obtenção de empréstimo de curto prazo 4.910 Pagamento pela compra de imobilizado (15.800)
19.910 (7.800)
CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO 25.000 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES 20.000 Obteção de empréstimo de curto prazo 4.910
SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES 45.000 Aumento de capital 15.000
19.910
CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO 25.000
SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES 20.000
SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES 45.000
Demonstração do Fluxo de Caixa, em 31/12/2012
Caixa líquido gerado nas atividades operacionais
Caixa líquido consumido nas atividades de 
investimento
Caixa líquido gerado nas atividades de financiamento
Demonstração do Fluxo de Caixa, em 31/12/2012
Caixa líquido gerado nas atividades operacionais
Caixa consumido nas atividades de investimento
Caixa líquido gerado nas atividades de financiamento
 
 
Obviamente, o resultado apresentado em ambas as demonstrações é o mesmo, o que difere 
somente é a maneira de como chegamos a ele. Agora podemos interpretar as informações 
apresentadas, fazendo alguns comentários. Enquanto o lucro líquido do período totalizou $ 10.400, 
somente $ 5.700 foram originados das atividades operacionais. No mês de janeiro/2012, a empresa 
conseguiu receber de clientes $ 7.500 – aqui já com o valor de PCLD descontado – o que totalizaria $ 
13.200 de entrada no período. A empresa aumentou seu estoque com compras no valor de $ 12.500, 
o que deixaria o caixa somente com $ 700, o que não aconteceu, pois a Zé Buscapé deixou de pagar $ 
14.190 referentes a aumentos nas contas de fornecedores, IR e CSLL a pagar, salários a pagar e 
contas a pagar – serviços delegados. Nas atividades de investimento encontramos um déficit de $ 
7.800, era para ter sido um pouco maior, sendo amenizado pela venda de imobilizado que teve uma 
receita de $ 8.000. O que parece é que a empresa em estudo está em expansão de negócio, deduz-se 
isso pela grande quantia destinada à aquisição de imobilizado. A expansão fica mais clara quando 
observamos as atividades de financiamento, pois a empresa contrai empréstimos de curto prazo – o 
que não é recomendável – além de aumentar seu capital em $ 15.000, provavelmente com a entrada 
de um novo sócio. 
 
 
 
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Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Capa da apostila
	Conteúdo programático
	Apostila DFC
	1. APRESENTAÇÃO
	2. PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS UTILIZADOS PELA CONTABILIDADE
	2.1 Balanço Patrimonial
	2.1.1 Ativo
	2.1.2 Passivo
	2.1.3 Patrimônio Líquido
	2.1.4 Origem e aplicação
	2.2 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
	2.3 Demonstração do Resultado Abrangente - DRA
	2.4 Demonstração das Mutações No Patrimônio Líquido (DMPL)
	2.4.1 Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)
	2.4.2 Estrutura da DMPL
	2.5 Demonstração do Valor Adicionado – DVA
	3. REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA
	4. CAIXA E EQUIVALENTES-CAIXA
	5. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
	6. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
	6.1 Atividades operacionais
	6.2 Atividades de investimento
	6.3 Atividades de financiamento
	7. O MODELO DE APRESENTAÇÃO
	8. MÉTODOS DE ELABORAÇÃO
	8.1 Método direto
	8.2 Método indireto
	8.2.1 Técnica de elaboração
	8.3 Apresentando as DFCs

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