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O PROTAGONISMO DA DIDÁTICA NOS CURSOS DE LICENCIATURA

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1
O PROTAGONISMO DA DIDÁTICA NOS CURSOS DE LICENCIATURA: A 
DIDÁTICA COMO CAMPO DISCIPLINAR
Selma Garrido Pimenta
Universidade de São Paulo
Resumo
O presente texto tem como objetivo analisar a importância da didática enquanto 
disciplina na formação de professores, considerando o paradoxo entre, de um lado, a 
expressiva realização de pesquisas e produção de conhecimento na área, e, de outro, a 
tendência presente em alguns cursos de licenciatura de excluí-la de seu currículo ou de 
reduzir significativamente seus espaços/tempos de aulas. Acentua esse paradoxo a 
constatação em recentes concursos públicos de ingresso em didática no ensino superior, 
de candidatos que, em sua maioria, não dominam qualquer leitura, produção e mesmo 
os conhecimentos próprios da didática, e que não a têm em suas preocupações de 
pesquisa, mesmo aqueles oriundos dos cursos de pedagogia e de pós - graduação na área 
de educação e de ensino. Essa situação é preocupante porque o ensino, atividade 
educativa própria do professor, deixa de ser considerado em sua formação, o que 
contribui para a desqualificação dos resultados da escolaridade, em especial da escola 
pública, uma vez que esse fenômeno, em suas múltiplas determinações, é o objeto de 
estudo da didática. Não foi por acaso que o XVI ENDIPE 2012, no qual apresento este 
texto, se propôs a (re)colocar a Didática no centro de suas discussões, uma vez que 
também nesse espaço privilegiado da área a própria Didática foi sendo diluída... . 
Assim, conforme expresso em sua Programação, a entende como área de conhecimentos 
específicos, área disciplinar e área de práticas pedagógicas, juntamente com as 
Práticas de Ensino, destacando seu compromisso público e político com resultados do 
ensino e da aprendizagem de qualidade nos diferentes níveis e modalidades, no 
contexto da definição e das implicações do Plano Nacional de Educação; e enfatiza que 
a Didática é área epistemológica, com estatuto e objeto próprios, que tem por finalidade 
fundamentar os processos de ensino e de aprendizagem compreendendo-os como práxis 
de inclusão social e de emancipação humana e política. Por isso, constitui área 
disciplinar, por excelência, na formação de professores, com potencial para ressignificar 
o processo de formação docente, concebendo-a como área da Pedagogia, que tem o 
ensino e a aprendizagem, historicamente situados, como objeto de preocupação. Neste 
texto retomo as relações entre os campos da Pedagogia, enquanto ciência da práxis 
educativa, e da Didática, desenvolvidos em textos anteriores, para reafirmá-las enquanto 
áreas do conhecimento, com objetos e métodos próprios, destacando seus compromissos 
com a emancipação humana, social e política. A seguir, apresento considerações sobre 
os problemas da escola pública na contemporaneidade, considerando-a o local de 
trabalho dos professores. E exponho nossa compreensão sobre o campo disciplinar da 
Didática, a partir de recentes experiências de ensiná-la em cursos de licenciatura, nos 
quais o estágio se constitui em eixo articulador do processo formativo, em seu potencial
de propiciar as rupturas nos pré-conceitos de que os estudantes são portadores quando 
chegam nesses cursos. 
Palavras-chave: Didática. Formação de Professores. Estágio.
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
Junqueira&Marin Editores 
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O presente texto tem como objetivo analisar a importância da didática enquanto 
disciplina na formação de professores, considerando o paradoxo entre, de um lado, a 
expressiva realização de pesquisas e produção de conhecimento na área, e, de outro, a 
tendência presente em alguns cursos de licenciatura de excluí-la de seu currículo ou de 
reduzir significativamente seus espaços/tempos de aulas. Acentua esse paradoxo a 
constatação em recentes concursos públicos de ingresso em didática no ensino superior, 
de candidatos que, em sua maioria, não dominam qualquer leitura, produção e mesmo 
os conhecimentos próprios da didática, e que não a têm em suas preocupações de 
pesquisa, mesmo aqueles oriundos dos cursos de pedagogia e de pós - graduação na área 
de educação e de ensino.
Essa situação é preocupante porque o ensino, atividade educativa própria do 
professor, deixa de ser considerado em sua formação, o que contribui para a 
desqualificação dos resultados da escolaridade, em especial da escola pública, uma vez 
que esse fenômeno, em suas múltiplas determinações, é o objeto de estudo da didática.
Não foi por acaso que o XVI ENDIPE 2012, no qual apresento este texto, se 
propôs a (re)colocar a Didática no centro de suas discussões, uma vez que também 
nesse espaço privilegiado da área a própria Didática foi sendo diluída... . Assim, 
conforme expresso em sua Programação, a entende como área de conhecimentos 
específicos, área disciplinar e área de práticas pedagógicas, juntamente com as 
Práticas de Ensino, destacando seu compromisso público e político com resultados do 
ensino e da aprendizagem de qualidade nos diferentes níveis e modalidades, no 
contexto da definição e das implicações do Plano Nacional de Educação; e enfatiza que 
a Didática é área epistemológica, com estatuto e objeto próprios, que tem por finalidade 
fundamentar os processos de ensino e de aprendizagem compreendendo-os como práxis 
de inclusão social e de emancipação humana e política. Por isso, constitui área 
disciplinar, por excelência, na formação de professores, com potencial para ressignificar 
o processo de formação docente, concebendo-a como área da Pedagogia, que tem o 
ensino e a aprendizagem, historicamente situados, como objeto de preocupação.
Neste texto retomo as relações entre os campos da Pedagogia, enquanto ciência 
da práxis educativa, e da Didática, desenvolvidos em textos anteriores, para reafirmá-las 
enquanto áreas do conhecimento, com objetos e métodos próprios, destacando seus 
compromissos com a emancipação humana, social e política. A seguir, apresento 
considerações sobre os problemas da escola pública na contemporaneidade, 
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Junqueira&Marin Editores 
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considerando-a o local de trabalho dos professores. E exponho nossa compreensão 
sobre o campo disciplinar da Didática, a partir de recentes experiências de ensiná-la em 
cursos de licenciatura, nos quais o estágio se constitui em eixo articulador do processo 
formativo, em seu potencial de propiciar as rupturas nos pré-conceitos de que os 
estudantes são portadores quando chegam nesses cursos. 
De Educação, Pedagogia e Didática
Para tratar da didática em sua dimensão disciplinar, retomo algumas 
considerações expressas em textos anteriores sobre as relações entre educação, 
pedagogia e didática, nos quais situo também suas dimensões epistemológicas e de 
práticas pedagógicas (Pimenta, 1996, 1997, 2010).
A educação é uma atividade exclusiva do humano e ocorre entre os seres 
humanos, com dupla e simultânea finalidade de ao mesmo em que insere os novos 
humanos na sociedade humana existente, constrói-os em sua subjetividade. Ou, no dizer 
de Paulo Freire (2007:1) Não se pode encarar a educação a não ser como um que fazer 
humano (...) que ocorre no tempo e no espaço, entre os homens uns com os outros. Em 
nossa perspectiva, o sujeito que se pretende é o sujeito da transformação. E para sê-lo 
necessita conhecer criticamente as condições concretas de sua realidade, se apropriar 
dos instrumentos que lhe permitam compreender como foram produzidas as situações 
de des-humanização presentes na atualidade. E aí a educação praticada nas sociedades 
necessita ser analisada em suas manifestações aparentes e implícitas, para que se 
explicite a gênesedessa des-humanização. E como ser superada. A pedagogia é a 
ciência que tem esse papel: estudar a práxis educativa com vistas a equipar os sujeitos, 
profissionais da educação, dentre os quais o professor, para promover as condições de 
uma educação humanizadora. Seu objeto de estudo é a educação humana nas várias 
modalidades em que se manifesta na prática social. Ao se debruçar sobre o fenômeno 
educativo, busca a contribuição de outras ciências que têm a educação como um de seus 
temas. A pedagogia investiga a natureza do fenômeno educativo, os conteúdos e os 
métodos da educação, os procedimentos investigativos. E articula as contribuições das 
demais ciências da educação sobre ele.
Quando incorpora a possibilidade de vincular-se ideologicamente à realidade 
educacional construindo-se como um saber engajado, numa abordagem crítico-
emancipatória, realça-se a práxis educativa como objeto da Pedagogia, num movimento 
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que integra intencionalidade e prática docente; formação e emancipação do sujeito da 
práxis. Assim considerada permite vislumbrar a construção de passarelas articuladoras 
entre as teorias educacionais e as práticas educativas. Nesta perspectiva, revela-se como 
uma ação social de transformação e de orientação da práxis educativa da sociedade, 
desvelando as finalidades político/sociais presentes no interior da práxis e reorienta 
ações emancipatórias para sua transformação (cf. Franco, Libâneo & Pimenta, 2007).
Nesse sentido, a educação se caracteriza como processo de formação das 
qualidades humanas, enquanto o ensino, objeto da didática, é o processo de organização 
e viabilização da atividade de aprendizagem em contextos específicos para esse fim. Em 
síntese, a Pedagogia é a teoria e a prática da educação, e a Didática, o campo da 
Pedagogia que trata do ensino.
O ensino é uma práxis social complexa. Realizado por seres humanos entre seres 
humanos, é modificado pela ação e relação dos sujeitos (professores e alunos) situados 
em contextos (institucionais, culturais, espaciais, temporais, sociais), e, ao mesmo 
tempo em que é modificado nesse processo relacional contextualizado, modifica os 
sujeitos nele envolvidos. Enquanto área da Pedagogia a Didática tem no ensino seu 
objeto de investigação. Considerá-lo como uma prática educacional em situações 
historicamente situadas, significa examiná-lo nos contextos sociais nos quais se efetiva -
nas aulas e demais situações de ensino das diferentes áreas do conhecimento, nas 
escolas, nos sistemas de ensino, nas culturas, nas sociedades - estabelecendo-se os 
nexos entre eles. 
As novas possibilidades da didática estão emergindo das investigações sobre o 
ao ensino enquanto prática social viva. Conforme Sacristán, (1999:12) a teoria e a 
prática são inseparáveis no plano da subjetividade do sujeito (professor), pois sempre há 
um diálogo do conhecimento pessoal com a ação. Este conhecimento não é formado 
apenas na experiência concreta do sujeito em particular, podendo ser nutrido pela 
‘cultura objetiva’ (as teorias da educação, no caso), possibilitando ao professor criar 
seus ‘esquemas’ que mobiliza em suas situações concretas, configurando seu acervo de 
experiência ‘teórico-prático’ em constante processo de re-elaboração. O autor destaca, 
pois a importância da teoria (cultura objetivada) na formação docente, uma vez que, 
além de seu aprendizado ter poder formativo, dota os sujeitos de pontos de vista 
variados para uma ação contextualizada. Os saberes teóricos propositivos se articulam,
pois, aos saberes da prática ao mesmo tempo re-significando-os e sendo re-significados. 
Assim, o papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análise para 
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compreenderem os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si 
mesmos como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente, para nele intervir, 
transformando-os. Daí decorre ser fundamental o permanente exercício da crítica das 
condições materiais nas quais o ensino ocorre e de como nessas são produzidas a 
‘negação da aprendizagem’ (cf. Pimenta, 1999).
A Didática enquanto disciplina nos cursos de formação de professores se coloca 
como possibilidade de contribuir para que o ensino, núcleo central do trabalho docente,
resulte nas aprendizagens necessárias à formação dos sujeitos, em relação, equipados 
para se inserirem criticamente na sociedade, com vistas a transformar as condições que 
geram a des-humanização. E o faz trazendo as contribuições teóricas que lhe são 
próprias para a análise, a compreensão, a interpretação do ensino situado em contextos, 
num processo de pesquisa da realidade, com vistas a apontar possibilidades de 
superação.
Escola pública: local de trabalho do professor
Considerar o ensino como a atividade que caracteriza o trabalho profissional do 
professor, e considerá-lo como práxis social, significa situá-lo como uma atividade que 
se realiza em diferentes espaços da sociedade. No entanto, dentre as instituições sociais 
a escola é a que tem o compromisso de promover a formação humana de forma 
deliberada, intencional, dado que a característica própria da educação escolar é 
exatamente a organização sistematicamente planejada dos processos de ensino.
E considerando que a maioria da população brasileira se faz presente nas escolas
dos sistemas públicos de educação básica, entendemos que o foco da Didática nos 
cursos de formação de professores deva ser exatamente essas escolas.
A escola, como instituição social, cumpre uma função que lhe é específica que é 
a de assegurar a formação educativa escolar para todas as crianças, jovens e adultos do 
país. Sua trajetória mostra conquistas, como a ampliação do atendimento a quase todas 
as crianças em idade escolar, ao mesmo tempo em que evidencia enormes problemas, 
como a sonegação do ensino público, com qualidade, para boa parte da população que 
nela está inserida.
As políticas educacionais neo-liberais implementadas nos últimos vinte anos 
acabaram por impor às escolas um excessivo controle, que tem dificultado sua 
organização a partir de projetos político-pedagógicos próprios e emanados do trabalho 
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coletivo de sua comunidade. Em decorrência, estão perdendo a possibilidade de se 
recriar frente às novas demandas sociais, padecendo com a imposição curricular 
praticada em várias redes de ensino, com as múltiplas avaliações externas (que 
privilegiam resultados em detrimento de processos educacionais) e com a precarização e 
intensificação do trabalho dos professores, dentre outros. Essa situação caminha no 
sentido do esmagamento de possíveis projetos institucionais e pedagógicos com 
identidade própria, causando o empobrecimento das práticas docentes e a deterioração 
da qualidade da formação disponibilizada aos alunos, conforme se afirma nos objetivos 
do XVI ENDIPE. Segundo Torres (2010:127) o pacote do BM e o modelo educativo 
subjacente à chamada “melhoria da qualidade da educação para os setores sociais 
mais desfavorecidos” está, em boa medida, reforçando as condições objetivas e 
subjetivas que contribuem para produzir ineficiência, má qualidade e desigualdade no 
sistema escolar. Um sistema de ensino que substituiu a aprendizagem na sala de aula 
pela avaliação do rendimento escolar em escala. A divulgação dos dados quantitativosesconde mecanismos internos de exclusão ao longo do processo de escolarização.
Assim, concordando com Libâneo (2010), a escola que sobrou para os pobres, 
universalizou o acesso, mas em prejuízo da qualidade; inverteu as funções da escola: do 
direito à aprendizagem e ao conhecimento, às necessidades “mínimas” de aprendizagem 
para a sobrevivência; uma escola sem conteúdo e com um arremedo de acolhimento 
social e de socialização. O que apareceu como “novo padrão de qualidade” virou um 
arremedo de qualidade. Aumentou a exclusão dentro da escola, antecipando a exclusão 
na vida social.
Dadas as condições difíceis em que se coloca a escola hoje – as condições de 
pauperização dos docentes; a falta de um pacto social de valorização da escola, e em especial, 
da escola pública – a Didática tem sido desafiada a encontrar espaços de significação frente a 
tantas condições desfavoráveis. Como agir/pensar didaticamente quando não há condições 
mínimas para a organização de um espaço/tempo educacional que valorize o ensinar e o 
aprender? (cf. Almeida, Franco, Fusari, Pimenta, 2010)
Que questões um programa de didática precisa mobilizar num curso de 
Licenciatura que pretenda formar professores para se inserirem nas escolas públicas?
É preciso partir delas! E situá-las nos contextos institucionais e culturais nos 
quais estão histórica e geograficamente situadas. E começar levantando questões a partir 
de seus limites. Esse procedimento pode configurar o inicio do processo de rupturas das 
representações de que os estudantes dos cursos de licenciatura, em geral, são portadores.
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A Didática enquanto disciplina: centralidade na escola pública
Os limites apontados anteriormente são de natureza política: quais as condições 
que a escola pública oferece para espaços de reflexão coletiva? É possível criar e 
desenvolver uma cultura de análise nas escolas cujo corpo docente é rotativo, recebe 
baixos salários e atua em condições precárias? Que interesse os sistemas públicos que 
adotam políticas com práticas autoritárias e de desqualificação do corpo docente têm em 
investir na valorização e no desenvolvimento profissional dos professores? Ou seja, as 
tendências em análise apontam para políticas opostas a uma formação de qualidade, que 
se assumem com uma lógica dominante do mercado de des-profissionalização e des-
emprego dos professores, investindo muito mais em algumas competências técnico-
burocráticas para o fazer docente (como por exemplo reproduzir os conteúdos de
apostilas produzidas por empresas especializadas em oferecer cursinhos preparatórios 
aos vestibulares) e muito menos nos seus saberes e na sua capacidade intelectual. São 
limitações na formação inicial dos professores, que historicamente acumula índices 
precários devido a formação aligeirada e muitas vezes frágil teórica e praticamente, em 
cursos nos quais a didática e as metodologias são meros discursos técnicos sobre o 
ensinar. São também de natureza teórico/metodológica: quais as possibilidades efetivas 
de o professor pesquisar a prática? Quais os aportes teóricos e metodológicos que são 
necessários que ele domine para isso? Como as teorias são consideradas nessa 
perspectiva? A análise da prática está sendo realizada para além de si, criticamente, com 
critérios externos de validade do conhecimento produzido? E a generalização dos 
conhecimentos em forma de teorias? Identificar esses limites possibilitará que os temas 
da didática sejam explorados em seus nexos com esse contexto, alargando a 
compreensão dos limites, identificando as contribuições da área na perspectiva de 
superação, fortalecendo teórica e politicamente práticas transformadoras. (cf. Pimenta, 
1997).
Os estudantes que por diferentes razões se inserem em cursos de licenciatura 
são portadores de inúmeras representações sobre escolas particulares e públicas, por 
terem sido alunos durante pelo menos 15 anos de suas vidas. Também por serem alunos 
de cursos de graduação nos quais as preocupações com educação e ensino estão 
ausentes. Têm informações difusas (ou não) sobre a fragilidade do estatuto profissional 
e social da profissão; sobre alunos, indisciplina, falta de interesse, desrespeito; 
fragilidade dos docentes frente a essas questões; vêem na didática (mas sem muita 
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convicção) uma ‘tábua de salvação’, uma disciplina a mais, uma obrigação burocrática; 
desconhecem os nexos entre ensino, escola, trabalho docente e produção existencial e 
material dos sujeitos e da sociedade em que vivem; os nexos entre suas áreas de 
conhecimento específico e a sociedade, e a formação humana de si mesmos, e dos 
demais; o como se relacionam com as disciplinas escolares, e tantas outras.
O desafio para os cursos é justamente o de partir das representações que trazem, 
do conhecimento que têm da escola por terem sido alunos a tantos anos, do seu olhar
como alunos, para começar a olhá-la como futuros professores, como objeto de 
conhecimento, passível de pesquisas, análises, interpretações, e sobretudo, como 
possibilidades de ser diferente, melhor. 
Entendo que qualquer curso de formação de professores precisa se constituir em 
um processo intencional e planejado de provocar rupturas nos estudantes das pré-
concepções sobre a sua (nova) área profissional e sobre o campo no qual se realiza: as 
escolas. E nesse processo, joga um papel importante, algumas rupturas existenciaise 
cognitivas.
A Didática enquanto disciplina: rupturas possíveis em cursos de formação de 
professores 
 De nossa trajetória de ensinar e pesquisar em didática é possível sistematizar 
um caminho para um curso de didática que gere (tem gerado) as rupturas que 
consideramos necessárias. E que mostra a contribuição da didática em sua dimensão 
disciplinar.
Começar por compreender as relações entre educação, pedagogia e didática. 
Suas finalidades, seus campos, suas tensões, os conflitos ideológicos que as atravessam, 
as diferentes e, por vezes, opostas direções de sentido que apontam, no contexto da 
realidade social, econômica, política, cultural em que estamos situados. E aí, com o 
texto de Paulo Freire (1997) explode uma das primeiras rupturas que poderíamos 
denominar de existencial quando os estudantes se indagam: e eu nisso? (nunca havia 
pensado...); e a educação que tive? Isso é possível? A educação verdadeiramente é um 
ato político! E onde se estuda essas coisas na universidade? E os docentes dos nossos 
cursos (de bacharelado) como se situam nisso? E os nossos conhecimentos específicos? 
Como entram? Ou não entram? O principal conceito aqui ressignificado é o de educação 
escolar e de suas finalidades, já sendo confrontadas com suas realidades.
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Compreendendo o ensino, objeto da didática, como fenômeno complexo, que se 
realiza na práxis social entre os sujeitos – professores e alunos, mediados pelas 
condições objetivas - situados em contextos (institucionais, culturais, espaciais, 
temporais, sociais...), e que, por isso é modificado e modifica os sujeitos envolvidos 
nesse processo, provoca-se uma segunda ruptura que poderíamos denominar de 
existencial – cognitiva; o pré - conceito que fica abalado é o de que ensinar é transmitir. 
Abre-se caminho para compreender que o ensino de qualidade será aquele que resulte 
em qualidade formativa; portanto que ensinaré organizar intencionalmente as condições 
para sua realização de modo que desenvolva o exercício da crítica para a transformação 
das condições sociais vigentes, com vistas a superar as desigualdades e gerar a 
emancipação social e humana.
A ruptura que aí explode é sobre o sentido e o significado dos conhecimentos 
científicos de que são portadores para si, no mundo, na formação de outros (alunos): 
qual sentido tem para (para cada estudante) ser físico, biólogo, historiador... 
E a importância da disciplina Didática. Ao estudar o ensino como fenômeno 
complexo e prática social, a didática busca compreender o ensino em situação, suas 
funções sociais, suas implicações mais amplas; realizar ação auto-reflexiva como 
componente do fenômeno que estuda, (porque é parte integrante da trama do ensinar); 
assim, a didática, como parte do evento ensino, ajuda a criar respostas novas assumindo 
ao mesmo tempo um caráter explicativo, compreensivo e projetivo, sobre a natureza do 
ensino, seus problemas e suas causas, suas conseqüências, suas possibilidades e seus 
limites na construção do humano. 
Os professores, por sua vez, são profissionais formados para realizar a mediação 
crítico – reflexiva entre aluno – conhecimento através de seu trabalho específico que é o 
ensino em situação.
Vamos, pois, ao triângulo Professor – Aluno – Conhecimento e dar sentido ao 
que se entende por conhecimento(s), saber(es), e as diferentes figuras do aprender, 
quebrando todos os preconceitos envoltos nessas questões: alguns aprendem, outros não 
porque são incapazes; professor ensina, aluno é que não aprende, conhecimento é uma 
coisa só, como um bloco monolítico. E vamos com o livro de Charlot (2000), Da 
relação com o saber. Tendo passado antes por uma nova ruptura (esta cognitiva): a 
didática não se resume a técnicas de ensinar e o ensino não significa passar 
conhecimento (ou informações, ou conteúdos, ou...) com os textos Rios (2001)
Compreender e Ensinar - por uma docência da melhor qualidade e Libâneo (2002)
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Didática: velhos e novos temas, por exemplo. Para introduzi-los vamos assistir ao filme 
A língua das Mariposas, e descobrir que professorar é ato político, com 
intencionalidades formativas, planejadas e com estratégias mobilizadoras. E pelo 
Projeto Político Pedagógico que começa a provocar os estudantes que ensinar é trabalho 
coletivo, intencionalmente planejado, e que atravessa toda e qualquer atividade da/na 
escola, inclusive, e principalmente, o ensinar em aulas (com os textos de Veiga (1995) 
Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva, e Pimenta (2001) 
Projeto Pedagógico e identidade da escola. E descobrir com o filme Minhas Tardes 
com Margueritte que o saber elaborado transforma e empodera os sujeitos. E que 
conforme os modos como a escola se organiza ela pode ser inclusiva ou excludente (cfe 
Marin, 2010).
A centralidade do ESTÁGIO na formação
Ao longo de um programa de Didática em cursos de licenciatura, são realizados os 
estágios, num total de 20 horas(no nosso caso). No processo, os estudantes vão a 
escolas, por eles escolhidas, definem, a priori, os temas que nortearão suas atividades na 
escola, se agrupam conforme os temas escolhidos, apresentam os resultados temáticos 
em forma de pôster e redigem relatório individual. Essa dinâmica parte das 
considerações teóricas que temos sobre o estágio na formação de professores. 
Entendemos o estágio como um campo de conhecimento que envolve estudos, 
análise, problematização, reflexão e proposição de soluções para o ensinar e o aprender 
e compreende a reflexão sobre as práticas pedagógicas, o trabalho docente e as práticas 
institucionais, situados em contextos sociais, históricos e culturais. Nesse sentido 
caracteriza-se como mediação entre os professores formadores, os estudantes em curso e 
os professores das escolas. Em sua realização esses sujeitos se colocam como atentos 
aos nexos e relações que se estabelecem e a partir dos quais poderão realizar as 
articulações pedagógicas e percebem as possibilidades de se realizar pesquisas entre 
eles tendo os problemas das escolas como fenômenos a serem analisados, 
compreendidos, e, mesmo superados.
É possível o estágio de didática se realizar em forma de pesquisa? Ainda que em 
curtos espaços de tempo, a pesquisa no estágio é uma estratégia, um método, uma 
possibilidade de formação do estagiário como futuro professor e, futuro pesquisador da 
área. No âmbito do curso de Didática, ela tem se mostrado com possibilidade de 
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desenvolver habilidades de pesquisa e compreender sua relevância quando se assume o 
compromisso de ensinar com vistas à transformação. 
A pesquisa no estágio, como método de formação dos estagiários futuros 
professores, se traduz, de um lado, pela mobilização de pesquisas que permitam a 
ampliação e análise dos contextos onde os estágios se realizam. Mas também e, em 
especial, na possibilidade de os estagiários desenvolverem postura e habilidades de 
pesquisador a partir das situações de estágio, elaborando projetos que lhes permitam ao 
mesmo tempo compreender e problematizar as situações que observa. Esse estágio 
pressupõe outra postura diante do conhecimento, que passe a considerá-lo não mais 
como verdade capaz de explicar toda e qualquer situação observada. Supõe que se 
busque novo conhecimento na relação entre as explicações existentes e os dados novos 
que a realidade impõe e que são percebidas na postura investigativa (cf. Pimenta & 
Lima, 2004; e Lima, 2001)
O estágio como reflexão da práxis possibilita aos alunos de didática aprenderem 
com aqueles que já possuem experiência na atividade docente. No entanto, a discussão 
dessas experiências, sua possibilidades, porque dá certo ou não, configura o passo 
adiante à simples experiência. A mediação do curso de didática, os autores que são
discutidos, os temas próprios e as pesquisas em didática, as estratégias que se utiliza, os 
filmes, as discussões em classe, os registros escritos da apreensão individual das 
leituras, a produção coletiva, em grupos, a postura do professor de didática diante deles, 
as teorias, a discussão de artigos e notícias do dia sobre os temas da educação, escola, 
sistemas de ensino, políticas educacionais, joga papel importante nesse processo. 
Um dos primeiros impactos é o susto diante da real condição das escolas e suas 
contradições entre o escrito e o vivido, o dito pelos discursos oficiais e o que realmente 
acontece.
Em Relatórios de Estágio, a primeira revelação de muitos alunos é sobre o 
pânico, a desorientação e a impotência no convívio com o espaço escolar. No início das 
atividades e na chegada à escola, como registrou um dos estagiários, são constantes os 
problemas relacionados com a falta de organização, de recursos materiais, de integração 
entre escola e estagiários, além de indisciplina, violência, entre outros:
Quando cheguei na escola, não sabia analisar o que eu via. Era uma escola pública e eu nunca 
tinha vivido uma situação daquelas. Faltou merenda escolar! No meio daquela movimentação, 
eu sentia um misto de pânico e incompetência, além de ver-me completamente perdido. Tinha 
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vontade de sair correndo daquele lugar. No outro dia, eu estava doente na hora de ir para o 
Estágio. (Aluno do 7º semestredo Curso de Pedagogia)
Esse depoimento revela o distanciamento entre a universidade e a escola. 
Compreender a escola em seu cotidiano é condição para qualquer projeto de 
intervenção, pois o ato de ensinar requer um trabalho específico e reflexão mais ampla 
sobre a ação pedagógica que ali se desenvolve:
Aprendemos na escola que o ver e o escutar de forma crítica e reflexiva o que estava em nossa 
volta, propicia um novo olhar. Um olhar que escuta, ouve e aprende a ver o outro, a realidade, 
cria e busca a sintonia do outro, do grupo e das de outras pessoas. (Aluna do Programa 
Especial de Formação Pedagógica)
A percepção dessa aluna revela a mudança de seu enfoque em relação à escola. 
Parece que descobriu seu lugar, numa postura investigativa de atenta escuta interior e 
exterior. 
As mudanças decorrentes das reformas educacionais, em geral, trazem como 
conseqüência insegurança nos docentes, à medida que alteram as formas 
organizacionais, com vistas à melhoria do ensino, sem, no entanto, alterarem as 
condições de trabalho dos professores, o que enseja apatia e desmotivação destes diante 
dos desafios que lhes são postos no cotidiano da escola (cf. Codo, 1999).
O estagiário vai se deparar com muitos professores insatisfeitos, desgastados 
pela vida que levam e o trabalho que desenvolvem, pela perda dos direitos 
historicamente conquistados, além dos problemas do contexto econômico social que os 
afeta. Assim, é comum os estagiários serem recebidos na escola com apelações do tipo: 
Desista enquanto é tempo! O que você, tão jovem, está fazendo aqui?
Em levantamento realizado com os alunos ao final dos estágios (em diversos 
cursos de didática no país), solicitou-se que registrassem suas aprendizagens e lições 
positivas deles decorrentes, considerando os desafios e as dificuldades neles vividas: a
oportunidade de ter contato com a real situação da escola pública; perceber a relação 
entre teoria estudada, práticas escolares e ações de seus profissionais; apreender a vida 
dos professores, a profissão em suas vidas e as ações em sala de aula; identificar os 
hábitos, as atitudes e o cotidiano dos professores, seus relacionamentos com seus pares, 
com os seus alunos, com os orientadores de estágio, com a comunidade escolar;
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perceber a distância entre o discurso e o marketing governamental sobre a escola 
pública e a realidade; o movimento de relação ou distanciamento entre escola e 
comunidade; suas diferentes culturas; a clareza de que o Estágio vai dar suporte à 
prática docente, principalmente para quem nunca esteve na sala de aula; convívio e a 
interação com a sala de aula, a observação das diferenças no comportamento das 
crianças, os estímulos que recebem e como são tratadas pelos pais, pela escola e pelos 
professores; a oportunidade de encontrar professores realizando excelente trabalho na 
escola pública e o acesso a atividades nunca vistas no decorrer do curso; perceber que é 
possível colocar em prática muitos dos conhecimentos acumulados; vivenciar a partilha 
de trabalhos, o espírito de equipe entre os colegas nas atividades de estágio; a 
compreensão dos elementos que interferem decisivamente na condução da sala de aula e 
na vida dos profissionais do magistério.
Os estagiários consideraram, ainda, a urgente necessidade de uma parceria mais 
viva e eficaz entre a universidade e a escola e a reestruturação do Estágio e da Prática de 
Ensino como disciplinas dos cursos de licenciatura.
Para ampliar o diálogo entre a disciplina de Didática e as questões trazidas pelos 
estágios, vamos examinar mais de perto o que dizem as pesquisas e autores sobre 
violência (e aí se descobre um novo conceito e sua riqueza para o trabalho de ensinar: a 
violência simbólica!), autoridade e autoritarismo que marcam as avaliações (com 
Aquino, 2000; Vasconcellos, 2005, por exemplo) e finalizar tematizando os desafios e 
as possibilidades da profissão docente, apontando suas contradições na sociedade 
contemporânea.
Considerações finais
Para concluir, escolhemos sintetizar os momentos que, via de regra, provocam 
as rupturas referidas, a partir de nossas experiências mais recentes (2010/2012) de 
ensinar Didática nos cursos de Licenciatura:
· O tratamento da educação como processo de humanização (Freire, 1997). 
· A percepção de si (de sua área de conhecimento, para si e em si): o triângulo 
didático na própria existência dos estudantes. 
· O estágio como desconstrução de mitos e preconceitos e construção de 
possibilidades. 
e as ressignificações mais expressivas:
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· A didática como campo de conhecimento e o ensino seu objeto em situação. 
· A compreensão dos temas clássicos da didática em situação: relação professor –
aluno - conhecimento; autoridade e autoritarismo; a indisciplina entendida também 
como apatia generalizada (de professores, de alunos, dos dirigentes da escola).
· A mediação professor - aluno – conhecimento - espaço escolar; reconhecimento e 
autoridade; afeto e desenvolvimento pessoal e cognitivo dos alunos. A intrínseca relação 
dos componentes do projeto político pedagógico. 
· A avaliação necessária (diagnóstica e formativa) no contexto das avaliações 
classificatórias/competitivas.
· A atividade docente significativa e as contradições que a atravessam. 
· A escola existente e a escola possível e a mediação possível do trabalho docente.
Com esses apontamentos finais procuramos enfatizar a importância da Didática 
em sua dimensão disciplinar na formação de professores, equipados para fazer frente 
aos desafios que o ensino e a aprendizagem como práxis de inclusão social e 
emancipação humana, situados em contextos, lhes coloca. 
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