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Exposição de Trabalhadores a Agentes Cancerígenos e Irritantes EBOOK PDF

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Prévia do material em texto

Av. Tancredo Neves, S/Nº - Rua Alceu Amoroso Lima, Nº 142 - Centro Metropolitano de Salvador-Ba - CEP: 41820-770 
Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
 
 FUNDACENTRO - FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E 
MEDICINA DO TRABALHO - CENTRO REGIONAL DA BAHIA (CRBA) - Laboratório 
Químico de Higiene Ocupacional 
 
RELATÓRIO FINAL DO PROJETO AVALIAÇÃO DE AGENTES 
CARCINOGÊNICOS/MUTAGÊNICOS EM AMBIENTES DE TRABALHO - Exposição de 
Trabalhadores a Agentes Cancerígenos e Irritantes em Carvoarias não Mecanizadas na Bahia. 
 
Classificação de segurança: sem restrições. 
 
EQUIPE TÉCNICA 
 
 
 Albertinho Barreto de Carvalho – Doutor em Química, Tecnologista Sênior – 
FUNDACENTRO/CRBA (coordenação). 
 Mina Kato – Farmacêutica Bioquímica, Mestre em Toxicologia, Doutora em 
Epidemiologia - Tecnologista Sênior – FUNDACENTRO/CRBA (coordenação). 
 Anaide Vilasboas de Andrade – Enga. Civil e de Segurança do Trabalho, Tecnologista 
Sênior – FUNDACENTRO/CRBA. 
 Ana Soraya Vilasboas Bomfim – Mestre em Ciências Sociais - Analista de Ciência e 
Tecnologia – FUNDACENTRO/CRBA. 
 Mariângela Rezende Mascarenhas Santos – Farmacêutica. Convênio 
FUNDACENTRO/FUNDUNESP. 
 Marco Antônio Vasconcelos Rego – Médico, Doutor em Epidemiologia – 
CESAT/SESAB. 
 
 
COOPERAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA/COLABORAÇÃO/PARCERIA 
 
 Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia, Gerência Regional do 
Trabalho e Emprego de Camaçari - Parceria. 
 Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador (CESAT) da Secretaria de Saúde do Estado 
da Bahia (SESAB) - Cooperação técnico-científica. 
 
 
Av. Tancredo Neves, S/Nº - Rua Alceu Amoroso Lima, Nº 142 - Centro Metropolitano de Salvador-Ba - CEP: 41820-770 
Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
 Laboratório de Pesquisa Química (LPQ), Departamento de Química Geral e Inorgânica, 
Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Cooperação técnico-
científica. 
 Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da UNIVERSIDADE DA 
CAROLINA DO NORTE, Chapel Hill (EUA) - Cooperação técnico-científica, por meio 
de Bahia - Carolina Fellowship (Fogarty International). 
 Divisão de Carcinogênese Ambiental da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (US 
EPA), em Durham (NC) - Cooperação técnico-científica. 
 Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho, 
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Cooperação técnico-científica. 
 
 
APOIO ADMINISTRATIVO 
 
 Equipe de motoristas da FUNDACENTRO/CRBA e do CESAT. 
 João Luiz M. Silva – FUNDACENTRO/CRBA – Assistente em Ciência e Tecnologia - 
trabalhos de campo. 
 Josildo Marcelo Murici Silva – Assistente em Ciência e Tecnologia -
FUNDACENTRO/CRBA - trabalhos de campo. 
 Daniel Martins da Silva - FUNDACENTRO/CRBA – Assistente em Ciência e 
Tecnologia - trabalhos de campo. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Aos profissionais das áreas de produção e de Segurança e Saúde no Trabalho, bem como, 
os trabalhadores das carvoarias pertencentes às empresas FERBASA e SIBRA. 
 A Jaílson Bittencourt de Andrade e Pedro Afonso de P. Pereira, professores - doutores do 
Laboratório de Pesquisa Química (LPQ) do Departamento de Química Geral e 
Inorgânica, Instituto de Química – UFBA. 
 A David DeMarini e seus colaboradores, da Divisão de Carcinogênese Ambiental da 
Agencia de Proteção Ambiental dos EUA (US EPA). 
 A Leticia Nobre, coordenadora do CESAT, SESAB.
 
 
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
 A Gilka J. F. Gattás e Leni Gomes da Silva, do Departamento de Medicina Legal Ética 
Médica Medicina Social e do Trabalho, Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo. 
 A Gisela de Aragão Umbuzeiro, professora e pesquisadora da Faculdade de Tecnologia 
da UNICAMP. 
 A Dana Loomis no Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da 
Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA. 
 À equipe de estudantes de Medicina, internos do CESAT/SESAB, que participaram da 
coleta de dados. 
 A Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena, auditoras fiscais 
do trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego/Camaçari/Bahia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, Bahia 
 
 
Março, 2016
 
 
Av. Tancredo Neves, S/Nº - Rua Alceu Amoroso Lima, Nº 142 - Centro Metropolitano de Salvador-Ba - CEP: 41820-770 
Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
 
 
Qualquer parte deste relatório pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. 
Projeto vinculado ao Programa de Segurança Química da FUNDACENTRO. 
Projeto atualmente identificado pelo código 87.08.172 
Identificações anteriores: 87.08.003 e 87.08.107. 
Para a realização da presente pesquisa foram utilizados os recursos materiais do Laboratório 
Químico de Higiene Ocupacional do Centro Regional da Bahia (Lab-CRBA) e do Laboratório de 
Pesquisas Químicas (LPQ) do Departamento de Química Geral e Inorgânica, Instituto de 
Química, Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os recursos financeiros foram oriundos da 
FUNDACENTRO e do Bahia - Carolina Fellowship (Fogarty International). 
 
 
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Este relatório final apresenta os resultados do estudo realizado pela FUNDACENTRO – 
Centro Regional da Bahia (FUNDACENTRO/CRBA) durante o período de 2001 a 2013, sobre a 
exposição de trabalhadores a produtos químicos irritantes e cancerígenos emitidos durante o 
processo de produção de carvão vegetal, em carvoarias não mecanizadas, na Bahia. 
O estudo foi realizado em atendimento a uma demanda da ex-Delegacia Regional do 
Trabalho (DRT), Subdelegacia de Camaçari/Bahia, atualmente, Superintendência Regional do 
Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE-BA) e Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE) 
de Camaçari, que vinha realizando uma ação fiscal nas carvoarias de sua jurisdição. A ação fiscal 
fazia parte do Projeto Inspeção dos Ambientes e Condições do Trabalho, subprojeto Diagnóstico 
e Melhoria das Condições de Trabalho na Área do Reflorestamento e das Carvoarias 
Pertencentes à Jurisdição da Subdelegacia de Camaçari, coordenados pelas Auditoras Fiscais 
Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena. 
O estudo proposto foi então inserido no Projeto Avaliação de Agentes 
Carcinogênicos/Mutagênicos no Ar, da FUNDACENTRO-CRBA, que fazia parte do Programa 
Trabalho Seguro e Saudável, do Ministério do Trabalho e Emprego, coordenado pela 
FUNDACENTRO. 
As carvoarias nas quais os trabalhos de campo foram realizados estavam localizadas na 
região de jurisdição da GRTE-Camaçari, distantes até 200 km, ao norte de Salvador. 
 
 
Albertinho Barreto de Carvalho 
Coordenação 
 
Mina Kato 
Coordenação
 
 
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RESUMO 
 
A FUNDACENTRO/CRBA concebeu e executou a investigação dascondições de 
trabalho e consequências à saúde dos trabalhadores em várias carvoarias não mecanizadas 
localizadas na região de jurisdição da GRTE-Camaçari, ao Norte de Salvador, de 2001 a 2013, 
como parte do projeto “Avaliação de agentes carcinogênicos/mutagênicos em ambientes de 
trabalho”. Foram identificadas várias situações de risco de acidentes e à saúde do trabalhador 
nessas plantas como quedas de altura, mordida por animias peçonhentos, acidentes com tratores 
e caminhões, execução de várias atividades em posturas inadequadas, excesso de peso, 
proximidade com fonte de calor, entre outros. A fumaça da queima de madeira, foco de nosso 
estudo, pode causar problemas nos olhos e no aparelho respiratorio, intoxicação por monóxido 
de carbono etc. Dentre os seus inúmeros componentes irritantes e carcinogenicos, alguns 
(compostos carbonílicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, benzeno) e material 
particulado foram avaliados nos ambientes de trabalho de carvoarias. Os metabólitos dos 
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos 1-hidroxipireno e 2-naftol foram determinados na urina 
dos trabalhadores. O último se mostrou um indicador mais sensível para avaliar a exposição à 
fumaça de madeira. 
As concentrações dos agentes químicos emitidos na fumaça dos fornos, determinados no 
presente estudo, não superaram os limites de tolerância existentes na legislação brasileira. No 
entanto, os níveis de formaldeído, tanto nas amostras pessoais (12,3 a 139,1 µg/m
3
) quanto nas 
estacionárias (23,6 a 159,5 µg/m
3
), foram predominantemente superiores ao limite de exposição 
recomendado pelo NIOSH/EUA. 
Concentrações de benzeno determinadas há 2 metros de distância de fornos em 
carbonização e há 1,6 m do solo, estiveram na faixa de 0,014 a 0,38 ppm. Duas amostras 
coletadas há um metro da chaminé apresentaram concentrações de 0,65 e 1,05 ppm. 
Concentrações de naftaleno e pireno determinadas em todas as amostras pessoais 
coletadas nos carbonizadores estiveram, respectivamente, nas faixas de 10,68 a 422,86 µg/m
3
 e 
0,17 a 1,28 µg/m
3
. Nos barreladores, estas concentrações estiveram nas faixas de 2,29 a 18,54 
µg/m
3
 e 0,11 a 0,45 µg/m
3
. Nas amostras estacionárias, as concentrações de naftaleno e pireno 
estiveram, respectivamente, nas faixas de 9,60 a 569,7 µg/m
3
 e 0,05 a 11,24 µg/m
3
. 
A maioria dos resultados obtidos na avaliação da exposição de trabalhadores forneiros à 
poeira total e respirável de carvão vegetal superaram os limites propostos pela OSHA/EUA 
 
 
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
(PEL-TWA de 15 mg/m
3
 para poeira total, e de 5 mg/m
3
 para poeira respirável). Muitas amostras 
apresentaram saturação do filtro devido aos elevados níveis de poeira em suspensão no ar 
inalado pelos forneiros. 
A discussão sobre as situações de risco encontradas são ilustradas com fotos tiradas nas 
carvoarias durante o periodo do estudo, muitas delas acompanhadas de recomendações para 
modificações no processo. 
 
 
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LISTA DE SÍMBOLOS, UNIDADES E ABREVIATURAS 
1. ACGIH® = American Conference of Governmental Industrial Hygienist (EUA) 
2. CLAE = Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 
3. CC = Compostos Carbonílicos 
4. CESAT = Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador 
5. CG = Cromatografia em fase Gasosa 
6. CG/DCE = Cromatógrafo a Gás com Detector de Captura de Elétrons 
7. CG/DIC = Cromatógrafo a Gás com Detector de Ionização em Chama 
8. CG/DFI = Cromatógrafo a Gás com Detector de Fotoionização 
9. CG/DNP = Cromatógrafo a Gás com Detector de Nitrogênio e Fósforo 
10. CG/EM = Cromatografia em fase gasosa acoplada à Espectrometria de Massas 
11. CIPATR = Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural 
12. CMPT = Concentração Média Ponderada no Tempo 
13. CONAMA = Conselho Nacional de Meio Ambiente 
14. COVs = Compostos Orgânicos Voláteis 
15. CRBA = Centro Regional Bahia, da FUNDACENTRO (FUNDACENTRO/CRBA) 
16. CTN = Centro Técnico Nacional, da FUNDACENTRO (FUNDACENTRO/CTN) 
17. DFG = Deutsche Forschungsgemeinschaft (Alemanha) 
18. DMF = Dimetilformamida 
19. 2,4-DNPH = 2,4- Dinitrofenilhidrazina 
20. 2,4-DNPHo = 2,4-Dinitrofenilhidrazona 
21. DSST = Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho 
22. EM = Espectrometria de Massas 
23. EPA = Environmental Protection Agency (Irlanda) 
24. EPI = Equipamento de Proteção Individual 
25. EPR = Equipamento de Proteção Respiratória 
26. FSB = Fração Solúvel em Benzeno 
27. FSC = Fração Solúvel em Cicloexano 
28. HPA = Hidrocarboneto Policíclico Aromático 
29. HPAs = Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos 
30. HSE = Health and Safety Executive (Reino Unido) 
 
 
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
31. IARC = International Agency for Research on Cancer 
32. IBE = Indicador Biológico de Exposição 
33. IBE-Bz = Indicador Biológico de Exposição ao Benzeno 
34. IBMP = Índice Biológico Máximo Permitido (NR 7) 
35. INSHT = Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (Espanha) 
36. L = litro 
37. L/min = litro por minuto 
38. LT = Limite de Tolerância (NR 15) 
39. m3 = metro cúbico ( = 1000 litros) 
40. mg = miligrama 
41. mL = mililitro 
42. mm = milímetro 
43. mg/m3 = miligrama por metro cúbico 
44. MAK = “maximale Arbeitsplatz-Konzentration” = Concentração Máxima no Local de 
Trabalho (DFG/Alemanha) 
45. MEC = Metil Etil Cetona 
46. MIBC = Metil Isobutil Cetona 
47. MPT = Média Ponderada no Tempo 
48. µm = micrômetro (0,000001 m); 
49. µg/m3 = micrograma por metro cúbico 
50. ng = nanograma 
51. nm = nanômetro 
52. NIOSH = National Institute for Occupational Safety and Health (EUA) 
53. OSHA = Occupational Safety and Health Administration (EUA) 
54. ppb = partes por bilhão, em volume 
55. ppm = partes por milhão, em volume. 
56. PCMSO = Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
57. PEL = Permissible Exposure Limits (OSHA/EUA) 
58. PNOR = Particulates Not Otherwise Regulated (PNOR) (OSHA/EUA) 
59. PNOS = Particles (insoluble or poorly soluble) Not Otherwise Specified (ACGIH/EUA) 
60. PPRA = Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
61. PTFE = Politetrafluoretileno 
 
 
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Telefone: (071) 3272-8850 - Fax: (071) 3272-8877 -CGC: 62.428.073/0017-01 - Inscrição Estadual: Isenta 
 
62. REL = Recommended Exposure Limit (NIOSH/EUA) 
63. STEL = Short Time Exposure Limit 
64. TLVs® = Threshold Limit Values 
65. TWA = Time Weighted Average 
66. UFBA = Universidade Federal da Bahia 
67. UNC = University of North Carolina (EUA) 
68. US EPA = United States Environmental Protection Agency (EUA) 
69. UV = Ultra Violeta 
70. V = Volume 
71. VLA = Valor Limite Ambiental 
72. WEL = Workplace Exposure Limit (HSE) 
 
 
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LISTA DE TABELAS 
Tabela 1- Produtos da carbonização de madeira anidra. 33Tabela 2 - Constituintes principais dos gases não condensáveis e do líquido pirolenhoso. 33 
Tabela 3 - Composição química da fumaça da queima de madeira. 35 
Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de 
madeira. 
36 
Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de 
carvão vegetal em estudo piloto na UFMS. 
40 
Tabela 6 - Propriedades físico-químicas de alguns HPAs. 47 
Tabela 7 - Classificação de carcinogenicidade para humanos de alguns HPAs, misturas 
complexas, processos produtivos e atividades. 
50 
Tabela 8 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m
3
, para alguns HPAs e misturas 
complexas que os contém. 
52 
Tabela 9 - Propriedades físico-químicas de alguns compostos carbonílicos (CC) 
presentes na fumaça da queima da madeira. 
59 
Tabela 10 - Propostas de valores limites para qualidade do ar, em mg/m
3
, para ambientes 
internos e ambiente geral. 
63 
Tabela 11 - Limites de exposição ocupacional, em mg/m
3
, de alguns CC presentes na 
fumaça da queima da madeira. 
65 
Tabela 12 - IBEs para alguns CC propostos pela ACGIH e DFG. 66 
Tabela 13 - Algumas características sócio-demográficas dos trabalhadores de fornos de 
carvão e corte da região nordeste da Bahia, 2001-2002. 
117 
Tabela 14 - Número de trabalhadores (N) e odds-ratios bruto de prevalência (ORP) para 
genótipo e para efeitos ou sintomas da exposição à fumaça, segundo a exposição. 
118 
Tabela 15 - Odds-ratio bruto de prevalência para a associação entre altos níveis de danos 
de DNA no epitélio nasal e potenciais fatores causais, estratificados por habito de fumar. 
120 
 
 
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LISTA DE TABELAS (continuação) 
Tabela 16 - Concentrações urinárias de 2-NAP e 1-OHP (MG e DPG em µmol/mol 
creatinina) em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria 
de exposição à fumaça de madeira e do hábito de fumar cigarro (Período, 2001-2002). 
122 
Tabela 17- Odds-ratio de prevalência (ORP e IC95%) de níveis altos de 2-NAP e 1-OHP 
urinários em trabalhadores carvoeiros e do corte de madeira, em função da categoria de 
exposição e genótipo GSTM1 (Período, 2001-2002). 
123 
Tabela 18 - Concentrações de CC (µg/m
3
)
a
, média pondera no tempo (CMPT), e 
breakthrough (Bt) em amostras pessoais (forneiro) e estacionárias coletadas na carvoaria 
C1 (1º semestre/2004). 
131 
Tabela 19 - Concentrações de CC (µg/m
3
)
a
, média pondera no tempo (CMPT), em 
amostras pessoais coletadas no carbonizador, na carvoaria C2 (1º semestre/2004). 
133 
Tabela 20 - Concentrações de CC (µg/m
3
)
a
, média pondera no tempo (CMPT), em 
amostras estacionárias coletadas na carvoaria C2 (1º semestre/2004). 
133 
Tabela 21 - Concentrações de HPAs, MPT, em µg/m
3
,
 
de todas as amostras coletadas 
nos carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão 
(DP) e número de resultados (n) considerados nos cálculos). 
138 
Tabela 22 - Concentrações de HPAs, em µg/m
3
, MPT, em amostras coletadas nos 
carbonizadores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e 
número de resultados (n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas 
consecutivamente. 
139 
Tabela 23 - Concentrações de HPAs, em µg/m
3
,
 
MPT, de todas as amostras coletadas 
nos barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e 
número de resultados (n)). 
139 
Tabela 24 - Concentrações de HPAs, em µg/m
3
, MPT, em amostras coletadas nos 
barreladores entre 2004 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e 
número de resultados (n)), considerando as concentrações MPT das amostras coletadas 
consecutivamente. 
140 
 
 
 
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LISTA DE TABELAS (continuação) 
Tabela 25 - Concentrações de HPAs, em µg/m
3
, MPT, nas amostras estacionárias 
coletadas entre 2003 e 2007 (faixa, média aritmética (MA), desvio padrão (DP) e 
número de resultados (n)). 
140 
Tabela 26 - Concentrações de PT e PR de carvão, em mg/m
3
, MPT, das amostras 
pessoais válidas, coletadas em 5 carvoarias entre 2008 e 2012, acompanhadas da faixa, 
média, desvio padrão e número de resultados (n). 
145 
 
 
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LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Fórmulas estruturais de alguns CC presentes na fumaça da queima da 
madeira. 
58 
Quadro 2 - Efeitos à saúde e classificação de carcinogenicidade de alguns CC. 61 
Quadro 3 - Situações ou condições de risco para os trabalhadores das carvoarias 
(forneiro, carbonizador, barrelador), encontradas na região nordeste da Bahia no inicio 
da década de 2000. 
94 
Quadro 4 - Situações ou condições de riscos para os trabalhadores do corte e do 
transporte de madeira para as carvoarias (operador de motosserra, ajudante de operador, 
cambiteiro, carregador e motorista de caminhão/carreta) na região nordeste da Bahia no 
inicio da década de 2000. 
95 
Quadro 5 – Parâmetros de coleta das amostras utilizadas para a determinação de %Bt. 136 
Quadro 6 - Eficiências de dessorção dos HPAs para os tubos XAD-2 de 150 e 600 mg. 137 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
Figura 1- Fluxograma simplificado do processo de produção do carvão vegetal. 28 
Figura 2 - Forno de alvenaria, cilíndrico, apresentando os orifícios e chaminés por onde 
sai a fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002). 
30 
Figura 3 - Forno de alvenaria, semicircular, apresentando os orifícios e chaminés por 
onde sai a fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002). 
31 
Figura 4 - Forno emitindo fumaça nas tonalidades branca, parda e azul, após estar 
carbonizando por um ou dois dias (Foto de 2002). 
32 
Figura 5 - Forno carbonizando há mais de dois dias (Foto de 2002). 32 
Figura 6 - Estrutura dos HPAs mais conhecidos (NIOSH, 1998). 48 
Figura 7 - Fórmula geral dos compostos carbonílicos. 56 
Figura 8 - Fórmula estrutural do formaldeído (CH2O). 57 
Figura 9 - Distinção entre aldeídos e cetonas. 57 
Figura 10 - Fórmula estrutural da acetona. 57 
Figura 11 - Coleta de amostra pessoal de ar em um trabalhador (Foto de 2003). 78 
Figura 12 - Trabalhadores removendo carvão do forno utilizando camisetas e cintos 
fornecidos pela FUNDACENTRO para possibilitar a coleta de amostras pessoais (Foto 
de 2002). 
79 
Figura 13 - Coleta de amostra estacionária (ponto fixo) em zona de circulação. 79 
Figura 14 - Bombas de amostragem (a) e suportes de baixa vazão para um ou mais tubos 
(b). 
80 
Figura 15 - Sistema de coleta de compostos carbonílicos com armadilha para ozônio. 83 
Figura 16 - Sistema de coleta para HPAs: a) tubo XAD-2 + cassete com filtro de teflon, 
37 mm x 2 µm de poro; b) tubos XAD-2 de 400/200 mg, antes e após a coleta. 
86 
Figura 17 - Sistemas de coleta de poeira total (a) e respirável (b) e (c). 92 
Figura 18 -Trabalhador “cambiteiro” realizando o descarregamento das toras de 
madeira (Foto de 2002). 
97 
 
 
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LISTA DE FIGURAS (continuação) 
Figura 19 - Trabalhadores realizando o descarregamento de madeira em área de fornos 
(Foto de 2002). 
98 
Figura 20 - Carregamento de madeira para caminhão realizado por grua (Foto de 2012). 98 
Figura 21 - Descarregamento da madeira em área dos fornos, realizado por grua 
adaptada ao próprio caminhão de transporte (Foto de 2012). 
99 
Figura 22 - (a) Operador de motosserra realizando o corte da árvore; (b) Operador 
realizando a transferência de gasolina entre vasilhames com auxílio da boca (Foto de 
2002). 
99 
Figura 23 - Trabalhador transportando madeira para o interior de um forno baixo (Foto 
de 2002). 
100 
Figura 24 - (a) Forneiro colocando o fogo inicial no topo do forno; (b) trabalhador 
caminhando pelo teto do forno (Fotos de 2002 (a) e 2003 (b)). 
101 
Figura 25 - Forno com ignição por baixo, na lateral (Foto de 2003). 102 
Figura 26 - Forneiro exposto à fumaça enquanto realizava o carregamento de madeira 
para o interior do forno (Foto de 2002). 
102 
Figura 27 - Temperatura medida na entrada de um forno aberto para retirar carvão (Foto 
de 2012). 
103 
Figura 28 - Forneiro retirando carvão do forno utilizando carrinho de mão (Foto de 
2013). 
104 
Figura 29 - Forneiro que realizava a retirada de carvão do forno apresentando região dos 
olhos totalmente suja pela impossibilidade de utilizar óculos de proteção (Foto de 2012). 
105 
Figura 30 - Forneiro coçando os olhos com as mãos suadas e sujas de pó de carvão (Foto 
de 2012). 
105 
Figura 31 - Forneiro apresentando sintomas da presença de partículas nos olhos (Foto de 
2012). 
106 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS (continuação) 
Figura 32 - Trabalhadores realizando o carregamento de caminhões com carvão 
utilizando escadas, sem qualquer proteção, para o acesso às gaiolas dos caminhões 
(Fotos de 2002). 
107 
Figura 33 - Sistemas de silos das Fazendas Juruaba e Araticum (a e b) sob os quais as 
carretas recebiam o carvão armazenado entre os anos 2002 e 2013, e de rampa (c), da 
Fazenda Triunfo, por onde um trator levava o carvão para as carretas, em 2002. 
108 
Figura 34 - Trator realizando a transferência do carvão para a carreta (Foto de 2012). 109 
Figura 35 - Trabalhadores sem uniforme adequado e calçado de segurança (Fotos de 
2002). 
110 
Figura 36 - Forneiro utilizando EPR totalmente impregnado de poeira de carvão. Foto de 
2012. 
111 
Figura 37 - Filtro utilizado pelos trabalhadores apresentando saturação após 3 dias de 
uso (Foto de 2012). 
111 
Figura 38 - Máscara de proteção deixada pendurada em carrinho de mão (Foto de 2012). 112 
Figura 39 - Filtro mecânico de alta eficiência, classe P3, para poeiras, fumos e 
particulados, apresentando início de saturação após dois dias de uso durante coletas de 
amostras de ar (Foto de 2013). 
113 
Figura 40 - Barrelador exposto à fumaça, mas utilizando máscara descartável para poeira 
(Foto de 2012). 
113 
Figura 41 - Dormitórios encontrados no início do projeto e das ações da 
GRTE/Camaçari (Foto de 2002). 
114 
Figura 42 - Alojamentos improvisados com lonas plásticas. Situação encontrada no 
início do projeto e das ações da GRTE/Camaçari (Foto de 2002). 
115 
Figura 43 - Garrafa térmica contendo água potável para o trabalhador forneiro. Ao lado, 
a garrafa de água que é utilizada em substituição ao copo (Foto de 2012). 
115 
 
 
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LISTA DE FIGURAS (continuação) 
Figura 44 - Trabalhador terceirizado de uma carvoaria tomando banho em riacho local 
(Foto de 2002). 
116 
Figura 45 - Média geométrica dos valores de mutagenicidade urinária, testadas com 
Salmonella TG1041 + S9, segundo níveis de exposição à fumaça de carvoaria, 
estratificada por hábito de fumar. Somente a diferença entre os níveis de exposição entre 
não fumantes foi significante (P<0,05). 
126 
Figura 46 - Cromatograma de uma amostra real obtido pelo Método “1”. Em ordem de 
eluição: D1, D2, formaldeído (1), acetaldeído (2), furfural (3), propanona (4), D3, 
isômeros C4 (5), D4, D5, D6, D7, D8, D9. 
130 
Figura 47 - Trator realizando o enchimento com madeira de um dos novos fornos 
retangulares da carvoaria Fazenda Limoeiro (Foto de 2012). 
148 
Figura 48 - Trator retirando carvão de um dos novos fornos construídos na carvoaria 
Fazenda Limoeiro (Foto de 2012). 
149 
Figura 49 - Zona de circulação entre os novos fornos da Fazenda Limoeiro apresentando 
contaminação por fumaça proveniente da chaminé de um forno (Foto de 2012). 
149 
Figura 50 - Barrelador realizando sua atividade nos novos fornos da Fazenda Limoeiro, 
exposto à fumaça que atinge a zona de circulação (Foto de 2012). 
150 
Figura 51 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de auxílio no 
enchimento da pá carregadeira do trator, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012). 
150 
Figura 52 - Trabalhadores expostos à poeira de carvão durante a atividade de retirada 
dos “tiços” das pilhas de carvão, na Fazenda Limoeiro (Foto de 2012). 
151 
Figura 53 - Contaminação das zonas de circulação da nova bateria de fornos da Fazenda 
Limoeiro, pela poeira de carvão emitida durante o enchimento dos caminhões pelo trator 
(Foto de 2012). 
151 
Figura 54 - Plataforma móvel para acesso do carbonizado ao topo das portas dos novos 
fornos da Fazenda Limoeiro (Foto de 2012). 
152 
 
 
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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 23 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27 
2.1. Processo de produção do carvão vegetal 27 
2.1.1. Os fornos 29 
2.1.2. Processo de carbonização e composição química da fumaça 
da queima da madeira 
29 
2.2. Emissões para a atmosfera e contaminação do ambiente de trabalho 34 
2.3. Riscos à saúde por exposição à fumaça da madeira 44 
2.4. HPAs e compostos carbonílicos 46 
2.4.1. HPAs 46 
2.4.1.1. Efeitos à saúde - carcinogenicidade 49 
2.4.1.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 51 
2.4.1.3. Monitoramento biológico da exposição 53 
2.4.1.4. Métodos de determinação no ar 54 
2.4.2. Compostos carbonílicos 56 
2.4.2.1. Efeitos à saúde – carcinogenicidade 60 
2.4.2.2. Limites de exposição ocupacional e padrões de qualidade do ar 63 
2.4.2.3. Monitoramento biológico da exposição 64 
2.4.2.4. Métodos de determinação no ar 66 
3. METODOLOGIA 67 
3.1. Fase I: Reconhecimento do ambiente e das condições de trabalho nas 
carvoarias da região nordeste do Estado da Bahia: avaliação qualitativa do ponto 
de vista da higiene ocupacional 
70 
3.2. Fase II: Reconhecimento dos riscos à saúde dos trabalhadores, com ênfase no 
aparelho respiratório, por meio de entrevistas estruturadas 
71 
 
 
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3.3. Fase III: Avaliação da exposição de trabalhadores a fumaça, na produção de 
carvão vegetal por meio de determinação de indicadores biológicos de HPAs 
72 
3.4. Fase IV: Avaliação da susceptibilidade individual em relação à exposição à 
fumaça, por meio do polimorfismo genético da glutationa-transferase 
73 
3.5. Fase V: Avaliação dos efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à 
fumaça da queima da madeira em trabalhadores de carvoarias, por meio de 
investigação de danos no DNA do epitélio nasal e mutagenicidade urinária 
73 
3.6. Análise estatística das fases II a V 75 
3.7. Fases VI a VIII: Avaliações das concentrações de compostos carbonílicos, 
HPAs, benzeno e poeira (total e respirável) no ar das carvoarias 
76 
3.7.1. Locais e períodos das coletas de amostras 76 
3.7.2. Métodos analíticos adotados como referência 77 
3.7.3. Amostras pessoais e estacionárias 77 
3.7.4. Bombas de amostragem de ar: vazão e calibração 80 
3.7.5. Duração das coletas e cálculo de concentração. 81 
3.7.6. Eficiência de coleta – ocorrência de breakthrough 82 
3.7.7. Compostos carbonílicos 82 
3.7.7.1. Método de coleta 83 
3.7.7.2. Método de análise 84 
3.7.8. HPAs 85 
3.7.8.1. Método de coleta 85 
3.7.8.2. Método de análise 87 
3.7.9. Benzeno 89 
3.7.9.1. Método de coleta 89 
3.7.9.2. Método de análise 89 
3.7.10. Coleta e análise de poeira total e poeira respirável de carvão vegetal 91 
 
 
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 93 
4.1. Condições de trabalho e do ambiente nas carvoarias da região: avaliação 
qualitativa do ponto de vista da Higiene Ocupacional (Fase I) 
93 
4.1.1. Corte e transporte de madeira 96 
4.1.2. O trabalho nos fornos 100 
4.1.3. Transporte do carvão 106 
4.1.4. EPIs 109 
4.1.5. Condições das instalações, dormitórios e áreas de vivências nas 
carvoarias 
114 
4.2. Exposição a fumaça e sua relação com efeitos respiratórios, danos ao DNA no 
epitélio nasal e mutagenicidade urinária (Fases II a V) 
117 
4.2.1. Sintomas e efeitos respiratórios, danos ao DNA no epitélio nasal e 
exposição à fumaça da queima de madeira 
118 
4.2.2. Avaliação da exposição ocupacional à fumaça na produção de carvão 
vegetal por meio de indicadores biológicos de HPAs 
121 
4.2.3. Mutagenicidade urinária e exposição à fumaça da queima da madeira 124 
4.2.4. Limitações e atualidade do estudo 126 
4.3. Avaliação das concentrações de compostos carbonílicos e HPAs, em amostras 
pessoais, coletadas na zona respiratória de trabalhadores, e estacionárias, coletadas 
em zonas de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase VI) 
128 
4.3.1. Compostos carbonílicos 128 
4.3.1.1. Ajustes nas metodologias de coleta e de análise 128 
4.3.1.2. Concentrações de CC nas amostras pessoais e estacionárias 130 
4.3.2. HPAs 135 
4.3.2.1. Ajustes na metodologia de coleta 135 
4.3.2.2. Eficiência de dessorção (ED) dos HPAs 137 
4.3.2.3. Concentrações de HPAs nas amostras pessoais e estacionárias 138 
 
 
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4.4. Avaliação das concentrações de benzeno no ar em amostras estacionárias 
coletadas na zona de circulação entre fornos em processo de carbonização (Fase 
VII) 
142 
4.5. Avaliação das concentrações de poeira de carvão vegetal no ar, nas frações 
total e respirável, em amostras pessoais coletadas na zona respiratória de 
trabalhadores que retiravam o carvão dos fornos (Fase VIII) 
144 
4.6. Limitações e atualidade do estudo, no tocante às avaliações ambientais 147 
4.7. Alterações tecnológicas recentes em algumas plantas de produção de carvão 
vegetal na região onde foi realizado o estudo 
148 
4.8. Publicações e apresentações de trabalhos em eventos científicos 153 
5. CONCLUSÕES 157 
5.1. Condições de trabalho, efeitos à saúde e monitoramento biológico da 
exposição 
157 
5.2. Avaliação ambiental dos agentes químicos 159 
5.3. Equipamentos de proteção coletiva e individual 162 
6. RECOMENDAÇÕES 163 
APÊNDICES 166 
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Informado 166 
APÊNDICE B – Questionário respondido pelos trabalhadores das carvoarias 168 
APÊNDICE C – Resultados de concentrações de HPAs no ar, de todas as 
amostras pessoais e estacionárias coletadas 
183 
APÊNDICE D – Resultados de concentração de benzeno de todas as amostras 
estacionárias coletadas 
189 
APÊNDICE E – Resultados de concentração de poeira de carvão de todas as 
amostras pessoais coletadas (poeira total e poeira respirável) 
192 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 196 
 
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23 
1. INTRODUÇÃO 
 
De acordo com a FAO - Food and Agriculture Organization (FAO, 2014), cerca de 52 
milhões de toneladas de carvão vegetal são produzidas anualmente no mundo a partir da queima 
de madeira. Os principais produtores são países em desenvolvimento, localizados principalmente 
na África, América Latina e Caribe. O Brasil, mesmo apresentando uma queda de produção de 
12,5 milhões de toneladas no ano de 2002 para 7,6 milhões de toneladas em 2013, ainda aparece 
como o maior produtor de carvão vegetal, sendo responsável por 73% da produção da América 
do Sul e 14,7% da produção mundial. Em 2012, segunda dados da Agência Brasil (Agência 
Brasil, 2012), oito estados responderam por mais de 95% da produção de carvão vegetal do país, 
sendo o Estado do Mato Grosso do Sul o principal produtor, seguido pelo Maranhão, Minas 
Gerais e Piauí. O Estado da Bahia apareceu como o quinto maior produtor, seguido pelo Pará, 
Goiás e o Mato Grosso. 
O carvão vegetal produzido destina-se, principalmente, às indústrias siderúrgicas de 
ferro-gusa, de ferro-ligas e de aço, que o utiliza como combustível redutor. Estas indústrias, 
juntas, respondem por 88,2% do consumo do carvão vegetal do país. O maior consumidor do 
Brasil é o Estado de Minas Gerais, responsável por mais de 60% do consumo, enquanto que o 
Estado da Bahia responde por um consume entre 1 e 2% (Medeiros, 1999; Zuchi, 2002; SBS, 
2008). 
Associadas à produção de carvão vegetal estão as atividades de reflorestamento (plantio, 
manutenção e corte das árvores) e de transporte (da madeira e do próprio carvão), geralmente 
realizadas por empresas terceirizadas. Em 2001, a mão-de-obra total envolvida, desde o corte da 
madeira até o transporte do carvão para as siderurgias, era de aproximadamente 65.000 
trabalhadores diretos e 280.000 indiretos (ABRACAVE, 2001 apud SBS, 2001). Dados mais 
recentes (ABRAF, 2013) mostram que em 2012 o número de empregos no segmento da 
Siderurgia a Carvão Vegetal associado às florestas plantadas foi de cerca de 15.000 diretos e 
157.000 indiretos. Vale ressaltar que as metodologias adotadas pelas instituições citadas 
(ABRACAVE e ABRAF) nas estimativas da mão de obra empregada foram diferentes, podendo 
dificultar a comparação desses números. Os números da ABRAF não contemplam, por exemplo, 
a mão de obra envolvida na produção de carvão a partir de florestas nativas. 
A madeira utilizadapara a produção de carvão é proveniente de áreas de reflorestamento 
(florestas plantadas com eucalipto ou pinho) e de florestas nativas, neste último caso, 
 
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24 
contribuindo para um aumento no desequilíbrio ecológico e na produção de gases do efeito 
estufa, haja vista que a maioria das áreas desmatadas é convertida em pasto para a criação de 
gado e não são reflorestadas. Em 1980, 85,9% do carvão vegetal produzido eram provenientes de 
florestas nativas. Este número caiu para 25% em 1997, mas voltou a subir vertiginosamente 
chegando a quase 50% entre 2004 e 2008. Em 2005 o Estado da Bahia foi o maior produtor de 
carvão vegetal proveniente de florestas nativas (26,9%), seguido do Mato Grosso do Sul 
(18,8%), Maranhão (16,9%), Goiás (10,8%) e Minas Gerais (10,4%) (ABRAF, 2013; Uhlig et 
al. 2008; AMS, 2009). 
Em 1999, dando continuidade a um trabalho realizado em 1993, a então Subdelegacia 
Regional do Trabalho de Camaçari, Bahia, atual Gerência Regional do Trabalho e Emprego 
(GRTE) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), retomou a ação fiscal nas carvoarias de 
sua jurisdição como parte do projeto Inspeção dos Ambientes e Condições do Trabalho e sub-
projeto Diagnóstico e Melhoria das Condições de Trabalho na Área do Reflorestamento e 
das Carvoarias Pertencentes à Jurisdição da Subdelegacia de Camaçari, ambos coordenados 
pelas Auditoras Fiscais Lúcia Maria Rocha Lima Nunes e Maria Lúcia Pizzolato de Lucena. A 
ação fiscal foi realizada nos Municípios de Água Fria, Alagoinhas, Conde, Entre Rios, 
Esplanada, Inhambupe e Ouriçangas, situados na região nordeste do Estado. Nesta região, há 
uma extensa área plantada, predominantemente com eucalipto, que vai desde a linha verde até o 
recôncavo baiano, e cuja produção de madeira era dirigida para as indústrias de celulose e para 
as carvoarias de duas grandes indústrias siderúrgicas, que produziam ferro-ligas e aço, 
localizadas nos Municípios de Pojuca e de Simões Filho: a FERBASA Cia de Ferro Ligas da 
Bahia e a SIBRA Eletrosiderúrgica, atual Vale Manganês SA. As duas siderúrgicas eram, em 
geral, as proprietárias das baterias de fornos, mas a produção do carvão, desde o corte da madeira 
até o transporte, era feita com mão de obra terceirizada. No ano 2001, 17 empresas 
subcontratadas que foram fiscalizadas eram responsáveis pela atividade de plantio, corte e 
transporte da madeira e da produção de carvão, e empregavam cerca de 1.473 trabalhadores, 
divididos em pequenos grupos que cobriam todas as áreas (DRT-BA, 2002?). 
Apesar da maior parte do carvão produzido ser destinada aos fornos das indústrias 
siderúrgicas, as condições de trabalho nas carvoarias eram bastante precárias. Faltavam energia, 
água potável, alojamento, instalações sanitárias e refeitórios. Na maioria das áreas de corte de 
madeira e das carvoarias os trabalhadores dormiam em alojamentos, alguns improvisados com 
madeiras cortadas no próprio local, cobertos com lonas plásticas e só retornavam para as suas 
 
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25 
casas nos finais de semana, de 15 em 15 dias, ou até mesmo mensalmente. Os empregadores, 
sejam eles contratantes ou subcontratados, não forneciam os equipamentos de proteção 
individual básicos, como luvas, botas, capacetes, máscaras contra pó, filtros contra gases, e não 
realizavam os exames médicos e biológicos periódicos nos trabalhadores, conforme previsto em 
lei. Também não haviam implantado as CIPATR – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
do Trabalho Rural e nem possuíam Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e nem Programa de Proteção 
Respiratória (PPR). Até 1993 ainda existia nesta região o trabalho infantil e o trabalho escravo. 
Nas auditorias realizadas a partir de 1999, o trabalho infantil não foi mais encontrado nesta 
região (DRT-BA, 2002?). 
O processo de produção envolve, entre outras etapas, o enchimento dos fornos, a queima 
ou carbonização da madeira em ambiente com pouca presença de ar e a retirada do carvão 
produzido. Todo o processo era realizado de forma manual, demandando muito esforço físico 
por parte dos trabalhadores e o controle da carbonização era realizado de forma totalmente 
empírica, baseando-se na observação visual da coloração da fumaça. Nesta fase, várias 
substâncias químicas são emitidas para a atmosfera na forma de gases, vapores e de material 
particulado, provocando a contaminação do ar e a consequente exposição dos trabalhadores. Já 
durante a retirada do carvão ocorre muita geração de poeira em suspensão no ar, a qual, em razão 
do grande esforço físico requerido pela atividade, é inevitavelmente inalada pelos trabalhadores 
envolvidos na atividade. As partículas de poeira podem conter, adsorvidas em sua superfície e 
em seus poros, substâncias orgânicas voláteis e semi-voláteis, tóxicas para os seres humanos, 
tornando ainda mais complexa a caracterização da verdadeira exposição dos trabalhadores. 
A exposição dos trabalhadores carvoeiros aos agentes químicos, associada à precariedade 
das condições de trabalho e à ausência dos programas de prevenção dos riscos e de vigilância da 
saúde (PPRA, PCMSO, PPR), chamou a atenção dos auditores fiscais do trabalho. Os auditores 
também não encontraram na legislação brasileira e nem na literatura mundial, informações sobre 
a exposição ocupacional de trabalhadores carvoeiros a agentes químicos, os efeitos sobre a saúde 
e parâmetros de vigilância (exames clínicos, indicadores biológicos de exposição e efeito). 
Diante deste cenário, a GRTE/MTE - Camaçari solicitou à FUNDACENTRO/CRBA a 
realização de uma investigação sobre o tema. Ficou logo claro que mesmo na literatura 
internacional havia uma lacuna de conhecimento cientifico e falta de divulgação de informações 
 
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26 
técnicas em relação ao processo de produção do carvão ligada à indústria siderúrgica e a saúde 
de trabalhador. 
 A FUNDACNETRO, então, propõe um estudo, inserido no Projeto Avaliação de 
Agentes Carcinogênicos/Mutagênicos em Ambientes de Trabalho, pertencente ao Programa de 
Segurança Química da FUNDACENTRO, cujos objetivos foram: 
 
1) Conhecer o ambiente, as condições de trabalho e os fatores de riscos para a saúde dos 
trabalhadores, nas carvoarias da região. 
2) Avaliar os efeitos genotóxicos e mutagênicos da exposição à fumaça da queima da 
madeira em trabalhadores das carvoarias da região. 
3) Avaliar a exposição de trabalhadores a agentes químicos carcinogênicos e irritantes, 
em carvoarias da região. 
 
Este relatório apresenta o conhecimento acumulado e os resultados do estudo realizado 
pela FUNDACENTRO/CRBA durante o período de 2001 a 2013 em carvoarias não mecanizadas 
localizadas na região de jurisdição da GRTE/MTE – Camaçari, Bahia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. Processo de produção do carvão vegetal 
 
Apesar do fato da produção de carvão vegetal ser um processo antigo, praticado desde a 
Era do Ferro, a falta de literatura técnico-cientifica disponível na época especifica sobre 
ambiente de trabalho na produção de carvão vegetal no Brasil e no mundo foi um dos grandes 
incentivos para se iniciar o projeto. A produção pode ter uma escala bem pequena para consumo 
do carvão na cozinha ou no aquecimento de residências (GIRARD, 2002; SMITH et al, 1999), 
ou ter uma escala mais industrial e fazer parte da produção do ferro-gusa (ROSILLO-CALLE et 
al., 1996). Esta revisão tem como foco esta última forma de produção do carvão vegetal, no 
Brasil. 
As principais fontes bibliográficas que versam sobre as condições de trabalho nesse 
processo são posteriores à data do início do projeto. Dentre eles, tratam especificamente das 
carvoarias brasileiras, a tese de mestrado “A evolução na produção de carvão vegetal e suas 
repercussões na produtividade e qualidade do carvão, nas condições de trabalho e no meio 
ambiente: estudo comparativo” (ZUCHI, 2001) e os artigos “Das carvoarias às plantas de 
carbonização: O que mudou na Segurança e Saúde dos Trabalhadores” (ZUCHI, 2002) e 
“Processo de trabalho e saúde dos trabalhadores na produção artesanal de carvão vegetal em 
Minas Gerais, Brasil” (DIAS et al., 2002) que tratam das carvoarias no estado de Minas Gerais e, 
o artigo, fruto já do projeto, “Charcoal producing industries in northeastern Brazil” (indústrias 
produtoras de carvão do nordeste brasileiro) (KATO et al., 2005). 
As árvores, sejam elas provenientes de florestas nativas ou de áreas plantadas, são 
cortadas, desgalhadas (retirada dos galhos) e retalhadas em troncos de tamanhos apropriados 
para os fornos, após o que são transportados para as carvoarias. Os troncos são inicialmente 
empilhados nas proximidades dos fornos para, em seguida, serem transportados e arrumados, 
manualmente e com grande esforço físico, dentro dos mesmos. As portas dos fornos são 
fechadas com tijolos e com barro (argila), após o que é realizada a ignição, colocando-se fogo 
em uma abertura localizada no topo ou na lateral dos mesmos, a depender do tipo de forno 
adotado. A combustão incompleta da madeira é a condição básica para a produção do carvão e é 
chamada de carbonização (SMITH et al., 1999; DIAS et al., 2002; ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002; 
KATO et al.,2003). Finda a combustão, após o resfriamento do forno, o carvão é removido 
 
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manualmente e empilhado na parte externa, onde ficará aguardando ser carregado para os 
caminhões que farão o transporte para o seu destino final. O fluxograma simplificado do 
processo de produção de carvão vegetal está representado na Figura 1. 
 
 
 
 
4.1.1.a.1.1.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Fluxograma simplificado do processo de produção do carvão vegetal
Corte da Madeira 
Transporte e Empilhamento na Porta dos Fornos 
Abastecimento dos Fornos 
Carbonização e Resfriamento 
 
Retirada do Carvão de dentro dos Fornos 
Transporte do Carvão para as Siderúrgicas 
 
 
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2.1.1. Os Fornos 
 No passado, os fornos eram predominantemente construídos no solo, em covas 
retangulares, próximas à área que estava sendo explorada. Estes processos ainda podem ser 
encontrados em algumas regiões carentes do Brasil, África e Ásia. Têm baixo rendimento e 
agridem severamente as raízes das árvores, matando-as por aquecimento do solo. Também eram 
muito comuns os modelos de fornos construídos de barro, conhecidos como “rabo quente” 
(GIRARD, 2002). Atualmente, a maioria dos fornos é de alvenaria, construídos com tijolos e 
com barro (argila do próprio local) e pode ter formato cilíndrico ou semicircular (Figuras 2 e 3). 
O diâmetro interno varia de 3 a 8 metros, sendo os de 5 metros os mais comuns. A altura no 
centro do forno é variável, dependendo da capacidade de produção e da tecnologia adotada, 
sendo os de 2,15 metros os mais comuns. Todos os fornos de alvenaria são dotados de orifícios, 
chamados de tatus e baianas, distribuídos ao longo das paredes e no topo dos fornos, por onde sai 
a fumaça oriunda da queima da madeira. Também possuem chaminés localizadas nas laterais e 
esta é uma opção que garante a produção de um carvão de melhor qualidade. Os fornos do tipo 
“rabo quente” não possuem chaminés. No Estado de Minas Gerais existem carvoarias onde os 
fornos são retangulares e comportam a entrada de gruas ou caminhões, para a colocação da 
madeira e descarga do carvão. Esses fornos contam com câmara de combustão externa e/ou 
sistemas recuperadores de alcatrão (ZUCHI, 2001; ZUCHI, 2002; FERREIRA, 2000; SMITH et 
al., 1999). Esta condição, no entanto, ainda não existia nas carvoarias do Estado da Bahia no 
início do estudo. 
 
2.1.2. Processo de carbonização e composição química da fumaça da queima da madeira 
 
 A composição química da fumaça proveniente da queima da madeira já tem sido alvo de 
alguns estudos e publicações, a maioria deles realizado em escala piloto, em laboratório e 
relacionado com o uso da madeira em lareiras e fogões à lenha residenciais (LARSON & 
KOENIG, 1994; LEMIEUX, et al., 1999; SCHAUER et al., 2001). Alguns autores brasileiros, 
como Rezende e colaboradores (1994), Ferreira (2000) e Pimenta e colaboradores (2000), 
realizaram estudos laboratoriais utilizando condições similares às adotadas em carvoarias. Todos 
os estudos aqui referidos revelaram que a fumaça é constituída por uma mistura bastante 
complexa de centenas de substâncias químicas, incluindo muitos hidrocarbonetos oxigenados, e 
policíclicos aromáticos, conforme será visto adiante. Exceto o trabalho de Zuchi (2001), não 
 
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30 
foram encontrados na literatura outros estudos que tenham sido realizados em ambientes de 
trabalho reais de carvoarias. 
O processo de carbonização pode ser dividido em quatro fases (FERREIRA, 2000): 
a) secagem da madeira, com vaporização da água; 
b) pré-carbonização, fase ainda endotérmica em que se obtém uma fração do líquido 
pirolenhoso e pequena quantidade de gases não condensáveis; 
c) carbonização, reação rápida e exotérmica, na qual parte da madeira é carbonizada e 
a maioria do alcatrão solúvel e do ácido pirolenhoso são liberados; 
d) carbonização final, com a formação da maior parte do carvão. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Forno de alvenaria, cilíndrico, apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a 
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002). 
 
Orifício superior; onde se 
coloca o fogo inicial. Orifícios (tatús e 
baianas). 
Chaminé 
 
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31 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Forno de alvenaria, semicircular,apresentando os orifícios e chaminés por onde sai a 
fumaça e realiza-se o controle da carbonização (Foto de 2002). 
 
O controle do processo de carbonização é feito visualmente por um trabalhador 
(denominado de carbonizador) que vai fechando gradativamente os orifícios com barro, à medida 
que a fumaça emitida, que inicialmente era esbranquiçada, se torna azulada (Figuras 4 e 5). 
Quando todos os orifícios estão fechados, inclusive as chaminés, o forno já está em processo de 
resfriamento. Um trabalhador, denominado de “barrelador”, realiza o processo de revestimento 
(“barrelamento”) das paredes, portas e frestas do forno, com uma mistura de barro (argila) e 
água, para facilitar o processo de resfriamento de todos os fornos nesta condição. Todo o 
processo da queima até o resfriamento e descarga dura de cinco a nove dias, a depender se a 
madeira está seca ou úmida e do tamanho do forno. Os fornos de 5 m de diâmetro produzem até 
25 m
3
 de carvão por fornada, dependendo da eficiência da carbonização. A eficiência real é 
bastante inferior à teórica, principalmente por não haver recuperação do alcatrão e não serem 
usados os gases não condensáveis na maioria das instalações (REZENDE et al., 1994; 
FERREIRA, 2000; DIAS et al., 2002). 
 
 
Orifício superior; onde se 
coloca o fogo inicial. 
Orifícios (tatús e 
baianas). Chaminé 
 
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32 
 
 
 
Figura 4 - Forno emitindo fumaça nas tonalidades branca, parda e azul, após estar carbonizando 
por um ou dois dias (Foto de 2002). 
 
 
Figura 5 - Forno carbonizando há mais de dois dias (Foto de 2002). 
 
Na Tabela 1 encontram-se os produtos de carbonização, obtidos em laboratório, do 
Eucalyptus grandis, uma das espécies mais utilizadas na produção de carvão vegetal. A Tabela 2 
apresenta as composições do líquido pirolenhoso, dos gases não condensáveis e do alcatrão 
vegetal. 
Fumaça 
Branca 
Fumaça 
Azul 
Fumaça 
Parda 
Fumaça 
Branca 
Fumaça 
Parda 
Fumaça 
Azul 
 
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33 
Tabela 1 - Produtos da carbonização de madeira anidra. 
Produto (% massa) 
Carvão com 86% de carbono fixo 33,0 - 35,0 
Líquido pirolenhoso 
(ou Ácido pirolenhoso) 
33 - 35,5 
 
Alcatrão vegetal insolúvel 6,5 - 7 
Gases não condensáveis 25,0 
Fonte: REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000. 
 
Tabela 2 - Constituintes principais dos gases não condensáveis e do líquido pirolenhoso. 
Produto Composição (% massa) 
 Hidrogênio 0,63 
 Monóxido de Carbono (CO) 33 - 34 
Gases não condensáveis Dióxido de Carbono (CO2) 57- 62 
 Metano 2,4 - 8 
 Etano 0,13 
 Água 80 
 Ácido Acético 9,3 
 Ácido Fórmico 0,3 
 Ácidos Superiores 0,4 
Ácido pirolenhoso Metanol 3,3 
 Acetona 0,8 
 Acetato de Metila 0,5 
 Alcatrão Dissolvido 5,0 
 Outros 0,5 
 Água 20 
 Piche 50 
 Ácido acético 2,0 
Alcatrão vegetal Fenóis 0,6 
 Guaiacóis 5,5 
 Cresóis 1,5 
 Siringóis 14,5 
 Outros 5,9 
Fonte: REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000. 
 
 
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34 
A composição da matéria volátil gerada nos fornos depende fortemente da temperatura de 
carbonização, da espécie da madeira e da idade da árvore. As classes de compostos químicos 
presentes no alcatrão vegetal são típicas de estruturas moleculares dos vegetais. Apesar de 
possuírem alguns constituintes em comum, como os fenóis e cresóis, o alcatrão vegetal apresenta 
composição e características totalmente diversas do alcatrão mineral, gerado no processo de 
produção de coque de carvão mineral. Como exemplo, a presença de estruturas de 
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) no alcatrão vegetal é menor do que no alcatrão 
mineral, predominando no primeiro as estruturas do guaiacol e siringol, interligadas por 
estruturas alifáticas (REZENDE et al., 1994; FERREIRA, 2000). Vários HPAs já foram 
identificados diretamente no alcatrão vegetal gerado na combustão de eucalipto em estudos 
laboratoriais (PIMENTA et al., 2000). 
Larson e Koenig (1994) relatam a presença de guaiacol (e derivados), siringol (e 
derivados), metoxi fenóis, metoxi benzenos, fenóis, catecóis, benzeno e alquil benzenos, como 
produto da combustão da madeira e apresentam uma extensa revisão da literatura sobre os 
constituintes da fumaça gerada na queima. A Tabela 3 apresenta alguns dos principais compostos 
relatados. Além do naftaleno, outros 19 HPAs foram descritos, incluindo o benzo[a]pireno, o 
benzo[a]antraceno e o benzo[b]fluoranteno, mas em quantidades bem menores. 
 
2.2. Emissões para a atmosfera e contaminação do ambiente de trabalho 
 
Emissões com altas concentrações de benzeno, metanol e particulados totais foram 
encontradas durante a queima de uma variedade de carvalho em um forno experimental. As 
emissões de benzeno estavam na ordem de 2 g/kg de madeira inicial. Tolueno e estireno estavam 
presentes no fumo na ordem de décimos de g/kg. Entre as substâncias orgânicas semi-voláteis o 
fenol e o naftaleno, estavam entre os componentes mais abundantes, seguidos do acenaftileno, do 
2-metil naftaleno e do fenantreno. A quantidade de particulados total emitida foi da ordem de 
10g/Kg de madeira convertida a carvão e 60 a 75% das partículas tinham um diâmetro 
aerodinâmico inferior a 2,5 m. O autor conclui que, na prática, é possível que a quantidade de 
material particulado emitida seja bem maior, devido ao fato de que as temperaturas atingidas nos 
testes foram mais elevadas do que as condições típicas de um ambiente real (LEMIEUX et al., 
1999). Larson e Koenig (1994), contudo, relataram que os estudos conduzidos por vários 
pesquisadores sobre a distribuição de tamanho das partículas na fumaça da madeira não 
 
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encontraram partículas maiores do que 1m, justificado pelo fato de a maior parte desse material 
particulado ser gerada por condensação. 
 
Tabela 3 - Composição química da fumaça da queima de madeira. 
Produto (g/kg de madeira) 
Monóxido de carbono 80 - 370 
Metano 14 - 25 
C2 – C7 7 - 27 
Formaldeído 0,1 - 0,7 
Acroleína 0,02 - 0,1 
Propionaldeído 0,1 - 0,3 
Butiraldeído 0,01 - 1,7 
Acetaldeído 0,03 - 0,6 
Furfural 0,2 - 1,6 
Benzeno 0,6 – 4,0 
Tolueno 0,15 – 1,0 
Ácido acético 1,8 – 2,4 
Naftaleno 0,24 – 1,6 
Fenol (e derivados) 0,2 – 0,8 
Fonte: LARSON; KOENIG, 1994. 
 
Schauer e colaboradores (2001) mediram as emissões para a atmosfera, na fase gasosa e 
no material particulado, de cerca de 175 compostos orgânicos contendo de um a 29 carbonos (C1 
a C29), provenientes da combustão de três tipos de madeiras utilizadas em lareiras residenciais: 
carvalho, pinho e eucalipto. As principais substâncias identificadas na fase gasosa e no material 
particulado estão apresentadas na Tabela 4. Dentre as substâncias identificadas estão compostos 
carbonílicos, como o acetaldeído, oformaldeído, hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno e 
o tolueno, hidrocarbonetos alifáticos, como o 1,3-butadieno, e HPAs, como o naftaleno, todos de 
relevante interesse nos estudos envolvendo a saúde dos trabalhadores. 
 
 
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36 
Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira. 
 
Produto 
(mg/kg de madeira) 
Pinho Eucalipto Carvalho 
FG*
 
MP**
 
FG MP FG MP 
Aldeídos e Cetonas 
(Compostos carbonílicos) 
 
Acetaldeído 1704 - 1021 - 823 - 
Acetona 749 - 79 - 462 - 
Acroleína 63 - 56 - 44 - 
Benzaldeído 49 - 21 - 16 - 
Biacetil 89 - 73 - 73 - 
Butanal/Isobutanal 96 - 31 - 62 - 
Butanona 215 - 77 - 115 - 
Coniferil aldeído - 230 - 19,3 - 15,1 
Crotonaldeído 276 - 198 - 177 - 
2,5-Dimetilbenzaldeído 12 - 50 - 20 - 
Formaldeído 1165 - 599 - 759 - 
Furfural 111 - 161 - 200 - 
Glioxal 670 - 616 - 439 - 
Guaiacil acetona 88,6 118 143 29,0 123 33,7 
Heptanal 419 - 626 - 77 - 
Hexanal 418 - 189 - 90 - 
Hidroxibenzaldeídos 12,1 7,91 11,4 0,32 14,1 0,53 
Hidroximetilfurfural 142 62,3 439 30,8 145 64,5 
Metilglioxal 943 - 520 - 321 - 
2-Oxobutanal 241 - 337 - 194 - 
Pentanal 32 - 28 - 88 - 
Propanal 255 - 155 - 153 - 
 
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37 
Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira 
(continuação). 
 
Produto 
(mg/kg de madeira) 
Pinho Eucalipto Carvalho 
FG*
 
MP**
 
FG MP FG MP 
Hidrocarbonetos 
Alifáticos 
 
Acetileno 702 - Nd
*** 
Nd Nd Nd 
1,3 – Butadieno 117 - Nd Nd Nd Nd 
Etano 428 Nd Nd Nd Nd 
Eteno 1120 Nd Nd Nd Nd 
Metano 4120 - Nd Nd Nd Nd 
Propeno 429 - Nd Nd Nd Nd 
Outros 627 4,2 1,0 0,47 1,5 0,83 
Hidrocarbonetos 
Aromáticos 
 
Benzeno 383 - Nd
 
Nd Nd Nd 
Etilbenzeno 22,9 - Nd Nd Nd Nd 
Tolueno 158 - Nd Nd Nd Nd 
Xilenos (o+p+m) 78,1 - Nd Nd Nd Nd 
HPAs 
Acenafteno 2,0 - 0,9 - 1,2 - 
Acenaftileno 18,6 - 10 - 10,8 - 
Antraceno 3,4 0,22 1,76 0,006 2,13 0,02 
Benzo[a]antraceno - 1,22 0,03 0,53 - 0,63 
Benzo[a]pireno - 0,71 - 0,30 - 0,24 
Benzo[b]fluoranteno - 0,79 - 0,33 - 0,40 
Benzo[k]fluoranteno - 0,67 - 0,29 - 0,30 
Benzo[g,h,i]perileno - 0,44 - 0,17 - - 
Fenantreno 15,7 0,67 8,1 0,07 9,2 0,07 
Fluoranteno 3,0 3,95 3,75 0,51 3,61 1,2 
 
 
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38 
Tabela 4 - Emissões atmosféricas de compostos orgânicos presentes na fumaça de madeira 
(continuação). 
 
 
Produto 
(mg/kg de madeira) 
Pinho Eucalipto Carvalho 
FG*
 
MP**
 
FG MP FG MP 
Fluoreno 4,4 - 2,6 - 3,8 - 
Indeno[1,2,3-cd]pireno - 0,52 - 0,17 - - 
Metilantraceno 1,1 0,30 0,52 - 0,68 0,04 
Metilfenantrenos (soma) 6,8 1,8 3,4 - 4,6 0,26 
Metilnaftalenos (soma) 39,4 - 17,2 - 27,5 - 
Naftaleno 227 - Nd - Nd - 
Pireno 1,9 3,8 1,4 0,3 2,4 1,2 
Outros HPAs 6,8 23,2 2,6 3,6 5,2 7,0 
Outros compostos 
Ácidos n-alcanóicos 2,4 68,5 - 49,3 - 52,9 
Ácidos n-alcenóicos - 77,9 - 35,3 - 23,4 
Fenóis e fenóis substituídos 1447 123 785 61 805 260 
Guaiacóis 1243 168 480 2,8 536 4,1 
HPAs Cetonas 24,5 7,2 12,3 1,8 19,8 1,5 
Levoglucosan - 1375 - 1940 - 706 
Outros açúcares - 403 - 77 - 75 
Outros ácidos - 309 - 0,42 - 7,3 
Siringóis 0,79 - 555 448 837 352 
* FG = Fase Gasosa ** MP = Material Particulado ***Nd = não determinado 
Fonte: SCHAUER et al., 2001. 
 
No início do projeto foram encontradas três publicações brasileiras relacionadas com a 
composição química da fumaça da queima de madeira (eucalipto) em fornos de carvoarias. Essas 
publicações foram produzidas a partir de um estudo, também realizado em escala piloto, em um 
único forno construído no próprio campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. 
Foram identificadas mais de 130 substâncias químicas na fumaça produzida na carbonização de 
eucalipto, conforme mostrado na Tabela 5. Os autores destacaram a presença de HPAs, alquil-
 
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39 
HPAs, oxi-HPAs, metoxifenois e fenóis e alertaram para o risco para a saúde dos trabalhadores 
de carvoarias, enfatizando a necessidade de se estender os estudos para outros tipos de madeira, 
no sentido de avaliar o risco de câncer e determinar as concentrações de HPAs e de outras 
substâncias às quais os trabalhadores carvoeiros estejam expostos (RÉ-POPPI; SANTIAGO-
SILVA, 2001; RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA, 2002; BARBOSA, 2002). 
Utilizando o mesmo forno de alvenaria da UFMS, Barbosa e colaboradores (2006) 
determinaram as concentrações de 16 HPAs, nas fases gasosa e de material particulado, emitidos 
durante a queima da mesma espécie de eucalipto (Eucalyptus sp). Os 16 HPAs determinados 
foram: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, 
benzo[a]antraceno, criseno, benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[a]pireno, 
indeno[1,2,3-cd]pireno, benzo[g,h,i]perileno e dibenzo[a,h]antraceno. Apesar de não ter sido 
conduzido em um ambiente de trabalho real, o estudo determinou as concentrações atmosféricas 
dos 16 HPAs em amostras estacionárias coletadas a uma altura de 1,6 m do solo, ou seja, na 
altura média da zona respiratória, e a uma distância de 1,5 m do forno, que corresponde a uma 
zona de circulação de pessoas, no sentido da pluma da fumaça. As amostras foram coletadas em 
períodos de 8h, período idêntico ao da jornada típica de trabalho no Brasil e durante 30h de 
carbonização de 6 m
3
 de madeira. Os autores afirmam que detectaram todos os 16 HPAs 
emitidos na fumaça. Os mais abundantes foram os oito primeiros (de naftaleno a pireno), sendo 
que o naftaleno representou cerca de 50% da quantidade total dos HPAs. O naftaleno só foi 
detectado na fase gasosa, em concentrações variando entre 0,8 e 34 µg/m
3 
(microgramas por 
metro cúbico), com média de 11 µg/m
3
. As maiores concentrações de naftaleno ocorreram nas 
primeiras 8h de carbonização. As concentrações médias totais dos 16 HPAs estiveram em torno 
de 24 µg/m
3
 na fase gasosa e 3 µg/m
3
 no material particulado, respectivamente. Esta foi a 
primeira publicação relatando as concentrações atmosféricas de 16 HPAs emitidos durante a 
carbonização de eucalipto para a produção de carvão vegetal, determinadas na altura média da 
zona respiratória. 
 
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40 
Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão 
vegetal em estudo piloto na UFMS. 
Pico 
N° 
Substância Provável 
Pico 
N° 
Substância Provável 
1 o-cresol 78 4-etilfenantreno 
2 m,p-cresol 79 3-etilfenantreno ou isômero 
3 2-metoxifenol (o-guaiacol) 809-etilfenantreno ou 
3,6-dimetilfenantreno, ou 
isômero 
4 3- ou 2-etilfenol ou dimetilfenol 81 não identificado 
5 dimetilfenol (2,5-,ou 2,6-, ou 2,4-
xilenol) 
82 1-etilfenantreno ou isômero 
6 dimetilfenol (?) 83 3,5-dimetilfenatreno ou 
isômero 
7 dimetilfenol (?) 84 não identificado 
8 dimetilfenol (?) 85 dihidropireno ou isômero 
9 4-metilguaiacol 86 fluoranteno 
10 1,2-benzenodiol (o-catecol) ou 
isômero 
87 4,9-/4,10-/1,9-
dimetilfenantreno 
11 naftaleno 88 não identificado 
12 2,4,6-trimetilfenol ou isômero 89 acefenantrileno 
13 2-ethyl-5-methylphenol or isômero 90 pireno 
14 trimetilfenol ou metil-etil-fenol 91 benzonaftofurano (?) 
15 -metil-1,2-benzenodiol 92 benzonaftofurano (?) 
16 3-metoxipirocatecol 93 metilpireno ou isômero 
17 trimetilfenol ou isômero 94 metilfluoranteno ou 
metilacefenantrileno 
18 2,3,5-trimetilfenol ou isômero 95 não identificado 
19 p-etilguaiacol 96 metilfluoranteno ou 
metilpireno 
20 1-indanona 97 benzo[a]fluoreno 
 
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41 
Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão 
vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação). 
Pico 
N° 
Substância Provável 
Pico 
N° 
Substância Provável 
21 4-metilcatecol 98 não identificado 
22 -metil-1,2-bezenodiol 99 benzo[b]fluoreno 
23 2-metilnaftaleno 100 2-metilpireno ou isômero 
24 2,6-dimetoxifenol (siringol) 101 não isômero 
25 4-alilguaiacol (p-eugenol) 102 metilpireno ou isômero 
26 2-metoxy-4-propilfenol 
(p-propilguaiacol) 
103 1-metilpireno 
27 -dimetil-1,2-benzenodiol (C2-catecol) 104 não identificado 
28 1,1’bifenil ou isômero 105 dihidrocriseno ou isômero 
29 4-hidroxi-3-metoxibenzaldeído 106 dimetilpireno ou 
dimetilfluoranteno 
30 cis-4-propenilguaiacol (isoeugenol) 107 2,7-dimetilpireno
 
31 1,2,3-trimetoxibenzeno (metilsiringol) 108 7H-benzo[c]fluoreno-7-one 
ou isômero 
32 4-propenilguaiacol (trans-isoeugenol) 109 benzo[c]fenantreno 
33 acenaftileno 110 benzo[g,h,i]fluoranteno 
34 4-acetil-2-metoxifenol (acetovanilona) 111 11H-benzo[b]fluoreno-11-
one 
35 difenilmetano or metilbifenil 112 ciclopenta[cd]pireno 
36 acenafteno 113 benzo[a]antraceno 
37 naftalenocarboxaldeído 114 criseno + trifenileno 
38 etilsiringol 115 7H-benzo[de]antraceno-7-
one 
39 acetonilguaiacol 116 metilbenzo[a]antraceno ou 
isômero 
 
 
 
 
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42 
Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão 
vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação). 
Pico 
N° 
Substância Provável 
Pico 
N° 
Substância Provável 
40 trimetilnaftaleno 117 metilcriseno ou isômero 
41 fenaleno 118 11-metilbenzo[a]antraceno 
42 dibenzofurano 119 2-metilbenz[a]antraceno 
43 fluoreno 120 metilbenzo[a]antraceno ou 
isômero 
44 4-allylsyringol 121 dimetilbenzo[a]antraceno ou 
isômero 
45 metilfluoreno 122 4H-ciclopenta[def]criseno ou 
isômero 
46 metilnaftol 123 binaftaleno ou isômero 
47 metilacenaftileno 124 4H-ciclopenta[def]trifenileno 
ou isômero 
48 metilnaftol 125 4-metilcriseno 
49 dimetilbifenil 126 binaftaleno ou isômero 
50 cis-propenilsiringol 127 1-metilcriseno 
51 metildibenzofurano 128 2,2’-binaftaleno ou isômero 
52 siringaldeído 129 benzo[b]fluoranteno 
53 metildibenzofurano 130 benzo[k]fluoranteno 
54 metildibenzofurano 131 benzo[a]fluoranteno 
55 trans-propenilsiringol 132 dibenzonaftofurano ou 
isômero 
56 m-,or p-hidroxibifenil 133 não identificado 
57 metilfluoreno (?) 134 benzo[e]pireno 
58 metilfluoreno (?) 135 dibenzonaftofurano ou 
isômero 
 
 
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Tabela 5 - Substâncias identificadas na fumaça da queima de eucalipto para produção de carvão 
vegetal em estudo piloto na UFMS (continuação). 
Pico 
N° 
Substância Provável 
Pico 
N° 
Substância Provável 
59 metilfluoreno ou 
dihidroantraceno 
136 benzo[a]pireno 
60 4-acetilsiringol 137 dibenzonaftofurano 
61 9,10-dihidrofenantreno 138 perileno 
62 9-fluorenona 139 benzo[g]criseno ou isômero 
63 2-hidroxidibenzofurano 140 dibenzo[a,j]antraceno 
64 fenantreno 141 indenopireno ou isômero 
65 antraceno 142 indeno[1,2,3-cd]pireno 
66 1-fenilnaftaleno 143 dibenzo[a,h]antraceno 
67 metilfenantreno ou 
metilantraceno (?) 
144 benzo[b]criseno 
68 metilfenantreno ou 
metilantraceno (?) 
145 Benzo[g,h,i]perileno 
69 1H-fenaleno-1-ona 146 Dibenzo[def,mmo]criseno 
70 3-metilfenantreno ou isômero 
71 4H-ciclopenta[def]fenantreno 
72 2-metilfenantreno ou isômero 
73 2-metilantraceno ou isômero 
74 ácido n-hexadecanóico 
75 metilfenantreno ou 
metilantraceno (?) 
 
76 2-fenilnaftaleno 
77 4,5,9,10-tetrahidropirene 
Fonte: RÉ-POPPI; SANTIAGO-SILVA, 2002.
 
 
 
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44 
 No estudo conduzido por Zuchi (2001), concentrações de poeira respirável foram 
determinadas na zona respiratória dos trabalhadores durante o ciclo completo de 
descarregamento de carvão dos fornos de superfície e retangulares. Seu objetivo foi avaliar o 
potencial silicótico da poeira de carvão a partir da determinação dos teores de sílica livre 
cristalizada na fração respirável da poeira coletada. Segundo o autor, a sílica livre poderia ser 
originária do solo pela movimentação das máquinas fora do forno, quando ocorre a poeira em 
suspensão. As concentrações de poeira respirável medidas estiveram entre 0,9 e 7,2 mg/m
3
 
(miligramas por metro cúbico de ar), mas apenas uma das 5 amostras coletadas apresentou teor 
de sílica livre de 1,1%. O mesmo autor também determinou as concentrações de monóxido de 
carbono (CO) em diferentes situações durante a carbonização em fornos de superfície sem 
câmara de combustão e encontrou concentrações variando entre 10 e 120 ppm (partes por 
milhão, em volume). O autor alerta para a possibilidade de as concentrações de CO 
ultrapassarem o Valor Máximo Permitido (58,5 ppm) pela legislação brasileira vigente, para 
picos de concentração, caracterizando-se uma situação de Risco Grave e Iminente (BRASIL, 
1978). 
Ellegard (1994) determinou concentrações médias ponderadas no tempo de poeira 
respirável e concentrações instantâneas de monóxido de carbono (CO) em produtores de carvão 
vegetal da Zâmbia que utilizavam fornos com capacidade em torno de 15 m
3
 de madeira, ou seja, 
menores do que os existentes na região abrangida pelo nosso estudo. As concentrações de poeira 
respirável estiveram na faixa de 0 a 6,7 mg/m
3
, enquanto que as de CO estiveram entre 0 e 82 
ppm. Contudo, não foi possível concluir quais atividades foram contempladas durante as coletas 
de amostras de poeira e medições das concentrações de CO. 
 
2.3. Riscos à saúde por exposição à fumaça da madeira 
 
Vários compostos emitidos na queima da madeira são agentes mutagênicos ou 
carcinogênicos para seres

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