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RESUMO DIREITO PENAL I Larissa Vitti TIPO E TIPICIDADE FONTE: TRATADO DE DIREITO PENAL, CEZAR BITENCOURT 01- FASES DE EVOLUÇÃO DA TEORIA DO TIPO Conceito de tipo => categoria sistemática autônoma => criada por Beling, revolucionando o Direito Penal => construção do conceito analítico de crime; Beling => tipicidade independente da antijuridicidade e da culpabilidade; Evolução do conceito de tipo: a) fase da independência:Para Beling, tipicidade com função descritiva, completamente separada da antijuridicidade e culpabilidade => função do tipo era definir delitos e tinha natureza objetiva e neutra =>uma ação pode ser típica e não ser antijurídica ante uma causa de justificação; b) fase da ratiocognoscendi da antijuridicidade: Para Mayer, tipicidade não tem função descritiva de caráter objetivo, mas constitui indício da antijuridicidade => independência entre tipicidade e antijuridicidade => quem realiza o tipo, provavelmente, infringiu o direito => tipicidade é o primeiro pressuposto da pena => antijuridicidade segundo pressuposto da pena; c)fase ratioessendi da antijuridicidade: Mezger => estrutura bipartidária do delito => tipicidade incluída na antijuridicidade => crime: ação tipicamente antijurídica e culpável => tipicidade não é indicio e sim a base da antijuridicidade; d) Doutrinadores concluem que praticado um ato típico, presume-se antijurídico até prova em contrário. Em tese, todo fato típico é também antijurídico, desde que não ocorra causa de justificação; e) fase defensiva: Beling reformula suas primeiras teorias; f) fase do finalismo – tipicidade complexa: tipo, na visão finalista, é uma realidade complexa, formada por: parte objetiva, composta pela lei (tipo objetivo) e parte subjetiva (tipo subjetivo), constituído pela parte reitora, com dolo ou culpa. 02- TIPO E TIPICIDADE Teoria do tipo criou a tipicidadecomo característica essencial da dogmática do delito; Tipo: conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei penal; Cada tipo possui elementos próprios, tornando-os especiais e inconfundíveis; Cada tipo desempenha função particular, não podendo na falta de correspondência entre uma conduta e um tipo, ser aplicado analogia ou interpretação extensiva; Conceito de tipo não é o mesmo que de crime; Crime não se confunde com injusto; Injusto: toda e qualquer conduta culpável; Só é crime o injusto culpável, logo o injusto pode ser ou não crime; 2.1- JUIZO DE TIPICIDADE Operação intelectual de conexão entre a infinita variedade de fatos possíveis da vida real e o modelo descrito na lei; Quando o resultado desse juízo for positivo => conduta analisada reveste-se de tipicidade; Quando o resultado for negativo => conduta atípica; 2.2 – TIPICIDADE Decorrência natural do princípio da reserva legal; Tipicidade: correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora; Adequação típica imediata: o fato se subsume imediatamente no modelo legal; Adequação típica mediata: Necessita da ocorrência de outra norma, de caráter extensivo, geralmente contido na parte geral do CP; 2.3 – FUNÇÕES DO TIPO PENAL Função indiciária: o tipo circunscreve e delimita a conduta penalmente ilícita => circunstância de uma ação ser típica indica que provavelmente seja antijurídica; Função de garantia (fundamentadora e limitadora): garantia do princípio da legalidade, reconhecidos no art 5° da CF e no art. 1° do CP =>todo cidadão, antes de realizar um fato, tem o direito de saber se a conduta é punível ou não => tipo cumpre função fundamentadora do injusto e função limitadora do âmbito do penalmente relevante; Função diferenciadora do erro: Dolo do agente deve abranger todos os elementos constitutivos do tipo penal => eventual desconhecimento de um ou outro elemento constitutivo caracteriza erro de tipo, excludente de dolo e da própria tipicidade, quando for erro inevitável. 03- BEM JURÍDICO E CONTEÚDO DO INJUSTO Bem jurídico: base da estrutura e interpretação dos tipos penais Ponto de partida da estrutura do delito => tipo de injusto => representa lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente protegido. 04- ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TIPO Tipo: compõe-se de elementos normativos, subjetivos e descritivos; Elementos objetivos-descritivos: identificados pela constatação sensorial (sentidos); Elementos Normativos: necessária uma atividade valorativa que implica no juízo de valor; Elementos subjetivos: compreensão da ação/omissão típica como processo causal dirigido pela ação humana visando um fim.
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