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Aula 3 - Aspectos financeiros para vendas e preços

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FORMAÇÃO DE PREÇOS
Aula 3: Aspectos financeiros para vendas e preços
Introdução
Nos mercados financeiros é comum encontrarmos três personagens básicos:
Ofertador de Recursos - Tomador de Recursos – Intermediador Financeiro 
Que têm a finalidade básica de propiciar a transferência de poupança de unidades econômicas com superávit para as com déficit, ou seja, que investiram mais do que suas receitas obtidas.
A alocação desta poupança tem um preço, que é expresso pela taxa de juros. O juro compõe-se basicamente de duas partes: uma remuneração pela cessão temporária do capital e mais um prêmio pelo risco da liquidez.
Até o momento, estudaram-se os aspectos econômicos dos componentes de custos e despesas, os quais constituem-se na base necessária à correta formação do preço de venda, bem como os aspectos essenciais de gestão dos mesmos, visando tornar o preço mais competitivo.
Nesta parte, aborda-se outro componente essencial a ser levado em consideração na formação de preço de venda, que é o Financeiro, vital, pois refere-se à  administração de recursos financeiros disponíveis na empresa.
Os aspectos estruturais e essenciais de Finanças, aliados à complexidade e ao número de variáveis operacionais e econômicas envolvidas até aqui, bem como o visível impacto de cada uma, que de forma inter-relacionada e direcional afetam toda a operação, e concluem-se nesta área específica, com todas as consequências  conhecidas, devem ser muito bem avaliados, administrados, integrados e compreendidos.
Mais do que em qualquer outra área da empresa, em Finanças há a necessidade de uma visão holística e de uma abordagem global, em que o todo está em cada parte e cada parte está no todo, de forma integrada e indissolúvel, não auxiliando em nada uma visão fragmentada e particularizada, quando tratamos da administração dos recursos financeiros.
Juros
O que é juro?
Segundo Bernardi, 2010, Juro é a remuneração paga pelo direito de usar o dinheiro. Segundo Hummel e Taschner (1986, pág. 31), “ os juros podem ser definidos como o  aluguel pago pela obtenção de um dinheiro emprestado  ou, mais amplamente, como o retorno obtido pelo investimento produtivo do capital”. Os juros representam a diferença entre o valor investido e o valor resgatado.
Taxa de Juros
É a razão entre os juros cobrados (ou recebidos) no fim de um período de tempo, é o dinheiro devido ou aplicado no início do período.
Os valores em dinheiro somente podem ser comparados entre si quando se referirem a uma mesma data. A transferência de um valor de uma data para outra deve ser feita considerando-se determinada taxa de juros.
O valor do dinheiro é diretamente afetado pelo tempo, e a taxa de juros é o instrumento usado para expressar o valor do dinheiro no tempo.
Usualmente, utiliza-se o conceito de taxa de juros quando se paga por um empréstimo e o conceito de taxa de retorno quando se recebe pelo capital emprestado ou investido.
O método do valor presente líquido é considerado o mais apropriado para analisar projetos de investimento, não apenas porque trabalha com fluxo de caixa descontado, mas também porque seu resultado, sendo em espécie, revela a riqueza absoluta do investimento.
O método da taxa interna de retorno (T I R) – é um dos mais sofisticados para quem quer avaliar propostas de investimento de capital. A TIR representa a taxa de desconto que iguala, em um único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um Valor Presente Líquido (VPL) igual a zero.
Contexto inflacionário
De forma simples, entende-se processo inflacionário como aumento generalizado de preços, ou perda de poder aquisitivo da moeda. Existem vários indicadores de inflação no Brasil, entre os quais, no mercado financeiro, o IGP-M se destaca.
As taxas de juros embutem uma inflação passada ou esperada no período, gerando uma taxa nominal. Ao se descontar a inflação da taxa nominal, obtém-se a “taxa real” de juros, cujo conceito é, na realidade, impraticável e controvertido, dada a multiplicidade de indexadores e a periodicidade de coleta de dados dos mesmos.
Juros Compostos – Montante
Exemplo: 
  Um capital de $ 100.000 investido por três períodos a uma taxa de 2,5% ao mês gerará o seguinte resgate no final:
             $ 100.000,00
             $     2.500,00       2,5% (1º período)
  $ 102.500,00       Fim do 1º período
             $     2.562,50       2,5% (2º período)
         $ 105.062,50       Fim do 2º período
            $      2.626,56      2,5% (3º período)
   $ 107.689,06       Fim do 3º período
Portanto, resgata-se: $ 107.689,06 ou 7,689%, além do capital inicial investido.
Como se verifica, 2,5% a.m., somados, resultariam em 7,5% (2,5% x 3); o que causou a variação foi o fato de haver juros compostos; Houve incidência de juros sobre juros
Como o montante é composto e inclui os juros exponencialmente, define-se que montante é:      
            M = c x (1 + i) n
No qual: 
           m = montante; c= capital inicial; i = taxa de juros em forma decimal, ou seja, dividida por 100; n= número de períodos de capitalização.
Resgata-se 7,689% no final de três períodos, isso porque capitalizamos os juros de forma composta, ou seja:
(1 + 0,025) x (1 + 0,025) x (1+ 0,025) = 1,025 x 1,025 x 1,025 = 1,07689 ou (1,025)³=$ 107.689,06, ou seja:
(1+ 0,025) x (1+ 0,025) x (1+ 0,025) = 1,025 x 1,025 x 1,025 = 1,07689 ou (1,025)³ = 1,07689
Juros Compostos - Valor Presente
Pode-se definir como valor presente (VP) como sendo o Capital a valor de hoje.
Com o passar do tempo, são acrescidos juros a esse valor, o que resulta em montante. O montante é um valor produzido no futuro, que engloba o valor presente mais os juros resultantes da operação, portanto, pode-se chamá-lo de valor futuro (VF).  
Exemplo:
Se, para obter um montante futuro multiplica-se o capital inicial pela expressão (1+ i) n, então:
(vp) valor presente = m/ (1+ i)n
vp = $ 107.689,06  = $ 100.000
           1,07689
Nota-se que um montante de $ 107.689,06, para se chegar a $ 100.000, houve um desconto de 7,14%, e não 7,68%. Calculando-se a expressão de outra forma: Se 1,07689 é fator de composição, dividir o montante a pagar pelo fator seria equivalente a dividir 1/1,07689, o que geraria um fator  de valor presente de 0,9286, ou seja, multiplica-se $ 107.689,06 por 0,9286, encontrando-se $ 100.000.
 Este ponto é importante, uma vez que na prática existem dúvidas sobre concessão de descontos do tipo: a taxa de juros é de 3,0% para 30 dias e o fornecedor concede 2,9% de desconto para pagamento à vista. O fator de capitalização é 1,03 = (1 + 0,03)¹, portanto o fator de valor presente é de 0,971, ou seja, ( 1 – 0,971) x 100 = 2,9% de desconto. 
Cálculo do preço à vista
O principal pressuposto da formação do preço de venda à vista é a compra do material ou mercadoria a um custo que representa o valor à vista (ciclos financeiros); Portanto, todos os demais custos e despesas são à vista, e em determinado momento (formação do preço de venda) tudo ocorre.
Para melhor entendimento, o seguinte exercício é proposto:
Preço á vista no comércio - Suponha-se a seguinte situação: cotação do custo da mercadoria: $ 15.000, com 18% de ICMS incluídos e 10% de IPI. A compra é à vista, a mercadoria é vendida no momento e a venda é recebida no mesmo momento, ou seja: sabe-se o custo à vista, forma-se o preço e no mesmo instante vende-se à vista e se recebe a venda.
O Mark-up inclui ICMS (18%), PIS e COFINS (9,25%), comissões (1%), despesas administrativas (10%) e lucro desejado (19,4%) antes do Imposto de Renda.
Todos os elementos do Mark-up são recebidos e pagos no ato da venda.
Cálculo do preço:
                             Custo                                  $ 15.000
                             ( - ) ICMS                            $   2.700
                             ( - ) PIS/COFINS                  $   1.387
                                                                _______________$ 10.913
   + I P I                               $   1.500
                                                                _______________
                                  Custo                               $ 12.413
MARK-UP =                                      1
                        ______________________________________       
                       ( 18% + 9,25% + 1,0% + 10% + 19,4%) = 0,4235
                        ______________________________________
                                                          100
MARK-UP = 2,36127                           
Preço à vista = $ 29.310,44
Preço á vista na indústria - Assumindo os mesmos pressupostos, o material/insumo custa $ 15.000, o ICMS é de 18% e o IPI é de 10%. A produção agrega $ 6.000/ unidade de mão de obra e o CIF $ 8.000/ unidade. Recebido o material, ele é imediatamente produzido, vendido, entregue e recebido num mesmo momento, ao passo que todos os demais elementos do Mark-up, como no exemplo anterior, são pagos no mesmo momento. O IPI da venda do produto é de 5%.
Cálculo do preço:                           
Custo = $ 10.913 + $ 6.000 + $ 8.000 = $ 24.913
Mark-up = 2,36127 
Preço à vista = $ 58.826,32
Preço à vista com IPI = $ 61.767,64
Preço á vista nos serviços - Suponha-se um serviço estimado em custar $ 45.000, livre de material e com todos os elementos do custo pagos hoje, cotação feita hoje, serviço executado e recebido no momento; O ISS (5%) da venda e os demais elementos do Mark-up são iguais aos do exercício anterior (exceção do ICMS) e também foram pagos hoje.
Cálculo do preço:
Custo $ 45.000
      MARK-UP = ______________1 ___________________                               
                             1 – ( 5% + 9,25% + 1,0% + 10% + 19,4%) = 1,80668473
                                                            100
Preço à vista = $ 81.300,81
As hipóteses são absurdas, pois tudo ocorre num mesmo momento, questionarão os leitores; E com razão!
O que acontece, na realidade, é que seria dificílimo, se não impossível, ocorrer e aplicar o conceito proposto, pois isto significa que todos os fatos devem ocorrer num mesmo momento, ou seja, os ciclos econômico e financeiro (veremos abaixo) ocorreriam num mesmo instante, o que é impraticável. 
Existem prazos de recepção, fabricação, colocação à venda, entrega e, mesmo que a venda seja à vista, ainda assim haverá um ciclo econômico e financeiro que deve ser considerado. Uma vez que o pressuposto é de que tudo ocorre em dado momento (formação de preço), ou seja, tudo é desenvolvido a valores de hoje, uma solução para formar o preço à vista é recorrer à técnica do cálculo do valor presente, segundo a qual os valores futuros são trazidos a valor presente a uma taxa determinada.
Dada a multiplicidade dos elementos envolvidos, o nível das taxas de juros e os vários prazos de pagamento de cada fator, que implicariam praticamente formular preços diariamente, utilizam-se o conceito de prazos médios dos elementos observados, em função do perfil de vendas.
Ciclos econômicos e financeiros
O que são ciclos econômicos e financeiros?
Segundo BERNARDI, 2010, o Ciclo econômico é o prazo decorrente entre a aquisição dos recursos e a venda do produto, mercadoria ou serviço. Ciclo financeiro é o prazo decorrente entre o pagamento dos recursos adquiridos e o recebimento das vendas.
Pode-se também observar que, em número de dias, o ciclo financeiro é igual ao ciclo econômico, mais o prazo médio das vendas, menos o prazo médio das aquisições.
Assim, se o ciclo econômico é de 25 dias, o prazo médio de vendas é de 30 dias e o prazo médio de pagamentos é de 28 dias, o ciclo financeiro é igual a:
CICLO FINANCEIRO = 25 dias + 30 dias – 28 dias = 27 dias
Veja a seguir a formação do preço à vista, valor presente:
Dados - Usando os mesmos dados anteriores:
Custo $ 15.000; ICMS 18%; IPI 10%; PIS/COFINS 9,25%
Custo para formar o preço: $ 12.413
Venda: 18% de ICMS
PIS/COFINS: 9,25
Comissões: 1,0%
Administrativas: 10%
Lucro desejado: 19,4%
Os juros encontram-se no momento a 1,5% a.m., e pressupõe-se que a empresa aplicará os recursos recebidos à vista a esta taxa.
Desenvolvimento - Prazos assumidos por hipótese:
 COMPRAS: O fornecedor concede 30 dias de prazo;
 ICMS/ compra: Pelo perfil das compras, nota-se que ocorrem dois lotes/mês (início e final). Como o ICMS é calculado e, supondo-se, pago na primeira semana do mês subsequente, atribui-se em média 23 dias para a recuperação do ICMS das compras, idem ao PIS/COFINS;
 ICMS DAS VENDAS: pelo perfil das vendas, constatou-se que 30% das vendas ocorrem na 1ª semana, 20% na 2ª semana, 20% na 3ª semana e 30% na 4ª semana. Assim, calcula-se um prazo médio de permanência com recursos do ICMS “recebidos” de 18 dias;
PIS/COFINS: Também pagos na 1ª semana do mês subsequente e, pelo perfil observado nas vendas, utilizam-se os mesmos 18 dias do ICMS como prazo médio;
COMISSÕES: A empresa paga comissões usualmente nos primeiros cinco dias do mês subsequente, o que, pelo perfil das vendas, resultaria num prazo médio de 15 dias de permanência com os recursos;
DESPESAS ADMINISTRATIVAS: Constata-se que 50% das despesas administrativas se referem a salários, 20% a encargos e o restante a outras despesas. Os salários do mês são pagos dia 20 e dia 5 do mês seguinte, os encargos na primeira semana do mês subsequente e os demais, em sua maioria, em torno do dia 5 do mês subsequente. Diante deste perfil, em média trabalha-se com um período de 28 dias de permanência de recursos para pagamento das despesas.
Solução - O preço à vista:
Do ponto de vista dos custos e despesas, calculam-se todos os elementos a valor presente, para a partir daí se formular o preço à vista. 
        Mercadoria - Prazo 30 dias
               $ 16.500 = $ 16.500 = $ 16.256,16
                ( 1 + i)¹ = 1,015
 
Cálculo do preço à vista: 
Custo total                                   $ 16.256,16
( - ) ICMS                                     $  2.669,36
( - ) PIS/COFINS                          $  1.371,26              
Custo                                           $ 12.215,54
Valores Presentes
Mark-up          ICMS     17,83%
PIS/COFINS       9,17
 Comissões     0,99%
Despesas Administrativas    9,86%
 Lucro 
19,40%
57,25% 
100 – 57,25 = 0,4275 x _ 1___
      100                          0,4275 = 2,339181
Preço de venda à vista = $ 12.215,54 x 2,339181 = $ 28.574,36
Ao avaliar os cálculos e relembrar o conceito de montante, sabendo-se que M = C + J, a fórmula do Montante deduzida da fórmula básica dos juros compostos é:
                                         M = C (1 + )n     
 Verifica-se que os ganhos financeiros nada mais representam que receber à vista um valor que, capitalizado por um nº de dias ou aplicado a 1,5% a.m. em x dias, resultará no montante original.
Assim, recebe-se um ICMS de 17,83% à vista, que em média é aplicado a 1,55 a.m. por 18 dias; Daí o conceito dos ganhos financeiros aplicáveis a todo o conjunto.

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