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187793366 Apostila Radiologia Veterinaria

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Prof. Msc. ROBÉRIO MACÊDO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
Radiologia Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS EM RADIOLOGIA 
1 - HISTÓRICO 
No dia 8 de novembro de 1895, no Instituto de Física da Universidade de 
Würzburg, na Baviera, WILHELM CONRAD ROENTGEN (1845-1923) 
descobriu um novo tipo de radiação e a ela denominou de Radiação X ou Raio 
X. 
Roentgen estudava o comportamento dos raios catódicos trabalhando 
com uma ampola desenvolvida por William Crookes. Nessa ampola, a qual era 
de vidro e continha, no seu interior, gás, ao se gerar uma diferença de potencial 
elétrico ocorria uma movimentação de elétrons, carga elétrica negativa, que se 
encontravam no Cátodo, ou Catódio, em direção ao Ânodo, ou Anódio, carga 
elétrica positiva. Nesse deslocamento dos elétrons, Roentgen observou que 
alguns se chocavam contra as paredes da ampola e que desse choque havia a 
produção de um tipo de radiação que tornava fluorescente um cartão pintado 
com platinocianeto de bário usado nas pesquisas dos raios catódicos mesmo 
quando a ampola estivesse envolta por um grosso papel negro. No laboratório 
haviam filmes fotográficos e, sobre um deles, sua esposa, inadvertidamente, 
colocou sua mão. O filme ao ser revelado mostrou nitidamente as estruturas 
internas (ossos) da mão da esposa de Roentgen. 
 
 
Fig. 1 - Representação esquemática de uma 
ampola de Crookes. 
 
 
 
Em 28 de dezembro de 1895 Roentgen submeteu sua descoberta à 
Sociedade de Física e Ciências Médicas da Universidade de Würzburg através 
de um “paper” (10 páginas) intitulado “Üeber eine Neue Art von Strahlen ” (Uma 
nova forma de radiação), tendo o mesmo sido aprovado e passado a fazer 
parte dos Anais da Sociedade ainda no ano de 1895. 
Em 1901, a Fundação Nobel reconhecendo a importância dessa 
descoberta para o avanço e desenvolvimento das ciências médicas criou o 
Prêmio Nobel de Física e Roentgen foi o primeiro físico a recebê-lo nesse 
mesmo ano. 
A primeira radiografia de um animal foi realizada em 1896 por Josef Eder, 
em Viena. Richard Eberlein, médico veterinário inglês, publicou, em 1897, o 
primeiro Atlas Radiográfico canino. 
 
2 – O QUE É RADIOLOGIA 
Radiologia é o ramo das ciências médicas que se utiliza das radiações 
descobertas por Roentgen para auxiliar no diagnóstico e tratar diversas 
enfermidades. Quando se restringe ao campo do diagnóstico ela, juntamente 
com outras especializações médicas (Ultrassonografia, Tomografia 
Computadorizada, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear) forma o que se 
convencionou denominar de Meios Auxiliares de Diagnóstico por Imagem . 
É importante enfatizar que a Radiologia é um Meio Auxiliar de 
Diagnóstico e desta maneira suas informações devem ser examinadas de 
forma conjunta com a história clínica do paciente, com os sinais clínicos, com o 
exame físico, com os exames laboratoriais e com outros exames possíveis de 
serem realizados. Por si só a Radiologia apenas contribui, muitas vezes de 
maneira decisiva, para o diagnóstico. Não é sua função elaborar o diagnóstico 
e sim auxiliar no elaboração dele. 
3 - OS RAIOS X 
 
 
Os Raios são radiações eletromagnéticas, as que não possuem massa, e 
deste espectro também fazem parte as ondas do rádio, microondas, raios 
infravermelhos, luz visível, raios ultravioletas, raios gamas, entre outras. Elas 
Tais radiações diferem entre si pelo comprimento de onda (distância entre 
uma partícula numa determinada onda e a sua correspondente na onda 
seguinte, é representada pela letra grega lambda - ), pela freqüência (número 
de ciclos por segundo de uma radiação eletromagnética) e pela energia 
(capacidade da radiação de produzir trabalho). 
O comprimento de onda das Radiações X varia entre 100 e 0,01 Å, 
sendo que para o radiodiagnóstico a variação está na faixa entre 0,5 - 0,4 Å 
dependendo da quilovoltagem (Kv) a ser empregada. 
 
4 - A PRODUÇÃO DAS RADIAÇÕES X 
 
Inicialmente, Roentgen produzia as Radiações X em ampolas criadas por 
W. Crookes porém esse tipo de equipamento não permitia que houvesse um 
controle efetivo sobre a quantidade e a intensidade das radiações emitidas. 
Em 1913, William Coolidge, físico inglês, criou um novo tipo de ampola 
que permitia controlar a quantidade e a qualidade dos Raios X e essa ampola, 
com poucas alterações, ainda é o principal equipamento usado nos aparelhos 
de Raios X. 
A ampola de Coolidge, que apresenta vácuo total no seu interior, é de 
vidro e está envolvida por uma carapaça de metal, geralmente o chumbo, que 
possui uma abertura por onde emana o feixe útil de radiações X. 
 
 
 
Fig. 2 - Representação esquemática de uma 
ampola de Coolidge. 
 
Para a produção das radiações X são necessários três elementos 
básicos: uma fonte de elétrons, um local de impacto e uma diferença de 
potencial elétrico entre eles. 
Em uma das extremidades da ampola localiza-se um filamento de 
tungstênio em espiral que, quando aquecido através de uma corrente elétrica 
de baixa voltagem, medida em miliamperes (mA), produz uma determinada 
quantidade de elétrons (carga elétrica negativa) que darão origem as 
Radiações X. Esta extremidade, que possui carga elétrica negativa, é 
denominada de CATÓDIO ou CÁTODO. 
Na extremidade oposta encontramos um bloco, geralmente de tungstênio, 
denominada de ANÓDIO ou ÂNODO, que pode ser fixo ou giratório, e possui 
carga elétrica positiva. No ponto central deste banco encontramos uma área 
bastante resistente denominada de Ponto Focal ou Alvo. 
Ao se aplicar uma diferença de potencial elétrico entre as duas 
extremidades, através de em circuito de alta voltagem, medido em 
quilovoltagem (Kv), faz-se com que os elétrons se desloquem em alta 
velocidade desde o catódio em direção ao anódio, se chocando violentamente 
contra o Ponto Focal. O impacto faz com que a energia dos elétrons se 
transforme em Raios X (± 2%), calor (± 95%) e em outras formas de energia. 
 
5 - MILIAMPERAGEM 
 
O filamento de tungstênio que se encontra no catódio ao ser esquentado 
cria ao seu redor uma quantidade de elétrons que ao serem deslocados pela 
 
 
diferença de potencial irão produzir uma quantidade proporcional de radiações 
X. Essa quantidade de elétrons criadas ao redor do catódio corresponde 
medida elétrica denominada de MILIAMPERAGEM (mA). 
A produção dessas radiações X além de estar relacionada com o 
número de elétrons emitidos está, também, diretamente relacionada com o 
tempo que estará ocorrendo a diferença de potencial. Esse tempo, geralmente, 
é um segundo. 
Dessa forma, a quantidade de raios X requerida para a obtenção de 
uma radiografia é indicada pelo produto da miliamperagem pelo tempo de 
exposição e é expressa em miliamperes/segundo (mAs) 
Assim sendo, a miliamperagem corresponde a quantidade de radiações 
X obtidas num determinado espaço de tempo. 
 
6 - QUILOVOLTAGEM 
 
A intensidade da diferença de potencial aplicada no interior da ampola vai 
interferir diretamente na velocidade de deslocamento dos elétrons desde os 
catódio até o anódio e, portanto, na intensidade do choque e na energia 
liberada por ele. Assim sendo, os raios X que se formarão terão comprimento 
de onda variável de acordo com a intensidade do impacto dos elétrons contra o 
alvo. A diferença de potencial é produzida por um circuito elétrico de alta 
voltagem elétrica e é expressa em QUILOVOLTS ou QUILOVOLTAGEM (kv), 
que também é conhecida como a “força de penetração” dos raios X. 
Como visto, a intensidade da diferença de potencial interfere no 
comprimento de onda das radiaçõesX que se formarão. Quanto maior a 
diferença de potencial aplicada menor será o comprimento de onda e maior 
será o poder de penetração. 
 
 
O poder de patogenicidade das radiações X também está diretamente 
relacionado com o seu comprimento de onda. Quanto maior o comprimento de 
onda menor será o seu poder de penetração nos tecidos orgânicos e, portanto, 
maior o seu grau de patogenicidade. 
Os raios X usados para fins de radiodiagnóstico comumente possuem um 
comprimento de onda que varia entre 80 a 100 kv ( = 0,4 Å) que é um 
comprimento de onda curto e não apresenta alto grau de patogenicidade. Estas 
radiações são chamadas de RADIAÇÕES DURAS. 
As radiações com comprimento de onda que variam entre 40 a 60 kv ( = 
0,5 Å) possuem um comprimento de onda longo, são altamente patogênicas e 
são chamadas de RADIAÇÕES MOLES. 
Comprimentos de onda que variam entre 60 a 80 kv ( = 0,45 Å) dão 
origem as chamadas RADIAÇÕES INTERMEDIÁRIAS que também 
apresentam um grau de patogenicidade menor que o das radiações moles e 
não devem ser usadas na prática diária. Acima de 100 kv temos as 
denominadas RADIAÇÕES ULTRA DURAS que são geralmente usadas na 
indústria. 
 
7 – PROPRIEDADES DOS RAIOS X 
 
Os raios X possuem inúmeras propriedades, porém para fins de 
radiodiagnóstico são importantes as seguintes: 
 
 Propagam-se com a mesma velocidade da luz e sempre em linha reta; 
 Por não possuírem carga elétrica não são desviados nem por campos 
elétricos nem por campos magnéticos; 
 Produzem ionização (formação de íons) por onde passam; 
 
 
 Por não possuírem massa, são capazes de atravessar corpos 
espessos; 
 Ao incidirem sobre substancias como platino cianeto de bário, sulfato 
de zinco, tungstato de cádmio, tornam-nas fluorescentes; 
 São capazes de sensibilizar os filmes fotográficos e os radiográficos. 
 
Uma das propriedades mais importante das radiações X e que deve 
sempre estar presente no cotidiano dos profissionais veterinários é a de que os 
raios são capazes causar modificações nas células vivas produzindo alterações 
somáticas (interferindo no equilíbrio químico celular) e/ou genéticas 
(interferindo diretamente na cadeia do DNA, rompendo-a). 
 
8 – O FEIXE DE RAIOS X 
 
Ao se chocarem contra o anódio, os elétrons, além de produzirem calor, 
dão origem a infinidade de raios X que emergem da ampola sob a forma de um 
feixe, cônico, denominado de FEIXE PRIMÁRIO. Os raios que compõe este 
Feixe possuem comprimento de onda variável e se difundem de forma 
divergente, sendo então necessário limitar o seu campo de ação através de 
cones e/ou diafragmas. A este Feixe Primário, para fins de proteção contra as 
radiações, somente deve ficar exposto o paciente e o pessoal técnico que 
esteja com equipamentos de proteção (luvas, avental, etc.). O ponto exato 
onde ocorre o choque dos elétrons contra o anódio denomina-se de Ponto 
Focal. 
Compondo o Feixe Primário existe um único raio X que ocupa exatamente 
a posição central e que incide sobre a película radiográfica formando com ela 
um ângulo de 90º. A essa radiação se dá a denominação de RAIO CENTRAL. 
 
 
 
Fig. 3 – Representação do Feixe Primário de radiações X 
e do Raio Central (indicado pela seta). 
 
O Raio Central é entre todos os raios X do Feixe Primário o único que não 
causa distorção na imagem registrada radiologicamente. Por esta razão o Raio 
Central deve sempre incidir exatamente sobre a área ou órgão de interesse 
clínico. Exemplificando: em casos suspeitos de luxação de patela o Raio 
Central deve incidir exatamente sobre essa estrutura óssea e não sobre a 
região epifisiária distal do fêmur ou sobre a região epifisiária proximal da tíbia. 
Algumas radiações X do Feixe Primário quando interagem com objeto 
sujeito ao exame radiográfico transferem ao átomo do objeto toda a sua 
energia e ocorre a produção de novas radiações X. Essas novas radiações X 
são denominadas de RADIAÇÕES SECUNDÁRIAS ou DIFUSAS, que se 
difundem em todas as direções e possuem comprimento de onda maior que as 
originais, portanto, com menor poder de penetração. Em razão de seu 
comprimento de onda, as Radiações Secundárias são altamente patogênicas e 
contra elas devemos nos precaver. 
 
 
 
 
Fig. 4 – Representação esquemática das Radiações Secundárias 
(linhas pontilhadas). 
 
Outras radiações X do Feixe Primário ao incidirem na estrutura sujeita ao 
exame apenas desviam de sua trajetória mantendo o seu comprimento de onda 
original. São as denominadas 
RADIAÇÕES DISPERSAS. 
Alguns raios do Feixe Primário ao incidirem sobre o objeto cedem apenas 
uma parte de sua energia ao átomos do objeto e continuam sua trajetória com 
um comprimento de onda maior. Esse fenômeno é denominado de EFEITO 
COMPTON. 
O poder de definição das radiações do feixe primário é desigual quando 
emergem da ampola e essa variação é definida pela angulação do alvo no 
anódio. O Raio Central possui um poder de resolução de 100%. A medida que 
os raios se afastam do Raio Central em direção ao anódio o poder de 
resolução decresce imediatamente. O inverso se dá nos raios que estão para o 
lado do catódio, inicialmente há um acréscimo para depois haver a redução do 
poder de resolução. 
O fenômeno acima descrito é denominado de EFEITO ANÓDICO e a 
partir de sua utilização podemos ter radiografias mais uniformes, ao 
colocarmos a região de maior espessura sempre para o lado do catódio. 
 
 
 
 
Fig. 5 – Representação esquemática do Efeito Anódico. 
 
9 – A IMAGEM RADIOGRÁFICA 
 
As chapas radiográficas nada mais são que negativos fotográficos de 
estruturas orgânicas internas e, portanto, um dos principais objetivos dos 
exames radiológicos é a obtenção de imagens fieis da estrutura radiografada, 
permitindo, assim, uma avaliação criteriosa e consistente do objeto sujeito ao 
exame radiológico. 
9.1 – A FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA 
 
A imagem radiográfica, o objetivo primordial da Radiologia, é conseguida 
através de, pelo menos, duas reações: uma física e outra química. 
A reação física determina a formação da imagem pela sensibilização dos 
cristais halóides dos sais de prata, dissolvidos na gelatina que recobre ambas 
faces dos filme radiográficos, pelas Radiações X. Esta sensibilização 
transforma estes cristais halógenos em prata metálica a imagem formada, 
invisível a olho nu, é denominada de Imagem Latente. 
 
 
Ao se iniciar o processo da revelação do filme radiográfico iniciam-se 
diversas reações químicas que culminam na transformação dos grãos de sais 
de prata sensibilizados em prata metálica negra, que ao final do processo, 
formará a denominada Imagem Visível que será avaliada para fins de 
radiodiagnóstico. 
9.2 – ALGUNS FATORES QUE INTERFEREM NA FORMAÇÃO DA IMAGEM 
 
Diversos são os fatores que podem interferir na formação de uma imagem 
radiográfica de qualidade. Neste trabalho, que não se dedica à formação de 
técnicos em radiologia e, sim, à capacitação para avaliação radiológica, 
daremos ênfase a alguns destes fatores que se não lhes for dada toda a 
atenção corremos o risco de termos exames radiológicos sem nenhuma 
validade a para interpretação das possíveis alterações orgânicas. 
 
9.2.1 - DISTÂNCIA ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRÁFICO 
Para que tenhamos uma imagem que reproduza com exatidão a estrutura 
radiografada é necessário que esta esteja em íntimo contato como o filme 
radiográfico. 
Em muitas ocasiões fazer-se com que a estrutura radiografada fique junta 
ao filme radiográfico é uma tarefa impossível devido as três dimensões dos 
objetos de estudo em Medicina Veterinária. Assimsendo, para que a imagem 
formada tenha dimensões o mais próximo possível da estrutura radiografada 
torna-se obrigatório posicionar-se o animal de maneira que a estrutura a ser 
radiografada esteja próxima ao chassi radiográfico. Exemplificando, caso se 
deseja radiografar o rim direito de um paciente este deverá ser colocado em 
dois posicionamentos para que se atinja o objetivo desejado: a) decúbito lateral 
direito e b) decúbito dorsal. 
 
 
 
 
Fig. 6 - Representação esquemática da distância objeto – filme. 
A’ e B’ representam as imagens dos objetos A e B. 
 
9.2.2 – DISTÂNCIA ENTRE O PONTO FOCAL E O FILME (DFF) 
 
A distância entre o Ponto Focal, localizado no interior da ampola geradora 
de radiações X, e o Filme radiográfico é outro fator que se não observado com 
rigor acarretará uma imagem não condizente com a realidade.A distância 
recomendada para a grande maioria das estruturas orgânicas é de 100 cm 
exceção feita às radiografias cardíacas que, em razão do posicionamento 
oblíquo do órgão no interior da cavidade torácica, é de 120-150 cm 
dependendo do tipo de tórax do paciente. 
 
 
 
 
Fig. 7 – Representação esquemática do efeito da distância 
do Ponto Focal – Filme. Observe o aumento da imagem 
do objeto quando de uma DFF igual a 30 cm. 
 
 
9.2.3 – PARALELISMO ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRÁFICO 
 
Para que tenhamos imagens o mais próximo possível da realidade, no 
que diz respeito a reprodução das dimensões do objeto, é necessário que ele 
seja posicionado de forma paralela com o filme radiográfico. Em algumas 
ocasiões isto não será possível devido a diversos fatores (posicionamento do 
órgão no interior das cavidades, manipulação do paciente, graus de lesão do 
paciente, etc.) e providências no posicionamento, na distância entre o Ponto 
Focal e o Filme, entre outras, deverão ser tomadas. 
 
 
 
 
Fig. 8 – Esquema representativo do efeito da falta de paralelismo entre o objeto 
e o filme radiográfico. 
 
 
Observe a diminuição da imagem na representação B. 
9.2.4 – IMOBILIDADE DO OBJETO SUJEITO AO EXAME RADIOLÓGICO 
 
A imobilidade do objeto sujeito ao exame radiográfico é um dos principais 
fatores que interferem na qualidade das chapas radiográficas, pois a 
movimentação durante a tomada radiográfica fará que tenhamos uma imagem 
com um detalhamento comprometido. 
Na prática veterinária tendo em vista que trabalhamos com seres 
irracionais somos obrigados a lançar mão da contenção do paciente, que 
poderá ser medicamentosa (sedativos/ tranquilizantes/anestésicos) ou manual. 
A contenção medicamentosa tem como vantagens, permitir a 
manipulação do paciente de maneira mais fácil, rápida e prevenir contra 
agressões, porém aumenta os custos do exame e pode causar transtornos 
indesejáveis (choque anestésico). Tendo em vista a segurança que os agentes 
medicamentosos atualmente apresentam, a contenção medicamentosa é 
amplamente preferível em relação a manual. Esta por sua vez é mais difícil, 
mais demorada e não restringe totalmente os movimentos dos pacientes. 
Os movimentos involuntários (cardio-respiratórios) são fatores que 
interferem na obtenção das radiografias e em Veterinária ainda não dispomos 
de meios seguros para anulá-los. Para minimizá-los, devemos sempre usar o 
menor tempo de exposição que nos permita nossa aparelhagem. 
 
10 – CARACTERÍSTICAS RADIOLÓGICAS DOS TECIDOS ORGÂNICOS 
 
Para que seja possível concretizar um radiodiagnóstico é necessário que 
a imagem seja uma reprodução fiel do objeto radiografado, isto é possua um 
excelente detalhamento, reproduza as densidades encontradas no objeto e 
possua uma escala apropriada de contraste radiológico. 
 
 
 
10.1 – DETALHE RADIOGRÁFICO 
 
Detalhe radiográfico é o grau de definição com que as linhas estruturais 
e de contorno do objeto se apresentam na imagem radiográfica. Este 
detalhamento é de vital importância na interpretação dos exames radiográficos 
pois diversas enfermidades apresentam como uma de suas características a 
perda das linhas de contorno ou estruturais das estruturas orgânicas. Entre os 
fatores que interferem na obtenção de imagens com um detalhamento 
desejado podemos citar: a imobilidade do paciente, a distância entre o objeto e 
o filme, a utilização de ecrans e grades antidifusoras, correção dos fatores de 
exposição radiológica e o processo de revelação das películas radiográficas. 
 
10.2 – DENSIDADES RADIOLÓGICAS ou RADIODENSIDADES 
 
Densidades radiológicas ou Radiodensidades dizem respeito a 
tonalidade com que as estruturas orgânicas se apresentam nas radiografias. 
Está determinada pela quantidade de radiações que o objeto impede de 
progredir em direção ao filme radiográfico e, por consequência, com a 
intensidade com que os grão de prata são sensibilizados pelas as radiações X. 
A densidade radiológica varia de acordo com o tempo de exposição, a 
miliamperagem, a quilovoltagem, a espessura do objeto radiografado, entre 
outros fatores. 
A tonalidade das estruturas radiografadas pode variar desde o branco 
(transparente) até o negro, existindo neste intervalo diversas tonalidades de 
cinza. Esta variação está ligada diretamente ao peso atômico das dos 
elementos que constituem os objetos radiografados. Os objetos formados com 
elementos de alto peso atômico, como por exemplo o chumbo cujo o número 
 
 
atômico é 82 e é usado como um meio de proteção contra as radiações, 
dificultam a passagem dos Raios X (absorvem as radiações), não permitindo a 
sensibilização da prata e, logo, se apresentam com as tonalidades mais claras 
nas radiografias. No outro extremo em relação ao chumbo está o ar ambiente 
que não oferece nenhuma restrição a passagem das radiações, permitindo a 
sensibilização dos sais de prata com toda a intensidade. Radiologicamente se 
apresentam com as tonalidades escuras das chapas radiográficas. 
 
NÚMERO ATÔMICO DE ELEMENTOS DE INTERESSE RADIOLÓGICO 
 
ESTRUTURA 
ELEMENTO Nº ATÔMICO 
TECIDOS MOLES 
Hidrogênio 01 
 Gás Carbônico 06 
 Nitrogênio 07 
 Oxigênio 08 
 
Média Tecido Mole 
06 
 
 
 
TECIDO ÓSSEO Cálcio 
20 
 
Fósforo 
15 
 
Média Tecido Ósseo 
14 
 
 
 
Emulsão Fotográfica Bromo 
35 
 
 
 
Prata 
47 
 
 
 
Meios de Contraste Iodo 
53 
 
Bário 
56 
 
 
 
Alvo da Ampola Tungstênio 
74 
 
 
 
Meios de Proteção Chumbo 
82 
 
 
As densidades radiológicas básicas são: metálica, óssea, de tecido mole 
ou de líquidos, de gordura e gasosa. 
 
 
Metálica 
 
Óssea 
 
Tecido mole 
 
Gordura 
 
Gasosa 
 
Fig. 9 – Esquema representativo das densidades radiológicas. 
 
As estruturas orgânicas quando radiografadas em razão de suas 
densidades teciduais podem adquirir diversas tonalidades radiográficas e 
podem ser divididas em estruturas Radiopacas e estruturas Radiolucentes. 
Estes conceitos de Radiopacidade e Radiolucência sempre devem ser 
 
 
relacionados entre si e entre as imagens que se apresentam adjacentes entre 
si, porém os OSSOS são as estruturas orgânicas RADIOPACAS por excelência 
e os PULMÕES, por conterem ar, são as estruturas orgânicas 
RADIOLUCENTES por excelência. 
A disposição dos órgãos no interior das cavidades corporais fazem que a 
tonalidades radiográficas se alterem pela sobreposição dos mesmos. Quando 
temos a sobreposição de dois elementos da mesma densidade tecidual (ex.: 
dois ossos sobrepostos) a alteração da tonalide se dá pelo chamado Efeito de 
Adição, acarretando aumento na densidade e no contraste radiológico e 
diminuição do detalhe. Quando a sobreposiçãoocorre entre duas estruturas de 
densidades teciduais (ex.: sobreposição pulmonar com as costelas) diferentes 
a alteração se dá pelo Efeito de Subtração, ocorrendo diminuição do 
contraste e do detalhe e aumento da densidade radiológico. 
 
10.3 – CONTRASTE RADIOLÓGICO 
 
Contraste radiológico é definido como a diferença numérica entre a 
relação logarítmica de duas densidades adjacentes. Em termos práticos, é a 
diferença entre as densidades radiológicas das partes ou das estruturas 
radiografadas. Pode-se afirmar que o Contraste é a diferença entre o preto, as 
diversas tonalidades de cinza e o branco. 
Entre os fatores que interferem no Contraste a quilovoltagem (Kv) é o 
mais significante, variando de maneira inversamente proporcional a esta. As 
radiações secundárias e o processo de revelação também influem no Contrate 
radiológico. 
 
11 – TÉCNICA RADIOGRÁFICA 
 
 
 
 A obtenção de boas radiografias pressupõe o uso de regimes 
radiológicos apropriados, com a adequada penetração das radiações, para a 
sensibilização dos filmes radiográficos. 
Dois fatores são fundamentais para a definição do regime radiológico: a 
região a ser radiografada e a sua espessura. A partir desses dois elementos, 
podemos definir os fatores de exposição [quilovoltagem (Kv), miliamperagem 
(mA) e o tempo de exposição(s)] a partir da seguinte fórmula matemática: 
 
Kv = E x 2 + cf 
 
onde: 
 
Kv = quilovoltagem; 
E = espessura da região, 
cf = constante do filme (sempre igual a 20). 
 
Uma vez conhecida a Kv, podemos chegar a mA, pois: 
 
para OSSOS a mA será igual a Kv; 
para VIAS AÉREAS a mA será 1/10 da Kv, e 
para ÓRGÃOS ABDOMINAIS e CORAÇÃO a mA será o dobro da Kv. 
 O tempo de exposição para essa fórmula será sempre de 1 
SEGUNDO. 
 
 
 Através dessa fórmula conhecemos o regime radiológico a ser 
usado, porém o regime indicado poderá não ser o correto sob o ponto de vista 
de proteção tanto do operador como do paciente pois poderemos obter 
radiações moles (40 a 60 Kv) ou intermediárias (60 – 80 Kv). Quando isso 
ocorrer será necessário uma adaptação do regime para que se use as 
radiações duras (80 – 100 Kv). A adaptação será conseguida através do 
seguinte artifício: somando-se 10 a Kv e se dividindo a mA pela metade, 
mantendo-se o tempo de 1 segundo. 
Exemplificando: 
Necessita-se radiografar um canino que sofreu atropelamento e há 
suspeita de fratura do femur direito. Medindo-se a espessura da região 
encontrou-se, em razão do edema, a região mede 10 cm. 
 Estrutura a ser radiografada: femur de um canino 
 Espessura da região: 10 cm. 
 
Ao aplicarmos a fórmula, teremos: 
Kv = E x 2 + cf 
 
Kv = 10 x 2 + 20 
 
Kv = 40 
 
FEMUR  osso longo, portanto: mA = Kv e o tempo de exposição igual a 
1 segundo. 
Assim teremos: 
 
 
 
Kv = 40 
mA = 40 
Tempo de exposição = 1 segundo. 
 
O valor encontrado para a Kv corresponde a faixa de radiações moles 
(patogênicas). Portanto deve-se buscar as radiações duras. Como fazer ? 
Aplicando o artifício da soma e divisão. 
 
Kv 
mA 
Tempo de Exposição 
40 (radiação mole) 
40 1 segundo 
50 (radiação mole) 
20 1 segundo 
60 (radiação intermediária) 
10 1 segundo 
70 (radiação intermediária) 
5 1 segundo 
80 (radiação dura) 
2,5 1 segundo 
90 (radiação dura) 
1,25 1 segundo 
 
Pelos cálculos acima, o exame radiológico poderia usar os regimes 
apresentados em negrito. A qualidade radiográfica de qualquer um dos regimes 
obtidos será a mesma, o que está preservado é proteção contra as radiações 
do pessoal envolvido e do paciente. 
Porém o tempo de exposição é um tempo extremamente longo sob o 
ponto de vista radiológico em Med. Veterinária pois o paciente neste espaço de 
tempo pode movimentar-se e inutilizar o exame radiográfico. Assim sendo, 
 
 
seremos, novamente, fazer uma adaptação do tempo para décimos ou 
centésimos de segundos. 
Em alguns aparelhos geradores de radiações X, mais sofisticados e 
permitem que se reduza o tempo de exposição e se utilize miliamperagem e 
quilovoltagem compatíveis com a redução, porém esses aparelhos são caros e 
não muito utilizados pela maioria dos Médicos Veterinários que utilizam, 
geralmente, os chamados aparelhos portáteis. Nestes aparelhos a Kv e mA são 
acopladas e há variação do tempo de exposição. 
Com a finalidade didática, exemplificaremos tomando por base o aparelho 
FNX 85. 
Este aparelho apresenta-se com os seguintes regimes: 
 
Tempo de Exposição (em segundos): 
0,1 – 0,15 – 0,25, - 0,4 – 0,6 – 0,8 – 1,0 – 1,5 – 2,0 – 3, 0 - 4,0 – 6,0 
 
Com 25 mA temos acopladas as seguintes Kv, no tempo de 1 segundo: 
40 - 50 - 55 
 
Com 20 mA temos acopladas as seguintes Kv, no tempo de 1 segundo: 
60 - 65 - 70 
 
Com 15 mA temos acopladas as seguintes KV, no tempo de 1 segundo: 
75 - 80 - 85 
 
 
Para o exemplo dado anteriormente, radiografia do cão com suspeita de 
fratura do femur, os regime encontrado foi: 80 Kv, 2,5 mA com tempo de 
exposição de 1 segundo. 
Caso estivéssemos trabalhando com um aparelho FNX 85 teríamos que 
80 Kv está acoplado com 15 mA em 1 segundo. No caso o regime estipulado 
pelo aparelho ultrapassa a necessidade para uma radiografia de qualidade. O 
regime necessário é alcançado pela aplicação de uma regra de tr6es simples. 
 
 
 
15 mA – 1 seg 
2,5 mA – x segundos 
Logo 
x = 2,5 x 1 
 15 
 
x = 0,16 segundos 
 
Então, no FNX 85, seria usado o seguinte regime: 
Kv = 80 
mA = 15 
Tempo de exposição: 0,16 segundos 
 
12 – PROJEÇÕES RADIOLÓGICAS 
 
O registro radiológico, a imagem, é a representação bidimensional 
(comprimento e largura) de uma estrutura tridimensional (comprimento, largura 
e profundidade) e, em assim sendo, ele não condiz inteiramente com a 
realidade. Para superar essa deficiência e para que se tenha um exame 
radiológico seguro é obrigatório a realização de, pelo menos, duas projeções 
radiológicas e que elas sejam perpendiculares entre si. A não observância 
desse princípio ocasiona graves erros de interpretação e, portanto, laudos 
radiológicos totalmente errôneos. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10 – Esquema representativo da importância da realização dos 
estudos radiográficos com, no mínimo, duas projeções radiológicas 
perpendiculares entre si. 
 
 
 
 
 
Fig. 11 - Radiografia Lateral da região torácica de um canino. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 12 – Radiografia ventro dorsal (VD) 
da região torácica de um canino. 
 
Como regra geral, devemos posicionar os pacientes de forma mais 
anatômica possível e quando a espessura não é muito significativa, como por 
exemplo nos exames patelares de caninos, podemos usar a projeção que dê 
mais conforto para o paciente. 
São usados dois termos sendo que o primeiro indica qual a face pela qual 
o feixe dos raios X penetram no corpo do paciente e o segundo aquela pelo 
qual ele emerge, onde está colocado o filme radiológico. 
 
Apresentaremos inicialmente as projeções radiológicas para pequenos 
animais e, posteriormente, as utilizadas em eqüinos uma vez que nesta 
espécie somos obrigados a realizar uma série de projeções para uma completa 
exploração radiológicas das articulações dos membros, dividindo-as em 
BÁSICAS e ACESSÓRIAS. 
 
PEQUENOS ANIMAIS - BÁSICAS 
 
 VENTRODORSAL (VD) – os raios X penetram pelo ventre e emergem 
pelo dorso do paciente. O paciente, na maioria das ocasiões, está em 
decúbito dorsal. 
 
 
 
 DORSOVENTRAL (DV) – os raios X penetram pelo dorso e saem peloventre do paciente. O decúbito do paciente é o ventral. 
 
 LATERAL DIREITA (Lat. D) – as radiações X incidem pela parede 
lateral direita e emergem pela parede lateral esquerda. O decúbito é o 
lateral esquerdo. 
 
 LATERAL ESQUERDA (Lat. E) - as radiações X incidem pela parede 
lateral esquerda e emergem pela parede lateral direita. O decúbito é o 
lateral direito. 
 
Alguns autores utilizam a nomenclatura para as projeções Laterais a 
terminação Látero Lateral, especificando se é Direita ou Esquerda. Tal fato 
deve-se em razão de que podemos realizar projeções Laterais com obliqüidade 
com o objetivo de tornar mais pronunciado uma determinada região de um 
órgão ou um acidente anatômico ósseo. A obliqüidade pode se dar no sentido 
cranial ou no sentido caudal. Para que não haja confusão é aconselhável que 
as projeções Laterais Oblíquas sejam consideradas projeções diferenciadas 
das Laterais, com abreviações próprias, e que sejam usadas como projeções 
acessórias. Assim teremos: Lateral Oblíqua Direita Anterior ou Cranial (Lat. 
ODA ou LODCr) as radiações X penetram pela parede lateral direita com 
obliqüidade no sentido crâneo-caudal, Lateral Oblíqua Direita Posterior ou 
Caudal (Lat. ODP ou LODCa) as radiações X penetram pela parede lateral 
direita com obliqüidade no sentido caudo-craneal, Lateral Oblíqua Esquerda 
Anterior ou Cranial (Lat. OEA ou LOECr) as radiações X penetram pela 
parede lateral esquerda com obliqüidade no sentido crâneo-caudal e Lateral 
Oblíqua Esquerda Posterior ou Caudal (Lat. OEP ou LOECa) as radiações X 
penetram pela parede lateral esquerda com obliqüidade no sentido caudo-
craneal. 
 
 
 
 ANTERO-POSTERIOR (AP) – usada para designar as projeções 
radiológicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As 
radiações penetram pela face anterior e emergem pela face posterior 
dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os 
exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, 
utilizando a designação DORSO-PALMAR/PLANTAR (D-P) para os 
exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais. 
 
 PÓSTERO-ANTERIOR (PA) - usada para designar as projeções 
radiológicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As 
radiações penetram pela face posterior e emergem pela face anterior 
dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os 
exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, 
utilizando a designação PALMO/PLANTAR-DORSAL (P-D) para os 
exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais. 
 
 LÁTERO-MEDIAL (LM) – usada para designar os estudos 
radiográficos realizados nos membros dos animais nos quais as 
radiações penetram pela face lateral (externa) e emergem na face 
medial (interna) dos membros. 
 
 MÉDIO-LATERAL (ML) - usada para designar os estudos 
radiográficos realizados nos membros dos animais nos quais as 
radiações penetram pela face medial (interna) e emergem na face 
lateral (externa) dos membros. 
 
PEQUENOS ANIMAIS - ACESSÓRIAS 
 
Em alguns exames radiológicos somos obrigados a posicionar o paciente 
de maneira especial pois estas projeções ajudarão a interpretação radiológica. 
Tais projeções são chamadas de ACESSÓRIAS e o seu uso não dispensa a 
utilização das projeções básicas. As projeções oblíquas, vistas anteriormente, 
 
 
são algumas das projeções radiológicas acessórias. As outras, de maior 
importância são: 
 
 LATERAL ou MEDIAL FLEXIONADA – projeção própria para o 
estudo radiológico das articulações localizadas nos membros dos 
pacientes. A flexão da articulação deve obedecer os seus limites 
fisiológicos, não podendo ocorrer uma hiper-flexão articular. 
 
 RADIOGRAFIA de STRESS – são aquelas em que a articulação que 
está sendo estudada está no máximo de um de seus movimentos 
articulares. São cinco (5) as manobras básicas para se provocar o 
stress articular: tração, rotação, forças em sentido contrário, com o 
auxílio de um bastão e hiperflexão/hiperextensão. Essas manobras 
devem ser realizadas com o máximo cuidado para não agravar a lesão 
existente. Para estes exames é recomendado que se realize a(s) 
manobra(s) de stress a ser usada antes da tomada radiográfica com a 
finalidade de se verificar o grau de resistência do paciente em relação 
aos deslocamentos articulares. Quando o animal acusa resistência a 
aplicação mínima das forças, não se recomenda-se o uso destes 
exames radiológicos. Quando o animal permite a aplicação das forças 
deve-se usar sedativos/tranqüilizantes/anestésicos tendo em vista que 
se trata de técnica muito dolorosa. 
 
 
 
 
Fig. 13 – Forças para causar as manobras de stress articular, onde: 
1 – Tração 2 – Rotação 3 – Forças em sentido contrário 
4 – Com auxílio de um bastão 5 – Hiperflexão/Hiperextensão 
 
 FROG LEG – trata-se de um posicionamento acessório que permite o 
estudo da articulação coxo-femural dos animais de pequeno porte. 
Através dessa projeção não é aconselhável o exame radiológico da 
articulação com a finalidade de interpretação para Displasia Coxo-
femural. Seu principal uso é para as avaliações de pequenos 
deslocamentos da articulação. Para a sua realização posiciona-se o 
paciente, anestesiado, em decúbito dorsal, portanto uma projeção VD, 
incidindo o Raio Central exatamente num ponto intermediário de uma 
linha imaginária que liga as duas cabeças femurais deixando-se que 
os membros, num movimento de abdução, se aproximem do filme 
radiográfico por ação da força da gravidade. 
 
 RADIOGRAFIAS POSTURAIS – são projeções Laterais, VD e DV 
nas quais o paciente está colocado em estação, no caso das Laterais, 
ou ,então, ereto pelos membros, no caso da VD e da DV. São 
utilizadas para otimizar a interface entre líquidos/gases, podendo estes 
estarem livres em alguma cavidade corpórea (ex.: hidrotórax, 
pneumotórax, ascite) ou confinados em algum órgão oco (ex. dilatação 
gástrica aguda). Estes estudos radiográficos também apresentam 
grande utilidade para a interpretação exata das deformações dos 
membros pois os mesmos estarão suportando o peso do paciente. 
Nestes casos as projeções deverão ser AP, PA, Lat. e Medial. 
 
 
 
 
Fig. 14 – Representação da projeção postural lateral em estação. 
 
 
 
 
Fig. 15 – Representação da projeção postural, 
VD com o paciente ereto pelos membros torácicos. 
 
EQÜINOS 
 
A maioria dos exames radiológicos em eqüinos são realizados para 
estudos de alterações ósseas que se localizam nos membros e no segmento 
cervical da coluna vertebral. As demais regiões devido a espessura exigem 
 
 
aparelhos potentes e de alto custo financeiro, o que inviabiliza a utilização 
deste meio auxiliar de diagnóstico na rotina veterinária. 
O estudo radiológico dos membros dos eqüinos exigem a realização de 
diversas projeções radiográficas porém o princípio fundamental de se realizar 
duas projeções perpendiculares entre si está mantido. Uma vez realizadas e 
avaliadas estas duas incidências é se que parte para a realização das demais 
projeções, muitas delas obedecendo angulações específicas para a incidência 
do Raio Central. A realização de 5,6 ou mias projeções são freqüentes nos 
exames radiográficos de eqüinos. 
A terminologia das projeções radiológicas é variável, mudando de acordo 
com o autor, de acordo com o país do autor e, muitas vezes, dentro de um 
mesmo país podemos encontrar denominações diferenciadas. 
Para esta espécie não dividiremos as projeções em básicas e acessórias 
e, sim , indicaremos as projeções necessárias para o estudo dos diversos 
ossos e articulações dos membrostorácicos e pélvicos. 
A Figura 13 mostra um eqüino com os diversos termos utilizados para 
denominar as projeções radiográficas. 
 
 
 
 
Fig. 16 – Esquema representativo dos diversos termos utilizados nas projeções 
radiológicas, onde : 
1 – Dorsal 
2 – Ventral 
3 – Rostral 
4 – Cranial/Anterior: 
Desde a articulação escápulo-umeral (encontro) 
 até a articulação carpiana (joelho) 
5 – Caudal/Posterior: 
Desde o codilho (axila) até a articulação carpiana (joelho) 
6 – Dorsal/Anterior: 
Desde a articulação carpiana (joelho) até sola do pé. 
7 – Palmar/Posterior: 
Desde a articulação carpiana (joelho) até a 3ª falange. 
8 – Cranial/Anterior: 
Desde a articulação femur-tibio-patelar (joelho anatômico) 
até a articulação tarsiana (jarrete) 
9 – Caudal/Posterior 
Na face posterior do membro na altura da articulação do joelho anatômico 
 
 
até o jarrete. 
10 – Dorsal/Anterior 
Desde o jarrete até a sola do pé, pela face anterior do membro. 
11 – Plantar/Posterior 
Desde o jarrete até a sola do pé, pela face posterior do membro. 
12 – Proximal 
Desde a articulação carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete0 em direção ao 
dorso do animal. 
Usada para definir os ângulos a serem usados. 
13 - Distal 
Desde a articulação carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete) em direção ao 
chão.. 
Usada para definir os ângulos a serem usados. 
 
As diversas projeções radiográficas usadas para os exames de membros 
de eqüinos se encontram bem descritas na literatura, porém, para os 
interessados nesta área, recomendamos o livro A GUIDE TO EQUINE FIELD 
RADIOGRAPHY escrito por Barbara J. Watrous e publicado pela Veterinary 
Learning Systems Co., Inc., Trenton, NJ, EUA, por sua abrangência, 
profundidade e simplicidade. 
13 – MATERIAIS e EQUIPAMENTOS RADIOGRÁFICOS 
13.1 – FILME ou PELÍCULA RADIOGRÁFICA 
O filme ou película radiográfica, semelhante ao filme fotográfico, é 
composto de uma lâmina de poliester recoberta em ambas as faces por uma 
emulsão gelatinosa impregnada por cristais de prata finamente dispersos. 
Esses cristais quando sensibilizados por uma energia radiante tornam-se 
susceptíveis às transformações químicas que irão ocorrer durante o processo 
de revelação. 
As dimensões das películas radiográficas mais usadas em Medicina 
veterinária são 13 x18 cm, 18 x 24 cm, 24 x 30 cm, 30 x 40 cm e 40 x 15 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 17 – Corte transversal de um filme radiográfico. 
 
13.2 – CHASSI ou CASSETE 
Chassi, ou cassete, é uma caixa de metal totalmente vedada e que em 
uma de suas faces é de alumínio (baixo número atômico) o que permite a 
passagem dos raios X. É usada para abrigar no seu interior o filme radiográfico 
e os écrans. 
 
13.3 – ÉCRANS ou TELAS INTENSIFICADORAS 
A impregnação dos cristais de prata pelas radiações X requer um tempo 
relativamente longo e isso é inconveniente pois permite a movimentação do 
paciente, inviabilizando a imagem radiográfica. Para diminuir o tempo de 
exposição e tornar a imagem qualitativamente melhor é aconselhado o uso de 
Écrans ou Telas Intensificadoras. 
Os écrans consistem de uma base de plástico impregnada por cristais de 
tungstato de cálcio que são colocados dentro do chassi, ficando em íntimo 
contato com o filme radiográfico em seus dois lados. 
 
13.4 - GRADE ANTIDIFUSORA 
Os raios X ao interagirem com a estrutura radiografada emitem novas 
radiações X, denominadas de radiações secundárias, que diminuem o 
Detalhe radiográfico. Para superar essa deficiência são usadas as chamadas 
grades antidifusoras. 
As grades antidifusoras são finas placas (2-4 mm) constituídas de finas 
lâminas de chumbo intercaladas por um material radiolucente (plástico) que 
atuam como um filtro absorvendo as radiações secundárias. São colocadas 
Emulsão gelatinosa com cristais de prata dispersos 
Base de poliester 
Emulsão gelatinosa com cristais de prata dispersos 
 
 
entre o objeto a ser radiografado e o filme radiográfico (dentro ou fora do 
chassi). Algumas são estacionárias e outras, por fazerem parte da mesa 
radiográfica, nesse caso podem ser denominadas de bucky ou potter bucky, 
podem apresentar movimentos. 
 
 
Fig. 18 – Esquema representativo da função das grades antidifusoras. 
 
13.5 - NEGATOSCÓPIO 
É o equipamento radiológico usado para a avaliação das chapas 
radiográficas. Constitui-se de uma caixa de metal com um visor de acrílico 
translúcido e com iluminação fria em seu interior. 
 
13.6 - CALHAS 
Posicionar perfeitamente um paciente para o exame radiográfico é uma 
das tarefas difícil, por isso é que se aconselha a utilização de calhas. Nos 
exames radiográficos para o estudo de Displasia Coxofemoral o uso desse 
equipamento é praticamente indispensável. 
As calhas podem ser de madeira, de plástico e, a melhor, de acrílico. 
 
 
 
13.7 - SACOS e BLOCOS DE POSICIONAMENTO 
Para auxiliar no posicionamento dos pacientes podemos usar sacos com 
areia no seu interior e, também, blocos de isopor cortados em diversas 
angulações. 
 
14 - PROCESSO DE REVELAÇÃO/FIXAÇÃO DOS FILMES 
RADIOGRÁFICOS 
O processo de revelação/fixação, um processo exclusivamente químico, 
das radiografias é a última etapa do exame radiológico antes da interpretação 
das imagens obtidas. Esse processo pode ser manual ou mecânico. Na prática 
veterinária é mais comum a revelação manual em razão do custo de uma 
reveladora automática bem como em razão do número de filmes que são 
revelados diariamente que não é muito grande que compense a relação custo-
benefício. 
O processo de revelação, tanto manual como mecânico, é composto, 
sequencialmente, por quatro estágios: a revelação, a lavagem, a fixação e a 
secagem. Quando manual os três primeiros estágios devem ser executados 
dentro da câmara escura que é um ambiente totalmente vedado. No interior da 
câmara escura também ocorre o carregamento e descarregamento dos 
chassis. 
Durante o estágio de revelação os cristais de prata sensibilizados pelos 
raios X se transformam em cristais de prata metálica negra, cuja a intensidade 
de coloração dependerá da intensidade com que as radiações X atingem o 
filme radiográfico. Durante o estágio de fixação as porções de prata não 
sensibilizada serão retiradas da emulsão gelatinosa e a sensibilizada será 
fixada nessa emulsão. 
15 - PROTEÇÃO RADIOLÓGICA e DOSIMETRIA 
 
 
Os Raios X desde sua descoberta vêm sendo utilizados largamente na 
área médica e ao longo destes anos ficaram bem definidos os efeitos deletérios 
que eles podem causar as células de um organismo quando com elas 
interagem. Estes efeitos se manifestam pelo acúmulo de radiações retidas no 
organismo e, na maior parte das lesões, são irreversíveis. Tendo em vista tal 
situação é que existem leis que regem o uso dos Raios X e determinam uma 
série de medidas para a proteção tanto do pessoal operacional como dos 
pacientes. 
As radiações X podem causar três tipos de efeitos biológicos, a saber: 
 
a) EFEITO SOMÁTICO: leva a um processo inflamatório, retarda 
o crescimento celular e causa lise tecidual. Geralmente é 
superficial e pode ser tratado adequadamente. 
b) EFEITO GENÉTICO: ao atuar diretamente na cadeia do DNA, 
rompendo-a, cria novos códigos genéticos e aumenta o índice 
de mutações genéticas, podendo produzir anormalidades em 
futuras gerações. 
c) EFEITO CARCINOGÊNICO: vem a ser uma conseqüência do 
efeito genético por exposições prolongadas temporalmente 
aos Raios X. 
 
Entre as alterações mais comuns cauisadas pelas radiações X, citamos 
a) LESÕES SUPERFICIAIS 
 Radiodermatite 
 Epilação 
b) LESÕESHEMATOPOIÉTICAS 
 Linfopenia 
 Leucopenia 
 Anemia 
 Leucemia 
 
 
 Redução na taxa de anticorpos 
c) LESÕES CARCINOGÊNCIAS 
 Carcinomas 
 Sarcomas 
 Osteossarcomas 
 
d) LESÕES GENÉTICAS 
 Mutações genéticas 
 Aberrações cromossômicas 
e) OUTRAS LESÕES 
 Catarata 
 Esterilização, parcial ou total 
 
Em Medicina Veterinária é muito comum os profissionais negligenciarem o 
uso de equipamentos que permitem uma efetiva proteção contra as radiações 
X. Em recentes pesquisas realizadas na Inglaterra ficou constatado que os 
Veterinários possuem um potencial de exposição as radiações, portanto de 
absorção de Raios X, muito maior que Médicos e Dentistas em razão do tipo de 
paciente com que tratamos. Desta forma, é indispensável que tenhamos 
sempre presente a necessidade de utilizarmos todos os equipamentos e 
práticas de proteção contra as radiações X. 
 
15.1 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
Os equipamentos indispensáveis para qualquer serviço radiológicos são: 
aventais, luvas, biombos, vidros, colares protetores da tireóide que possuem 
uma camada pumblífera. Tais equipamentos são encontrados comercialmente. 
Nas salas onde se realizam os exames radiológicos as paredes devem 
ser recobertas até, pelo menos, 1 metro e meio com uma camada de chumbo 
com espessura mínima de 0,5 cm. 
 
 
15.2 – PRÁTICAS DE PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES 
Com o intuíto de minimizar ao máximo o risco de exposição aos Raios X, 
as seguintes precauções devem ser tomadas: 
 Avaliar se o exame radiológico é realmente necessário; 
 Decidir se a melhor contenção do paciente é a medicamentosa ou a 
manual. Neste particular não deve entrar em consideração os custos 
de uma contenção medicamentosa; 
 Colimar o feixe de raios X através de cones e/ou diafragmas; 
 Dirigir, sempre que possível, o feixe primário das radiações em direção 
ao chão; 
 Diminuir ao máximo o tempo de exposição; 
 Procurar usar a menor mA e a maior Kv possíveis; 
 Quando da contenção manual, solicitar aos proprietários que auxiliem; 
 Distanciar-se, no mínimo, 2 metros da fonte de radiação; 
 Os equipamentos de proteção não devem apresentar rachaduras por 
onde as radiações possam se infiltrar; 
 Nunca emitir radiações de forma desnecessária; 
 NÃO PERMITIR A PRESENÇA DE GESTANTES E CRIANÇAS NO 
LOCAL DURANTE A REALIZAÇÃO DOS EXAMES 
RADIOLÓGICOS; 
 NÃO RADIOGRAFAR GESTANTES QUE NÃO TENHAM 
ULTRAPASSADO O TERÇO INICIAL DO PERÍODO GESTACIONAL, 
e 
 Usar sempre o dosímetro. 
 
O controle do uso de radiações, no Brasil, está sob a responsabilidade da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e qualquer serviço de 
Radiologia deve estar registrado neste órgão. 
O controle da absorção das radiações X é feito através de um 
equipamento denominado de dosímetro e este equipamento deve ser enviado 
 
 
mensalmente para o CNEN para a aferição da quantidade de radiações 
absorvidas no período. 
A unidade usada para exprimir as doses biológicas resultantes da 
exposição às radiações ionizantes é denominada de rem (roentgen-equivalent-
man) e existe uma Dose Máxima Permitida (DMP). Para o corpo, como um 
todo, a DMP é de 0,1 rem/semana ou 5 rem/ano. Quando há ultrapassagem da 
DMP o pessoal que trabalha com radiações X devem ser afastadas 
imediatamente do serviço por um considerável período de tempo (geralmente 
não inferior a 6 meses). 
 
RADIOLOGIA RENAL 
 
ASPECTOS RADIOLÓGICOS NORMAIS 
Os rins são órgãos pares que têm como principais funções a secreção 
da urina, a regulação da concentração hídrica e salina do organismo e a 
remoção de substâncias estranhas presentes na corrente sangüínea. 
Estruturalmente, os rins estão formados pela córtex, pela medula, pela pelve e 
pelo hilo renal que, por possuírem igual densidade radiológica, não se 
diferenciam entre si nos exames radiológicos simples, entretanto serão 
visualizadas quando do emprego de técnicas radiográficas contrastadas 
através de meios de contraste radiopacos, também chamados de meios de 
contraste positivos. 
 
 
 
 
Fig. 10 - Esquema representativo da estrutura renal. 
Os rins se localizam um de cada lado da coluna vertebral, 
retroperitonealmente, na região sublombar, palpáveis através da parede 
abdominal, são relativamente grandes e estão protegidos pelas vértebras, 
costelas e músculos lombares. 
O rim direito não está sujeito a variações significativas em seu posicionamento 
e, em caninos sadios, seu polo cranial está localizado ao nível da última 
vértebra torácica (T13) ou da primeira lombar (L1), inserido na depressão 
profunda do fígado, se relaciona, caudo dorsalmente, com os músculos 
sublombares e, caudo ventralmente, com o ramo direito do pâncreas e o 
duodeno. 
O rim esquerdo, mais sujeito a variações de posicionamento, em caninos 
sadios tem o seu polo cranial localizado ao nível da segunda ou terceira 
vértebras lombares ( L2 - 3). Cranialmente está em contato com o estômago e 
com a extremidade esquerda do pâncreas, caudal e ventralmente com o colo 
descendente e dorsalmente com os músculos sublombares. 
Em felinos o polo cranial do rim direito está situado ao nível da primeira até a 
quarta vértebra lombar (L1 - 4) enquanto que o do rim esquerdo se situa ao nível 
da segunda até a quinta vértebra lombar (L2 - 5). As relações topográficas dos 
rins de felinos são praticamente as mesmas observadas nos caninos, porém 
apresentam-se bem mais móveis do que nos cães. 
Nos estudos radiológicos Laterais do abdome de animais normais, tanto em 
cães como em gatos, o polo cranial do rim esquerdo estará sobreposicionado 
DIVERTÍCULO RENAL
CORTEX RENAL
MEDULA RENAL
CÁPSULA RENAL
GORDURA PERI RENAL
PELVE RENAL
ARTERIA RENAL
VEIA RENAL
URETER
 
 
ao polo caudal do rim direito e nas projeções VentroDorsal (VD), o rim 
esquerdo encontra-se mais afastado da coluna vertebral que o rim direito. 
 
Fig. 12 - Representação esquemática da localização dos rins numa projeção 
VentroDorsal (VD) 
 
 
Fig. 13 - Urografia Excretora demonstrando a localização dos rins na projeção 
VentroDorsal (VD). 
 
 
Fig. 14 - Representação esquemática da localização renal, numa projeção 
Lateral (Lat). 
E
 
 
 
Fig. 15 - Urografia Excretora demonstrando o posicionamento renal na projeção 
látero lateral (Lat). 
RADIOLOGIA URETERAL 
 
ASPECTOS RADIOLÓGICOS NORMAIS 
 
Os ureteres são estruturas fibromusculares ocas que conectam os rins, a partir 
da pelve, com a bexiga, onde se inserem no trígono vesical. Em animais 
normais o seu diâmetro distendido é de 0,6 a 0,9 mm e, em cães de porte 
médio, seu comprimento varia entre 12 a 16 cm. 
Ao exame radiológico simples, os ureteres são imperceptíveis e, para a sua 
avaliação, é necessário o emprego de técnicas radiológicas contrastadas. 
Quando da avaliação ureteral através da Urografia Excretora, técnica 
radiológica contrastada, deve-se ter presente que os ureteres apresentam 
peristaltismo para a condução da urina e, portanto, podem ser observadas 
falhas no delineamento do órgão. 
As projeções básicas para o estudo radiológico dos ureteres são as Laterais - 
esquerda ou direita - e a VentroDorsal. Como no caso do estudo renal, essas 
projeções também podem ser realizadas com obliqüidade, após a avaliação 
através das projeções básicas. 
 
 
 
 
Fig. 40 - Urografia Excretora, projeção lateral (Lat). 
Observar áreas em que não há contraste devido ao peristaltismo. 
 
Fig. 41 - Urografia Excretora, projeção VentroDorsal (VD). 
Observar áreas em que não há contraste devido ao peristaltismo. 
RADIOLOGIA DA BEXIGAASPECTOS RADIOLÓGICOS NORMAIS 
 
 
 
A bexiga é um órgão musculomembranoso, oco e distendível localizado na 
porção caudal do abdomem e que tem como função primordial armazenar a 
urina produzida pelos rins. 
Normalmente, a bexiga possui a forma de uma pera invertida e podemos dividí-
la em três regiões: vértice, sua região cranial, corpo, a intermediária e colo, a 
caudal. A forma pode estar alterada em função de processos, fisiológicos ou 
patológicos, que se desenvolvem na própria bexiga ou em órgãos adjacentes e 
que exercem pressão sobre a mesma. 
 
Fig. 48 - Esquema representativo da bexiga numa projeção Lateral, onde: 
a – vértice 
b – corpo 
c – colo 
d – próstata 
e – reto 
 
 
Seu tamanho também é variável e está na dependência da quantidade de urina 
armazenada. Segundo Miller; Christensen, Evans (1964), em um cão normal, 
com aproximadamente 12 quilos, a bexiga pode medir cerca de 17,5 cm de 
diâmetro e 18 cm de comprimento quando repleta e, quando contraída, 2 cm de 
diâmetro e 3,2 cm de comprimento, sendo capaz de capaz de armazenar cerca 
de 100 a 120 ml sem haver uma distensão exagerada do órgão. 
As projeções radiológicas de eleição para a avaliação da bexiga são as 
Laterais - esquerda ou direita - e a VentroDorsal, sendo obrigatório, como em 
todos os exames radiológicos, a realização de, no mínimo, 2 projeções 
radiológicas e que sejam perpendiculares entre si. Dá-se preferência a 
projeção VentroDorsal em relação a dorso ventral porque facilita a manipulação 
do paciente e, também, a sua contenção é mais eficaz. Em alguns casos, 
principalmente quando o órgão se encontra repleto, ou suspeita de ruptura ou, 
ainda, na presença de ascite, é recomendável a realização do exame na 
projeção lateral com o paciente em estação. 
Radiologicamente, a bexiga quando vazia é imperceptível ao exame radiológico 
simples e, quando com conteúdo, apresenta-se com a densidade característica 
de líquidos. 
O estudo radiológico da bexiga inclui, além dos exames simples, a realização 
de técnicas radiológicas contrastadas denominadas de Cistografia, na qual é 
utilizado meio de contraste radiopaco (positivo), Pneumocistografia, com meio 
de contraste radiolucente (negativo)e Cistografia de Duplo Contraste, onde os 
meios de contraste radiopaco e radiolucente são usados concomitantemente. 
 
 
 
 
Fig. 49 - Radiografia abdominal simples, na projeção Lateral, demonstrando a 
bexiga na sua posição anatômica. 
 
 
 
Fig. 50 - Cistografia. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 51 - Pneumocistografia. 
 
 
Fig. 52 - Cistografia de duplo contraste. 
RADIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Os órgãos genitais masculinos, e suas patologias, não apresentam 
grande interesse sob o ponto de vista radiológico uma vez que podem ser 
avaliados com maior precisão através de outros meios auxiliares de 
diagnóstico, porém imagens fornecidas pelas alterações da próstata, glândula 
acessória do sistema genital masculino, fazem com que o exame radiológico se 
torne um dos principais meios auxiliares para o diagnóstico das enfermidades 
prostáticas. A uretra, órgão do sistema urinário que também desempenha 
funções genitais nos machos, já teve suas alterações estudadas quando dos 
aspectos radiológicos do sistema urinário e o osso peniano será tratado na 
radiologia óssea. 
 
 
 
 
PRÓSTATA 
 
A próstata é uma glândula bilobulada, ímpar e está localizada no limite da 
cavidade abdominal e a pélvica, entre a bexiga e a uretra, cicundando a junção 
desses órgãos. Sua função é a produção do líquido seminal que serve como 
meio de transporte e suporte para os espermatozóides durante a ejaculação. 
O tamanho da próstata é variável com a raça, o tamanho e o peso 
corporal do animal. Em animais saudáveis, seu tamanho é maior cerca de 1,5 
vezes o tamanho do corpo de uma vértebra lombar e em condições de 
normalidade não desloca nem o cólon nem a bexiga de suas posições normais. 
No homem e nos caninos, por ação da testosterona, há um crescimento 
fisiológico da próstata com o envelhecimento. 
O estudo radiológico da próstata é realizado através das projeções 
Laterais e VentroDorsal da região caudal abdominal. As sobreposições que 
ocorrem nos exames radiológicos ventro dorsais dificultam a visualização 
prostática e, geralmente, nas projeções Laterais obtemos informações mais 
consistentes, mas isso não dispensa a realização do exame radiológico nas 
duas projeções perpendiculares entre si. Radiografias em projeções obliquas, 
laterais e ventro dorsais, podem, muitas vezes, serem necessárias para um 
radiodiagnóstico mais acurado. 
 
 
 
 
 
Fig. 69 - Esquema representativo da imagem da Próstata numa radiografia 
lateral. 
RADIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO 
INTRODUÇÃO 
 
O maior interesse da Radiologia envolvendo o Sistema Genital Feminino 
está ligado aos órgãos com localização abdominal e, entre esses, em especial 
o útero. Os órgãos que permitem o seu acesso externo são avaliados de modo 
mais eficaz por outros meios auxiliares de diagnóstico. 
Atualmente outros meios auxiliares de diagnóstico, como por exemplo a 
Ultra Sonografia, para muitas alterações uterinas fornecem dados mais 
conclusivos que o exame radiológico. A Radiologia tem a sua maior 
contribuição nos nas fases finais da gestação, no parto e suas complicações e, 
por esse motivo, é que daremos ênfase, nesse trabalho, a essas alterações. 
 
PROJEÇÕES RADIOLÓGICAS 
 Para o exame radiológico dos órgãos genitais é necessário a realização 
de, no mínimo, duas projeções radiológicas perpendiculares entre si. Dá-se 
preferência para as projeções Laterais e VentroDorsal. Em muitas ocasiões 
será necessário a realização dessas projeções com obliqüidade. 
 
 
Na maioria dos exames, as projeções Laterais fornecem dados mais 
conclusivos que a VentroDorsal pois nessa as sobreposições que ocorrem 
normalmente entre os órgãos abdominais dificultam a interpretação. Porém 
isso não excluiu a necessidade da realização das duas projeções, pois ambas 
se complementam entre si. 
 
ÚTERO 
 
 O útero é o órgão genital feminino que apresenta maior interesse sob o 
ponto de vista radiológico. Está localizado na região caudal do abdome e 
consiste de 2 cornos, corpo e cervix. Em razão de seu tamanho e da sua 
densidade radiológica ele não é visualizado nos estudos radiológicos simples 
de fêmeas normais e que não estejam gestando. Seu tamanho e forma podem 
variar consideravelmente em razão da idade, do porte, e do número de 
gestações ocorridas. Mesmo que esteja aumentado de volume, fisiológica ou 
patologicamente, sua detecção radiológica será dificultada quando a bexiga 
estiver distendida ou houver conteúdo fecal nas alças intestinais. 
 As projeções radiológicas para o estudo do útero são as Laterais e a 
VentroDorsal. As Laterais apresentam dados mais consistentes em razão de 
haver menos sobreposições que na VentroDorsal, porém tem a grande 
desvantagem de não informar o local exato da alteração. Como em qualquer 
estudo radiológico, o radiodiagnóstico só será confiável com a avaliação das 
radiografias realizadas em ambas projeções. Em algumas ocasiões, para se 
obter informações adicionais, será necessário a realização dessas projeções 
com obliqüidade. 
 Nas projeções Laterais o útero aumentado de volume por razões não 
fisiológicas pode ser observado entre reto e a bexiga. Quando houver 
gestação, geralmente, o útero se apresenta mais ventralmente e desloca alças 
intestinais e a bexiga no sentido cranial. 
 
 
RADIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
INTRODUÇÃOO estudo radiológico dos órgãos respiratórios tem grande importância no 
auxílio ao diagnóstico na clínica médica de pequenos animais e, quando 
necessário se lançar mão desse meio auxiliar de diagnóstico, ele ocupa a 2ª 
posição em quantidade de exames, logo após os exames realizados para o 
Sistema Ósseo/Articular. 
Mesmo com o avanço da tecnologia e a introdução de outros meios 
auxiliares de diagnóstico por imagem, a Radiologia ainda é a que fornece 
melhores resultados quando se leva em conta a relação custo-benefício. A 
utilização de outros recursos por imagem deve ser considerada como 
procedimentos complementares e utilizados quando necessários. 
 O exame radiológico dos órgãos do Sistema Respiratório, como de 
qualquer outro Sistema, não deve ser considerado como substituto para 
qualquer outro tipo de exame e a sua utilização está recomendada quando há a 
necessidade de informações específicas ou o estabelecimento de diagnósticos 
diferenciais. 
 Os órgãos respiratórios são estruturas que tem por finalidade transportar 
o ar desde o exterior até os alvéolos, e vice versa, para que ocorra o processo 
da respiração. Isso lhes confere a peculiaridade de serem, radiograficamente, 
estruturas radiolucentes. Se, por um lado, tal peculiaridade pode facilitar a 
avaliação do Sistema Respiratório, por outro torna-a, muitas vezes, mais 
complexa. Pequenas variações na densidade radiográfica são sinais indicativos 
de processos patológicos instalados nesses órgãos e isso obriga que a 
interpretação radiológica seja a mais acurada possível. À esse fator de 
complexidade devemos somar ainda outros como a profundidade torácica, a 
pouca colaboração dos pacientes para contenção e imobilização, movimentos 
 
 
involuntários cardíacos e respiratórios e, muitas vezes, a pouca potencialidade 
da aparelhagem radiográfica usada em Medicina Veterinária. 
POSICIONAMENTO DO PACIENTE E PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS 
PARA O SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 O estudo radiográfico do Sistema Respiratório em nada difere do estudo 
de outros Sistemas no que diz respeito ao número mínimo de projeções 
radiográficas. 
Para o exame radiográfico dos órgãos respiratórios é necessário a realização 
de, pelo menos, duas projeções radiológicas perpendiculares entre si, podendo 
em alguns casos ser necessário a realização de projeções complementares 
para que se tenha um exame minimamente confiável. 
 Para o estudo radiográfico da Cavidade Nasal as projeções radiográficas 
indicadas são as Laterais (Lat.), esquerda ou direita, e a Dorsoventral (DV) com 
o chassi colocado intraoralmente ou a Ventrodorsal Oblíqua com uma 
angulação de 20º no sentido rostocaudal ou anteroposterior, com o paciente de 
boca aberta. 
 
Fig. 1 - Projeção Lateral para o exame radiológico da cavidade nasal de 
caninos. 
 
Raio
Central
 
 
 
Fig. 2 - Projeção Dorsoventral com o chassi colocado intraoralmente. 
 
 
Fig. 3 - Projeção Ventrodorsal Oblíqua com angulação de 20º no sentido 
rostocaudal. 
 
O estudo dos Seios Paranasais, principalmente dos Seios Frontais que 
são avaliados mais freqüentemente, é realizado pelas projeções Laterais, 
Ventrodorsal e Anteroposterior (rostocaudal) da cabeça, sendo que na 
projeção Ventrodorsal o estudo é dificultado pelas sobreposições com a 
mandíbula. 
Raio
Central
Raio
Central
 
 
 
Fig. 4 - Projeção Anteroposterior para o estudo dos Seios Frontais. 
 
A Faringe/Laringe é melhor estudada nas projeções Lateral (Lat.) e 
Ventrodorsal (VD) que são as mesmas para as radiografias usadas para a 
traquéia no seu trajeto cervical mudando, apenas, a incidência do Raio Central. 
 A Traquéia, radiologicamente, é estudada nas projeções Lateral (Lat.) e 
Ventrodorsal (VD) nos seus trajetos cervical e torácico. De forma 
complementar, a projeção VD oblíqua deve ser realizada quando houver 
necessidade de avaliar a traquéia não sobreposicionada à coluna vertebral ou 
ao esterno. 
 
Fig. 5 - Projeção lateral para o estuda da traquéia no seu trajeto cervical. 
Raio
Central
 
 
 
Fig. 6 - Projeção Ventrodorsal para o estudo da traquéia 
no seu trajeto cervical. 
 O posicionamento da cabeça e do pescoço nas projeções Lateral 
interferem no trajeto da traquéia. Quando a radiografia é realizada com o 
pescoço flexionado o trajeto traqueal estará anormal com deslocamento no 
sentido dorsal. Tal posicionamento poderá acarretar falsas interpretações caso 
não seja avaliado com toda a acuidade necessária. 
 
 
Fig. 7 - Efeito do posicionamento da cabeça e do pescoço no trajeto traqueal, 
na projeção lateral. 
 
 
 
Fig. 8 - Radiografias laterais torácicas. 
A - Cabeça e pescoço flexionados levando ao desvio traqueal. 
B - Cabeça e pescoço em posição normal e traquéia com trajeto normal. 
 
 Os Pulmões são avaliados radiograficamente pelas projeções Laterais, 
esquerda ou direita, e pelas projeções Ventrodorsal (VD) ou Dorsoventral (DV). 
 
 
Fig. 9 - Projeção Ventrodorsal para radiografias pulmonares. 
Observar que os membros anteriores estão estendidos. 
A B
 
 
 
Fig. 10 - Projeção Dorsoventral para radiografias pulmonares. 
Observar os membros anteriores e posteriores estendidos. 
 
Fig. 11 - Projeção lateral para radiografias pulmonares. 
Observar que os membros anteriores e 
posteriores se encontram estendidos. 
O Raio Central para o exame pulmonar deve incidir no 5º espaço intercostal ( 
aproximadamente na borda caudal da escápula) com o pescoço estendido 
naturalmente. 
 Em toda a avaliação radiológica do Sistema Respiratório deve ser dada 
importância para o posicionamento dos membros anteriores que deverão estar 
paralelos e estendidos cranialmente. Os membros posteriores devem estar 
estendidos caudalmente e, também, paralelos. 
 O fase respiratória é importante para o estudo radiográfico desse 
Sistema e, como rotina, as radiografias devem ser obtidas no ápice da 
inspiração uma vez que favorecem o contraste entre as estruturas respiratórias 
e as não respiratórias. A fase respiratória é facilmente detectada pelo 
posicionamento do diafragma. 
 
 
 
EXPIRAÇÃO 
 
INSPIRAÇÃO 
Fig. 12 - Posicionamento diafragmático de acordo com a fase respiratória, 
numa projeção lateral. Observar a diferença de radiolucência entre a fase 
inspiratória e a expiratória. 
 
EXPIRAÇÃO 
 
INSPIRAÇÃO 
Fig. 13 - Posicionamento diafragmático de acordo com a fase respiratória, 
numa projeção ventrodorsal ou dorsoventral 
 
 
 
 No posicionamento do paciente para o estudo radiográfico nas projeções 
laterais é indispensável que a coluna vertebral e o esterno estejam paralelos 
entre si e eqüidistantes do filme radiográfico. Isso é obtido com sacos de areia 
ou cunhas de isopor apropriadas para auxiliar o posicionamento do animal. 
SINAIS RADIOGRÁFICOS DE POSICIONAMENTO DEFICIENTE 
Projeção Lateral (Lat.) 
 - Articulações costocondrais não sobreposicionadas. 
 - Arcos dorsais das costelas em níveis diferenciados em cada hemi 
toráx. 
 - Corpos vertebrais não visualizados individualmente. 
 
Projeção Ventrodorsal (VD) ou Dorsoventral (DV) 
 - Coluna vertebral e esterno não sobreposicionados. 
 - Assimetria das cartilagens costais. 
 - Tamanho das costelas de um hemi toráx diferenciado das do colateral. 
O fator mais comum de baixa qualidade em radiografias do sistema respiratório 
é a mobilidade do paciente durante a exposição radiográfica. Esses 
movimentos podem ser voluntários (resistência à contenção) ou involuntários 
(movimentos respiratórios e batimentos cardíacos). 
 Para minimizar os efeitos adversos determinados pelos movimentoscardio-respiratórios o melhor método é a utilização de tempos de exposição 
extremamente curtos, porém isso está condicionado as características técnicas 
da aparelhagem usada. Muitas vezes, em Medicina Veterinária, ao aparelhos 
de Raio X são um fator restritivo para obtenção de radiografias de boa 
qualidade uma vez que não permitem a utilização de curtíssimos tempos de 
 
 
exposição (1/20 - 1/60 segundos). 
 O artifício de suspender a respiração através do fechamento da boca e 
das narinas pode permitir paradas respiratórias em torno de 1-2 segundos e é 
usado rotineiramente no cotidiano clínico/radiológico, porém tal procedimento 
traz desconforto ao paciente que, ao procurar se livrar do incômodo, pode se 
agitar ainda mais. 
 Caso o tempo de exposição tenha que ser longo (1 segundo) em razão 
das características da aparelhagem (baixa mA), as exposições devem ser 
realizadas nas pausas respiratórias verificadas ao final da expiração e da 
inspiração, quando o movimento respiratório é mínimo. Mesmo que a pausa 
respiratória da inspiração seja menor que a da expiração, ela é a preferida 
devido ao maior volume de ar no interior dos pulmões e as suas benéficas 
conseqüências radiográficas. 
 Outro fator determinante da qualidade radiográfica é o processo de 
revelação do filme radiográfico. Substâncias velhas, temperaturas acima ou 
abaixo dos 18º C, tempo de revelação aquém ou além do normal, falta de 
remoção dos químicos, entre outros fatores, interferem substancialmente na 
qualidade radiográfica. 
 A combinação écran/filme e o uso de grades antidifusoras sempre 
devem ser levadas em consideração nas radiografias torácicas. Recomenda-se 
o uso de écrans e filmes de alta velocidade. 
 Radiografias do Sistema Respiratório feitas com o paciente sob o efeito 
de anestésicos podem se tornar um sério erro caso não haja uma adequada 
ventilação pulmonar. Na maioria dos animais, o volume pulmonar diminui sob o 
efeito dos anestésicos e disso resulta menor quantidade de ar no interior do 
parênquima pulmonar o que torna o campo pulmonar mais denso com perda de 
detalhe e contraste. 
ASPECTOS NORMAIS 
 Os seios paranasais estão localizados nos ossos maxilar, etmóide e 
 
 
frontal. Os dois primeiros não são de fácil visualização radiológica em razão de 
suas diminutas dimensões. Os seios frontais, grandes, são facilmente 
visualizados acima das órbitas nas projeções laterais. Caracterizam-se por sua 
radiolucência. 
 
 
Fig. 19 - Seios frontais normais, projeção lateral. 
 
 
Fig. 20 - Seios frontais normais, projeção ventrodorsal. 
 
 
Fig. 21 - Seios frontais normais, projeção anteroposterior 
RADIOLOGIA DA LARINGE / FARINGE 
 
 
 
 A Laringe, órgão musculocartilaginoso relativamente curto e largo, situa-
se, nas projeções Laterais, ventralmente ao Atlas e ao Áxis e tem suas funções 
ligadas aos processos respiratórios e de deglutição. 
 Seu exame radiológico, cuja a imagem normal é radiolucente devido ao 
ar no seu interior e imagens radiopacas em razão dos ossos hióides e 
cartilagens, é melhor realizado pelas projeções Laterais. Na projeção 
Ventrodorsal ela estará sobreposta as vértebras cervicais, o que dificulta a sua 
avaliação. Radiografias Ventrodorsais oblíquas devem ser realizadas quando 
houver dúvidas nas projeções usadas na rotina inicial, porém é necessário ter 
presente que estas projeções complementares causam significativas 
distorções. Para a sua avaliação consistente é obrigatório a realização das 
projeções radiológicas perpendiculares entre si. 
 
Fig. 25 - Esquema representativo das relações da Laringe durante os 
processos de respiração (A) e deglutição (B). 
 
A maioria das anormalidades da Laringe são melhores diagnosticadas por 
outros métodos auxiliares ao diagnóstico, na maioria dos casos. A 
investigação para detecção de corpos estranhos é a que apresenta maior 
incidência em pequenos animais, porém, muitas vezes, o radiodiagnóstico é 
dificultado pela imagem dos ossos hióides e pelas cartilagens. No caso de 
corpos estranhos radiolucentes o radiodiagnóstico é ainda mais difícil de ser 
 
 
definido. 
 
 
 
 
Fig. 26 - Radiografia Lateral da Laringe que tem o seu trajeto delineado por 
uma sonda endotraqueal. 
 
 
 
 
RADIOLOGIA DA TRAQUÉIA 
 
ASPECTOS NORMAIS 
 A Traquéia é um órgão tubular que se estende desde a Laringe até o 5º 
espaço intercostal onde se bifurca para dar origem aos brônquios principais. É 
visível radiologicamente em razão do ar que contem no seu interior. 
 As projeções de rotina para a avaliação traqueal são as Laterais e as 
Ventrodorsais (VD) ou as Dorsoventrais (DV). 
 Nas projeções Laterais, a Traquéia corre paralela às vértebras cervicais 
 
 
e torácicas e na altura do 5º espaço intercostal curva-se ventralmente, 
bifurcando-se ao nível da base do coração. A bifurcação traqueal, denominada 
Carina Traqueal, manifesta-se como uma região quase circular com marcada 
radiolucência. 
 
 
 
Fig. 27 - Radiografia Lateral de um cão normal demonstrando a imagem da 
traquéia. 
Área demarcada: Carina Traqueal. 
 
Nas projeções VD ou DV, a Traquéia irá se apresentar sobreposta as 
vértebras, cervicais e torácicas, e ao esterno o que dificulta a sua avaliação 
radiológica. 
 O diâmetro da Traquéia em animais normais é relativamente uniforme 
em todo o seu trajeto, ligeiramente menor que ao da Laringe. Não são 
observadas variações significativas entre as fases respiratórias. 
Em sua composição tecidual a Traquéia apresenta anéis cartilaginosos que em 
animais jovens não são detectados radiologicamente. Com o avanço da idade 
esses anéis vão mineralizando, tornando-se radiopacos, o que não caracteriza 
um processo patológico. 
 
 
 
 
Fig. 28 - Radiografia Lateral de um canino com 10 anos de idade. 
Observar a radiopacidade dos anéis traqueais. 
 
RADIOLOGIA DA ÁRVORE BRONQUIAL 
 
A traquéia ao se bifurcar dá origem aos brônquios principais, direito e 
esquerdo, que, por sua vez, se ramificam e originam os brônquios lobares. 
Cada brônquio lobar origina brônquios que ventilam áreas pulmonares 
independentes, chamadas de segmentos broncopulmonares. A divisão 
bronquial se continua até que o seu diâmetro se reduz para 0,5 - 1,0 mm e, 
nesse nível, as placas cartilaginosas desaparecem dando origem aos 
bronquíolo terminal que demarca o final da parte condutora gasosa da árvore 
bronquial. Cada bronquíolo terminal se divide em 2 bronquíolos respiratórios 
que se ramificam até emitirem os ductos alveolares dos quais surgem os sacos 
alveolares e os alvéolos, local onde ocorre as trocas gasosas do processo 
respiratório. 
 O exame radiológico de rotina para o estudo da árvore bronquial é 
realizado pelas projeções Laterais e Ventrodorsal ou Dorsoventral do tórax. A 
técnica especial para a avaliação bronquial denomina-se de Broncografia e é 
realizada com meios de contraste positivos. 
 Os brônquios anatomicamente estão contornados por dois vasos 
sangüíneos: uma artéria e uma veia. Este conjunto, quando visualizado 
radiologicamente, se mostra como uma linha radiolucente (brônquio) a qual 
 
 
corre paralelamente duas linhas radiopacas (os vasos sangüíneos). Quando o 
raio central incide paralelamente ao trajeto do conjunto brônquio/vasos 
teremos, radiologicamente, um círculo radiolucente rodeado de dois círculos 
radiopacos. 
 
Fig. 33 - Representação esquemática da árvore bronquial. 
 
 
Fig. 34 - Representação esquemática do conjunto brônquio/vasos sangüíneos, 
onde: 
1 – Brônquio 
2 - Vasos sangüíneos. 
 
1
2
2
 
 
Fig. 35 - Detalhe

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