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* * * * Até que ponto aprendemos a perceber? Se nossos olhos estivessem cobertos por vendas ou por cataratas durante os primeiros anos, teríamos percepções normais quando elas tivessem sido removidas? Se tivéssemos que usar óculos que deslocassem ou invertessem o mundo, poderíamos nos adaptar? Até que ponto nossas suposições e convicções moldam nossas interpretações, e com isso nossas percepções? * * Percepção para I. Kant (Crítica da Razão Pura) Depois das perspectivas opostas sobre a aquisição do conhecimento, Racionalismo e Empirismo, Imanuel Kant escreve a Crítica da Razão Pura, em que defende que o conhecimento deriva de meios inatos de organizar as experiências sensoriais. Ele articula o inatismo racionalista com a aquisição de capacidades do empirismo. * * Percepção para os Empiristas O filósofo John Locke, assim como os demais empiristas, defendia que aprendemos a perceber a partir de nossa experiência. “Portanto, vamos supor que a mente seja, por assim dizer, um papel em branco, desprovido de todos os caracteres, sem qualquer idéia: Como vem a ser preenchida? ... A isso eu respondo, em uma só palavra:com a EXPERIÊNCIA.” * * Restrição sensorial e visão recuperada Os efeitos de experiências visuais em gatos, macacos e humanos no início da infância sugerem que há um período crítico para o desenvolvimento sensorial e perceptivo normal. A experiência guia a organização das conexões neuronais do cérebro. * * Adaptação perceptiva É possível adaptar a percepção a novas situações, mesmo quando a alteração perceptiva ocorre devido ao uso de aparelhos de distorcem a percepção. A visão humana é extraordinariamente adaptável. * * Predisposição perceptiva Ver é acreditar. Acreditar é ver. Nossas experiências, pressupostos e expectativas podem nos proporcionar uma predisposição perceptiva que influencia bastante o que percebemos. Depois que formamos uma idéia errada sobre a realidade, temos mais dificuldade em ver verdade. * * Pode ser um homem, ou uma mulher... * * Qual delas é a Madona? * * Nossos esquemas para ver rostos nos preparam para ver padrões organizados quando a figura não está 100% clara. Assim temos dificuldade para imaginarmos como os olhos e a boca da Madona vão parecer quando invertemos a figura (P. Thompson, 1980). * * Mas o que determina nossa predisposição perceptiva? Através da experiência, formamos conceitos ou esquemas, que organizam e interpretam informações ignoradas. O aprendizado de teorias psicológicas é a base para a construção de esquemas de compreensão dos fenômenos psicológicos que passarão a ser observados. Segunda essa lógica, a teoria precisa vir antes da prática – vamos construindo referenciais para podermos ‘ver’ a realidade. * * Efeitos de contexto A experiência ajuda a construir a percepção. Ouvimos e aprendemos apenas o que já mais ou menos sabemos. O efeito de contexto revela o efeito do ambiente na determinação daquilo que percebemos. * * No contexto de bolinhas, a bola do centro parece maior. Já no contexto de bolas maiores, a bola do centro parece menor. * * Mas são exatamente iguais * * O que está acima da mulher? * * Cultura e o efeito do contexto Em um estudo realizado por Gregory & Gombrich (1973), observou-se que todas as pessoas do Leste Africano pensaram que era uma lata e que a família estava sentada debaixo de uma árvore. Pessoas do mundo ocidental perceberam que se tratava também de uma família mas sentada dentro de uma casa, com a mulher sentada embaixo de uma janela. * * Existe percepção sem sensação? Podemos perceber apenas o que sentimos? Ou somos capazes de percepção extra-sensorial? Muitas pessoas acreditam ou alegam que já tiveram uma experiência de percepção extra-sensorial – PES. Os parapsicólogos vêm tentando documentar várias formas de PES – telepatia, clarividência e precognição. Mas, por diversos motivos, em particular a ausência de um efeito de PES reproduzível, a maioria dos pesquisadores em psicologia permanece cética.
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