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AA2 SEMINÁRIO TEMÁTICO 2

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Disciplina: Seminário Temático II
Nome da Atividade: Atividade Avaliativa II
Artigo(s) de referência: ABREU, Júlio César Andrade de. Castelo de cartas marcadas? Os movimentos sociais como agentes colaboradores no comba e a corrupção pública. Revista Cesumar - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 16, n. 1, jan./jun. 2011, p. 9-27. ISSN 1516-2664
NOGUEIRA, Marco Aurélio. Público e privado na formação social brasileira: velhas, novas e novíssimas tensões. Trabalho, Educação e Saúde. Vol. 4, Nº 1, Março de 2006, p. 171-185. ISSN 1678 1007
Atividade Avaliativa II
1.a) Os movimentos sociais como agentes colaboradores no combate a corrupção pública.
b) Corrupção, Movimentos Sociais e Combate à Corrupção.
c) O artigo demonstra a partir de um estudo de caso na região sul do Rio de Janeiro, que os movimentos sociais são importantes para a supervisão da Administração Pública e, em consequência dessa inspeção, os casos de corrupção diminuem drasticamente.
2) Com os recentes casos de desvios de dinheiro público e compras de voto, o Brasil tem passado por uma turbulenta crise, que abala tanto a economia quanto a política nacional. Se em aspectos econômicos a recessão, a inflação e o desemprego afetam a sociedade brasileira, em aspectos políticos aqueles que foram escolhidos para representarem o povo não têm correspondido à expectativa. 
 Desse modo, a desconfiança é um sentimento presente no dia a dia da população e a vontade de que surja um “salvador da pátria” é o que dá esperança para a maioria dos brasileiros. Essa necessidade constante de uma personalidade cujas características façam com que o Brasil chegue ao seu auge se dá pelo fato de a corrupção ser algo presente em terras tupiniquins desde a época do colonialismo e persiste até hoje como um câncer que corrói a crença do povo brasileiro na instituição pública (GENRO, 2002 apud ABREU, 2011), majoritariamente no que tange a sua eficácia e legitimidade.
A crise de representação atinge a eficácia quando os representantes do governo não dão conta de acabar com os problemas da sociedade, preferindo deixar assuntos como saúde, educação e segurança continuarem do jeito que estão, isto é, com problemas que afetam diariamente o cotidiano dos cidadãos. Já quando a crise de representação atinge a legitimidade quando falta diálogo entre os representantes e os representados, ou seja, quando os parlamentares atuam de forma indigna e dão as costas para seus eleitores, quando utilizam a população como massa de manobra para conquistas pessoais falta legitimidade. Por isso, quando diz-se que a crise de representação tem relação com a eficácia e com a legitimidade, querem dizer que quando falta esses dois elementos primordiais é difícil ter um representante a altura do Brasil.
3) a. “o termo deve ser entendido como a utilização ou desvio, para fins privados, de recursos, cargos ou procedimentos públicos.” (PALOCCI FILHO, 2002 apud ABREU, 2011, p. 12)
b. Zancanaro (1994 apud ABREU, 2011, p. 12) “ traz a corrupção com uma predisposição natural, em certas classes sociais ou indivíduos, de burlar regras que regem a sociedade.”
c. Já Zaid (1986 apud ABREU, 2011, p. 13) “diz que a corrupção é o ato de apoderar-se de um poder cedido e utilizá-lo como se fora propriedade privada.”
4) Podemos entender o colonialismo como a política de exercer controle ou autoridade sobre uma determinada região utilizando o poder militar ou então impondo a linguagem do colonizador e os seus costumes sobre essa região. Quando um lugar é colonizado, isto é, sofre o efeito do colonialismo, o colonizador coage o colonizado a adotar as características de sua cultura. Um exemplo do exercício do colonialismo é a própria história da formação do Estado brasileiro, que foi colônia de Portugal e adotou não só a sua língua, como também os seus costumes em detrimento da cultura indígena, que persiste até hoje com muita luta. Sendo assim, não é possível falar de colonialismo sem falar de cultura.
Mas a dúvida gerada é: qual a intenção de um país colonizar um lugar? A resposta está no que essa área tem a oferecer. Ou seja, o que leva um país a colonizar outro nada mais é do que o interesse nas riquezas dessa região, no caso do Brasil, por exemplo, inicialmente foi o pau-brasil, depois foi o ouro, depois a cana-de-açúcar, etc. Desde seu início, o Brasil foi regido por interesses econômicos e, desse modo, foi regido pelo patrimonialismo, que segundo Abreu (2011, p. 13) “é caracterizado pela organização de uma elite dominante que direciona seus interesses econômicos para a busca de privilégios do Estado.” As famílias mais poderosas de Portugal tinham muita influência não só no país, mas também nas colônias portuguesas. Elas obtinham privilégios, cargos públicos e facilidade de satisfazer seus interesses pessoais manuseando o Estado a seu bel-prazer. Porém, o patrimonialismo não é só uma característica brasileira, geralmente, os países colonizados têm histórias parecidas como a do Brasil e, portanto, pode-se dizer que o patrimonialismo, assim como a dominação cultural, é uma característica do colonialismo. 
5) De acordo com Damatta (1983 apud Abreu, 2011, p. 14) “o conceito de indivíduo está associado a ideia de impessoalidade e conhecimento”, ou seja, o indivíduo é aquele que não tem privilégios, aqueles que está sujeito a julgamentos sem interferência de alguém que dê o “jeitinho brasileiro” para resolver os seus problemas, o indivíduo é aquele o qual toda sociedade deveria se inspirar, pois o conceito de pessoa é o contrário dele. Pessoa é aquele que tem um tratamento diferenciado por causa de sua rede de relacionamentos pessoais, por causa de quem ele conhece a ele, geralmente, são concedidos privilégios e o “jeitinho brasileiro” impera na sua rede de relações. Quanto mais importante o conhecimento da ‘pessoa’ mais fácil será ela conseguir privilégios.
Essa característica de alguém ser reconhecido como ‘pessoa’ tem consequência direta na corrupção, pois é por causa dessas facilitações dada a conhecidos que os representantes da Administração Pública burlam leis, desviam dinheiro e tornam as instituições públicas ineficazes.
6) Segundo Trevisan (2003 apud Abreu, 2011) o privilégio dado a comerciantes e empresários “amigos”consiste na prática mais comum nos municípios, por privilegiar empresários e comerciantes do círculo social do candidato eleito por esses terem ajudado, seja com publicidade seja com investimento, durante a sua campanha. Assim, esses privilégios acabam em golpes nos cofres públicos. Os métodos utilizados para dar esses golpes são: o uso de notas fiscais “frias” ou fictícias, que consiste na não entrega de produtos comprados ou na não realização de serviços por empresas-fantasmas; o superfaturamento de notas fiscais, que se dá por empresas reais e com funcionamento normal que aumentam absurdamente o preço de um produto/serviço prestado em relação ao mercado para depois dividir a diferença de valores entre os participantes do esquema.
Em qualquer uma desses métodos de corrupção apresentado há a participação de funcionários do setor público, em sua maioria do alto escalão, como prefeitos, tesoureiros e vereadores que fraudam licitações para beneficiar “amigos” e a si próprias em detrimento do bem-estar do município. 
7) O Movimento Pela Ética na Política (MEP), foi um movimento que teve grande participação no processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo em setembro de 1992. Esse movimento nasceu em Volta Redonda, no sul fluminense, incentivado pela Igreja Católica e logo se destacou por ser um dos mais ativos da região sul do Rio de Janeiro, atuando desde trabalhos de preservação ambiental, passando por propostas de educação alternativa, até acompanhamento do poder público. Como já dito, esse movimento obteve destaque durante os seus sete anos de atuação e o segredo para esse sucesso está na organização de sua estrutura, cujo formato matricial permite a participação de pessoas com diferentes especialidades em projetos específicos. As decisões eramtomadas o mais democraticamente possível, com reuniões de colegiado e votação com participação de todos os membros do movimento. Com essa forma de organização de sucesso, os resultados foram os melhores possíveis, um exemplo disso é o que ocorreu na cidade de Itatiaia, na qual o grupo colaborou com a elaboração de um dossiê denunciando o superfaturamento da prefeitura, ou então o impedimento do aumento do número de assessores em Resende. O MEP- VR foi tão importante que inspirou a criação da Rede Sul, cujo objetivo é troca experiências no combate à corrupção ocorridas na cidade sul fluminenses. Portanto, é possível perceber que movimentos como esses, que tem eficácia comprovada nas cidades sul fluminenses, são de extrema importância para o combate à corrupção e se cada município do Brasil tiver uma representação como essa, quem sabe o Brasil não se torne menos corrupto.
8) Quando se pensa em corrupção no Brasil, logo vem à cabeça de qualquer pessoa a Câmara dos Deputados, o Senado e o Palácio do Planalto que são estruturas que dão a imagem do que é a corrupção brasileira. Embora todas essas estruturas sejam os lugares onde os representantes do povo se encontram para tomar decisões a respeito do país, é muito difícil não pensar em roubos, falcatruas e superfaturamento quando elas são citadas. 
Os escândalos de corrupção recorrentes no país são os principais culpados por essa imagem negativa que a população tem a respeito de seus deputados, vereadores, senadores, etc. A essa falta de credibilidade dada às instituições públicas brasileiras, pode-se dizer que começou desde o tempo de Brasil Colônia, com a sede Portugal sendo a grande incentivadora dos roubos a região. Mesmo com a instalação da República, mesmo com o pensamento otimista de uma nova era, de um país melhor, a corrupção não mudou e resiste até o século XXI, com ela na sua pior forma. As trocas de privilégios, as vantagens trabalhistas e até mesmo uma fila “furada” consistem numa forma de corrupção, que estão enraizadas em todos os setores da sociedade. Falta à sociedade uma reeducação ética no que diz respeito ao ‘jeitinho brasileiro’ e a todos os seus meandros, que tornam os políticos apenas uma representação do que acontece dia a dia, em menores proporções, do povo brasileiro. 
A falta de legitimidade e de eficácia são causadas, principalmente, pela escolha ruim de representantes dos interesses populares, que muitas vezes ganham por doações as camadas mais pobres da população, promessas absurdas e compras de votos que se igualam a um voto de cabresto moderno. Outro fator para a carência dessas duas características é a falta de acompanhamento das decisões da Administração Pública por parte da maioria dos brasileiros, o que acaba contribuindo para a falta de eficácia do Estado. No artigo de Júlio César Andrade de Abreu, é dada a indicação de que as MEPs são uma forma eficaz de fiscalização da máquina pública, de acompanhamento da legitimidade dos políticos e quem sabe de alteração do ceticismo empregado às organizações públicas. Talvez, assim, o Estado ético que funcione como referência e que garanta a prevalência democrática do público sobre o privado, como dito por Nogueira (2006) deixe de ser uma utopia e se torne uma realidade.

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