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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS ZENIR REGINA SCHNEIDER A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO À SAÚDE DO TRABALHADOR EM EMPRESAS Dourados 2012 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS ZENIR REGINA SCHNEIDER RGM. 183.396 A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL: junto à saúde do trabalhador em empresas Dourados 2012 Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social, da Faculdade de Direito da UNIGRAN. Como pré-requisito para obtenção do Titulo de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Profª M.Sc. Silvia Mara Pagliuzo Muraki Co-orientadora: Profª Cibeli Gonçalves Cardozo 3 Trabalho de conclusão de curso defendido e aprovado em__/____de 2012, pela banca examinadora: _________________________________________________________ Professora Esp. Ou M. Sc ou Dr.............................................................. _________________________________________________________ Professora Esp. M. Sc ou Dr..................................................................... __________________________________________________________ Professora Esp.M. Sc ou Dr..................................................................... 4 Dedico este Trabalho de Conclusão de curso aos meus filhos Carlos, Erika, Ericsson,Romy e Reinold pela força, apoio, compreensão neste período, e por ser o meu maior presente que sem eles a minha vida não teria sentido algum. 5 AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos ao pai supremo por conceder- me a sabedoria divina, iluminando meus caminhos para assim poder concluir este trabalho e aprofundamento das questões sociais junto à saúde do trabalhador. Agradeço aos meus filhos por fazerem parte deste novo capítulo, e por se fazer presentes no meu dia a dia tendo uma compreensão incondicional. Em memória ao meu pai Aldino Schneider por me ensinar os verdadeiros valores da vida e que me fez ir à busca do conhecimento. Aos meus irmãos e minha mãezinha Cecilia Carolina Schneider que mesmo distante seus apoios morais foram imprescindíveis para conclusão deste curso. Aos Mestres da UNIGRAN pelo conhecimento repassado, em especial a Professora Silvia Muraki e Cibeli Cardoso que tanto me auxiliou para elaboração e conclusão deste trabalho. Gostaria de agradecer como acadêmica a Professora Joana Prado no qual se fez sempre presente, mesmo em outras disciplinas nos deixando o encorajamento para assim continuar, um perfil de ser humano que constrói junto aos demais o amor e o respeito ao próximo. 6 “Não nos surpreendemos com a raridade de uma espécie, mas ficamos chocados com o seu desaparecimento; é como admitir que a doença fosse o prelúdio da morte e não se sentir surpreso diante da doença, mas apenas com a morte da pessoa doente, não atribuindo o falecimento ao mal de que ela sofria, mas a algum ato desconhecido de violência”. Charles Darwin 7 RESUMO O presente Trabalho de curso tem como objetivo discorrer sobre a atuação do serviço social junto à saúde do trabalhador em empresas, demonstrando como se da esta mediação junto ao coletivo. Relatar as expressões sociais que influenciam as manifestações de doenças ocupacionais e os desafios a serem enfrentados pelo Serviço Social nestas expressões, ou seja, uma demanda que exige do profissional assistente social aprofundamento teórico e metodológico para execução de políticas sociais e publicas que visam à promoção e prevenção da saúde do trabalhador. Tendo como resultado deste trabalho o entendimento de que o profissional assistente social diante das diversidades institucionais o espaço em que se insere para a execução das políticas sociais e públicas, os dilemas de como a gestão destas políticas são complexas porque cada instituição tem suas particularidades e a cultura dos indivíduos que nela se inserem, portanto aprofundar-se no ambiente institucional como atividade econômica e o desenvolvimento de equipes no ambiente organizacional para assim promover qualidade de vida no trabalho que incidem na vida social e inflexionam as práticas sociais. Palavra‑chave: Saúde do trabalhador , Serviço Social , Empresas. 8 ABSTRAT Expressions that influence the manifestations of occupational diseases and the challenges to be faced by Social Services in these expressions, ie, a demand that requires the professional social worker further theoretical and methodological framework for implementation of social and public policies aimed at promoting and prevention of occupational health. Having as a result of this work the understanding that the professional social worker in the face of institutional diversity space in which it operates for the implementation of social policies and public dilemmas of how to manage these policies is complex because each institution has its own peculiarities and culture individuals who fall into it, so deepening the institutional environment as an economic activity and development teams in the organizational environment so as to promote quality of life at work that affect the social life and social practices inflexionam. Keyword: Occupational Health, Social Services -Companies 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CIF: Classificação Internacional das Deficiências CID: Classificação Internacional de Doenças OMS: Organização Mundial da Saúde CBO Cadastro Brasileiro Ocupacional NR: Norma regulamentadora CEREST: Centro de Referencia da saúde do trabalhador LBA: Legião Brasileira de Assistência SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SESI: Serviço Social da Indústria SESC: Serviço Social do Comércio CLT: Consolidação das Leis do Trabalho COFI: Comissão de orientação e fiscalização profissional NTEP: Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário PPP: Perfil Profissiográfico Previdenciário: CCA: Centro para Criança e Adolescente CJ : Centros da Juventude MTE: Ministério do Trabalho e Emprego 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................11 2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................................132.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO SERVIÇO SOCIAL...............................13 2.2 CONCEITUAÇÃO DE EMPRESA. .......................................................................................15 2.2.1 SERVIÇO SOCIAL EM MPRESAS......................................................................................16 2.3 O SERVIÇO SOCIAL E A SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................. 20 2.4 A EPIDEMIOLOGIA UTILIZANDO O MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL...........................................................................................................................................26 3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................................29 3.1 TIPO DE ESTUDO....................................................................................................................29 3.2 CARACTERIZAÇÃO E RECRUTAMENTO DA AMOSTRA..............................................29 4 DISCUSSÃO..............................................................................................................................30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................33 11 1 INTRODUÇÃO O presente Trabalho de conclusão de curso intitulado como “Atuação do Serviço Social: Junto à saúde do trabalhador em empresas” tem como objetivo demonstrar a atuação do Serviço Social no contexto empresarial, destacando sua importância junto à saúde do trabalhador. Segundo Olivar (2010, p.36), “Conceituar à saúde do trabalhador é trazer dentro de sua historicidade, criticidade, dois referenciais fundamentais: analisar o processo de trabalho, e o trabalhador como ser social de intervenção neste processo, para efetivação das políticas sociais e publicas que visam garantir condições dignas no ambiente de trabalho, ou seja, á saúde ocupacional”. Conforme a autora a atividade laborar ou a função ocupacional devem ser avaliados para assim o assistente social promover e prevenir o fator que leva o trabalhador a adoecer: A função ocupacional junto ao processo de trabalho como fator que leva o trabalhador a adoecer física e psicologicamente, ressaltando as formas do assistente social avaliar o processo de trabalho e identificar suas conseqüências que levam ao adoecimento, para assim prevenir a doença ocupacional, nortear suas mediações para busca da equidade à melhora nas condições de trabalho e de qualidade vida do trabalhador. Pinto (2008, p.41): Como declara Braz et al.(2007,p33) é de suma importância ao Assistente social “o conhecimento sobre a natureza e a coordenação múltipla necessária para realização do trabalho”. Em relação ao campo da saúde do trabalhador, é tencionada entre as demandas coletivas dos usuários seja nos serviços públicos de saúde, seja nos serviços assistenciais das empresas e as demandas das classes proprietárias e exploradoras do capital financeiro. (Habeas, 1996). Estas demandas coletivas no campo saúde do trabalhador, o profissional assistente social é requisitado em diferentes serviços e programas, como: atenção básica à saúde; em centros de referência em saúde do trabalhador (CEREST), em hospitais gerais, nos serviços referenciados; na área de reabilitação profissional, na previdenciária, em organizações privadas ou públicas; em serviços de saúde e segurança do trabalho vinculado às empresas e instituições, bem como na gestão de recursos humanos para o desenvolvimento de programas voltados para a saúde do trabalhador; em sindicatos desenvolvendo programas de promoção à saúde; nos serviços de vigilância e educação em saúde; nas comissões de saúde do trabalhador; em trabalhos de assessoria e consultoria; em organizações de ensino e pesquisa em saúde (Mendes e Wünsh, 2008). A interpretação sistemática do disposto nos arts. 6º, 7º, XXII, 196 a 200 e art. 225, §1º, V da Constituição da República não deixa dúvidas de que a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho foram também alçados a direito social de natureza constitucional e 12 cujo cumprimento é imposto por lei ao empregador, conforme se verifica das prescrições dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela Lei 6.514/77) e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88, que tratam das normas regulamentares relativas à segurança e medicina do trabalho urbano e rural, respectivamente, sendo certo que a efetividade do direito requer a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir e fiscalizar o cumprimento da lei. (TEIXEIRA, 2003, p.03). Portanto para o assistente social sociabilizar-se sobre a natureza social e assim poder coordenar, mediar de modo reflexivo, consciente escolher entre alternativas concretas assegurando os direitos sociais do trabalhador, interpretar as normas regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho e Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 2010). Nestas socializações de natureza social ter o conhecimento das necessidades institucionais em consonância ao departamento de RH, para que tenha junto aos colaboradores nas diferentes áreas de atuação seja na área administrativa, produtiva, ações interventivas para a promoção da saúde do trabalhador bem como qualidade de vida no ambiente institucional isto é conhecer as características sociais, políticas e culturais, que propiciam a integralidade como mecanismos de participação e cidadania. A atuação do Serviço Social nas empresas junto ao departamento de RH , atendendo às exigências do processo de reestruturação produtiva, envolvendo questões de educação para saúde, de meio ambiente, qualidade de vida, relações de trabalho, tem como principal demanda a busca do conhecimento das condições gerais de vida do trabalhador no ambiente produtivo e social e assegurar a integridade física, psíquica e mental do trabalhador tendo como meios de garantir esta integridade a aplicação da legislação da saúde do trabalhador aplicável e vigente no Brasil. Nestas implicações sociais que incidem no ambiente produtivo e social do trabalhador a atuação profissional do assistente social em consonância com o projeto ético-político da categoria profissional do serviço social, disponibilizar as informações necessárias à garantia do acesso a saúde e a efetivação dos direitos e cidadania. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO SERVIÇO SOCIAL Segundo Bulla (2003) “os processos de institucionalização do Serviço Social, como profissão, estão relacionados com os efeitos políticos, sociais e populistas do governo de Vargas”. A implantação dos órgãos centrais e regionais da previdência social e a reorganização dos serviços de saúde, educação, habitação e assistência ampliaram de modo significativo o mercado de trabalho para os profissionais da área social. De acordo com Marques et al. (1982, apud OLIVEIRA, 2008,p.49): O papel exercido pelos governos autoritários na estruturação da proteção social brasileira talvez possa ser explicado pelo fato de o governo Vargas e a ditadura militar terem se destacado por estruturarem, de forma centralizada, o parque produtivo nacional. Nesse contexto, a garantia e homogeneização da proteção social era condição necessáriapara a ampliação do assalariamento. As escolas diante desta estruturação da proteção social brasileira fez crescer a demanda nas Universidades para formação destes agentes sociais beneficiando assim a formação dos assistentes sociais. Conforme texto elaborado pela Comissão de Orientação e Fiscalização Profissional COFI – CFESS (2011): “A profissão Serviço Social foi regulamentada, no Brasil, em 1957, mas as primeiras escolas de formação profissional surgiram a partir de 1936”. De acordo com Silva et al.(1997, apud, OLIVEIRA, 2008 p.49): Os países capitalistas centrais pressionando os periféricos ao enfrentamento da questão social e trabalhistas em blocos contribuíram para o rompimento da postura liberal até então adotada pelo Estado brasileiro. Frente à experiência real de socialismo na Europa, era necessário responder no plano ideológico com ações concretas referentes à questão social. Segundo a Revista Virtual Textos & Contextos (2003, p.39): Em 1940, foram decretados o Imposto Sindical, o Salário Mínimo e o Serviço de Alimentação da Previdência Social. Em 1942, foi criada por Decreto-lei a Legião Brasileira de Assistência (LBA), que serviria como órgão de colaboração junto ao Estado, para cuidar dos Serviços de Assistência Social. Ainda em 1942, foi instituído o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Em 1943, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em 1946, foram fundados mais dois órgãos importantes para o atendimento dos trabalhadores: o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC). No mesmo ano, criou-se a Fundação Leão XIII, com o objetivo de atuar na educação popular dos favelados do Rio de Janeiro (BULLA, 2003.p.7). De acordo com a NOB/SUAS (2005): 14 A Assistência Social como campo de ação governamental registra no Brasil duas ações inaugurais: a primeira, em 1937, com a criação do CNSS – Conselho Nacional de Serviço Social; e a segunda, na década de 40 do século XX, com a criação da Legião Brasileira de Assistência, a LBA. Os governos dos estados e dos municípios foram desenvolvendo ações em parceria ou complementares às unidades regionais e locais da Legião Brasileira de Assistência, que cresceu por meio da ação conjunta das primeiras-damas de estados e municípios. (NOB/SUAS, 2005, p. 11) Diante deste exposto os serviços sociais eram articulados como campo de ação governamental pelas primeiras damas de estado e municípios, e para garantia e efetividade das políticas publicas se torna emergencial a formação de agentes sociais qualificados embasados para o fortalecimento e valorização destas políticas publicas. Segundo Iamamoto (1985, p.142): O Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho. O assistente social atua, necessariamente, em um espaço contraditório sendo que o profissional atende, ao mesmo tempo, as demandas impostas pelos interesses do capital e do trabalho. Entretanto, a sua opção ético-política pode reforçar um destes dois pólos. É produtivo estabelecer um diálogo crítico com a sociedade de mercado, para que seja possível propor alternativas que, pelo menos, não reproduzam meramente as indicações dominantes originalmente apresentadas. Isto não significa que o Serviço Social seja um trabalho (no sentido marxiano da palavra), entendido como a práxis mediadora entre o homem e a natureza na produção de valores de uso (categoria central no mundo burguês contemporâneo), ou ainda, como trabalho abstrato (alienado) produtor e agregador direto de valor. Trata-se, apenas, de uma profissão que ocupa uma função na divisão do trabalho social não diretamente ligada à produção de mercadorias e à valorização do capital, mas que contribui indiretamente com o processo de acumulação e com a sobrevivência do trabalhador através do gerenciamento e da prestação de serviços na esfera social. A divisão social e o crescimento das demandas impostas pelos interesses do capital e do trabalho crescem a necessidade de políticas sociais e em seqüência um executor de prestação de serviços na esfera social e quem detêm a práxis mediadora entre o homem e a natureza da produção uma função na divisão do trabalho social é o assistente social, pois sua formação contribui para execução das políticas publicas aplicadas junto aos direitos sociais do trabalhador, exigindo deste profissional uma especialização em políticas publicas voltados aos direitos sociais do trabalhador, administração de serviços e um bom planejamento, significando assim a busca constante de uma boa formação técnica e metodologias adequadas para contribuir com eficácia no processo de modernização do capital em consonância com os direitos sociais do trabalhador. Como está escrito no Código de Ética Profissional do Assistente Social, ocorreu um “profundo processo de renovação” no Serviço Social, que acumulou experiências profissionais, desenvolveu-se e hoje “apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente” (CFAS, 1993, p. 9). 15 2.2 CONCEITUAÇÃO DE EMPRESA De acordo com Silva et al (2004) “Etimologicamente o vocábulo empresa é derivado do latim prehensus,de prehendere (empreender, praticar), possui o sentido de empreendimento ou cometimento intentado para a realização de um objetivo”. Segundo Pereira (2011, p.44): Entende-se por empresa uma organização que exerce atividades com objetivos de atender e satisfazer necessidades e desejos humanos, visando ao lucro, sendo ela o fator integrador capaz de aglutinar a natureza, o capital e o trabalho em um conjunto harmonioso que permite que os resultados alcançados sejam maiores do que a soma dos fatores de produção envolvidos, fazendo com que o resultado alcançado seja superador em todos os setores. Isso significa que a empresa tem um efeito multiplicador, também denominado sinergia. Moderadamente, esses recursos empresariais são: Recursos Materiais, Recursos Financeiros, Recursos Humanos, Recursos Mercadológicos e Recursos Administrativos. Segundo Miranda (2009) “Empresa, não é coisa corpórea, e sim abstrata, porque significa a atividade ou conjunto de atividades do empresário. Empresa é o organismo que, através de alguns elementos ou, fatores, exercita um comportamento repetitivo e metódico, exteriorizando a atividade do empresário”. Segundo Alberto Asquini: A empresa se apresenta sob quatro perfis diferentes: a) o perfil subjetivo, em que as empresas se confundem com o próprio empresário, vez que somente ele, e não ela possui personalidade jurídica (empresa = empresário); b) o perfil objetivo, que corresponde ao fundo de comércio, ou seja, ao conjunto de bens corpóreos e incorpóreos destinados ao exercício da empresa (empresa = estabelecimento); c) o perfil corporativo ou institucional, que corresponde aos esforços conjuntos do empresário e de seus colaboradores (empresário + colaboradores); e d) o perfil funcional, que corresponde à força vital da empresa, ou seja, à atividade organizadora e coordenadora do capital e do trabalho”Requião et al ( 2003, apud Miranda, 2009,p.6) O corpo empresarial Segundo Pereira (2010) e as seis funções básicas deste corpo: Funções técnicas- relacionadas com a produção de bens e serviços da empresa.Funções comerciais- relacionadas com a compra, venda e permutação/troca.Funções financeiras- relacionadas com a procura e gerencia de capitais.Funções de segurança - relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas.Funções contábeis - relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.Funçõesadministrativas. Relacionadas com outras cinco funções integradas.Assim Fayol definiu os elementos das funções administrativas: Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa.Comandar: Liderar e orientar o pessoal.Coordenar: Ligar, unir, Harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.Controlar. Monitorar para que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens dadas. (PEREIRA, 2010, p.42,43). 16 Portanto Fayol junto ao Serviço Social da os elementos para uma boa gestão administrativa, o reconhecimento institucional para que as mediações junto ao coletivo tenham legitimidade e que se efetivem as políticas de proteção social no duplo organismo o trabalhador e a instituição empresarial. 2.2.1 SERVIÇO SOCIAL EM EMPRESAS. Segundo Silva (2008) À atuação do Serviço Social em empresas vem de encontro às constantes transformações que vem sofrendo a sociedade planetária com os avanços tecnológicos, a globalização e a reestruturação produtiva, que incidem diretamente nas relações sociais, nas relações de trabalho e na economia, ampliando assim seu espaço de atuação, rompendo com o estigma de profissão vinculada aos serviços públicos, tendo uma abrangência cada vez maior nos setores privados como empresas e no terceiro setor. A flexibilização dos processos de produção e acumulação que estão latentes no mundo do trabalho tornam a participação dos Assistentes Sociais nas empresas cada vez mais uma necessidade para junto ao coletivo promover uma efetivação do processo de modernização do capital, pois tem em sua formação e olhar critico meios para tal efetivação. De acordo com Netto et al. (2001 apud ABREO & FAVARO,2001p.02): Pode se falar propriamente de Serviço Social de empresa, a partir do desenvolvimento industrial, principalmente nos anos do „milagre‟ mas não exclusivamente pelo crescimento industrial, mas determinado também pelo pano de fundo sócio-político em que ele ocorre e que instaura necessidades peculiares de vigilância e controle da força de trabalho no território da produção. O surgimento do Serviço Social nas empresas, se da com o intuito de inserir um profissional que contribua nesta vigilância e controle da força produtiva perfazendo uma harmonia entre trabalhadores e empregadores, pois as formas de convivência entre o coletivo e o aceleramento tecnológico da América Latina, fez com que crescessem o mercado de trabalho do Serviço Social e a visão da contribuição do assistente social através de suas intermediações, perfazendo assim um aumento da produtividade no trabalho e da lucratividade. Como salienta César et al. (1999, p.170): O assistente social, por meio de sua ação técnico-política, passou a ser requisitado para responder às necessidades vinculadas à reprodução material da força de trabalho e ao controle das formas de convivência entre empregado e empresa, contribuindo para o aumento da produtividade no trabalho. O papel do assistente social no chamado segundo setor, empresas privadas é de promover a humanização, colaborando para o desenvolvimento profissional e empresarial de cada envolvido 17 no processo, fomentar no coletivo de que não existe produção sem que as duas partes cumpram o seu dever. As empresas devem promover ambiente de trabalho digno, salários compatíveis com a função do colaborador, e os colaboradores devem uma relação de comprometimento no cumprimento de prazos, horários, realização de suas tarefas com qualidade satisfatória e o entendimento da dinâmica da empresa. (PEREIRA, 2011, p.38) Segundo Stopassolli ,(2008,s/p.): O profissional de Serviço Social pode oferecer junto às empresas, em sua dinâmica institucional, a execução de projetos específicos de intervenção por meio de atendimentos sociais realizados aos colaboradores, buscando promover uma melhor qualidade de vida, contribuindo com o acesso à informação e encaminhamentos que buscam sistematizar o atendimento à questão social apresentada pelo trabalhador, propiciando as questões relacionadas à saúde dos trabalhadores um fator de preocupação para as empresas, fazendo com que passem a adotar políticas de prevenção e controle do ambiente de trabalho interno e, que exercem influência direta sobre a qualidade de vida de seus colaboradores. A especialização do RH é de suma importância torna-se necessário, pois hoje as empresas têm em seu quadro de colaboradores a visão de seu patrimônio, e para que isso possa existir o assistente social deve participar do planejamento de políticas de captação e capacitação dos colaboradores, esta dinâmica do assistente social é um processo que além de articular políticas externas da empresa desenvolve também a parceria com diretoria e RH sendo políticas internas, com intuito de valorização e melhorias entre colaborador e empregador. (PEREIRA, 2011, p.39) A contratação do assistente social na empresa tem como objetivo minimizar os conflitos existentes pela contradição entre a relação capital X trabalho e a reprodução do homem como parte integrante do modo de produção. De acordo com Freire (2008 p.140): O Serviço Social está inserido na área de Recursos Humanos, atuando nas demandas do processo produtivo, como “qualificação, políticas (de atendimento ao trabalhador), estratégias, instrumentos gerenciais de controle e motivação”, atuando também nas condições de “ambiente e relações de trabalho, (...) produção e reprodução física e social da força de trabalho”. Para articular uma boa política de gestão de pessoas o papel do assistente social como agente de mudanças no ambiente social é estabelecer uma linha direta entre empresa e colaboradores, atuando diretamente com o social da empresa, mudando e transformando as relações humanas, estabelecendo como meta transmitir segurança a todos, criando uma organização harmônica, transformando a visão de resultados e a visão que as rodeiam, neste caso é essencial que o assistente social seja e esteja preparado para ser um bom gestor, para garantir 18 motivação dos colaboradores e influenciando na qualidade de vida pessoal e profissional, pois esta na natureza gerir políticas e soluções que garantam à melhoria de vida dos indivíduos assistidos por ele, criando estratégias voltadas a garantia de qualidade pessoal de cada colaborador da empresa primando pela qualidade dos produtos ou serviços prestados pela organização. (Pereira, 2011, p.44,45). Stopassoli (2008, s/p.) Na busca de condições mais humanas o assistente social deve: (....) mediar às relações de interesse do capital (empresa) e do trabalho (colaborador), na busca de condições mais humanas de trabalho articulando o campo dos valores, dos comportamentos, do conhecimento e da cultura dos envolvidos. Através destas mediações, que funcionam como dutos por onde fluem as relações entre as várias instâncias e atores da empresa, o Serviço Social apresenta-se como a intervenção que o Assistente Social faz nas relações sociais, viabilizando os meios para a conscientização e conquista dos direitos. Usar o ferramental correto para administrar o trabalho, ter em mente que nunca elevara seu trabalho ao grau de qualidade se antes não munir-se de ferramentas administrativas essenciais para um desempenho satisfatório e dentre estas ferramentas em sua gestão o assistente social deve ter segurança em suas atitudes, um comprometimento em sempre procurar meios que possam ir ao encontro da necessidade de seu publico, partindo sempre dos princípios da honestidade. Destaca-se que a honestidade vem acima de tudo de qualquer preceito, manter-seinformado e atualizado, lendo vários conteúdos para assim assimilar vários assuntos, entender que o conhecimento quanto mais enraizado mais deterá condições de executar, planejar e elevar os objetivos na sua relação com o mercado de trabalho, deve agir sem egoísmos, agir honestamente e não esquecer que o sucesso é a realização pessoal de cada individuo na profissão ou na vida pessoal, a humanização é saber que é preciso entender e respeitar a cultura e o modo de vida de cada um , ao mesmo tempo em que tem a tarefa de administrar as relações humanas e harmonizá- las. (PEREIRA, 2011, p.44-45). A participação do Assistente Social esta nas mediações tanto no lado do empregador detentor do capital como do colaborador na busca de construção de fortalecimento das políticas publicas e sociais voltadas à responsabilidade social da empregadora e o comprometimento da classe trabalhadora no cumprimento das funções ocupacionais com seguimento das normas regulamentadoras que visam à proteção e prevenção de acidentes ocupacionais, tendo um ambiente de trabalho sadio e produtivo, caracterizando a ruptura ao conservadorismo meramente assistencial da prática profissional do assistente social. Segundo Stopassoli (2008, s/p): 19 O Serviço Social, nas empresas, assumem um papel de assessoramento de gerentes nas questões relacionadas à administração de pessoal, à integração dos trabalhadores aos novos requisitos da produção, à modernização das relações de trabalho e ao tratamento das questões sociais ou interpessoais que afetam o cotidiano dos trabalhadores, tornando- se sua prática a uma organização social que incluam toda uma problemática do homem (trabalhador), para compreender, analisar e propor melhorias nas condições de trabalho visando, além do desenvolvimento físico, social e político dos colaboradores nesta realidade, à transformação do ambiente na busca de uma melhor qualidade de vida. À integração dos trabalhadores aos novos requisitos da produção, à modernização das relações de trabalho, eis uma árdua tarefa onde se tem uma disputa de homem maquina como descrevem: Descrevem as grandes unidades de capital transformaram o layout de suas estruturas produtivas num gigantesco esqueleto mecânico, onde se pode caminhar por suas vértebras, metros e mais metros, sem encontrar uma “viva alma”. Embora esse esqueleto possa se auto movimentar, tendo nele mesmo a fonte de seu movimento mecânico, ele, contudo, precisa de uma fonte “externa” que o alimente”. (TEIXEIRA et al.1996,p.07) A subcontratação se torna esta fonte externa que o alimente, onde as grandes empresas contam com uma vasta rede de pequenos e microempresários, que têm como tarefa fornecer o processo de entrada necessária para a transformação em processo de saída por aquele monstro mecânico, visando somente um objetivo o lucro esquecendo-se da responsabilidade social perante uma sociedade empresarial, onde massacram as pequenas empresas que precisam enxugar seus orçamentos e contratam trabalhadores com remunerações baixas e condições precárias de ambiente de trabalho. Iamamoto (2007,p.08) nos apresenta um comentário importante sobre o Serviço Social fazendo referencia a contemporaneidade: O Serviço Social contemporâneo renova-se no compromisso e afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça social, para efetivar as necessidades e interesses dos sujeitos sociais, parte fundamental a luta de classes em direção a uma forma de desenvolvimento social inclusiva, agregando um complexo de novas determinações e mediações no exercício profissional do assistente social (...). As dificuldades de enfrentamento do Serviço Social na contemporaneidade é a luta pela afirmação dos direitos e também uma luta contra o capital, parte de um processo de acumulação de forças para uma forma de desenvolvimento social, que possa vir a contemplar o desenvolvimento de cada um e de todos os indivíduos sociais. Como sustenta a Carta de Manaus, do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Serviço Social (2005 p.8), atestando a necessidade histórica da direção impressa ao nosso projeto profissional: O enfrentamento a estas questões sociais só é possível com a organização coletiva da classe trabalhadora e o fortalecimento dos movimentos sociais comprometidos com a defesa de seus direitos, a luta pela democracia tendo como propósito à evolução e 20 construção da classe trabalhadora que não se submete as desigualdades sociais que dita o capitalismo. De acordo com Iamamoto et al. (2004, citado por SOUZA, 2006,p.120), após realizar uma análise dos desafios colocados ao Serviço Social nos dias atuais, apontou 03 dimensões que devem ser do domínio do Assistente Social: Competência ética-política. O Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática , valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93), O Código de Ética profissional vigente defende o reconhecimento e a defesa de 11 princípios fundamentais. São eles: liberdade, direitos humanos, cidadania, democracia, eqüidade e justiça social, combate ao preconceito, pluralismo, construção de uma nova ordem social (sem dominação-exploração), articulação com movimentos de trabalhadores, qualidade dos serviços prestados e combate a toda espécie de discriminação. (SOUSA, 2006 p, 120- 121). É neste sentido que o Serviço Social deve atuar, procurando junto à classe trabalhadora e empresas intermediar os conflitos articulando novos mecanismos para promover a efetividade das ações em busca da equidade. 2.3 O SERVIÇO SOCIAL E A SAÚDE DO TRABALHADOR Segundo Mendes (2011), “a saúde do trabalhador carrega em si as contradições engendradas na relação capital e trabalho reconhecendo o trabalhador como sujeito político”. Conforme Carvalho e Fernandes (2009), “com o esgotamento do tradicional padrão de desenvolvimento brasileiro, o ajuste, a reestruturação produtiva e os baixos níveis de crescimento econômico, as transformações das últimas décadas das famílias brasileiras, vêm apresentado impactos adversos sobre a qualidade de vida e subsistência e reprodução social”. Como Ressalta também Marx a máquina e o homem no acirramento as desigualdades sociais. O valor da força de trabalho era determinado pelo tempo de trabalho não só Necessário para a manutenção do trabalhador individual adulto, mas para a Manutenção da família do trabalhador. A maquinaria, ao lançar todos os Membro da família do trabalhador no mercado de trabalho reparte o valor Da força de trabalho do homem por toda a sua família. Ela desvaloriza, Portanto, sua força de trabalho de acordo com Marx et al. (1989,apud FERREIRA, 2005 p. ). A retração do mercado de trabalho, a precarização das ocupações, o aumento do desemprego e rebaixamento dos salários propiciam estes impactos desfavoráveis a uma boa 21 qualidade de vida ao trabalhador bem como sua família e como declara o Artigo 25 da declaração Universal dos direitos Humanos de 1948, “Toda pessoa tem direito a um nível de vida adequado que lhe assegure, assim como à sua família, saúde e bem-estar, especialmente alimentação, vestuário, habitação, assistência médica e os serviçossociais necessários”. O CFESS Manifesta dia do trabalhador/a (2012, s/p.): A Conjuntura sociopolítica adversa, marcada pela hegemonia do capital financeiro, que vem imprimindo uma dinâmica de debates coletivos e democráticos, destacando-se na defesa dos direitos, na perspectiva da crítica ao projeto do capital e suas particularidades com o avanço do neoliberalismo. Portanto o exercício profissional na defesa dos direitos diante das diversidades do capitalismo, ou seja, uma conjuntura sócia política adversa, lidar com esta adversidade, romper com o conservadorismo, e aplicar em suas dinâmicas a conduta profissional de enfrentamento e a efetivação das políticas publicas vigentes no Brasil para as questões sociais voltadas a saúde do trabalhador e a promoção de qualidade de vida, políticas estas que asseguram ao assistente social em suas mediações sua execução e seu comprometimento para promover o acesso aos direitos, na perspectiva de contribuir para a ampliação do nível de vida material e de construção política da classe trabalhadora. Entender que estas diversidades e o não comprometimento das classes trabalhadoras e empregadoras se têm a precarização do trabalho e além de submeter ao trabalhador a degradação da vida humana, a empregadora reduz significativamente seu potencial de produção. Diante do exposto o assistente social na construção do conhecimento das múltiplas determinações entre capital e trabalho e seus reflexos junto a saúde do trabalhador, para promoção e prevenção, conceitos de meio ambiente, artigos constitucionais que prevêem a defesa dos direitos á proteção da saúde do trabalhador tornado-se conhecedor dos órgãos públicos e privados que promovem estes princípios constitucionais que promovem dignidade no trabalho pois sem um ambiente digno não se tem um uma vida laboral provida de saúde física e psíquica De acordo com Dias et al.(1994, apud MENDES,2011,p.463): Os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a população de um determinado tempo, lugar, e classe social, mas também, de forma diferenciada, decorrente de sua inserção particular no processo produtivo, sustenta a proposição de que esta especificidade deve ser contemplada no atendimento às suas necessidades de saúde. O retorno e a tranqüilidade da empresa que se preocupa em qualidade de vida junto a seus colaboradores, ou seja, tem uma visão humanística, é a certeza de um capital sadio e lucrativo 22 pois o colaborador dentro do contexto produtivo tendo a prevenção e a promoção da saúde é a garantia de um patrimônio em constante crescimento. Segundo Stopassolli (2008, s/p): O Serviço Social na execução de atividades de cunho educativo junto ao trabalhador, destacam-se como instrumentais as reuniões educativas, plantões sociais, palestras, pesquisas de campo, comunicação pessoal e grupal, elaboração de materiais informativos, entrevistas, parcerias junto a órgãos internos da própria empresa como a CIPA, RH etc. tornando assim a intervenção do Serviço Social nas empresas uma contribuição para diagnosticar e como forma de melhor analisar os fatores que, no ambiente de trabalho, exercem influência positiva ou negativa sobre os trabalhadores e que possa ser mais bem trabalhado. As questões de qualidade de vida e saúde do trabalhador nas empresas para o Serviço Social torna-se hoje demandas desafiadoras e numerosas, pois é um campo onde se tem uma diversidade de situações ou seja questões sociais nas quais são da ousada do serviço Social intermediar, pois a formação do assistente social é de confrontar a realidade e com recursos sociais públicos ou institucionais, promover, intermediar estes desafios, sejam questões individuais, coletivas ou da própria instituição. Diante de cada questão uma análise critica deve ser adotada, por exemplo, a quantidade de colaboradores e neste coletivo o seu desafio é conhecer a área de atuação econômica para promover a satisfação dos colaboradores bem como da empresa, pois muitas vezes se faz necessário a redução de quadro de funcionários e promover uma qualificação profissional para que a empresa seja vista com um potencial profissional desafiador do mundo globalizado, pois esta atento a manter seu quadro de funcionários atualizados com as novas tecnologias propostas, fazendo uma interação homem máquina uma perfeita consonância, para garantir um produto final com perfeição a que se propôs ao consumidor final, gerando assim uma corrente de consumidores satisfeitos e crescimento econômico do capital empresarial, perfazendo a empresa diante destas visões de aceitação de mercado premiar seu quadro de colaboradores Promovendo esta consonância o serviço social terá colaboradores bem remunerados, não havendo desvio de função seguindo as normas regulamentadora da função ocupacional de cada CBO cadastro brasileiros ocupacional. De forma educativa promover a conscientização dos colaboradores e empresários uma harmonia no ambiente, pois é um espaço social onde se tem convívio diário, não sendo possível gerar impasses de disputas conflitos interno, estes tipos de problemas podem desencadear desgastes emocionais e a perca de qualidade no trabalho fazer a parte psicossocial, demonstrar que no ambiente de trabalho em que se prestam serviços deve se ter uma visão de humildade, honestidade e prazer em fazer parte do contexto, a confiança nesta liderança junto ao 23 departamento de serviço social fará com que as intermediações não sofram situações de flutuações de instabilidade e sim uma harmonia permanente. Outro fator importante é analisar as situações de convívio social, o contexto familiar e como o fator trabalho lhe promove desfrutar do convívio familiar e sociedade, pois segundo declara as leis do trabalho em seu ART.81 no capitulo III “o salário mínimo será determinado pela formula SM Salário mínimo que visa suprir as necessidades diárias de 01 adulto como alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte necessários á vida de um trabalhador adulto" que hoje esta remuneração é R$ 620,00. Dentro deste contexto caso este trabalhador em seu ambiente familiar tenha em sua composição um numero de filhos,a questão econômica é um fator que o assistente social deve promover junto ao trabalhador para que este seja impulsionado a uma profissionalização para promoção de cargo , para que tenha condições de prover uma boa qualidade de vida começando na geração de renda, enfim como é vasto o campo social a ser explorado e para promover uma qualidade de vida no quadro de colaboradores da empresa, não se ter mente abraçar a todas as demandas e solucioná-los, mas durante sua jornada demonstrar-se interessado e parceiro diante dos desafios da profissão. Segundo Mendes (2011, p.470), "no sistema capitalista a configuração do trabalho tem apresentado, evoluções crescentes em seus vários ciclos como sistemas gerenciais, qualificação profissional, produção do ritmo de trabalho e da fragmentação do processo produtivo”. Trata-se de um processo de controle e aceleração de ritmo de trabalho, ora pautado na rigidez, ora na flexibilização (como na atual reestruturação produtiva), o qual ocasiona uma intensificação dos processos de trabalho, acelerando, conseqüentemente, a desqualificação e requalificação dos trabalhadores para atender as necessidades do capital (Harvey et al. 1994, apud Ferreira, 2005, p.46). Onde no contexto de precarização, flexibilização, trabalho parcial, exercício de atividades multidisciplinares, reduzindo postos de trabalho, aceleração do ritmo da produção com a implementação de novas tecnologias, salários não compatíveis a ocupaçãodo colaborador. Cabe ainda ressaltar as questões que levam precarização dos contratos de trabalho por prazo determinado, trabalho temporário levando a instabilidade dos contextos técnicos e organizacionais, Fragilidade constatada nas organizações não governamentais e cooperativas que fazem os contratos com os profissionais terceirizados, assumindo assim a carga tributaria trabalhista da empresa, tornando-os responsáveis pela sobrevivência das empresas. A 24 predominância se faz diante da atual produção do capital a busca do envolvimento do trabalhador e empregadoras Alves et al.(2005, apud MENDES 2011). Estas condições impostas ao trabalhador o levam a uma verdadeira sobrecarga mental, devido ao exercício de atividades multidisciplinares, provocando uma situação que poderíamos chamar de transbordamento cognitivo de acordo com Falzon et al.(2007, apud MENDES, 2011). Como uma sensação de transbordamento e saturação, impressão de fazer o urgente passar na frente do importante, de não conseguir fazer o que se planificou, sem compreender o porquê, de Permanente insatisfação com o trabalho realizado. De acordo com Antunes et al.(1999, apud Ferreira, 2005,133): A inovação e a flexibilidade do tempo de trabalho, que vigora na atualidade, instituem profundas alterações no tempo e, conseqüentemente, nas formas de viver e de trabalhar da classe trabalhadora, que se constitui por todos aqueles que vendem sua força de trabalho em troca de salário. Diante desta lógica, que desencadeia-se a alteração da força de trabalho na atual reestruturação produtiva. Frente a estas alterações a abordagem ampliada da saúde, frente aos crescentes índices de morbidade e mortalidade da população trabalhadora, ocorre o movimento da Reforma Sanitária e da democracia brasileira resultando na aprovação do Sistema Único de Saúde (1990) e na reorganização das competências das ações de segurança e saúde do trabalhador, na tentativa de superar a histórica fragmentação em três áreas: saúde, trabalho e previdência. (TEIXEIRA, 2003, p.4) Segundo Mendes (2011,p.467): O movimento da Reforma Sanitária se deu no início da década de 1980, como marco da área e da denominação “saúde do trabalhador”. A consolidação do conceito legal pela Lei n. 8.080, de 1990, Essa lei foi definida e ampliada em 1998 pela portaria n. 3.908, pela Norma Operacional em Saúde do Trabalhador - NOST-SUS. Estabelecendo as Normas de procedimentos, forma de instrumentalização das ações e dos serviços em saúde do Trabalhador. Determinantes do Processo Saúde/Doença para execução de proteção social Promoção da saúde desenvolvimento das políticas Caráter principal de ação do Assistente Social sendo o Trabalhador o Cidadão ator principal nos cenário no campo da saúde do trabalhador.A saúde do trabalhador é concebida como questão social as condições de saúde, privilegiando assim as ações de promoção e prevenção da saúde do trabalhador. Tal concepção entende que as múltiplas causas dos acidentes e das doenças do trabalho (doença ocupacional) têm uma hierarquia entre si, não sendo neutras e iguais, havendo algumas causas que determinam diferenciando uma das outras (OLIVEIRA et al.1995, p.467). 25 Diferentemente das visões dicotomizadas anteriores, propugna-se que os programas de saúde incluam a proteção, a recuperação e a promoção da saúde do trabalhador de forma integrada, e que sejam dirigidos não só aos trabalhadores que sofrem, adoecem ou se acidentam, mas também ao conjunto deles Dias et al. (1994, apud MENDES, 2011). Através da participação efetiva dos trabalhadores estas ações devem ser redirecionadas para se alcançar as múltiplas mudanças que ocorrem nos processos de trabalho. Segundo Freire (1998 e 2003, p.139) “o trabalho dos assistentes sociais com as mediações, proposto pela autora, nos mostra um caminho, porém não tem sido suficientemente incorporado nos referidos planos de trabalho”. Por esse motivo, reapresentou a possibilidade de ruptura das práticas conservadoras e sua operacionalização, nos três sentidos de mediação propostos: O primeiro é o reflexivo na busca das mediações ontológicas, pelo assistente social como pesquisador, ou seja, na busca dos vínculos das situações presentes [demandas] no exercício profissional com os processos existentes nas totalidades universal, particular e singular, no sentido da apropriação da realidade concreta. O segundo sentido é o reflexivo como educador, com os sujeitos assessorados [ou atendidos] pelo assistente social; ele se dá a partir das percepções desses sujeitos sobre as demandas trazidas, buscando a ultrapassagem das aparências dessas demandas, na busca das contradições e dos processos ocultos, procurando captar as relações dessas demandas com as particularidades e as totalidades que com elas se articulam; este sentido inclui a análise dos meios e formas dos sujeitos agirem nesta realidade, assim como a descoberta de outros meios e formas de ação possíveis. O terceiro sentido é o do estímulo ao desencadeamento, pelos sujeitos, de processos determinantes, em suas ações na sociedade, que denomino mediações de prática social. O assistente social exerceria aí o papel de assessor no planejamento das ações pelos sujeitos e seu acompanhamento, de acordo com a correlação de forças, também objeto de análise, e em articulação com mecanismos políticos coletivos, internos e externos à instituição (que compreendem outras instituições, organizações comunitárias, sociedade civis organizada, já identificados no segundo sentido). (FREIRE, 2003, p. 137-138) As formas de ações possíveis junto ás questões sociais para promoção, prevenção e recuperação da saúde do trabalhador no setor privado, requer do Assistente Social conhecimentos das políticas públicas, não só do setor da saúde, mas dos demais setores que compõem a sociedade e incorporam a integralidade e intersetorialidade para efetivação da equidade e justiça social do trabalhador. Socializando-se das informações para prevenção e promoção de qualidade de vida do trabalhador como ações de fortalecimento do coletivo, assessorar-se junto ao departamento de RH, traçando o perfil de cada usuário, de acordo CBO (Cadastro Brasileiro Ocupacional) aprofundar- se na aplicação das NRs (Normas regulamentadoras) quanto à utilização de seus Epi´s que asseguram ao colaborador conforme ocupação segurança e prevenção a saúde ex; mascara de proteção, protetor auricular, seja na linha de produção da empresa ou administrativa. 26 O profissional Assistente Social em toda área em que necessite de conscientização de forma educativa, elucidar empresários e colaboradores de seus deveres e direitos, pois as novas tecnologias que envolvem a área de proteção e prevenção quanto a Epi´s (Equipamentos de proteção individuais) e coletiva evolução tecnológica (maquinários), sempre preservarão tanto a empresa como colaborador de acidentes ocupacionais. Tendo estes conceitos o departamento de Serviço Social no exercício profissional do Assistente social terá a concepção de doença ocupacional dos trabalhadores o porquê contraiu onde não foram aplicadas as NR, dando um parecer social contributivo na decisão médico-pericial o chamado nexo epidemiológico direto e indireto, em situações em que os fatores contextuais e a restrição da participação interfiram como fatores significativos para a avaliação da doença ocupacional ou incapacidade. O assistente social deve articular junto à rede para o desenvolvimento do trabalho e atendimento aos trabalhadores e seus familiares, o cadastro das organizações da sociedade como, UBS (Unidades Básicas de Saúde), CEREST (Centro de referencia á saúde do trabalhador)solicitando palestras sobre as doenças e acidentes relacionados ao trabalho, mapear as escolas publicas de ensino fundamental, médio, técnico, Fatec, creches, Emeis, centros de recreação CCA (Centro para Criança e Adolescente) - oferece atividades de esporte, recreação, lazer e cultura. Ou CJ (Centros da Juventude) promovem as ações voltadas para a garantia dos direitos e deveres dos adolescentes e jovens. O assistente social tem potencial para intervir na vida cotidiana dos trabalhadores, tanto na esfera do trabalho quanto na esfera do seu ambiente doméstico ou de sua vida particular. Assim, ao mesmo tempo em que interfere na reprodução da força do trabalho, por meio da administração de benefícios sociais ou dos “salários indiretos”, exerce o papel de mediador nas relações empregado empresa, implementando programas integrativos que, abrangendo a família-comunidade, contribuem para intensificação do controle e do disciplinamento dos trabalhadores, tendo em vista a sua subordinação aos requisitos do processo de valorização (apud SCHMITT, ALENCAR, 2011.p.37). Portanto a questão não esta voltada para que o assistente social seja um medico do trabalho, mas possa diante das questões que envolvem a saúde do trabalhador o serviço social possa contribuir nos aspectos sociais, como situação econômica, se o salário agrega ou satisfaz economicamente para que possa gozar de uma boa saúde, tendo uma boa alimentação, uma moradia digna, o percurso ida e volta do trabalho o modo de vida, junto a família, sociedade enfim desgastes físicos e emocionais que num conjunto podem gerar acidentes de trabalho prevenir estes aspectos culturais esta na apropriação metodológica de execução do assistente social. 27 2.4 A EPIDEMIOLOGIA UTILIZANDO O MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL Segundo Corrêa (2005, p.14) A contribuição da Epidemiologia para a vigilância em Saúde do Trabalhador Compreender o cenário político e econômico em que está inserida a saúde do trabalhador, sua complexidade e interferências na gênese do conflito capitalista, uma disputa cotidiana mesmo com novas formas de dominação jamais poderiam ser lineares e sucessivas é um cenário de barbárie nos ambientes de trabalho que continuam extraindo a vida e a saúde dos trabalhadores brasileiros e comprometeria o Estado na priorização desta política de proteção e promoção à saúde nos espaços do trabalho, contrariando os interesse do mercado fortemente remodelados por mecanismos de troca de direitos sociais e da saúde pela empregabilidade, flexibilização, precarização das relações de trabalho, acordos comerciais e política econômica ditadas pelo capital nacional e internacional (...) Conjuntura esta que tem por premissa a invisibilidade dos danos, que deve ser enfrentada com uma construção participativa dos trabalhadores na consolidação de direitos a informação, voltadas á saúde dos trabalhadores, das organizações, dos processos e dos serviços, transformarem-se em instrumento de defesa e luta da proteção e promoção à saúde nos ambientes de trabalho e a garantia de direitos sociais a todos os trabalhadores, em todas as posições de ocupação. A construção de instrumentos que sejam capazes de captar os elementos essenciais da estrutura da determinação da saúde-doença coletiva e as características dos grupos sociais como descreve Facchini: A epidemiologia utilizando o modelo de determinação social contribui para o entendimento mais complexo da relação entre o processo de produção, o ambiente e os aspectos sociais na determinação do conjunto dos problemas de saúde da coletividade. Pode ser um importante instrumento de análise que considere a multicausalidade e possa construir indicadores por meio de registros sistemáticos e confiáveis, que sejam capazes de captar os elementos essenciais da estrutura da determinação da saúde-doença coletiva e as características dos grupos sociais em que ocorre, permitindo, então a construção de indicadores e categorias analíticas mais sensíveis de acordo com (FACCHINI et al.1994, apud por Corrêa, 2005 p.15,16) Um instrumento de controle social conforme descreve Oliveira em sua colaboração a 3ª conferencia da saúde do trabalhador: como o PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário. Segundo Oliveira (2005,p.34): Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP Como o Estado pode garantir a tutela da segurança e da saúde de cada trabalhador, pois é grande a dificuldade de abrangência do Estado às empresas, por mais que ampliado que seja o quadro de fiscalização. Quanto aos programas de segurança e saúde do trabalho das empresas, bem como seus resultados, a doença que acomete ao trabalhador não consegue ser rastreada, impossibilitando identificar sua causa e seu responsável. As medidas discutidas na III CNST devem ser postas em prática no intuito de ultrapassar esse degrau doutrinário individualista e adotar legalmente e no dia-a-dia uma abordagem coletiva com visão panorâmica, coletivista, psicossocial, ergonômica, estimuladora das boas empresas e do capital saudável e que, decididamente incorpore o tema saúde do trabalhador ao conceito amplo de saúde coletiva. 28 De acordo com previdência social este formulário deve ser preenchido pelas empresas que exercem atividades que exponham seus empregados a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física (origem da concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição). Além disso, todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, de acordo com Norma Regulamentadora nº 9 da Portaria nº 3.214/78 do MTE, também devem preencher o PPP. A definição do PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário (BRASIL, 1978): Permite a análise holística do indivíduo, servindo como ferramenta de investigação epidemiológica; Promove o controle social (pela empresa, pelos trabalhadores e pelos sindicatos); Promove a ação estatal efetiva, a partir do cruzamento de informações para direcionamento da ação fiscal; Permite o desenvolvimento de políticas de saúde coletiva, de vigilância sanitária e epidemiológica, a partir do banco de dados criado; Diminui a burocracia tanto para a empresa, quanto para a Previdência Social, pois condensa todas as informações necessárias, possibilitando maior brevidade no deferimento dos benefícios e assegurando maior confiabilidade e eficácia aos procedimentos já existentes. Para o assistente social nas mediações junto à classe trabalhadora dentro das questões sociais no dia-a-dia adotar uma abordagem coletiva, psicossocial, ergonômica, mediando à visão de uma boa empresa com capital saudável e que, incorpore a saúde do trabalhador ao conceito amplo de saúde coletiva. A empresa conscientizada e atenta a estes métodos de prevenção para promoção da saúde ocupacional terá em seu quadro de profissionais multidisciplinar um quadro satisfeito e sadio, pois saúde engloba muitos fatores não se tem saúde mental se ganha baixo salário e é explorado, não se tem saúde física se não tem conceitos de ergonomia e epidemiologia. Para o Assistente social ter a concepção de doença ocupacional, ou a abordagem coletivista a partir da epidemiologia da população empregada, exposta aos fatores de riscos relativos ao trabalho, o porquê contraiu onde não foram aplicado as NR´S, sabendo dar um parecer social contributivo na decisão médico-pericial o chamado nexo epidemiológicos direto e indireto, em situações em que os fatores contextuais e a restrição daparticipação interfiram como fatores significativos para a avaliação da doença ocupacional ou incapacidade, esta consonância junto ao departamento de medicina do trabalho o seu aprofundamento se torna providencial pra a classe trabalhadora e empresa. Facilitara ainda esta consonância junto à empresa e colaboradores, em sua instrumentalização o cadastramento das organizações da sociedade tendo os profissionais 29 Assistentes Sociais meios para promover a equidade nas demandas que apresentar cada colaborador na captação de indícios que afetam as condições de vida de cada colaborador, tais como locais de moradia, renda, ciclo de vida, composição familiar, condições de saúde, acesso a serviços médicos, escolaridade, formação profissional, acesso a cultura e lazer. Segundo Nubila, Buchalla (2008, p.327): O modo como os homens vivem na sociedade, adoecem, além das apontadas percepções culturais individuais o chamado nexo epidemiológico, elaborando , analisando e situar os direitos numa perspectiva de totalidade e identificar as múltiplas determinações; devera também ter um novo olhar na forma de avaliação da incapacidade para o trabalho, não tendo como base apenas, o Código Internacional de Doenças – CID, As condições de saúde relacionadas às doenças, transtornos ou lesões são classificadas na CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, 10 a Revisão) que fornece um modelo baseado na etiologia, anatomia e causas externas das lesões. Dessa forma, a CID-10 constitui um instrumento útil para as estatísticas de saúde, tornando possível monitorar as diferentes causas de morbidade e de mortalidade em indivíduos e populações. Mas também baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF; Segundo a OMS, a CID-10 e a CIF é complementar a informação sobre o diagnóstico acrescido da funcionalidade fornecendo um quadro mais amplo sobre a saúde do indivíduo ou populações, por exemplo, duas pessoas com a mesma doença podem ter diferentes níveis de funcionalidade, e duas pessoas com o mesmo nível de funcionalidade não têm necessariamente a mesma condição de saúde. O termo do modelo da CIF é a funcionalidade, que cobre os componentes de funções e estruturas do corpo, atividade e participação social. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Tipo de estudo O projeto trata-se de pesquisa bibliográfica segundo Leite et al, (2008) “a pesquisa bibliográfica procura explicações a partir de referências teóricas já publicadas, pois coloca o pesquisador em contato com o que já foi escrito sobre o assunto e exigindo uma atitude crítica diante dos documentos, artigos científicos, livros e outros materiais de pesquisa”. Conforme Marconi e Lakatos (2007,p.37): Pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, engloba a análise nas bibliografias tornadas públicas em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, revistas, livros, jornais, teses, boletins, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais (rádios, gravações em fitas e audiovisuais, filmes e televisão). Tem como finalidade colocar o pesquisador em contato com todo o material existente sobre o tema em estudo. 30 Fachin (2001, p. 125) resume a importância da pesquisa bibliográfica, ao afirmar que “é a base para as demais pesquisas e pode-se dizer que é um constante na vida de quem se propõe a estudar”. 3.2 Caracterização e recrutamento da amostra A pesquisa foi realizada na biblioteca da UNIGRAN e em biblioteca virtual tais como Scielo, Scribd, web artigos, Google acadêmico, Os dados foram analisados em forma de discussão das reflexões dos autores sobre o assunto pesquisado. A amostra foi composta por 20 artigos, que tratavam do tema, selecionados livros e periódicos do acervo da biblioteca da UNIGRAN e da internet, Compreende o recorte temporal correspondente aos períodos de EX.: 2005 a 2010. 4 DISCUSSÃO Neste estudo sobre Atuação do Serviço Social junto á saúde do trabalhador em empresas o objetivo é relatar como se da o enfrentamento destas questões sociais através do trabalho profissional do executor destas políticas sociais e publicas o assistente social, para promoção e prevenção, diante das diversidades institucionais e culturais dos indivíduos, no contexto empresarial, onde esclarecer a importância deste trabalho assim como o papel funcional do profissional no sentido de efetivar estas políticas visando a promoção e prevenção de acidentes ocupacionais e a garantia dos direitos constitucionais aplicáveis e vigentes no Brasil . Tendo como base vários artigos da 3ª conferência nacional de saúde do trabalhador - 3ª CNST –( 2005 ) “Trabalhar Sim, Adoecer Não”. Por se tratar de uma coletânea que engloba varias conceitos e as estratégias para a integração teórica, política e operacional das áreas de saúde do trabalhador, permitindo pensar de forma integrada o desenvolvimento de ações de prevenção e promoção da saúde junto aos riscos ocupacionais ou ambientais o enfrentamento dos problemas sócio-ambientais e sanitários, os riscos decorrentes de processos produtivos e tecnológicos, coletânea esta que visa medidas em defesa da vida e da democracia junto à classe trabalhadora. Segundo Coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador – MS (2005,p.03) ( ...) índices inaceitáveis de acidentes e doenças do trabalho, a ponto de organismos internacionais, como a OIT, pressionarem o então governo por providências em curto prazo. O que é conhecido hoje como Saúde do Trabalhador é, portanto, a resposta institucional a esses diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos 70 e os anos 90, confluíram para a reivindicação de que a Saúde do Trabalhador fizesse parte do direito universal à saúde, incluída no escopo da Saúde Pública. 31 Entre os principais movimentos que contribuíram para o Historicidade os espaços voltados para a promoção da saúde do trabalhador de natureza pública como o citado acima temos os da seguridade social, Ministério do trabalho e emprego, CIPA, Cerest, e no setor privado SESI, SESC, SENAI, etc. a sua representação no processo de renovação institucional frente à necessidade de programar projetos políticos institucionais e intersetoriais na área da saúde do trabalhador impulsionados ao enfrentamento dos processos de saúde x doença x trabalho, ou seja, doença ocupacional, a compreensão das dimensões que potencializam na orbita empresarial esta questão e assim articular as demandas individuais ou coletivas para prevenção e promoção destas. Portanto buscar a intersetorialidade e a interface da saúde do trabalhador com as demais políticas sociais se fazem de grande valia para o Serviço Social atender a estas demandas: A compreensão das diferentes dimensões que envolvem os processos de saúde-doença e trabalho potencializa e amplia o próprio espaço profissional no enfretamento das suas determinações para tanto, nessa perspectiva,o trabalho do assistente social se materializa na capacidade de trabalhar em equipes com formação interdisciplinar, buscando a intersetorialidade e a interface da saúde do trabalhador com as demais políticas sociais Esse trabalho exige uma abordagem interinstitucional, de reconhecimento das diferentes instituições e programas que estão relacionados a esse campo,em particular os vinculados à Seguridade Social, contribuindo assim para a integralidade das ações e de universalidade no acesso aos serviços em todos os níveis de proteção social.( (MENDES E WÜSCH, 2011) De acordo com Iamamoto et al. (2004, citado por SOUZA, 2006,p.120), após realizar uma análise dos desafioscolocados ao Serviço Social nos dias atuais, apontou 03 dimensões que devem ser do domínio do Assistente Social: Competência ética-política. O Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93), O Código de Ética profissional vigente defende o reconhecimento e a defesa de 11 princípios fundamentais. São eles: liberdade, direitos humanos, cidadania, democracia, eqüidade e justiça social, combate ao preconceito, pluralismo, construção de uma nova ordem social (sem dominação-exploração), articulação com movimentos de trabalhadores, qualidade dos serviços prestados e combate a toda espécie de discriminação. (SOUSA, 2006 p, 120- 121). Esta prática profissional do Serviço Social se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade trabalhadora embasados na temática em busca de melhor condições de vida e saúde , e também junto as decisões de fomento à produção, privatização, terceirização e mudanças tecnológicas Conforme a Coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador – MS (2005, p.05) Hoje, a responsabilidade pelas ações nas áreas de segurança e saúde dos trabalhadores está fragmentada em três setores de governo: Trabalho, Saúde e Previdência Social. Faz- se, portanto, necessária uma atuação de forma transversal, integrando, inicialmente, estes três setores. Também é necessário que cada um destes setores promova uma integração 32 entre suas áreas internas afins. As ações em Saúde do Trabalhador exigem atuação intra e inter setorial,(...) na busca de melhorar as condições de vida da população por meio da geração de emprego e renda, promovendo crescimento com inclusão social. O processo de globalização e o papel assumido pelo Brasil no mesmo apresentam reflexos diretos sobre o modelo de desenvolvimento adotado em nosso país, inclusive com suas conseqüências sobre a saúde. As decisões de fomento à produção, privatização, terceirização e mudanças tecnológicas, entre outras, incluídas nas políticas de desenvolvimento, devem considerar seus impactos sobre a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida dos trabalhadores. Estas considerações os impactos sobre a saúde do trabalhador como meio ambiente e a qualidade de vida dos trabalhadores na construção de instrumentos que sejam capazes de captar os elementos essenciais e as características dos grupos sociais como descreve Facchini: A epidemiologia utilizando o modelo de determinação social contribui para o entendimento mais complexo da relação entre o processo de produção, o ambiente e os aspectos sociais na determinação do conjunto dos problemas de saúde da coletividade. Pode ser um importante instrumento de análise que considere a multicausalidade e possa construir indicadores por meio de registros sistemáticos e confiáveis, que sejam capazes de captar os elementos essenciais da estrutura da determinação da saúde-doença coletiva e as características dos grupos sociais em que ocorre, permitindo, então a construção de indicadores e categorias analíticas mais sensíveis de acordo com (FACCHINI et al.1994, apud por Corrêa, 2005 p.15,16) Portanto o Serviço Social também contribui com seu aprofundamento para reflexão política dos segmentos junto à classe trabalhadora, em que diante deste aprofundamento promove a conscientização de forma que os trabalhadores reconheçam seus direitos e deveres contribuindo assim para o entendimento mais complexo da relação entre o processo de produção, o ambiente e os aspectos sociais na determinação do conjunto dos problemas de saúde ocupacionais. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Destacar a atuação do Serviço Social junto a saúde do trabalhador em empresas e a execução das demandas apresentadas pelo coletivo com o fazer profissional do Assistente Social seu embasamento teórico e pratico junto a políticas publicas e sociais fundamentadas em leis do trabalho, e sua prática profissional como referencia. Neste sentido o fazer profissional do assistente social confirma seu objetivo de informar sobre o trabalho preventivo, destacando-se neste estudo as causas e efeitos ou a atividade laboral/ocupacional quando não aplicadas as normas regulamentadoras que visam a proteção e prevenção de acidentes ocupacionais , na carteira profissional de cada trabalhador brasileiro já esta uma forma de conscientização dizendo :como manda a lei que seu patrão forneça os equipamentos de proteção que você necessita para o trabalho, mas você também esta obrigado a usá-los, para prevenir acidentes e evitar doenças 33 ocupacionais, salientar que em toda vivencia temos que nos interessar em políticas que visem a proteção a importância de vivificar estas leis junto ao coletivo, e considerando que o assistente social, se encontra inserido no processo de reprodução da força de trabalho, as práticas de saúde obedecem a uma lógica determinada pelos interesses do capital voltada para a reprodução da força de trabalho, uma vez que o corpo do trabalhador é insumo para produção de mercadorias e serviços. Para efetivação deste valoroso capital à saúde do trabalhador tem-se um objetivo principal de ambas as partes trabalhadoras e empregadoras no cumprimento e ou aplicação das normas vigentes da saúde do trabalhador, direitos sociais e demais políticas publicas aplicáveis e vigentes no Brasil e um gestor capaz de absorver estas políticas e gerilas com intuito de fazer este patrimônio sadio e lucrativo, pois a saúde do trabalhador é patrimônio da empresa. Para efetivação de tais potencialidades o assistente social é o profissional que tem estas potencialidades como executor de políticas sociais e publicas tornado-se imperativo a estes profissionais de Serviço Social que tenham em suas ações o comprometimento com a classe trabalhadora e a instituição empregadora, buscando a permanente qualificação teórica metodológica, que lhes dê suporte para uma análise crítica junto à realidade institucional e a diversidade cultural dos indivíduos e as demandas impostas por estes usuários. Principalmente no mundo globalizado onde se reduz dia a dia os direitos sociais e trabalhistas, desemprego estrutural, precarização do trabalho devido a novas tecnologias, sucateamento da saúde e educação, manipulação dos espaços de controle social e minimização dos direitos garantidos na Constituição de 1988. E a reprodução das relações sociais envolvendo a conscientização das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção da vida material junto à classe trabalhadora no exercício profissional do assistente social qualificado e competente terá respostas condizentes com as demandas socialmente determinadas a reprodução da vida social do trabalhador. Dentro do conceito de aperfeiçoamento intelectual para formação profissional, o Trabalho de Conclusão de Curso nos permite absorver conteúdos teóricos-metodológicos, aprimoramentos das políticas publicas e sociais do fazer profissional do Assistente Social e sobre tudo as necessidades de reflexões atuais referentes aos métodos interventivos e as possíveis variáveis que existem em relação às políticas públicas e sociais junto á saúde do trabalhador, e ainda a reflexão de que este aprofundamento
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