Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marina Middendorf Mattos RA:21060314; Território e Sociedade, Profa. Silvana Zioni. Resenha do Texto “Territórios Alternativos”, de Haesbaert. TERRITÓRIOS ALTERNATIVOS (HAESBAERT, Rogério. 2002) Rogério Haesbaert da Costa é um pós-doutor geógrafo brasileiro do Departamento de Geografia, Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense. Neste trabalho chamado “Territórios Alternativos”, Haesbaert trabalha os conceitos de territórios, redes, lugar, paisagem, região e etc. O binômio território-rede é estudado no significado político-cultural, analisando questões como a distinção e a interação entre território – que ocupa dimensão mais política no espaço geográfico – e rede – que pode ocupar dimensão econômica ou sociocultural. Citando Milton Santos, Haesbaert discorre então sobre a importância maior que era dada às fronteiras em relação aos fluxos de circulação na geografia tradicional do início do século. Por geografia tradicional, Haesbaert entende: “Tudo aquilo que chamamos de progresso na civilização é antes comparado ao germinar de uma planta do que ao voo ilimitado de um pássaro: permanecemos ligados à terra, e o ramo precisa sempre de um tronco que o sustente.” (RATZEL, final do século XX) “Amor à terra natal ou busca do desenraizamento, uma relação concreta se trava entre o homem e a terra, uma geograficidade do homem como modo de sua existência e do seu destino.” (DARDEL, 1952) Discorridas as questões referentes à importância das relações de poder, relações econômicas, sociais e culturais estabelecidas dentro da fronteira e entre fronteiras, Haesbaert conclui o território como um conjunto de identidades dos diversos âmbitos políticos e das relações que se estabelecem como redes. Posterior às discussões sobre as redes dos territórios, o autor levanta uma questão sobre a preocupação quanto ao desenraizamento de território e regiões frente às redes do mundo globalizado. Dessa vez, Haesbaert atenta para as diferentes terminologias que devem ser consideradas no processo de análise do espaço geográfico conforme descrito nesta resenha (2018, p.1 apud HAESBAERT, 2002, p.117.) e ainda determina que “[...] as ambiguidades e o caráter metafórico com que esses conceitos têm sido tratados em outras áreas exige uma posição mais firme, especialmente desta que é a disciplina que reivindica a primazia na discussão e aplicação dessas noções.” (HAESBAERT, 2002, p.129 §4) A criação de novos termos como “território-rede” não são substitutos nem superam as terminologias tradicionais da geografia moderna, mas vem como complementares para adequar o estudo da geografia nos novos processos territoriais oriundos da globalização. Essa ambivalência poderá ser denominada como pós-moderna. A fim de não prolongar demasiadamente este trabalho, conclui-se que Rogério Haesbaert preocupa-se com a função das novas terminologias em detrimento das limitações impostas às terminologias tradicionais pela fusão causada pelas novas relações transfronteiriças do mundo globalizado pós século XX.
Compartilhar