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Profa.:M.Sc. Synara Alexandre Os ancilostomídeos São pequenos vermes da família Ancylostomatidae (classe Nematoda) Duas espécies parasitam freqüentemente o homem e são responsáveis por uma doença tipicamente anemiante: Ancylostoma duodenale Necator americanus, Características gerais Os vermes adultos vivem na luz do intestino delgado fixados à mucosa, da qual sugam o sangue. Põem ovos que embrionam no solo, onde as larvas eclodem e vivem durante alguns dias, nutrindo-se de matéria orgânica. Medem cerca de 1 cm de comprimento, os machos sendo pouco menores que as fêmeas . Eles apresentam duas estruturas muito características: a cápsula bucal e a bolsa copuladora dos machos. Em ambos os sexos, a cápsula bucal é uma modificação da extremidade anterior, formada pela cutícula, que permite ao verme aderir, por sucção, à parede do intestino. Ancylostoma duodenale (B) e Necator americanus (C) (A) Corte sagital da cápsula bucal: a) boca; b) dente; c) parede da cápsula; h) esôfago. A bolsa copuladora é uma expansão cuticular da extremidade posterior dos machos. (A)Bolsa copuladora de Necator (B) Bolsa de Ancylostomaduodenale Reprodução Necator põe 6 a 11 mil ovos por dia e o Ancylostoma duodenale põe 20 a 30 mil. O embrionamento larvário completa-se no meio exterior em cerca de 18 horas e a eclosão dá se em um ou dois dias, saindo uma larva rabditóide, isto é, com o esôfago formado por corpo, istmo e bulbo. Ovos de ancilostomídeos em duas fase de embrionamento e com uma larva já formada no seu interior . Resistência do ovo no meio externo São sensíveis ao frio e ao calor em excesso; Temperatura – considerada ótima entre 20 e 35˚C; Umidade relativa do ar – em torno de 86 e 92%; Oxigenação; Textura do solo – arenoso e argiloso, úmidos e sombreados; ciclo de vida A larva rabditóide de 1º estádio (L1) se alimenta ativamente de bactérias e matéria orgânica do solo e cresce de modo que aos três dias tem a 1ª muda. A larva rabditóide de 2º estádio (L2) cresce, seu esôfago alonga-se, passando a ser de tipo filarióide. Ocorre então a 2ª muda. A cutícula permanece envolvendo a larva como uma bainha e isolando-a do meio ambiente: é a larva filarióide embainhada ou encistada (L3). Uma semana depois do solo contaminado as lavas tornam- se infectante. As larvas infectantes dos ancilostomídeos(L3), que entram pela pele, vão pela circulação venosa ao coração e aos pulmões onde se transformam em L4. As L4 penetram nos alvéolos e bronquíolos, sendo arrastadas até a faringe são deglutidas, indo parar nos intestinos, onde sofrem a 4ª e última muda, passando a vermes adultos. Localizam-se de preferência no duodeno e jejuno. Patologia da ancilostomíase No período de invasão cutânea, as lesões são mínimas. Exceto em casos raros de ataque maciço por milhares de larvas ou nos casos de hipersensibilidade. Em geral, essa fase é silenciosa e não diagnosticada. Fase aguda: Ocorre erupção pápuloeritematosa, edema ou uma dermatite alérgica que dura alguns dias. Nas infecções com alta cargaparasitária, durante o ciclo pulmonar pode ocorrer uma pneumonite disseminada, que constitui a síndrome de Loeffler. Fase intestinal: Lesões na parede intestinal, resultado da aplicação da cápsula bucal contra a mucosa, dilaceração e sucção do sangue do tecido lisado. Perda de sangue, diminuição da absorção de Fe e queda na produção de hemoglobina, hipoproteinemia, anoxia, anorexia, mal-estar abdominal, náuseas e vômitos. Pode haver também cólicas, diarréia, febre ligeira, cansaço e emagrecimento. O coração apresenta hipertrofia e dilatação. No sangue, além da redução das hemácias, há leucocitose com eosinofilia 30 a 60%. Fase crônica: Em indivíduos bem nutridos apresenta-se sem sintomas ou com leves manifestações dispépticas. A subnutrição causada pela carência de ferro, vitaminas e proteínas associada a parasitose é responsável por um quadro variado e complexo. As crianças mostram retardo no desenvolvimento físico e mental, apatia, falta de apetite, atenção difícil e um baixo rendimento escolar. Os sinais e sintomas predominantes são: palidez, conjuntivas e mucosas descoradas, cansaço fácil, desânimo e fraqueza. Costuma haver hipotensão, tonturas, vertigens, zumbidos nos ouvidos e manchas no campo visual. Também, dores musculares, sobretudo nas pernas, ao caminhar e cefaléia. Na esfera genital: amenorréia, redução da libido e impotência. Diagnóstico Laboratorial: Exame parasitológico de fezes – para pesquisa de ovos utilizando as técnicas: Hoffman, Pons Janes ou Lutz; Blagg e Formol acetato de etila. Para estimar a densidade parasitária: Técnicas quantitativas – Kato-Katz; Tratamento O tratamento é feito com: Mebendazol Albendazol Pamoato de pirantel Levamizol Mas a anemia requer tratamento prolongado com sulfato ferroso e uma dieta rica em proteínas e vitaminas. Profilaxia As medidas preventivas utilizadas são: Uso de calçados Educação sanitária; Construção de fossas sépticas; Tratamento em massa da população;
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