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CLINDAMICINA A clindamicina é um antibiótico que pertence ao grupo das lincosaminas, mas contém alguns grupos funcionais alterados com a finalidade de melhorar as propriedades farmacocinéticas. Em sua estrutura molecular não há o anel -lactâmico, portanto, pode ser utilizada com segurança em pacientes alérgicos a amoxicilina. O espectro de ação da clindamicina é semelhante ao das penicilinas e da eritromicina, no entanto, apesar da atividade contra bacilos anaeróbios gram positivos ela é ineficaz contra bactérias gram negativas aeróbicas e por isso não podem ser utilizadas para tratamento de algumas infecções da cavidade bucal. São inativas contra espiroquetas (principais microrganismos envolvidos na GUN). São utilizadas principalmente por infecções causadas por estreptococos, estafilococos, pneumococos ou bactérias anaeróbicas; ela é escolhida quando estes microrganismos se mostram resistentes a outros antibióticos ou na impossibilidade de utilizar amoxicilina, azitromicina ou claritromicina. O mecanismo de ação é semelhante ao dos macrolídeos, pois inibe a síntese proteica através da ligação a subunidade 50S do ribossomo, e em altas doses pode ser tóxica ao hospedeiro. Em pequenas doses a clindamicina apresenta ação bacteriostática, e em altas concentrações são bactericidas, pois ao inibir a síntese proteica causará a morte da bactéria. A clindamicina é indicada para infecções refratárias nos tecidos mineralizados, abscessos dentoalveolares e outras infecções que acometem o tecido ósseo ou infecções causadas por bactérias anaeróbicas. Ela é um antibiótico que tem boa distribuição nos tecidos mineralizados (ex: após exodontia na qual o alvéolo pode sofrer uma infecção) e as concentrações intraósseas do fármaco podem ser muito parecidas com as concentrações plasmáticas. Para infecções já estabelecidas, esses medicamentos são considerados como de terceira escolha. Também pode ser utilizada em tratamento profilático da endocardite bacteriana, como alternativa da amoxicilina. A dose depende da gravidade da infecção e a posologia indicada é de 6 em 6 horas 4 vezes ao dia, fator este que desfavorece a utilização da clindamicina, uma vez que a azitromicina, por exemplo, pode ser usada em períodos de 12 em 12 horas. Um dos cuidados durante a prescrição da clindamicina é em relação às interações medicamentosas, pois ela interage com derivados da eritromicina e com o cloranfenicol – estes fármacos se ligam a subunidade 50S, havendo antagonismo devido à competição pelo sítio de ligação. A absorção desse medicamento é de cerca de 90% e não é alterada pela presença de alimentos; ela é metabolizada no fígado e excretada principalmente pelas fezes (excreção de metabólitos ativos e inativos), desse modo, em pacientes com hepatopatias, a dose deve ser reduzida. Apresenta boa distribuição pelos tecidos, com exceção do líquido cefalorraquidiano e é contraindicada para pacientes gestantes. Os principais efeitos adversos são os distúrbios gastrintestinais. Especialmente no caso da clindamicina, de 10 a 15% de pacientes que são tratados, apresentam a colite pseudomembranosa. Não é uma patologia exclusiva da antibioticoterapia com clindamicina, pois também pode aparecer no tratamento com amoxicilina e azitromicina, no entanto, o número de casos presentes em tratamentos com a clindamicina é muito maior. Este é o principal fator que limita sua utilização como antibiótico de segunda escolha da amoxicilina. Associada à colite pseudomembranosa está o aparecimento de outras infecções oportunistas, como a glossite e estomatite; leveduras e fungos são resistentes a esse antibiótico, por isso, durante o tratamento pode haver favorecimento da proliferação desses microrganismos. A clindamicina pode ser associada a reações alérgicas, mas não de maneira tão grave quanto àquela que aparece com a amoxicilina. Ex: Síndrome de Stevens Johnson (eritema multiforme hemorrágico, lesões de pele e de boca, febre intensa, leucopenia, etc.).
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