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Biossegurança UNIDADE 4 2 BIOSSEGURANÇA UNIDADE IV Para início de conversa Olá, Caro (a) aluno (a). Seja bem-vindo ao quarto e último encontro desta disciplina. A unidade 4 tratará sobre Biossegurança e o seu papel no desenvolvimento de estruturas organizacionais de trabalho, que mantenham e promovam a saúde de profissionais e usuários dos mais diversos tipos de serviços. Com esse Guia de Estudos você será capaz de entender a importância da biossegurança em um ambiente de trabalho, e como a falta dela pode influenciar diretamente no bem-estar dos profissionais de saúde. Preparado? Vamos então para nossa viagem pelo vasto e dinâmico mundo da Biossegurança. orientações da disciPlina Antes de começar quero lhe orientar que ao final dessa unidade haverá atividades relacionadas a este material e estudos de caso que vão lhe auxiliar na fixação do conteúdo. Caso você precise tirar alguma dúvida sinalize ao seu tutor, ele estará a sua disposição para auxiliar no que for preciso. Bons estudos! Palavras do Professor Caro(a) estudante, vamos então falar sobre a Biossegurança. Essa área do conhecimento é de grande importância e indispensável para trabalhadores sobretudo, aqueles da área da saúde. Isso por que os riscos originados no processo de trabalho e nas pesquisas são diversos, desde agentes químicos e biológicos até posturas inadequadas. O objetivo aqui não é formar profissionais especialistas em biossegurança e saúde ocupacional, mas permitir que dentro das suas atividades diárias você possa levar em consideração a opção mais segura, aquela que não comprometerá a saúde, a integridade física e o bem-estar dos envolvidos. Vamos lá? a oriGeM da BiosseGUrança Meu caro(a), o estudo de agentes patogênicos e suas formas de controle datam da década de 40, mas apenas em 1970 é que o conceito de biossegurança começou a ser mais fortemente construído após o surgimento da engenharia genética. A partir do procedimento pioneiro que utilizava técnicas de engenharia genética para a transferência e expressão do gene da insulina para a bactéria Escherichia coli. Essa primeira experiência, em 1973, provocou forte reação da comunidade científica mundial, culminando na Conferência de Asilomar, na Califórnia em 1974. 3 Nesta conferência foram tratadas questões acerca dos riscos das técnicas de engenharia genética e sobre a segurança dos espaços laboratoriais. Do ponto de vista prático, foi a partir desta Conferência que se originaram as normas de biossegurança dos Estados Unidos da América. A partir de então, a maioria dos países centrais viu a necessidade de estabelecer legislações e regulamentações de biossegurança. A primeira referência ao termo biossegurança é de 1984, na edição do primeiro Manual de Biossegurança do mundo pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos – CDC, que conceitua o termo como “um conjunto de procedimentos, práticas e instalações voltado para controlar o biorrisco, ou seja, o controle de risco advindo dos patógenos” No Brasil a Fundação Oswaldo Cruz foi pioneira, promovendo em 1985, o primeiro curso de biossegurança no setor de saúde e passou a implementar medidas de segurança como parte do processo de Boas Práticas em Laboratórios. Esses e outros marcos deram origem no ano de 1995 a primeira Lei de Biossegurança, a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995. você saBia? O símbolo do biorrisco, foi criado por Emmet Barkley no ano de 1980 e tem por objetivo identificar a área de risco e alertar para a possibilidade de riscos biológicos. Símbolo do Biorrisco BiosseGUrança e aMBiente de traBalHo Talvez você ainda não tenha parado para refletir a respeito, mas o ambiente de trabalho, isso inclui os laboratórios e hospitais, traz ao empregado uma série de riscos ocupacionais que vão muito além da disseminação de agentes biológicos. Avaliar e conhecer esses riscos é extremamente importante, pois a partir daí medidas efetivas de prevenção podem ser tomadas. O risco mais conhecido é o biológico, mas além dele existem ainda os riscos químicos, físicos, ergonômicos e o risco de acidentes. Com base neles, foram desenvolvidos equipamentos de proteção que visam prevenir agravos. Esses equipamentos podem ser divididos em duas categorias. São elas: equipamentos de Proteção individual (ePi) e equipamentos de Proteção coletiva (ePc). E são utilizados de acordo com a necessidade de cada ambiente de trabalho e de acordo com o tipo de risco com o qual estamos lidando. Além disso, é preciso atentar para as particularidades de cada caso. Caro(a) estudante, quando tratamos do risco Biológico é necessário conhecer a forma de transmissão do agente infectante. O Bacilo de Koch por exemplo, agente da tuberculose é transmitido por gotículas e máscaras comuns não são capazes de barrar sua passagem até a mucosa do hospedeiro. Já nos riscos químicos conhecer a natureza e as características do material trabalhado é crucial na hora de contê-lo. ??? 4 Equipamentos de proteção Individual Equipamentos de Proteção Coletiva Luvas Corrimão Máscaras Capela de Exaustão Óculos Extintores de Incêndio Jalecos e Batas Lava Olhos Sapatos Chuveiros de Emergência Toucas Fitas antiderrapantes em Escadas Pro-pés Iluminação Adequada Fonte: Elaborado pelo autor. GUarde essa ideia! A Constituição Federal Brasileira assegura a todos os cidadãos o direito a um meio ambiente equilibrado. Para garantir esse aspecto, as legislações de biossegurança traduzem princípios básicos. Fonte: Elaborado pelo autor. O princípio da precaução é definido como “a garantia contra os riscos potenciais da tecnologia que, de acordo com o estado atual do conhecimento, ainda não podem ser identificados”. O princípio da contenção considera a adoção de todos os procedimentos de segurança necessários para a manipulação de seres vivos ou materiais perigosos. A meta é evitar, reduzir ou eliminar a exposição aos agentes de risco. O princípio da responsabilidade tem carácter ético e representa a confiança e o respeito aos valores presentes na sociedade. Juridicamente considera que se arque com as consequências das ações praticadas no caso de algum tipo de desrespeito ao que é juridicamente permitido. classificaçÃo dos riscos À saÚde Os riscos à saúde podem ser divididos em 5 categorias: Risco Físico, Risco Químico, Risco Biológico, Risco Ergonômico e Risco de Acidentes. Essa classificação ajuda na adoça de medidas de controle efetivas. Para classificação didática consideramos: 5 Risco Físico: São riscos oriundos do ambiente ao qual o indivíduo é exposto. Exemplo: Radiação, calor, ruídos, umidade e outros. Risco Químico: Exposição a agentes químicos que podem causar problemas à saúde dos indivíduos expostos a eles, como contaminação, doenças respiratórias, dermatites, queimaduras por contato, até doenças mais graves como câncer e morte por intoxicação. Exemplo: Contato com mercúrio, exposição à pesticidas, inalação de CO2, entre outros. Risco Biológico: Presença de seres microscópicos causadores de doenças que aumente a probabilidade de uma pessoa adoecer por causa desse microrganismo. Exemplo: Vírus da Gripe, Bacilo de Koch e outros. Risco Ergonômico: A ergonomia é definida como a relação entre o ser humano e o ambiente que ele ocupa, adequando as atividades de maneira a garantir bem-estar, conforto e segurança. Assim, é possível dizer que oferecem riscos ergonômicos circunstâncias que gerem estresse, situações de desconforto ou que exijam esforço físico excessivo, bem como imposição de ritmos intensos de trabalho. Risco de Acidente: Há situações em que, por exemplo, a falta ou falha de manutenção nas redes elétricas, ausência de proteção em máquinas e equipamentos etc. podem proporcionar acidentes de variados níveis de gravidade. veja o vídeo! Posso lhe indicar um vídeo? Este mostra como os riscos físicos podem estar atrelados a grandes desastres. Em 1986 um grande acidente na Usina nuclearde Chernobil, Ucrânia matou milhares de pessoas e ficou marcado como uma das maiores catástrofes nucleares do mundo. Clique aqui. você saBia? Você sabia que no Brasil, ano de 1987, o acidente radiológico de Goiânia, conhecido como acidente com o césio-137, marcou a história? Pois é, foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.[2] O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro-velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares. avaliaçÃo, classificaçÃo e controle de riscos Por que avaliar? É nesse período que podemos desenvolver processos que possam identificar situações de perigo, além de medir o risco e avaliar a probabilidade de gerarem danos aos indivíduos. Além do mais, o gerenciamento de risco também prevê a avaliação de custo-benefício da implantação de medidas que sejam capazes de reduzir os riscos. Esse processo proporciona: ??? https://www.youtube.com/watch?v=n0USkZPmMNk https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_Internacional_de_Acidentes_Nucleares https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_Internacional_de_Acidentes_Nucleares https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_radiol%C3%B3gico_de_Goi%C3%A2nia#cite_note-2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sucata https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sio-137 https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_radioativo 6 Fonte: Elaborado pelo autor No processo de Detecção de risco de agentes biológicos é primordial identificar qual o agente biológico que está sendo manipulado, o tipo de ensaio realizado e ter o conhecimento necessário acerca da espécie que está sendo estudada e quais as possíveis consequências em caso de exposição acidental. São fatores importantes: • Patogenicidade Capacidade do agente invasor em causar doença com suas manifestações clínicas entre os hospedeiros suscetíveis • virulência Capacidade de um microrganismo tem de induzir a morte e/ou de se multiplicar dentro de um organismo, provocando doença. • dose infectante Dose mínima de agentes patogênicos necessária para infectar um indivíduo. • Modo de transmissão Como o agente biológico chega até o hospedeiro a partir da fonte de exposição. • estabilidade Capacidade de o agente biológico manter seu potencial infeccioso no ambiente, exposto a diferentes níveis de luz, temperatura, umidade, agentes químicos etc. • origem do agente biológico Saber se a origem do agente é humana ou animal e sua localização geográfica também, especialmente nos processos de prevenção da propagação. • Medidas profiláticas eficazes Vacinação, antissoros e globulinas, além da adição de medidas sanitárias, controle de vetores e medidas de quarentena. 7 • tratamento Identificar se já existe um tratamento eficaz que garanta a contenção da doença e a sua cura. Incluindo imunização e a vacinação (pós-exposição), além do uso de medicamentos adequados e terapias. • eliminação do agente Saber como eliminar o agente é crucial para as medidas de contenção. Quando existe alta eliminação de excreções ou secreções pelos organismos. você saBia? Você sabia que o isolamento de um grupo de pessoas para evitar o contágio por doenças em indivíduos não contaminados, evitando assim a disseminação da doença, é uma prática comum desde os tempos bíblicos? Pois é, o manual de biossegurança da Prefeitura de São Paulo (SÃO PAULO, 2007) cita que o isolamento de um grupo de pessoas, a fim de evitar que infecções se espalhem, é conhecido desde o século XIV. Quando havia doenças epidêmicas ou caso de doentes comuns, os navios (incluindo as pessoas e as cargas) que retornavam dos portos mediterrâneos eram submetidos a um período de isolamento de 40 dias, daí o nome quarentena. classificação de risco De acordo com o Ministério da Saúde, podemos classificar os riscos da seguinte maneira: Classe de risco 1 Classe de risco 2 Classificação de risco 3 Classificação de risco 4 Baixo risco individual e para a comunidade. Risco moderado individual e limitado para a comunidade. Ex: Vírus da Caxumba Alto risco individual, moderado risco para a comunidade. Ex: HIV e Tuberculose Alto risco para o indivíduo e para a comunidade. Ex: vírus Ebola. contenção Métodos e técnicas, procedimentos e práticas, equipamentos de proteção individual e coletiva que devem ser empregadas na manipulação ou estocagem de agentes infecciosos no ambiente laboratorial. Desse modo, o objetivo principal dos procedimentos de contenção deve ser a redução da exposição do indivíduo ao risco. Eles se dividem em dois tipos: • Primária: Proteção do indivíduo e do ambiente contra um agente infeccioso por meio de técnicas laboratoriais e equipamentos de proteção, bem como a utilização de vacinas, que também fazem parte desta categoria. • Secundária: Trata-se da proteção do ambiente externo contra a contaminação do agente em manipulação através de instalações prediais e métodos operacionais, como descarte adequado de resíduos, desinfecção e limpeza. ??? 8 leitUra coMPleMentar Até aqui tudo bem? Para maiores esclarecimentos acesse os links: Agentes biológicos Segurança no Trabalho e Meio Ambiente Boas PrÁticas eM laBoratÓrio de PesQUisa (BPl) As Boas Práticas em Laboratório meu caro(a), podem ser definidas como normas, técnicas e procedimentos que têm como objetivo controlar e reduzir a exposição dos profissionais da saúde aos riscos comuns à sua atividade. • Esteja consciente do que está fazendo. • Desenvolva as atividades durante períodos em que haja fluxo de pessoas. • Utilize os EPIs necessários à segurança. • Não circule com plantas ou animais no laboratório. • Mantenha o hábito de lavar as mãos. • Mantenha as unhas curtas. • Não use as mãos para coçar olhos, nariz ou boca. Caso trabalhe com animais: • Procure não usar perfumes fortes. • Jamais faça refeições no laboratório. • Mantenha seu jaleco sempre limpo. • Não fale alto ou faça barulhos Medidas de controle equipamentos de Proteção individual (ePi) A Norma Regulamentadora n. 6 (NR-6) trata da regulamentação e da obrigatoriedade da disponibilização e uso dos equipamentos de proteção individual. Ela define equipamentos de proteção individual (EPI) como: [...] todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Essa NR ainda dispõe sobre as responsabilidades do empregador e do empregado frente ao uso de EPI. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/classificacaoderiscodosagentesbiologicos.pdf http://www.if.ufrgs.br/~mittmann/NR-9_BLOG.pdf 9 resPonsaBilidades do eMPreGador resPonsaBilidades do eMPreGado Fornecer o EPI adequado ao risco de cada atividade. Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina. Exigir o seu uso Responsabilizar-se pela guarda e conservação. Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. Comunicar em caso de perda ou extravio Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Fonte: elaborada pelo autor Proteção dos olhos, face e cabeça • Óculos de proteção: Devem ser usados quando houver risco de contato com respingos, poeiraou impactos. Fique ligado! Em situações nas quais há risco de explosão os óculos devem ter proteção lateral. • Protetores Faciais: Em algumas situações como o manejo de bactérias e vírus altamente patogênicos e virulentos, como o vírus da varíola, se faz necessário o uso de protetores faciais ou até mesmo capuz com visores integrados. Proteção da pele e das mãos • Lavagem das Mãos: As mãos são consideradas um potente veículo na disseminação e aquisição de doenças. Estudos indicam que a lavagem adequada das mãos, aquela realizada com água e sabão, remova até 99% de toda microbiota transitória da pele, evitando assim o risco de infecções. • Luvas: As luvas protegem as mãos do contato com substancias abrasivas, objetos pontiagudos e cortantes, objetos quentes, solventes, ácidos e demais substâncias corrosivas. Existem luvas compostas por diversos materiais e cada uma delas destinada a uma finalidade. fiQUe atento! Quando em laboratórios ou ambientes de saúde, deve-se ter mais cuidados no uso de luvas. Troque as luvas após contato com materiais que possam conter maior concentração de microrganismos como secreções, sengue e meio de cultura por exemplo. Não esqueça de trocar a luva entre um procedimento e outro com pacientes diferentes. Assim que o procedimento for finalizado, deve-se remover e descartar as luvas, além de lavar as mãos com água e sabão imediatamente. E por fim não esqueça que o uso de adornos pode fazer com que a luva rasgue. Evite, anéis, pulseiras, relógios e qualquer adereço que traga esse risco. 10 Proteção do corpo e vestuário • Jalecos: O uso de jalecos no ambiente do laboratório é essencial para a proteção do corpo. No geral são recomendados os que possuem manga longa e punhos fechados. calçados de segurança O uso dos calçados de segurança é altamente recomendado e devem ser totalmente fechados, ter solas antiderrapantes, além de ser confeccionados em material impermeável. Proteção respiratória • Filtros e máscaras respiratórias: Máscara Cirúrgica ou descartável: Mascara de revestimento simples, é indicada quando há risco de contaminação da face com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas. Respirador semifacial PFF2 N95: Indicado em situações que haja exposição à agentes biológicos veiculados por gotículas. Como o agente causador da tuberculose. Máscara com Filtro ou Respirador: Equipamento desenvolvido para filtragem e separação de partículas como poeiras, nevoas, fumaça, vapores de produtos químicos, vapores orgânicos, gases maléficos a respiração humana do oxigênio respirado pelos pulmões. equipamentos de proteção coletiva (ePc) Considera-se EPC qualquer dispositivo ou sistema de âmbito coletivo, destinado à preservação da integridade física e da saúde dos trabalhadores, assim como a de terceiros. O Uso de EPC é regulamentado pela NR-9. Essa Norma regulamenta a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Que dispõe de medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde, além da obrigatoriedade do uso de EPI’s. • capelas e cabine de segurança: são de uso obrigatório em todos os laboratórios com o objetivo de remover vapores e gases tóxicos. • Manuseio de vidrarias: Em laboratórios o uso de vidrarias é uma rotina. E alguns cuidados devem ser tomados durante o manuseio desses materiais. Cuidado ao guarda-los. • Pipetagem: A pipetagem com a boca não deve ser realizada sob nenhuma hipótese. Mesmo que não haja contato com o liquido aspirado, os vapores exalados por ele são suficientes para causar a contaminação do profissional. MÉtodos de liMPeZa, desinfecçÃo e esteriliZaçÃo de Materiais laBoratoriais e HosPitalares limpeza Trata-se da remoção do material orgânico e demais dejetos das bancadas, piso e imediações da área de trabalho. É considerado um processo básico e quando que precede a desinfecção ou a esterilização. 11 desinfecção É o processo de eliminação de formas vegetativas, existentes em superfícies inanimadas, mediante a aplicação de agentes químicos. esterilização Método de eliminação de todos os organismos vivos de um objeto, mediante utilização de agentes químicos, físicos ou a combinação deles. você saBia? A desinfeção pode ser categorizada em 3 níveis. A desinfecção de baixo nível é feita utilizando Quaternário de Amônia ou Peróxido de Hidrogênio. A desinfecção de Médio Nível utiliza Hipoclorito de Sódio ou Álcool 70%, Já a desinfecção de Alto nível utiliza Glutaraldeido 2% para a eliminação dos microorganismos de determinado material. fiQUe atento! As estufas não são mais consideradas um meio de Esterilização eficiente para serem utilizadas em ambientes hospitalares e laboratoriais. Isso por que no processo de aquecimento existem diferenças entre a temperatura encontrada no centro e na periferia do equipamento. Ou seja, enquanto o centro do equipamento aquece mais rápido e esteriliza os materiais, as bordas aquecem de forma lenta e não matam efetivamente todas as formas de resistência dos microrganismos ali presentes. níveis de BiosseGUrança eM laBoratÓrios Os laboratórios são divididos em quatro os níveis de segurança e em ordem crescente segundo o grau de complexidade e o nível de proteção. Bl1 (ou P1): pequeno risco individual e comunitário. As instalações são adaptadas para trabalhos com microrganismos não patogênicos. Bl2 (ou P2): apresenta risco individual e comunitário moderado e limitado. Indicado para trabalhos com microrganismos patogênicos para o homem. Bl3 (ou P3): apresenta risco individual elevado e risco comunitário pequeno. São necessários EPIs como máscaras, cabines de segurança, pressão negativa no laboratório e antecâmaras. Bl4 (ou P4): nível de proteção máxima, já que apresenta riscos individuais e elevados bem altos. As instalações são adaptadas para materiais de altíssimo risco de contaminação, infecção, mutagênicos e genotóxicos. você saBia? Você sabia meu caro(a), que no ano de 2014 durante a limpeza de um pequeno cômodo num centro de pesquisa de Washington, cientistas americanos encontraram, por acaso, frascos abandonados com o vírus da varíola. Estima-se que os frascos datam de 1950; eles estão intactos e selados. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano. ??? ??? 12 A varíola está erradicada oficialmente no mundo desde a década de 1980. O último caso natural ocorreu na Somália em 1977. Desde então, o único caso conhecido causado por um acidente de laboratório foi em 1978. Depois da erradicação da varíola, são conservadas amostras do vírus em apenas dois laboratórios: no centro do CDC em Atlanta, e no Centro para Pesquisa Virológica e Biotecnológica de Novosibirsk, na Rússia. Ambos são monitorados pela OMS, que logo foi comunicada da descoberta dos frascos. ações Para o controle de infecções Os laboratórios também são ambientes que naturalmente oferecem risco de contaminação. Porém, alguns fatores como o contato das mãos dos profissionais de saúde com as superfícies e a não utilização de técnicas básicas da lavagem das mãos facilitam o aumento desse risco. Para reduzir o risco de transmissão de infecções e outras doenças no ambiente laboratorial algumas ações são extremamente importantes, como evitar o uso de aspiradores de pó, não realizar a varredura seca nas áreas internas dos serviços de saúde e remover rapidamente a matéria orgânica das superfícies. De acordo com o potencial de contaminação e risco de infecção podemos categorizar ao ambientes em: Critico, Semi-crítico e não crítico. cateGorias dos aMBientes HosPitalares Áreas críticas – onde o risco de transmissão de infecções é alto. Nesse local são realizados procedimentos de alto risco e/ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos Áreas semicríticas – onde se encontram pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade ou não transmissíveis, como enfermarias, apartamentos,ambulatórios e corredores. Áreas não críticas – são todos os demais ambientes de laboratórios e hospitais. fica a dica A limpeza dos ambientes hospitalares pode ser dividida em duas categorias: concorrente e terminal. A limpeza concorrente é aquela realizada diariamente e que visa a manutenção de um ambiente seguro e limpo. A limpeza terminal é aquela realizada em um período de tempo maior e com critérios mais rigorosos de limpeza. resistência Bacteriana e infecçÃo HosPitalar Consideramos como resistência a capacidade de um microrganismo se adaptar e sobreviver a ambientes adversos. Isso acontece por terem um curto período de vida (minutos ou horas), as bactérias podem apresentar uma resposta rápida às alterações de ambientes de forma que, quando são introduzidos antibióticos, algumas bactérias rapidamente se tornam resistentes a essas drogas. Vários mecanismos podem atuar aumentando a resistência bacteriana. Os mais comuns incluem a diminuição da permeabilidade da membrana do microorganismo e bombas de efluxo de antibióticos 13 veja o vídeo! Este vídeo resume os principais mecanismos de resistência bacteriana. Espero que você goste. infecções HosPitalares As Infecções Hospitalares constituem a principal causa de mortes hospitalares no Brasil e são definidas como qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no hospital e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando pode ser relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares. É importante ressaltar que para cada tipo de infecção haverá um agente patogênico que terá um tempo determinado de incubação, e esse tempo varia de acordo com o agente etiológico envolvido. As principais causas de infecções hospitalares são relacionadas às condições de limpeza e higiene do ambiente hospitalar e aos procedimentos e rotinas do serviço. Porém outros fatores estão envolvidos nesse processo sobretudo o estado imunológico e nutricional do paciente, idade e doenças pré-existentes. Os tipos mais comuns de infecção hospitalar são pneumonias, infecções do trato urinário, infecções sanguíneas e do sítio cirúrgico. fiQUe atento! Fique atento, as Infecções Hospitalares receberam recentemente uma nova nomenclatura e hoje são conhecidas como Infecções relacionadas à Assistência de Saúde. Já que a maior parte delas advém de procedimentos mal realizados ou por causa da utilização de materiais impróprios para o uso, sobretudo aqueles que atingem tecidos profundos e órgãos estéreis. leitUra coMPleMentar Infecções relacionadas à assistência em saúde: desafios para a prevenção e controle. Clique aqui. controle de infecçÃo HosPitalar Devido a preocupação com os crescentes casos de Infecção hospitalar no ano de 1992, o Ministério da Saúde por meio da portaria 930 determinou: “Todos os hospitais do país deverão manter programa de controle de infecções hospitalares, independente de entidade mantenedora” Mas somente em 1997 a Lei Federal n. 9.431 de determina a criação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), de forma a reunir um conjunto de ações que têm como objetivo reduzir a incidência e a gravidade das infecções. Entre as ações estão o uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais hospitalares, além de uma política de utilização dos antimicrobianos. https://www.youtube.com/watch?v=4z04ywA9MmM http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/211 14 GUarde essa ideia! A Norma NR-9 estabelece que todas as empresas e instituições que tenham empregados regidos pela CLT são obrigadas a adotar e implementar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o PPRA com objetivo de preservar a saúde e integridade dos trabalhadores. No que diz respeito aos riscos biológicos, a identificação precisa seguir uma metodologia qualitativa, devendo ser considerados a resistência bacteriana, infecção hospitalar e programas epidemiológicos mais comuns na região. A NR-32 determina que todas as empresas devem fornecer aos seus trabalhadores, de forma gratuita, a imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e todas as vacinas disponíveis e existentes contra outros agentes biológicos aos quais o trabalhador esteja exposto. norMas reGUlaMentadoras e leGislaçÃo nacional eM BiosseGUrança No Brasil existem 36 normas regulamentadoras que preveem a segurança dos profissionais, meio ambiente e população em geral. Destas a NR-32 é uma ferramenta importante para garantia da segurança aos trabalhadores nos estabelecimentos de saúde e tem como objetivo identificar, prevenir e controlar os riscos. Neste tema veremos os aspectos mais relevantes da norma, mas se recomenda que sua leitura integral seja feita. Toda atividade relacionada à saúde pública deve ser entendida como abrangida pela NR-32. visite a PÁGina Nesta página você encontrará na integra todas as normas regulamentadoras. Acesse e confira! GerenciaMento dos resídUos de serviços de saÚde Caro (a) estudante, definem-se resíduos de serviços de saúde os gerados por hospitais, clínicas, ambulatórios e similares e têm como característica principal um alto grau de contaminação por agentes patogênicos. Toda instituição geradora de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) tem por obrigação elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), tendo como base as características dos resíduos gerados e estabelecendo diretrizes de manuseio desses resíduos. O PGRSS devem conter as seguintes etapas: Manejo Segregação Acondicionamento Identificação Transporte Interno Armazenamento Temporário Tratamento Armazenamento Interno Coleta http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm 15 leitUra coMPleMentar Sobre a Destinação de Resíduos Sólidos, faça essa leitura complementar, é de suma importância. Espero que goste. Clique aqui. visite a PÁGina Para mais exercícios viste às páginas: Link1 Link2 Palavras finais E então meu caro (a), o que achou? Espero que nosso último encontro tenha sido proveitoso e que você saia daqui com a certeza de que o mundo que envolve a biossegurança é amplo, mas muito prazerosos e que é nosso papel enquanto profissionais zelar pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento dessa ciência. Bons Estudos! http://www.agrinho.com.br/site/wp-content/uploads/2014/09/32_Residuos-solidos.pdf http://www.ufpb.br/concursos/hulw/download/mediod/Tecnico_de_Laboratorio_em_Biosseguranca.pdf http://
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