Buscar

Arte e Loucura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIO
Nome do Aluno: INGRID LUIZE ARCANJO Período: 1° SEMESTRE Curso: PSICOLÓGIA Atividade: PALESTRA Tema: LANÇAMENTO LIVRO ALGUEM NINGUEM DE CAIO RUSSO Data: 29/05/2018
Resenha: ARTE E LOUCURA
A arte e a psicologia definiram suas bases renovadoras em momentos históricos semelhantes. A psicanálise e a arte do século XX nasceram na mesma época. Atraíram se, esbarraram-se e isto continua acontecendo nos tempos atuais. O fator importante é que a aproximação existiu em diversos momentos históricos. Freud, o pai da psicanálise, acreditava que suas ideias poderiam ser utilizadas por outras ciências como a filosofia e a educação. Ousamos utilizá-las, como outros já as fizeram, no campo das artes. Segundo Freud, quando a obra desperta fortes sentimentos no observador é porque existe algo intencional do artista. Estudos realizados por contemporâneos de Freud – Otto Rank e C. G. Jung – reportam-se às artes como o resultado de impulsos conflituosos. Pfister foi o primeiro psicanalista a incluir atividades artísticas em seus atendimentos. A partir dos desenhos realizados por seus pacientes, mediante a associação livre durante as sessões, estruturou a psicanálise da arte que tem como apoio a interpretação do processo imaginativo, das fantasias, das associações de ideias e do papel da arte na vida mental do autor e do receptor. A compreensão psicanalítica da produção artística não pode ser comparada à prática clínica ou didática já que no momento de observação, o psicanalista só pode levar em conta suas próprias associações, o efeito de determinada obra na sua própria subjetividade. Freud declarou que passava longo tempo contemplando uma obra de arte e tentando apreendê-la à sua própria maneira. Ele acreditava que a mesma atitude emocional despertada nos homens ao contemplar determinada obra, a mesma constelação mental, havia despertado no artista o ímpeto de criar. Os loucos que abordaremos neste texto são aqueles que em psicanálise são compreendidos na estrutura da psicose: os psicóticos. Lacan compreende a loucura como intrínseca à condição humana. Os loucos se diferenciariam dos “outros”, normais ou neuróticos, apenas em aspectos quantitativos. A psicose compreende a esquizofrenia, a melancolia e a paranoia. Enfatizaremos aqui os esquizofrênicos. Essa escolha se deu pelo fato de que são estes pacientes que encontramos mais comumente asilados ou internados em hospitais psiquiátricos. Antes de definir o que é a psicose na teoria psicanalítica, nos remeteremos a alguns pontos desenvolvidos por Foucault a respeito da loucura. Segundo Foucault existiu, antes do advento dos asilos, um distanciamento entre o louco e o não louco sendo que o louco era aquele que não possuía a razão. Ele era tomado pelos não­ loucos como outro – no sentido de exceção – em meio aos outros possuidores da razão. O advento dos asilos e depois dos hospitais psiquiátricos estreitou esta relação. Os não loucos olhavam os loucos buscando as verdades profundas do homem, olhavam-no sem reconhecer a si mesmos, sem ouvir as mesmas vozes, porém com a ideia de que algo em comum existia entre eles. Dessa forma, o louco exercia um poder de atração e fascinação afinal carregava mais verdades que a sua própria, carregava também na verdade dos não loucos. A psicose tomada como loucura e enquanto fenômeno inclui as alucinações e delírios. Um sujeito de estrutura psicótica pode passar a sua vida sem ter um surto psicótico, no qual apareceriam estes aspectos fenomenológicos. É preciso que a realidade demande algo ao sujeito que remeta a um significante que ele não possui. Afinal, uma estrutura psicótica é uma maneira de existir. Freud afirma que na psicose ocorre necessariamente a perda de uma parcela da realidade. O ego, a serviço do id, das paixões e das pulsões, na psicose, abre mão da realidade. Num segundo momento, por meio da produção delirante, ocorre uma tentativa de reconstrução da realidade, da criação de uma nova realidade. Esta reconstrução é efetuada a partir dos precipitados psíquicos de uma antiga relação com ela, ou seja, os traços de memória, as antigas ideias e julgamentos. Essa realidade reconstruída seria constantemente enriquecida por novas percepções na psicose. Dalí considerou o delírio psicótico como uma atividade criadora na qual ficaria claro que na percepção está em jogo sempre uma operação interpretativa. Retomando as ideias de Freud, compreendemos que na loucura a realidade deverá ser reinterpretada mediante a construção delirante; na arte, da mesma forma, a percepção imediata vacilaria convocando assim o aspecto interpretativo. Lacan nos dirá que na psicose falta o significante primordial que organiza toda a cadeia de significantes. Não se trata de um significante qualquer, mas do significante Nome do pai que fica fora do simbólico, instaurando uma falha no processo de simbolização, no processo metafórico. Na falta desta metáfora é preciso que uma outra seja construída para que se possa estar no mundo. É preciso que, como disse Lacan, se faça uso de “muletas imaginárias”. Quando algo é demandado ao sujeito na realidade e não há o recurso simbólico que suporte, ele cai no furo imaginário que constitui a psicose e uma metáfora delirante passa a se produzir. Há uma impossibilidade do psicótico delimitar as próprias fronteiras. Ele é o que o Outro diz que ele é. Ele não tem possibilidade de referir-se a uma amaragem central que seria proporcionada pelo ganho da filiação – que é fornecido pelo significante Nome do pai, que nomeia o sujeito, lhe dá significação. A partir do momento que algo da realidade convoca o psicótico a assumir um lugar que não foi simbolizado por ele pela falta da metáfora paterna, começa uma crise com os fenômenos que psiquiatria clássica descreveu, a saber, estado crepuscular, alucinação auditiva, tentativa de constituição de um delírio, alucinação cinestésica, não auditiva e assim por diante. Diversos movimentos artísticos destacaram a importância da subjetividade, da imaginação e da abstração. O expressionismo foi um movimento marcado pela pesquisa científica individual de artistas que valorizavam as representações do mundo interiorizado e das emoções e que teve a contribuição de correntes filosóficas e psicanalíticas. No início do século XX, no mesmo momento em que Freud descobria o inconsciente, pintores expressionistas se inspiravam em pacientes asilados para produzir suas obras valorizando o irracional e o espontâneo. Exercícios como o da associação livre, utilizado em análise, no qual se sugere que as ideias fluam livremente, eram utilizados pelos surrealistas como uma espécie de jogo. A atração pela arte produzida nos hospitais psiquiátricos foi manifestada por vários artistas. As comparações entre as produções artísticas modernistas e a de pacientes esquizofrênicos proporcionou uma mudança na concepção de processo criativo. Tanto profissionais das artes como psiquiatras e psicanalistas observaram que ambas as produções se baseavam em aspectos individuais e instintivos que privilegiavam a subjetividade, o sentimento e a intuição. As ideias apareciam organizadas livremente a partir de um mundo imaginativo. A arte no sentido do inapreensível nos remete à arte dos esquizofrênicos que destaca este aspecto. A produção artística dos esquizofrênicos, assim como sua linguagem, também está ligada ao que é incompreensível. a arte e a loucura – Traçando na sequência um percurso histórico que vai do início do século XX até os tempos atuais, retomamos, neste momento de finalização, a hipótese deque a arte pode proporcionar um lugar de sujeito do desejo àquele que é tomado pela sociedade como o que não sabe o que diz. Desta forma, este novo sujeitopode assumir sua linguagem e a significação que lhe é correspondente. É na arte que a loucura encontra possibilidade de se expressar, após séculos de silêncio. Tentamos mostrar esta transformação através do percurso histórico que traçamos e das mudanças ocorridas nas instituições psiquiátricas, passando de asilos para lugares que visam re­inserir o sujeito na sociedade. Além da possibilidade da expressão, a arte possibilita este lugar na sociedade: de louco, o sujeito passa a ser artista, livrando-se do estigma e alcançando um estatuto próprio, ocupando uma posição na rede da cultural.
________________________ _____________________________
Assinatura do aluno Assinatura do professor/coordenadora
FACULDADES INTEGRADAS DE CIENCIA HUMANAS, SAUDE E EDUCAÇÃO DE GUARULHOS
INGRID LUIZE ARCANJO – RA 91180038
Arte & Loucura
Atividades complementar
Guarulhos
2018
FACULDADES INTEGRADAS DE CIENCIA HUMANAS, SAUDE E EDUCAÇÃO DE GUARULHOS
INGRID LUIZE ARCANJO – RA 91180038
Arte & Loucura
Atividades complementar
Atividade complementar sobre a palestra do Caio Russo do lançamento do livro alguém ninguém 
Guarulhos
2018

Outros materiais