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PARTE GERAL DP I (1)

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Curso: Bacharel em Direito 
DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
1° semestre/2018 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL I 
INTRODUÇÃO - PARTE GERAL 
 
 
 
Produção 
Docente: Rudgen Rodrigues Caldas 
Discente: Yasmim Covo 
 
 
Ementa 
1-Estudos sobre os principais institutos da parte geral de 
direito penal. Fontes do direito penal. Princípio da 
legalidade. Vigência da lei penal. Do crime. Tipicidade. Da 
antijuridicidade. Da culpabilidade. Das causas excludentes 
da imputabilidade. Do concurso de pessoas. Da 
comunicabilidade. 
 
Curso: Bacharel em Direito 
DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
1° semestre/2018 
2 
 
INTRODUÇÃO 
DIREITO PENAL 
É o complexo de preceitos legais que definem os crimes, 
determinam as penas e as medidas de segurança aplicáveis 
aos infratores. 
Ramo do direito  garantista e punitivo; 
Subdivide em DP objetivo e subjetivo; 
 DP objetivo – o conjunto de leis vigentes no país, 
isto é, fonte onde o titular do direito de punir irá 
buscar fundamento para consecução dos seus fins; 
 DP subjetivo – ius puniendi (direito de punir) cujo 
titular é o Estado. 
Conjunto de normas e regras jurídicas que regulam o poder 
punitivo do Estado, em face de atos humanos considerados 
infrações penais. 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL (hermenêutica jurídica – 
exegese) 
Quanto à origem 
 Legislativa (autêntica). Ex.: conceito de funcionário 
público, no art. 327 CP. 
 Doutrinária (científica). Ex.: Exposição de motivos do 
CP. 
 Jurisprudencial. Ex.: situação concreta e súmula 
vinculante (força obrigatória) 
 
 
Curso: Bacharel em Direito 
DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
1° semestre/2018 
3 
 
Quanto ao modo 
 Gramatical (literal) 
 Teleológica 
 Histórica (Direito comparado) 
 Sistemática 
Quanto ao resultado/alcance 
 Declarativa 
 Extensiva 
 Restritiva 
Interpretação extensiva – ampliar o alcance da palavra da 
lei para que corresponda à sua vontade. Ex.: art. 157, §2°, 
I. 
“se a violência ou ameaça é exercida com emprego de 
arma.” 
 
Interpretação analógica–quando a lei contém em seu bojo uma 
fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. Ex.: 
art. 121, §2°, I. 
“mediante paga ou promessa de recompensa, ou por 
outro motivo torpe;” 
 
Analogia – ampliação de disposição relativa a caso 
semelhante para uma hipótese não regulada pelo legislador. 
Somente é admissível in bonam partem 
Ex.: aborto sentimental (art. 128, II, CP) x estupro de 
vulnerável (art. 217-A, caput, CP). 
Interpretação progressiva/adaptativa/evolutiva – amoldar a 
lei à realidade atual. 
 
 
Curso: Bacharel em Direito 
DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
1° semestre/2018 
4 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
Local de onde as coisas provêm. 
Fonte material ou formal!!! 
Fonte material – órgão de criação: União. Estados-Membros 
podem legislar, desde que haja autorização mediante LC 
(art. 22, §, CF). 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial 
e do trabalho; 
... 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar 
os Estados a legislar sobre questões específicas 
das matérias relacionadas neste artigo.” 
 
Fonte formal – modo pelo qual é dado conhecimento ao povo 
sobre a criação de uma norma. 
 FF Imediata = lei 
 FF mediata = analogia, costumes e os princípios 
 Costumes (práticas reiteradas e uniforme de 
determinado comportamento) não revogam lei 
penal!!! 
 Contra legem – jogo do bixo 
 Secundum legem – pagar o aluguel 
 Praeter legem – cheque, LINDB 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
Integram a hermenêutica jurídica, ajudam a formar o 
raciocínio jurídico, fornecendo as técnicas segundo as 
quais o operador do Direito poderá apreender o sentido 
social e jurídico da norma em exame. 
Outrossim, são garantias que limitam o exercício do poder 
punitivo do Estado. 
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos – o DP 
tem como função tutelar os bens jurídicos mais importantes 
para a vida em sociedade, e não valores esclusivamente 
morais e ideológicos. 
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DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
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Princípio da dignidade da pessoa humana – epicentro da 
ordem jurídica, conferindo unidade teleológica e axiológica 
a todas as normas jurídicas; o Estado e o direito não são 
fins, e sem meios para a realização da dignidade do homem. 
Princípio da Legalidade – pode-se fazer tudo desde que não 
haja lei proibindo. Fundamento no art. 1° do CP. 
“art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” 
 
MP, costumes não podem tratar do assunto!!! 
Não se admite incriminações vagas e indeterminadas. 
Princípio da anterioridade –decorre da anterior. Via de 
regra a lei penal só é aplicada a fatos posteriores a sua 
vigência. 
Princípio da irretroatividade – decorre das anteriores, ou 
seja, em regra a lei não atinge fatos pretéritos. 
Princípio da extra-atividade da lei penal revogada – 
continua regulando atos cometidos durante sua vigência ou 
retroage para alcançar acontecimentos anteriores à sua 
entrada em vigor, se benéfico ao réu. 
Princípio da intervenção mínima – (ultima ratio) o DP só 
deve intervir na medida do que for estritamente necessário. 
Princípio da fragmentaridade – decorre da anterior, o DP 
protege apenas um fragmento dos interesses jurídicos, 
apenas aqueles cujas lesões são de maior gravidade. 
Princípio da insignificância ou bagatela (delitos de lesão 
mínima) - ligado ao princípio anterior, só pode ser punido 
o ato que causar lesão efetiva e relevante ao bem jurídico. 
Segundo o STF, o referido princípio se configura: 
 Nenhuma periculosidade social da ação; 
 Mínima ofensividade da conduta; 
 Reduzidíssimo grau de reprovabilidade; 
 inexpressividade da lesão jurídica. 
 
 
 
 
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Princípio da ofensividade/lesividade – não há crime sem 
ofensa a bens jurídicos. Assim, um bem jurídico deve ser 
lesionado ou ameaça (perigo). 
 Perigo concreto – resta vestígios. 
 Perigo abstrato – presunção absoluta. 
 Título VIII - Crimes contra a incolumidade 
pública, Capitulo I – Dos crimes de perigo comum. 
Princípio da alteridade – não é possível punir a autolesão. 
Princípio da adequação social – condutas que são 
historicamente aceitas, tidas como adequadas, não mereciam 
a intervenção penal punitiva. 
Princípio da culpabilidade – para ser penalmente 
responsabilizado o autor da conduta deve ter atuado com 
dolo ou culpa, afastando a responsabilidade penal objetiva. 
Princípio da individualização da pena – imposição da pena 
para cada agente deve ser analisada e graduada 
individualmente. 
Princípio da responsabilidade pessoal /intranscendência / 
personalidade da pena – nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, ou seja, atinge apenas o condenado. 
 
ESPÉCIES DE NORMAS PENAIS 
As normas penais podem ser incriminadoras1 e não 
incriminadoras2. 
1-As normas penais incriminadoras definem as infrações 
penais proibindo a prática de condutas (crimes comissivos) 
ou impondo a prática de condutas (crimes omissivos), sob a 
ameaça expressae específica de uma pena. 
As normas incriminadoras compõem-se de dois preceitos: 
 um preceito primário; 
 um preceito secundário. 
O preceito primário descreve com objetividade, clareza e 
precisão, a infração penal. Já o preceito secundário 
representa a cominação abstrata e individualizada da 
respectiva sanção penal. Ex.: 
“Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa 
alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.” 
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DIREITO PENAL I – Prof. Rudgen Rodrigues Caldas 
Síntese de aulas 
 
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2-As normas penais não incriminadoras estabelecem regras 
gerais de interpretação e de aplicação das normas penais em 
sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração 
penal como na determinação da sanção penal correspondente. 
São normas que delimitam o exercício do ius puniendi 
estatal. A função da norma penal não incriminadora é 
interpretar e delimitar o alcance da norma penal 
incriminadora. 
As normas penais não incriminadoras classificam-se em: 
permissivasa, complementaresb e explicativasc. 
a-As normas penais não incriminadoras permissivas opõem-se 
ao preceito primário da norma penal incriminadora 
autorizando a realização de uma conduta. 
Divide-se em Justificante ou Exculpante. 
“Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem.” 
 
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.” 
 
Já as normas penais não incriminadoras explicativas (b) e 
complementares (c) esclarecem, limitam ou complementam as 
normas penais incriminadoras dispostas na Parte Especial, 
dessa forma, podem determinar a infração penal, 
esclarecendo ou complementando o preceito primário, bem 
como determinar a consequência jurídica esclarecendo, 
limitando ou complementando o preceito secundário. 
“Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes; por último, as causas de diminuição e 
de aumento.” 
 
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para 
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública.” 
Norma penal em branco / cega – cujo preceito primário é 
incompleto e o secundário completo (conteúdo 
indeterminado). Ex.: Lei de drogas complementada pela 
portaria da Anvisa SVS/MS 344. 
justificante 
exculpante 
complementar 
explicativa 
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 Homogênea – mesma dispositivo normativo; 
 Homovitelínea – mesmo ramo 
 Heterovitelínea – ramo diferente 
 Heterogênea – outro dispositivo normativo; 
Norma penal incompleta ou imperfeita – inverso do conceito 
anterior. Ex.: 
“Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se referem os 
arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.” 
 
Ausência de norma (auto-integração da lei penal) – 
requisitos: 
 Art. 4° da LINDB: 
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito.” 
 
LEI PENAL NO TEMPO (tempus regit actum) 
Praticado o fato delituoso, aplica-se a lei vigente ao 
tempo do fato. 
Ver: 
Princípio da anterioridade 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer 
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado. 
 
 Quando a lei entra em vigor? R.: art. 1° da LINDB. 
“Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa 
a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada.” 
 Vacatio legis 
Período compreendido entre a publicação de uma lei e a sua 
vigência. Em regra: 45 dias em todo o país. Exceção: 
expressa na própria lei. 
Ex.: lei 12.737/12 – lei de invasão de dispositivo 
informático (vacatio legis de 120 dias) 
+ 
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 Revogação 
Perda da vigência. Pode ser 
Alcance manifestação 
Total  ab-rogação Expressa 
Parcia  derrogação tácita 
 Repristinação 
Recuperação da vigência de uma norma anteriormente revogada 
mediante a revogação da norma revogadora. 
Deve haver determinação expressa 
Difere do efeito repristinatório (controle de 
constitucionalidade) 
CONFLITO INTERTEMPORAL (CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO) 
Duas ou mais leis penais tratam do mesmo assunto, de modo 
diverso, sucedendo-se no tempo, havendo necessidade de se 
decidir qual a aplicável. 
 Hipóteses: 
Abolitio criminis – lei posterior discriminaliza conduta 
anterior considerada crime. 
Ex.: crimes de sedução e de adultério - Lei nº 11.106, de 
2005). 
Novatio legis incriminadora (inverso da abolicio criminis) 
– lei posterior tipifica conduta como crime. 
Ex.: lei 12.737/12 – lei de invasão de dispositivo 
informático (vacatio legis de 120 dias) 
Novatio legis in mellius–nova lei editada que mantenha o 
fato delituoso, tratando-a mais benéfica. 
Ex.: art. 28 da lei 11.343/06 – Lei de drogas 
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar 
será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa 
ou curso educativo. 
...” 
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Novatio legis in pejus – nova lei editada que mantenha o 
fato delituoso, tratando-a com mais rigor. 
Ex.: lei 11.340/06 
 § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com 
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada 
pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena 
será aumentada de um terço se o crime for cometido 
contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído 
pela Lei nº 11.340, de 2006) 
 
Combinação de leis 
A Súmula 501 traz que: É cabível a aplicação retroativa da 
Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das 
suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do 
que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo 
vedada a combinação de leis. 
 
Efeito nos crimes permanentes e crimes continuados 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao 
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação 
da continuidade ou da permanência. 
 
Leis intermitentes 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstânciasque a determinaram, aplica-se ao 
fato praticado durante sua vigência. 
 
Leis cuja vigência é por tempo pré-determinado, isto é, 
regulam situações transitórias. 
 Leis temporárias – prazo de vigência vem determinado 
no próprio texto; 
 leis excepcionais – vigência é enquanto durar a 
situação excepcional que a determinou. 
 
 
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TEMPO DO CRIME 
 Teorias 
 atividade-considera praticado o crime no momento da 
prática da conduta, não importando o resultado; 
 resultado- considera praticado o crime no momento da 
prática da produção do resultado; 
 mista ou ubiqüidade-momento do crime é tanto o da 
prática da conduta quanto o da produção do resultado. 
 
*vigora no Brasil a teoria da atividade (art. 4° do CP) 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento 
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado. 
 
Regra: 
atividade da “Lex gravior” (só deve ser aplicada durante 
sua vigência) 
a)irretroatividade – visto que a lei severa jamais se 
aplica a crimes praticados antes de sua vigência; 
b)não ultra-atividade - visto que a lei severa não será 
aplicada aos fatos praticados em sua vigência depois de 
revogada 
Exceção: 
Extra-atividade da “Lex mitior” (lei mais benéfica se 
aplica a fatos praticados antes de sua vigência, mesmo que 
transitado em julgado) 
a)retroatividade – visto que a lei benéfica atinge fatos 
anteriores a sua vigência; 
b)ultra-atividade - visto que a lei benéfica protege os 
fatos ocorridos durante sua vigência 
E as leis intermitentes? 
Sendo lei severa  ocorrerá ultra-atividade 
Sendo lei benéfica  não retroatividade 
 
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12 
 
Conflito aparente de normas 
Quando duas ou mais normas parecem regular o mesmo fato, 
sendo necessária a aplicação de determinados princípios 
para indicação da norma a ser realmente aplicável. 
Análise dos elementos 
 existência de infração; 
 pluralidade de normas; 
 aparente aplicação dessas normas; 
 necessidade de aplicar um princípio para aplicação da 
norma aplicável. 
Princípios 
S – E – C - A 
S-subsidiariedade 
 norma mais ampla absorve norma menos ampla 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, ou depois de 
lhe haver reduzido, por qualquer outro 
meio, a capacidade de resistência, a não 
fazer o que a lei permite, ou a fazer o 
que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, 
ou multa. 
 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, e com o intuito 
de obter para si ou para outrem indevida 
vantagem econômica, a fazer, tolerar que 
se faça ou deixar de fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa. 
 
 
E-especialidade 
 Norma especial afasta norma geral 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, 
para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
§ 3º Se da violência resulta lesão 
corporal grave, a pena é de reclusão, de 
sete a quinze anos, além da multa; se 
resulta morte, a reclusão é de vinte a 
trinta anos, sem prejuízo da multa. 
Art. 121. Matar alguem: 
V - para assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de 
outro crime: 
 
 
C-consunção – fato mais grave absorve outro fato menos 
grave – Ex.: invadir casa para furtar. 
A-alternatividade – (peculato x apropriação indébita) 
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13 
 
Modalidades da consunção 
Crime progressivo – agente deseja um resultado mais grave, 
que para ocorrer, deve-se necessariamente lesionar bem 
jurídico “menor”; 
Progressão criminosa – agente deseja resultado menos grave, 
porém, dado início, almeja o pior: 
 antefactum não-punível – falso e estelionato (súmula 
17 STJ); 
 postfactum não-punível – furtar para danificar 
LUGAR DO CRIME 
 Teorias 
 atividade- onde ocorreu a conduta, sendo irrelevante o 
local da produção do resultado; 
 resultado- onde ocorreu a produção do resultado, sendo 
irrelevante o local da conduta; 
 mista ou ubiqüidade-tanto onde ocorreu a conduta como 
onde ocorreu o resultado. 
 
*vigora no Brasil a teoria da ubiquidade (art. 6° do CP) 
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
 
Tempo do crime x competência 
CP CPP 
Crime Local de julgamento 
 
JEC; AAI; JURI; 
delitos à distância 
(espaço máximo); 
delitos plurilocais 
 
 
 
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14 
 
Lei penal no espaço 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo 
de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como 
extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a 
serviço do governo brasileiro onde quer que se 
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, 
achando-se aquelas em pouso no território nacional 
ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
 
Elementos: 
Regra: TERRITORIALIDADE MITIGADA 
Exceção: sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional 
 
FENÔMENO DA INTRATERRITORIALIADADE 
princípio da reciprocidade 
 
 
IMUNIDADE 
DIPLOMÁTICA 
IMUNIDADE 
PARLAMENTAR 
IMUNIDADE DO CHEFE DO EXECUTIVO 
Caráter funcional e 
não pessoal 
Material/real 
STF=Relacionado com a função, 
mesmo fora do recinto 
Formal/legal/Processual 
NÃO SE SUBMETE À PRISÃO CAUTELAR ! 
! ! 
-autorizado pela Câmara (2/3) 
*processado pelo STF 
*processado pelo Senado 
 
É irrenunciável – 
STF 
Formal/legal/processual 
SUBMETE À PRISÃO CAUTELAR, SE 
INAFIANÇAVEL ! ! ! 
*após a diplomação 
Crime comum x Crime função 
Todos os crimes 
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território nacional – Brasil exerce sua soberania 
 
§§ 1° e 2° (territorialidade por extensão) 
Extraterritorialidade 
Ex.: diplomata Brasileiro 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da 
República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do 
Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a 
seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou 
domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil seobrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido 
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das seguintes 
condições; 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais 
a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro 
ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro 
ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
+ 
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16 
 
Extraterritorialidade incondicionada (art. 7°, I, §1° CP) 
mnemônico princípio norma 
P- PRESIDENTE da defesa 
ou real ou 
proteção 
art. 7°, I, a, b ,c 
A- 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
G- GENOCÍDIO 
da justiça 
universal 
ou 
cosmopolita 
art. 7°, I, d 
 
Extraterritorialidade condicionada (art. 7°, II, §2° CP) 
mnemônico princípio norma 
T- 
TRATADOS e 
CONVENÇÕES 
da justiça 
universal ou 
cosmopolita 
art. 7°, II, a 
A- 
AERONAVES e 
EMBARCAÇÕES 
da 
representação 
ou bandeira 
ou pavilhão 
art. 7°, II, c 
B- BRASILEIRO AUTOR 
Personalidade 
ativa 
art. 7°, I, d 
 Condições: 
 entrar o agente no território nacional; 
 ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; 
 estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; 
 não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não 
ter aí cumprido a pena; 
 não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por 
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
 
 
 
 
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17 
 
Extraterritorialidade hipercondicionada (art. 7°, §3° CP) 
mnemônico princípio norma 
XXX BRASILEIRO VÍTIMA 
da defesa 
ou real ou 
proteção 
art. 7°, § 3° 
 Condições: 
 JÁ MENCIONADAS NO ITEM ANTEIOR 
 + 
 não foi pedida ou foi negada a extradição; 
 houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
Princípio non bis in idem 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a 
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
1° caso (mesmo crime, penas diversas): atenuação 
2° caso (mesmo crime, penas idênticas): abatimento 
 
Homologação de lei estrangeira 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a 
aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil 
para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a 
restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido 
da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado 
de extradição com o país de cuja autoridade 
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de 
tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
 
Competência: STJ 
Finalidade: 
 indenização ou outros efeitos civis 
 Sujeitar ao réu à medida de segurança 
 
 
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Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do 
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
 
Frações não computáveis da pena 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de 
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações 
de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro. 
 
Legislação especial 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se 
aos fatos incriminados por lei especial, se esta 
não dispuser de modo diverso.

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