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PARASITOLOGIA Profa: Liliane Bezerra de Lima lilianeb.lima@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU Amebíase INTRODUÇÃO • Importante problema de saúde pública (100.000 mortes/ano); • 2ª causa de mortes por parasito; • 12% da população mundial apresenta o parasito. Muitos indivíduos assintomáticos (~90%) Será que existia outra espécie infectando os pacientes assintomáticos? Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903) Apresenta diversos graus de virulência, insavisa; Apresenta diversas formas clínicas; Entamoeba dispar (Brumpt, 1925) Pode causar erosões na mucosa intestinal, sem invasão; Maior parte dos casos assintomáticos e colite não disentérica. INTRODUÇÃO • Atualmente, mesmo com o ressurgimento da E.dispar, a amebíase continua sendo definida como a infecção sintomática ou assintomática causada pela E.hystolíyica. AMEBÍASE • Doença infecciosa de amplo espectro clínico, causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. • Local do parasitismo: intestino grosso (amebíase intestinal). Podem, também, ser afetados o fígado, os pulmões e o cérebro (amebíase extra intestinal). CLASSIFICAÇÃO Patogênica Comensais Todas as espécies de Entamoeba vivem no intestino grosso de humanos ou de animais. Entamoeba histolytica Entamoeba coli, E. dispar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba bütschlii TROFOZOÍTO: - Mede 20 até 40 µm. -1 núcleo -Pleomórfico, ativo, alongado com emissão de pseudópodes; -Forma ativa, que se alimenta e se reproduz rapidamente; - Multiplicação: divisão binária simples; FORMAS EVOLUTIVAS -É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões, dando origem aos trofozoítos. METACISTO - Mede 8 a 20µm -1-4 núcleos; - Esféricos/ovais; - Forma de resistência; - Eliminado nas fezes. CISTO - Trofozoíto quando reduz sua atividade; - Fase intermediária entre trofozoíto e cisto; - Oval ou ligeiramente arredondado. PRÉ-CISTO Ingestão de cistos maduros Passa pelo estômago e resiste ao suco gástrico No final do intestino delgado ou inicio do intestino grosso: Desencistamento Metacisto sofre sucessivas divisões Trofozoítos Migram para o intestino grosso e colonizam Ficam Aderidos à mucosa e viver como comensal Transforma-se em cistos e são liberados juntos com as fezes CICLO BIOLÓGICO NÃO PATOGÊNICO O ciclo (monoxênico) de inicia pela ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e águas contaminadas. Passando pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao final do intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorre o desencistamento, com a saída do metacisto. Em seguida o metacisto sofre sucessivas divisões nucleares e citoplasmáticas, dando origem aos trofozoítos que migram para o intestino grosso e lá se colonizam. Em geral, ficam aderidos à mucosa do intestino, vivem como um comensal, alimentado-se de dedritos e bactérias. Sob certas circustâncias podem se desprender da mucosa e na luz do intestino transformam-se em cistos que são eliminados nas fezes. CICLO BIOLÓGICO CICLO PATOGÊNICO Ingestão de cistos maduros Passa pelo estômago e resiste ao suco gástrico No final do intestino delgado ou inicio do intestino grosso: Desencistamento Metacisto sofre sucessivas divisões Trofozoítos Migram para o intestino grosso e colonizam Ficam Aderidos à mucosa Situações que não estão bem conhecidas Trofozoítos invadem a submucosa intestinal, multiplicam-se no interior de úlceras e através da circulação podem atingir outros órgãos: Fígado, pulmão, rim, cérebro ou pele. Causando a AMEBÍASE EXTRAINTESTINAL Não formam cistos CICLO BIOLÓGICO PATOGÊNICO Ingestão de cistos Direta: fecal-oral Indireta: água ou alimentos contaminados Atenção para os portadores assintomáticos Cistos são viáveis por até ~ 30 dias no meio externo Trofozoítos - destruídos no estômago TRANSMISSÃO PATOGENIA COMENSAL PATOGÊNICA Relacionado com fatores do hospedeiro e do agente infeccioso. Invasão dos tecidos pelos trofozoítos Através de um efeito local direto. Forte adesão à célula. Movimento amebóide com liberação de enzimas que favorecem a progressão e destruição dos tecidos. Após a invasão, os trofozoítos se multiplicam e prosseguem penetrando e se dispersando nos tecidos sob a forma de microulcerações Na submucosa, as amebas podem progredir em todas as direções, formando a típica úlcera: “botão de camisa” (Amebíase intestinal). As amebas podem penetrar nos vasos sanguíneos e, através da circulação porta atingir o fígado (principal órgão do acometimento extra intestinal). PATOGENIA Amebíase Mecanismos de invasão A. Adesão B. Destruição tecidual C. Dispersão amebóide extra-intestinal PATOGENIA Adesão Destruição Destruição 1. Adesão 2. Processo de destruição tecidual (origem do nome - histolytica)- ação de enzimas (hialuronidase/proteases/mucopolissacaridas es) - formação de úlcera típica 3. Dispersão – o trofozoíto cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta. 4. Formação de abscessos, necrose e até obstrução do sistema porta - pode levar o paciente a óbito. Adesão Ulceração perfuração Ulceras intestinais Amebíase Mecanismos de defesa: 1. Camada Mucosa - mucinas: gel aderente, previne adesão às células epiteliais e facilita a eliminação do parasita 2. Glicosidases produzidas pelas bactérias da flora intestinal e proteases do lúmen degradam a lectina da E. hystolyica 3. Resposta Imune Humoral e Celular (poucos dados). RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO FORMAS CLÍNICAS E SINTOMATOLOGIA ASSINTOMÁTICOS SINTOMÁTICOS Colites não disentérica Colites disentérica Amebíase Extra-Intestinal Aguda Crônica Fulminante Forma clínica mais comum; Duas a quatro evacuações diarréicas ou não; Fezes moles ou pastosas podendo haver presença de muco ou sangue; Desconforto abdominal; Raramente há manifestação febril; Alternância entre manifestações clínicas ou silenciosas; Agente etiológico: E.dipar? Colites não disentérica Aguda; Cólicas intestinais e diarreias mucossanguinolentas; Dor abdominal; Tenesmo ou tremores frios; 08 a 10 evacuações/dia; Grave desidratação; Pode haver perfuração do intestino, hemorragias; Após 4 ou 5 dias, a tendência é para uma atenuação dos sintomas e passagem para a fase crônica ou para assumir um curso subagudo. Forma disentérica – Colites amebianas Áreas com maior incidência de ulcerações amebianas: A, região cecal; e B, região retossigmoidiana. (Segundo E.C. Faust, apud Pessoa, 1988). Quando crônica: • Cólicas; • Tenesmo; • 10 a 20 evacuações por dia; • Febre baixa acompanham a diarreia ou a disenteria, durante algumas semanas; • Astenia; • Emagrecimento; • Nervosismo. Forma disentérica – Colites amebianas Forma grave da doença que afeta mulheres durante a gravidez e o puerpério ou pessoas com imunodepres-são de qualquer natureza; Os cólons ficam cravejados de úlceras, muitas das quais chegam a perfurar a parede intestinal. Há febre e dor em todo o abdome; As evacuações são mucossanguinolentas, com fortes cólicas e tenesmo; Sem medicação intensiva o desfecho é fatal. Colite amebiana fulminante Raro em nosso meio; Casos relatados na região Amazônica (Pará e Amazonas); Mais comum são os abscesso hepáticos; Mais comum em homens com 20 a 60 anos; Principais manifestações: Dor, febre, hepatomegalia, calafrios, perda de peso Amebíase Extra-intestinal Problemas Diagnóstico diferencial com as amebas não patogênicas •E. histolytica x E. coli •E. histolytica x E. dispar DIAGNÓSTICO Clínico – pode ser errôneo devido à variação dos sintomas Parasitológico de fezes Pesquisa de cistos em fezes sólidas Trofozoítos em fezes líquidas Diagnóstico imunológico ELISA para detecção de antígeno nas fezes ELISA para detecção Acs IgG soro - amebíase invasiva Diagnóstico Molecular PCR (distingue espécies) DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLOGIA Cosmopolita- varia de acordo com a região (5 a 50%) Região Infecção Doença Mortes África 85 milhões 10 milhões 10-30 mil Ásia 300 milhões 20-30 milhões 25-50 mil Europa 20 milhões 100 mil Mínima Américas 95 milhões 10 milhões 10-30 mil Totais 650 milhões 40-50 milhões 40-110 mil História natural da amebíase PROFILAXIA Vacinas (experimentais) Alvos trofozoítos (via oral) cistos (impedir encistamento – bloqueio transmissão) Portadores assintomáticos! 1. Saneamento básico; 2. Educação sanitária; 3. Tratamento de água; 4. Controle de alimentos (lavar frutas e verduras); 5. Tratamento das fontes de infecção; 6. Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos). TRATAMENTO Amebicidas não absorvíveis, que atuam apenas na luz intestinal. Quase insolúveis e praticamente atóxicos Amebicidas teciduais que, sendo absorvidos pelo intestino, são capazes de destruir as formas invasivas do parasito em qualquer tecido onde se encontrem. As formas graves requerem repouso no leito, dieta branda, rica em proteínas e vitaminas, mas pobre em carboidratos e fibras. Tomar líquidos em abundância • Agem sobre os trofozoítos por contato, destruindo-os e interrompendo o ciclo reprodutivo do parasito na luz intestinal. • Indicados para tratar infecções assintomáticas e eliminadores de cistos, mas, por não afetarem os parasitos que se encontrem nos tecidos, devem ser associados aos amebicidas do 2o grupo. MEDICAMENTO DOSAGEM (3 a 6 comprimidos/ 5 a 10 dias- Adultos) CLEFAMIDA Comprimidos de 250mg FURAMIDA Comprimidos de 500mg ETOFAMIDA Comprimidos de 200 ou 500mg/dia. Suspensões TECLOSAM Comprimidos de 100 ou 500mg/dia. Suspensões MEDICAMENTO DOSAGEM METRONIDAZOL 25 a 30 mg/Kg de peso durante 7 a 10 dias. Relatados efeitos colateriais. Contra indicado para gestantes (1o Trimestre). Não ingerir alcool TINIDAZOL 2g/dia. Contra indicado para gestantes (1o Trimestre) e durante o aleitamento. Não ingerir alcool. ORNIDAZOL 500mg- 5 a 10 dias NIMORAZOL 40 mg/Kg de peso. 5 a 10 dias. São os nitroimidazóis, utilizados especificamente para tratar a amebíase doença. Exigem associação com as dicloracetamidas para uma cura radical, visto serem rapidamente absorvidos no intestino delgado e não chegarem ao intestino grosso, onde as amebas colonizam DÚVIDAS???
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