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1 APOSTILA DE ATUALIDADES – 2012 – PROF. MARCIO DELGADO Atualizações da apostila e listas de exercícios >> http://atualidadesconcursos.blogspot.com/ O BRASIL E O MUNDO GLOBALIZADO O que é Globalização – Definição Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. O que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas sim idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, lazer, etc. Esferas da Globalização Econômica Globalização Comercial A globalização comercial consiste na integração dos mercados nacionais por meio da diminuição das barreiras comerciais e, conseqüentemente, do aumento do comércio internacional. Se o crescimento do comércio mundial der-se a uma taxa de crescimento média anual mais elevada do que a do PIB mundial podemos afirmar que há globalização comercial: maior internacionalização da produção via comércio de bens e serviços e maior grau de abertura das economias Globalização Financeira Modificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmente a ação governamental, que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais de competitividade em escala global. Faz-se através da intercomunicação dos mercados de capitais acelerando a velocidade na alocação do capital (smart money). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países. Globalização Produtiva Fenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos de produção que resultou numa mudança significativa nas vantagens comparativas das nações. As fases de produção de uma determinada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país, pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens econômicas. Isto tem levado a uma acirrada competição entre países - em particular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos. Multinacionais – são empresas que mantêm filiais em vários países do mundo, comandadas a partir de uma sede situada no país de origem. Transnacionais – são empresas cujas filiais não seguem as diretrizes da matriz, pois possuem interesses próprios e às vezes conflitantes com os do país no qual se originaram. Globalização Tecnológica A revolução tecnológica levou à chamada economia digital e à idéia de que o saber é o principal recurso de uma nação – teríamos entrado na chamada “era da informação”. O surgimento da Internet leva a uma mudança radical na produção e na comercialização de bens e serviços, tendo efeitos tanto sobre a relação de uma empresa com seus fornecedores quanto com seus consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse contexto e se fortalecem, planejando suas ações com o objetivo de vender para o mercado global. A globalização tecnológica não atinge toda a superfície terrestre, embora altere a dinâmica econômica e social da maior parte dos países. Se a produção de chips e de computadores, o controle dos serviços e equipamentos de telecomunicações e a fabricação de remédios estão nas mãos de algumas poucas grandes empresas multinacionais, também o consumo desses produtos e serviços encontra-se concentrado nos países desenvolvidos. Origens da Globalização e suas características A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX podem ser consideradas uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações significativas: o término das revoluções burguesas, início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o surgimento das potências emergentes como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, principalmente com o Império britânico; os avanços tecnológicos que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando o consumismo com um aumento na exploração dos recursos naturais seguido de uma enorme degradação ambiental; com a formação de mercados consumidores no Terceiro Mundo; expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção e, por conseqüência, a realidade sociocultural dos povos africanos, americanos e da Ásia. Pós-Segunda Guerra Mundial Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países. Um dos efeitos práticos do “sistema Bretton Woods” foi a estipulação do dólar americano com moeda internacional. Pode-se dizer que esta conferência foi o "pontapé inicial" para que fossem surgindo novas organizações mundiais para atenderem aos interesses da superpotência norte-americana. Banco Mundial (1944) No início, tinha como missão financiar a reconstrução dos países devastados na 2º Guerra Mundial e fortalecer o capitalismo. Hoje, sua missão é o financiamentos e empréstimos aos países em desenvolvimento. Seu funcionamento é garantido por quotizações definidas e reguladas pelos países membros. Atualmente é composto por 184 países membros com sede em Washington. O Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos, mas que no fundo se complementam. Dentre elas, o BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento é o mais ligado ao Brasil, pois atua diretamente com os governos dos países em desenvolvimento com bons antecedentes de crédito, facilitando para que adquiram credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional. Fundo Monetário Internacional (FMI - 1945) Assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo BIRD. Busca evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar 2 desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, planeja e monitora programas de ajustes estruturais e oferece consultoria aos países membros. O Consenso de Washington e o Neoliberalismo (1989) Conjunto de medidas formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras baseadas em Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, fundamentadas num texto do economista John Williamson, e que se tornou a política oficial do FMI em 1990, quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. Foi usado ao redor do mundo para consolidar o receituário de caráter neoliberal na onda mundial que teve sua origem no Chile de Pinochet nos anos 70, sob orientação dos “ChicagoBoys” e posteriormente na Inglaterra de Margareth Thatcher e pelos Estados Unidos de Ronald Reagan nos anos 80. O FMI passou a recomendar essas medidas nos países emergentes, durante a década de 90, como sendo uma fórmula infalível, destinada a acelerar seu desenvolvimento econômico. As regras básicas do Neoliberalismo: 1. Disciplina fiscal 2. Redução dos gastos públicos 3. Reforma tributária 4. Juros de mercado 5. Câmbio de mercado 6. Abertura comercial 7. Investimento estrangeiro direto 8. Privatização das estatais 9. Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas e do controle de capital especulativo) A Organização Mundial do Comércio (OMC/WTO - 1995) Entidade internacional, hoje formada por 153 países. Sua missão é criar regras para o comércio entre seus aderentes, segundo o princípio da liberalização, no qual não devem existir barreiras (como impostos de importação) para a compra e a venda de produtos, não importa qual seja sua origem. Portanto, busca a redução dos obstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um código de normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ação internacional no campo do desenvolvimento do comércio. Regras - As leis da OMC são negociadas entre seus membros. Todos têm poder de voto igual. Os acordos são feitos nas rodadas de negociação (as famosas “Rodadas de Doha”). Protecionismo - Os países ricos gastam bilhões de dólares em subsídios e impõem taxas de importação, cotas e restrições. As demais nações também buscam proteger ramos de sua economia sensíveis à competição externa. Disputas enquanto não se chega a um acordo sobre os subsídios, os membros da OMC podem usar as regras já acordadas para se proteger. Se não houver um acordo, pode-se iniciar um processo. Caso perca, o réu deve acatar a sentença da OMC, ou sujeitar-se a retaliações econômicas no mesmo valor do prejuízo causado. Vitórias do Brasil na OMC - Dos 25 principais processos que já iniciou, o país teve ganho total ou parcial em todos. As maiores vitórias foram na agricultura (açúcar, soja, suco de laranja), pecuária (carne bovina), aviação (Embraer) e metalurgia. As Rodadas de Doha – Negociações da OMC As tentativas de reduzir as diferenças no quadro da OMC fazem-se nas “rodadas” de negociação, em que os membros debatem o que precisa ser feito e tentam acordos — o que pode levar anos. Desde 2001, estava em curso a Rodada de Doha com previsão para terminar em 2006 e cujo objetivo central é reduzir os subsídios agrícolas e limitar as tarifas de importação. Acontece que os países em litígio não conseguiram superar as diferenças, e a rodada foi suspensa em meados de julho de 2006 sem conseguir chegar a nenhum acordo. A rodada de Doha começou em Doha (Qatar) em 2001, e negociações subseqüentes tiveram lugar em: Cancún (México) 2003, Genebra (Suíça) 2004, Paris (França) 2005, Hong Kong (China) 2005,e Potsdam (Alemanha) 2007. Para a rodada avançar, exigem-se concessões dos países desenvolvidos, como um corte considerável dos subsídios agrícolas que os EUA concedem a seus produtores e uma redução substancial nas taxas de importação que protegem os europeus da concorrência no setor agropecuário. Na reunião de janeiro de 2007 do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, os principais países envolvidos tentaram acertar as bases para a retomada da Rodada de Doha. As divergências, porém, ainda se mantinham, e não havia sinal de que as negociações pudessem recomeçar. Fórum Econômico Mundial (FEM) x Fórum Social Mundial (FSM) O FEM é uma reunião anual em janeiro entre executivos-chefe das corporações mais ricas do mundo, alguns líderes políticos nacionais (presidentes, primeiros ministros e outros) e intelectuais e jornalistas seletos - em torno de 2.000 pessoas no total - que geralmente acontece em Davos, Suíça. O FEM tem status de consultor da ONU e é considerado o representante das ideologias dos países desenvolvidos (Norte). As últimas reuniões do Fórum Econômico Mundial foram marcadas por manifestações antiglobalização, aquecimento global e crise de alimentos. Em seus dois mandatos, o presidente Lula compareceu três outras vezes em Davos - em 2003, 2005 e 2007 -, levando bandeiras como o combate à fome e a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula não participará do encontro em 2010 por motivos de saúde, mas receberá o prêmio de “Estadista do Ano” oferecido pelo FEM. Contrapondo-se a essa posição ideológica e a essa entidade, o FSM é organizado por diversas ONGs simultaneamente com o FEM. Nele predomina a ideologia de esquerda que prega a luta contra a globalização econômica e contra o neoliberalismo. Como consenso de parte dos movimentos que compõem majoritariamente o fórum, produziu-se durante o fórum de 2005, em Porto Alegre, o “Consenso de Porto Alegre” que vai contra o “Consenso de Washington”. O de 2009 foi realizado em Belém, o de 2010 em Salvador e o de 2011 foi realizado em Dacar, capital do Senegal. Em 2012, o fórum voltou a Porto Alegre. Cúpula do G20 O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Européia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. “Quero entrar para história por ter emprestado ao FMI” O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou "alguns reais" para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?", disse. "Eu passei parte da minha juventude carregando faixa contra o FMI no centro de São Paulo." O Brasil já decidiu que vai colocar recursos no fundo, tornando-se credor pela primeira vez na história. Falta, agora, definir o montante e analisar os detalhes do mecanismo, para não reduzir o valor das reservas externas. Fim do G-8, a consolidação do G-20 e a disparada do BRICS O debate que está sendo lançado pelas declarações do ministro brasileiro é sobre: a morte anunciada do G8; sua eventual substituição pelo G20 e se o grupo cumpriria melhor funções hoje supostamente desempenhadas pelo G8 3 Para muitos analistas e governantes, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) serão as novas potências econômicas já nas próximas décadas. O bloco possui, indiscutivelmente, grandes vantagens comparativas e competitivas. Ao todo, são aproximadamente três bilhões de pessoas que precisam de soluções para os principais problemas mundiais, como distribuição de renda, saúde e educação. Em de 2011, o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo. G20 substitui G8 nas decisões sobre economia - 25/09/2009 Decisão dos líderes reunidos em Pittsburgh foi anunciada pelo governo norte-americano. O grupo dos 20 maiores países desenvolvidos e emergentes vai se tornar o “principal fórum para a cooperação econômica internacional”, o que significa que a partir de agora o G20 é o principal fórum econômico mundial. O governo norte-americano não informou, no entanto, qual será o destino do G8, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia, que até pouco tempo era a principal instância decisória sobre os rumos da economia global. A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil Gazeta Mercantil - 04/05/2009 A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil em abril, ocupando o lugar dos Estados Unidos. Apesar de o crescimento do comércio com a China ser importante para o Brasil, a perda de espaço como os americanos é negativa porque são eles que, tradicionalmente, são os principais compradores de produtos manufaturadosbrasileiros, enquanto a China concentrada suas compras em produtos básicos. OS BLOCOS ECONÔMICOS NO MUNDO Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Tipos de Blocos Econômicos a) Área de Livre Comércio Em uma área de livre comércio todas as restrições ao comércio dentro da região devem ser eliminadas, tanto as tarifárias quanto as não-tarifárias. Porém, cada um dos países membros mantém sua política comercial em relação ao resto do mundo. Por isso, para que uma área de livre comércio possa funcionar adequadamente, precisa incluir um sistema de regras de origem que defina as condições que os produtos trocados devem cumprir para desfrutar do benefício da tarifa zero. Um artigo produzido num país poderá ser vendido noutro sem quaisquer impedimentos fiscais, respeitando-se apenas as normas sanitárias ou outras legislações restritivas que eventualmente apareçam. b) União Aduaneira Em uma união aduaneira, os países não só liberalizam o comércio dentro da região (área de livre comércio), mas adotam também uma política comercial comum para o resto do mundo. Adotam uma tarifa externa comum e normas alfandegárias e de procedimento comuns, de tal forma que os bens são tratados da mesma maneira, independentemente do ponto por onde ingressarem na união aduaneira. No limite, uma união aduaneira implica desaparecimento das alfândegas internas. Numa União Aduaneira, os objetivos são mais amplos, abrangendo a criação de regras comuns de comércio com países exteriores ao bloco. c) Mercado Comum Um mercado comum é uma união aduaneira com políticas comuns de regulamentação de produtos e com liberdade de circulação de todos os três fatores de produção (terra, capital e trabalho) e de iniciativa. Em tese, a circulação de capital, trabalho, bens e serviços entre os membros deve ser tão livre como dentro do território de cada participante. d) União Econômica e Monetária Implica numa integração econômica mais profunda, com a adoção das mesmas normas de comércio interno e externo, unificando as economias e, num estágio mais avançado, as moedas e instituições. Principais Blocos Econômicos 1 – UNIÃO EUROPÉIA - UE A União Européia é o mais antigo e o melhor estruturado. Sua formação resulta da necessidade dos países da Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência expansionista soviética neste continente. A base de tudo se deu em 1944 quando foi criado o Benelux - União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada a CECA - Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma, em 1957, formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou CCE – Comunidade Econômica Européia. Em 1948 foi criada a Organização Européia de Cooperação Econômica (OECE) para administrar os recursos do Plano Marshall na reconstrução dos países da Europa ocidental. Em 1961, essa organização foi substituída pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE - Também chamada de "Clube dos Ricos"), que tem objetivos mais amplos e reúne países de várias partes do mundo. Em 1959/60 foi criada e implantada a AELC - Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os países escandinavos, mas aos poucos esses países entraram no MCE. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus. 1986 – O Ato Único Europeu. Proposta de transformação do MCE em CE - Comunidade Européia. 1991 – Tratado de Maastricht. O tratado assinado na cidade holandesa de Maastricht estabeleceu competências supranacionais, como o mercado único e os fundos estruturais, além de ampliar a noção de cidadania européia. Representou também um grande passo em direção à união econômica e monetária do continente, determinando que os países- membros que cumprissem os critérios econômicos estabelecidos adotariam a moeda única — o Euro. Além disso, apontou para uma maior cooperação entre os governos no que concerne à política exterior, à segurança comum, à justiça e aos assuntos internos. Tratado de Maastricht consagrou oficialmente a denominação “União Européia” que, a partir daí, substituiu a de “Comunidade Européia”. A ratificação de seus termos foi aprovada por referendos nos diversos países-membros, entrando em vigor em 2 de novembro de 1993. 1992 – Tratado do Porto Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos países atlânticos ou mediterrâneos, como 4 Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália e na República da Irlanda. Estava avançando o pensamento neoliberal com a proposta de reduzir a capacidade de influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state - isto é, o estado do bem estar social, provocando queda na qualidade de vida das populações e ressurgindo o etno-xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns países membros. 1993 - Início de implantação do Tratado de Maastricht Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países-membros. O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em direção aos países centrais, gerando uma superoferta de mão-de-obra, menos qualificada, ao mesmo tempo em que os países centrais estavam entrando para a fase pós-urbano/industrial, onde as novas formas de produção, com novas máquinas substituindo os trabalhadores. Este foi um dos principais fatores que acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais racistas e neonazistas. 1999 - Implantação parcial do EURO - moeda única 11 países adotam o Euro como oficial em período de transição. 2002 - Adoção do Euro O Euro passa a circular como dinheiro para todos os países- membros que aprovaram a troca (atualmente 17) e para os países-satélites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco. Alguns países fora da União Européia aderiram ao Euro. Para uma adoção formal, que implica a possibilidade de fabricar as suas próprias moedas, foi necessário atingir um acordo. Mônaco, São Marino e Vaticano chegaram a acordo com a União. 2 – ALCA e o NAFTA No final da década de 80 e início de 90, o Presidente George Bush passa a defender "a iniciativa para as Américas", com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, à exceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote americano; é a proposta de criação da ALCA - Acordo de Livre Comércio para as Américas. Este acordo foi delineado na Cúpula das Américas realizada em Miami, em 1994. A proposta do ALCA é de criar uma área de livre comércio na América, por isso é bom não confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação de tarifas e impostos entre os países membros. Na impossibilidade de implantação rápida do ALCA, os paísesLatino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o NAFTA - Mercado Livre da América do Norte. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) ou NAFTA é um tratado envolvendo Canadá, México e Estados Unidos da América numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países. O NAFTA entrou em efeito em 1º de janeiro de 1994 com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Diferentemente da União Européia, a NAFTA não cria um conjunto de corpos governamentais supranacionais, nem cria um corpo de leis que seja superior à lei nacional. 3 – APEC A APEC (traduzido, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência das economias da região da Ásia-Pacífico. Foi criada em 1989, inicialmente apenas como um fórum de discussão entre países da ASEAN (Association of the SouthEast Asian Nations) e alguns parceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco econômico apenas em 1993, na Conferência de Seattle, quando os países se comprometeram a transformar o Pacífico numa área de livre comércio. A APEC tem vários membros, tais como: Austrália; Canadá; Chile; China; Hong Kong; Indonésia; Japão; Coréia do Sul; México; Nova Zelândia; Papua New Guinea; Peru; Filipinas; Rússia; Cingapura; Taipei; Tailândia; Estados Unidos e Vietnam. 4 – ASEAN Criada em 1967, na Tailândia, a Associação das Nações do Sudeste Asiático tem como objetivo principal assegurar a estabilidade política como uma maneira de acelerar o desenvolvimento no Sudeste asiático. Têm programas de cooperação entre os membros em diversas áreas como transportes, educação e energia. Em 1992, os membros assinaram um acordo com o objetivo de eliminar as barreiras econômicas e alfandegárias. Membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia, Vietnã. 5 – O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul A América Latina, desde os anos 80, assistiu ao esgotamento da industrialização por substituição de importações e à transição dos regimes autoritários à democracia. A abertura das economias nacionais, a transformação do aparelho estatal, a consolidação dos regimes democráticos e o encerramento da maior parte dos conflitos armados regionais ou internos não bastaram para solucionar os problemas acumulados na década precedente. Depois da "década perdida" na economia dos anos 80, os custos sociais dos ajustes estruturais dos anos 90 provocaram uma desintegração generalizada das sociedades do subcontinente. Criado em março de 1991 pelo Tratado de Assunção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Tratava-se de uma continuidade e aprofundamento do “Acercamento Brasil-Argentina”, iniciado em 1986, pelos presidentes José Sarney e Raul Alfonsin. Através da integração com os países vizinhos, além de benefícios econômicos mais imediatos, se reforçaria a base regional como forma de incrementar a participação do Brasil e de seus parceiros platinos no plano mundial. Quando os EUA anunciaram a criação do NAFTA, o Brasil reagiu, lançando em 1993, a iniciativa da ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana) e estabelecendo com os países sul-americanos e africanos a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZoPaCAS), numa estratégia de círculos concêntricos a partir do Mercosul. O Mercosul em negociações com a União Européia culminou com a assinatura do primeiro acordo interblocos econômicos, o Acordo Marco Inter-regional de Cooperação União Européia-Mercosul, assinado em Madrid em dezembro de 1995. Etapas de criação/implantação do Mercosul 1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina Redemocratização na América Latina. Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colégio eleitoral, José Sarney, substitui o último presidente militar, General João Batista de Figueiredo. Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas. 1991 - Tratado de Assunção Criação do Mercosul. Proposta de criar urna área de livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Não é (ainda) um mercado comum, funcionando primeiro como área de livre comércio. Países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 5 1995 - Reunião de Ouro Preto (MG) O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira. Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importações. Brasil = Plano Real. Onde um real é igual ou aproximadamente igual a um dólar, adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo-flutuante. Argentina = Plano Cavallo (dolarização ou paridade das moedas, um peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong-Kong funcionam desta forma tão radical. 1997 - Reunião de Fortaleza A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro, a exemplo do Chile, como “associada” ou "parceira preferencial", até tomar as medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dos países-membros do Mercosul. Surge a idéia da moeda única. A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio entre os países-membros. 1999 - Crise do Real O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura em relação ao dólar. A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercial com a Argentina, provocando um significativo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil, aumentando as exportações brasileiras e reduzindo as importações dos países vizinhos. O Brasil é obrigado a recorrer ao FMI O que é o Mercosul do ponto de vista comercial? O Mercosul hoje é uma área de livre comércio incompleta, onde grande parte totalidade dos bens é comercializada livre de tarifas. Em matéria de política comercial externa comum, o Mercosul também está na metade do caminho porque, embora exista formalmente uma tarifa externa comum (características de uma União Aduaneira), ela tem uma série de perfurações que fazem com que, na prática, nem todos os países apliquem a mesma tarifa para um produto similar e da mesma origem. Em 1991, o Tratado de Assunção, assinado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai buscava ser um bloco econômico nos moldes de uma União Aduaneira, através da eliminação progressiva das tarifas alfandegárias entre os países-membros e da adoção de uma tarifa externa comum (TEC) para a comercialização com os outros países não pertencentes ao bloco. Mas até 1995, o Mercosul funcionou apenas como uma Zona de Livre Comércio. A partir desse ano foi oficializada a constituição da União Aduaneira, mesmo que ainda incompleta. Venezuela - Ingresso do país no bloco ainda depende de aprovação do plenário do Senado e do Paraguai BBC Brasil A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou a 29 de novembro de 2009, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. A decisão ocorre depois de meses de discussões entre parlamentares governistas e de oposição. O protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul foi assinado em 2006 e deve ser aprovado por todos os integrantes para que o país se torne um membro integral do bloco. Argentina e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O Paraguai espera a decisão do Brasil para votar o protocolo. Que impacto a entradada Venezuela no Mercosul deverá ter no bloco e nas relações com outros países? Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o governo do presidente Hugo Chávez deixa a desejar em relação ao respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu país pode ser prejudicial ao bloco. No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Venezuela no Mercosul é o de que não se pode impedir a entrada do povo venezuelano no bloco devido à atual circunstância política e que deixar o governo Chávez isolado seria pior. O ingresso da Venezuela no Mercosul pode aumentar o poder de influência de Hugo Chávez na região? Alguns analistas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a Chávez mais poder de influência na região. O país, que já integra a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), ganharia um palco importante. Como os venezuelanos vêem a adesão do país ao bloco? Nesta semana, um dos principais opositores de Chávez, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, veio ao Brasil e defendeu a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. O líder opositor afirma que o povo venezuelano não pode ser punido com o isolamento por causa do governo Chávez. Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem de cumprir critérios, entre eles a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), vigente no comércio do bloco. Críticos afirmam que a Venezuela ainda não cumpriu esses critérios e não aceitou o tratado de tarifas comuns com terceiros países. Israel será parceiro comercial do Mercosul 15/03/2010 – Valor Econômico O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em visita a Israel, que foi aprovado o acordo de livre comércio entre o país e o Mercosul. Israel é o primeiro país fora da América do Sul a ter um acordo de livre comércio com o bloco econômico. O Brasil é o maior parceiro comercial de Israel na América Latina. O intercâmbio comercial do Brasil com Israel saltou de US$ 440 milhões, em 2002, para US$ 1,6 bilhão, em 2008. O acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel passa a valer a partir de 4 de abril. A expectativa, segundo empresários, é que o comércio triplique nos próximos cinco anos. Dos 200 empresários que participaram de um seminário no qual Lula discursou, 80 eram brasileiros. O seminário reuniu representantes de vários setores, do agronegócio à defesa espacial, incluindo mineração, indústria têxtil, tecnologia, aviação e medicamentos. O acordo foi comemorado pelo governo israelense. Os Tigres Asiáticos O Japão, que saiu da segunda guerra mundial destruído, adquiriu capacidade industrial, comercial e financeira e, na década de 70, ampliou sua influência para a Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong, os chamados Tigres Asiáticos (ou Dragões Asiáticos). Mão-de-obra barata e incentivos às indústrias caracterizam os Tigres, que ampliaram suas exportações mundialmente. Em qualquer loja é possível ver produtos made in Taiwan. A CRISE ECONÔMICA GLOBAL – 2007/2011 Origens A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência. O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis 6 cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco. Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não- recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta - com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas. COMO COMEÇOU A CRISE 1. IMÓVEIS VALORIZADOS Com juros baixos e crédito farto, os preços dos imóveis nos EUA tiveram forte valorização, encorajando mutuários a refinanciar suas hipotecas. Os bancos davam aos mutuários uma diferença em dinheiro, utilizada para consumir. 2. TÍTULOS LASTREADOS Para captar dinheiro, os bancos criaram instrumentos financeiros complexos chamados títulos lastreados em hipotecas (uma espécie de nota promissória garantida pelas hipotecas) e venderam para investidores que também emitiram seus próprios títulos lastreados nesses títulos e passaram-nos para frente, espalhando-os por todo sistema bancário. 3. JUROS ALTOS E QUEDA DOS PREÇOS As taxas de juros começaram a subir para combater a inflação enquanto os preços dos imóveis passaram a cair, fazendo com que as mensalidades da casa própria ficassem mais caras. A inadimplência disparou e, assim, os títulos que eram garantidos por essas hipotecas perderam valor. 4. PERDA DOS BANCOS Além dos prejuízos com a inadimplência, os bancos tiveram fortes perdas com os títulos. Os bancos com maiores proble-mas se viram à beira da falência e precisaram da ajuda do governo americano. 5. CRISE DE CONFIANÇA Instalou-se uma grave crise de confiança e os bancos não querem mais emprestar, com medo de calotes. Efeitos No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais. Foi esse o efeito visto em setembro de 2007 quando o BNP Paribas francês congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos de investimento citando preocupações sobre o setor de crédito "subprime" nos EUA. Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário e bancos passaram a sofrer os efeitos da retração e faliram. Bancoscomo Citigroup, UBS e Bear Stearns tiveram prejuízos bilionários decorrentes da crise. As duas hipótecárias possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos de US$ 2,3 bilhões (Fannie Mae) e de US$ 821 milhões (Freddie Mac). Já o banco Lehman Brs. vinha procurando uma fonte de crédito para poder honrar seus compromissos, mas não teve sucesso. Sem alternativa, o banco pediu concordata. O Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America para não ter o mesmo destino. A seguradora americana AIG foi outra que quase quebrou, mas foi salva por um empréstimo de US$ 85 bilhões do Fed, em troca do controle da empresa. Conseqüências O PIB americano caiu 3,8% no trimestre do final de 2008. Foi o pior desempenho trimestral desde o período de janeiro a março de 1982, quando a economia caiu mais de 6% - á época, como agora, o país estava em uma recessão. A crise, e o risco para o sistema bancário que ela representava, levou o governo americano a propor um pacote de US$ 700 bilhões - aprovado em outubro de 2008. O pacote iria ajudar os bancos com balanços comprometidos pelo peso dos derivativos lastreados nas hipotecas "subprime". 7 O setor automobilístico vive uma situação problemática que é consequência direta da crise de crédito resultante dos problemas com hipotecas. A GM e a Chrysler, com quedas nas vendas devido às dificuldades dos compradores em obter financiamento, precisaram de ajuda do governo para fechar suas contas. O mercado de trabalho também sofre uma contração, nos EUA e além, causada pela crise de crédito originada nos problemas do mercado imobiliário. A taxa de desemprego nos EUA fechou 2008 em 7,2%, pior nível desde 1993. O número de desempregados no país no ano passado chegou a 2,6 milhões, maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Crise fortaleceu papel do Brasil no mundo Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevêem que o país, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise mais rapidamente e também amplie a margem de vantagem em relação ao crescimento dos países ricos. Segundo um relatório recente da OCDE sobre o Brasil, a relação dívida pública/PIB deve manter-se próxima de 40% do PIB em 2009 - e depois deve cair gradualmente para 35% no médio prazo. Os países emergentes são grandes produtores de commodities, vistas como investimentos seguros no longo prazo. No começo da crise, o preço de muitas commodities caiu drasticamente, afetando também grandes exportadores como o Brasil. No entanto, alguns preços já voltaram a subir. De dezembro até junho, o preço da soja subiu 60%. Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), o preço geral das commodities comercializadas pelo Brasil está crescendo no segundo semestre deste ano, graças à China, que está aumentando suas importações. O Brasil ainda tem problemas enormes em várias áreas, como terrível infra-estrutura, um enrolado sistema tributário que não é atraente para investidores, baixos níveis de educação dos trabalhadores em geral - apesar de alguns bolsões de excelência - e serviços públicos muito pobres. S&P baixa nota da dívida dos EUA - 05/08/2011 A agência de avaliação de risco financeiro Standard and Poor's reduziu nesta sexta-feira a nota da dívida pública dos Estados Unidos, algo inédito na história. A qualificação do crédito americano passou de "AAA" para "AA+", diante da crescente dívida, do pesado déficit no orçamento e da falta de planejamento. A S&P também assinalou a "perspectiva negativa" da nova classificação, enquanto fontes do governo envolvidas nas negociações apontavam falhas "profundas e fundamentais" na decisão. Movimento “Ocupar Wall Street” – outubro/novembro de 2011 A manifestação "Ocupar Wall Street" durou por meses na rebatizada "Praça da Liberdade", localizada entre o Ground Zero (antigo local do World Trade Center) e o centro financeiro de Nova Iorque. Manifestações contra ditadura das finanças começaram em Nova York, espalham-se pelos Estados Unidos e ensaiam sinergias políticas que talvez sejam úteis em todo o mundo. AS PRINCIPAIS CRISES DO CAPITALISMO NO SÉCULO XX E XXI – até 2009 O crash de 1929 Wall Street vivia uma euforia especulativa, com a ilusão de crescimento da economia, sem sustentação em bases reais. Após dias de fortes perdas, em 29 de outubro, a chamada “terça-feira negra”, a bolsa de Nova York fechou em queda de 12%. Além das tragédias pessoais, vieram uma crise bancária e uma onda de falências, acompanhadas de queda da produção e desemprego em massa. Arrastado pelos EUA, o mundo entrou na Grande Depressão. No Brasil, os cafeicultores perderam suas fontes de financiamento, levando a uma crise econômica com queda nas exportações. A situação mundial só começaria a se recuperar após Franklin Roosevelt assumir a presidência dos EUA em 1933, instituindo a política do New Deal. A Segunda Guerra Mundial Economias abaladas pela guerra, sobretudo na Europa, a experiência da Grande Depressão e a consciência dos efeitos devastadores de uma crise levaram ao Acordo de Bretton Woods, que daria origem ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial. O objetivo do encontro entre 44 nações era estabelecer regras de convivência na economia na mundial. Foi criado um padrão cambial atrelado ao dólar, que, por sua vez, teria lastro em ouro. Ao FMI, caberia sua manutenção. O choque do petróleo de 73 Até então abundante e barato, o petróleo começou a ser alvo de especulação. Em outubro de 1973, com a Guerra do Yom Kippur, entre Israel e países árabes, o cartel da Opep cortou parte de sua produção e interrompeu o fornecimento aos EUA. Com oferta menor, os preços do barril pularam de US$3 para cerca de US$12 em menos de três meses. A moratória dos anos 80 na América Latina Em agosto de 1982, o México suspendeu o pagamento de sua dívida externa, para a surpresa da comunidade financeira internacional. Os juros superavam US$20 bilhões, para um principal de US$86 bilhões. Essa moratória foi a primeira de uma série de países da América Latina ao longo de década de 80, entre os quais o Brasil. O efeito tequila - México As reservas internacionais do México caíram de US$ 29 bilhões para quase zero em 1994, numa enorme fuga de capitais. Em dezembro, o governo desvalorizou o peso em mais de 50%, iniciando uma crise com reflexos, principalmente, nos países emergentes. Com socorro dos EUA (US$ 50 bilhões) e do FMI, a crise mexicana ficou restrita à América Latina. Mas o país pagou caro, como desemprego e recessão. Crise dos Tigres Asiáticos As turbulências experimentadas pelos países latinos se repetiram do outro lado do mundo em 1997. O pontapé foi a desvalorização do bath, moeda da Tailândia, mas os efeitos se espalharam rapidamente com a globalização financeira, atingindo vários tigres asiáticos. A resposta das autoridades financeiras demorou. Logo, as atenções se voltaram para Hong Kong, com apostas de que o país também não manteria a paridade de sua moeda frente ao dólar. Essa conjuntura provocou a queda de 30% da bolsa local, arrastando Nova York. No Brasil, pela primeira vez em 28 de outubro, o “circuit breaker” foi acionado, interrompendo os negócios. A vez da Rússia e do Brasil O rublo era a bola da vez em 1998. Como resposta aos ataques especulativos, o governo russo declarou a moratória de sua dívida externa, e a moeda perdeu até 33%. Em 21 de agosto, a Bovespa chegou a cair 10%, voltando a acionar o “circuit breaker”. Com o real ainda sobrevalorizado, o Brasil foi bater às portas do FMI e, em janeiro de 1999, era forçado a fazer a desvalorização de sua moeda, após a eleição de Fernando Henrique Cardoso para um segundo mandato. Oestouro da bolha da Nasdaq Em fevereiro de 1999, a Nasdaq (bolsa americana que reúne empresas do setor de tecnologia) chegou a acumular alta de 105% e 12 meses, com o boom da internet. Mas no primeiro trimestre de 2000, sem a sustentação dos resultados positivos das empresas “pontocom”, o índice começou a despencar, com quedas recordes. Os ataques terroristas O 11 de setembro de 2001 levou terror também ao mercado financeiro. Vizinha dos escombros do World Trade Center, a Bolsa de Nova York ficou quatro dias sem operar. Quando o pregão reabriu nos EUA, as perdas foram de US$ 590 bilhões, com o Dow Jones perdendo 7,13% no pior desempenho em pontos de sua história. Por todo o mundo, houve uma reação na direção de baixar os juros, a fim de estimular as economias. Em dezembro, as bolsas foram atingidas pelo escândalo da gigante de energia Enron, que fazia fraudes contábeis. 8 O efeito tango Na América Latina, ao longo de 2001 e 2002, a Argentina seria o epicentro de uma nova crise dos emergentes. Rumores sobre desvalorização do peso, dados econômicos ruins e déficits fiscais elevados assustaram os mercados. A crise política sobreveio com troca de presidente, pacotes econômicos, moratória, confisco bancário (“corralito”) e desvalorização cambial. EUA: subprime e a recessão global A tempestade voltou em fevereiro de 2007, com especulações em relação a medidas de controle de capital estrangeiro na China. No meio do ano, o foco se voltou para as operações de crédito imobiliário de alto risco nos EUA. Essas hipotecas (subprime) são empréstimos para clientes que não têm bom histórico de crédito. Como os juros estavam muito baixos há alguns anos, os bancos emprestavam em busca de retornos maiores. Só que a elevação dos juros encareceu os financiamentos, e muitos deixaram de pagar. O cenário gerou uma crise de liquidez e crédito, com redução da atividade econômica no mundo todo. 2008, o ano que ainda não terminou Nas últimas semanas de Julho de 2011 o mundo acompanhou com os olhos fixos nos noticiários as negociações sobre a dívida pública norte-americana como se fossem capítulos finais de uma novela que batia recordes de audiência. O presidente Barack Obama falou várias vezes ao público norte-americano pedindo que fizessem pressão sobre os Congressistas (Democratas e Republicanos) para que estes aprovassem uma autorização para que o governo daquele país pudesse se endividar ainda mais sob o risco de provocar uma moratória de proporções gigantescas e repercussões globais impossíveis de serem previstas. Mas quais os motivos que levaram a maior economia do mundo ficar à beira de um calote e porque o mundo está passando por um processo de redução da atividade econômica? A partir de meados de 2007, uma avassaladora crise começou a atingir a economia de todo o planeta. Governos, empresas, bancos, financeiras, seguradoras, fundos de pensão e pessoas físicas em todo o mundo foram duramente atingidos por uma onda de rombos e prejuízos que ultrapassou 20 trilhões de dólares até o final de 2010. E, diferente das crises que ocorreram nos anos 90 e começo dos anos 2000 em países periféricos do capitalismo global como México, Argentina e Brasil; esta atingiu o centro do capitalismo financeiro: EUA, União Européia e Japão. Alguns países como China, Índia e Brasil, que juntos com a Rússia formam o BRIC (grupo dos maiores países emergentes da atualidade), sofreram menos com a crise, mas não passaram ilesos. Para muitos economistas, essa é a maior crise econômica da história do Capitalismo e ainda não acabou. Duas décadas de desregulamentação financeira neoliberal transformou o mercado financeiro num verdadeiro Cassino onde banqueiros e especuladores, com apoio dos governos destes países, não apenas falsificavam balanços e relatórios como apostavam as economias de milhões de famílias sem qualquer medo de serem responsabilizados depois. Essa situação de irresponsabilidade e de fraudes contábeis ficou impossível de ser escondida quando uma “bolha especulativa” em hipotecas norte-americanas de alto-risco (títulos chamados de subprimes) explodiu no segundo semestre de 2007. Tais subprimes foram livremente negociadas sem qualquer controle por instituições financeiras do todo o mundo, principalmente nos EUA, enquanto as agências de riscos classificavam tais operações como “totalmente confiáveis”. Como eram títulos de alto-risco e com históricos de inadimplência, assim que os primeiros calotes começaram em finais de 2006, iniciou-se um verdadeiro “efeito dominó”. Em questão de meses, centenas de bilhões de dólares evaporaram e transformaram-se em “títulos podres”, ou seja, títulos que nunca serão pagos, pois seus valores estavam completamente fora da realidade por conta da especulação desenfreada. Essa foi a primeira fase da crise. Em 2008, essa verdadeira avalanche de calotes deixou o mercado financeiro global em pânico e em semanas outras centenas de bilhões de dólares foram retiradas de negociação nas bolsas de valores e os bancos cortaram o crédito. Tal “efeito manada” entre os investidores e bancos fez com que os que tinham dinheiro ficassem com medo de investir (não confiavam nos balanços das empresas) ou emprestar (temiam novos calotes) e aqueles que precisavam de dinheiro para saldar suas dívidas ficaram sem opção a não ser arcar com o prejuízo. Essa crise de crédito afundou o consumo e o investimento e marcou a segunda fase da hecatombe econômica. Os resultados imediatos foram dezenas de milhões de desempregados; uma brutal queda na produção e nos investimentos privados; uma quebradeira generalizada de bancos, empresas, seguradoras, fundos de pensões e milhões de famílias norte- americanas sem suas casas. Um verdadeiro caos financeiro onde ninguém sabia exatamente o tamanho do rombo e quem iria pagar a conta. Para tentar debelar o incêndio financeiro, os governos dos principais países do mundo passaram a adotar medidas para reativar a economia em 2009 e 2010. Os juros foram cortados ao máximo para estimular o consumo, os prejuízos foram assumidos pelos Tesouros Nacionais e os Bancos Centrais destes paises passaram a derramar trilhões de dólares no mercado financeiro na tentativa de dar tranqüilidade aos investidores e empresários a fim de forçar uma nova onda de crescimento. E esta é a origem da terceira fase da crise, que começou em 2010 e se agravou em 2011. Tal estratégia dos países desenvolvidos foi arriscada. Os governos injetaram fábulas de dinheiro no mercado, aumentando de maneira descontrolada suas dívidas públicas para fazer com que a roda da economia voltasse a girar. A questão é que a economia ainda não voltou a crescer de maneira satisfatória e, neste caso, em vez de ajudar, o endividamento público irá somar-se aos outros problemas. Dentre os mais atingidos por tal tsunami de prejuízos e que adotaram essa estratégia, destacam-se os EUA, Japão e União Européia (sobretudo um grupo de países da Zona do Euro conhecidos como PIIGS - Portugal, Itália, Grécia e Espanha - Spain em inglês), pois suas dívidas públicas chegaram a níveis alarmantes. O segundo semestre de 2011 foi dramático. Os EUA ficaram a beira de uma moratória histórica. Grécia, berço da democracia, vive novamente uma crise marcada por protestos populares e violenta repressão. A Espanha bate recordes no nível de desemprego. Portugal, além de receber ajuda financeira internacional, aprovou em novembro mais um “orçamento de austeridade” duríssimo para 2012. A Itália, um dos membros do G7, viu seu folclórico e verborrágico primeiro ministro Silvio Berlusconi renunciar após o aprofundamento da crise econômica. A Inglaterra enfrenta greves gerais de funcionários públicos contra medidas recessivas propostas pelo governo.O problema é que a cura apontada por boa parte dos especialistas pode ser um remédio amargo demais: redução nos salários, reforma na previdência social, aumento de impostos, cortes de investimentos em áreas sociais e mais demissões. Este remédio pode matar o paciente ao invés de curá-lo, além do risco da crise se transformar em uma nova epidemia na economia global. Marcio de Paiva Delgado é graduado e Mestre em História pela UFJF e Doutorando em História pela UFMG http://politicarevisitada.blogspot.com/2011/12/2008-o-ano-que-nao- terminou.html Crise da União Européia – Segundo semestre de 2011 Berlusconi renuncia após ser vítima da crise e de seus demônios – novembro de 2011 Durante 17 anos, Silvio Berlusconi exerceu um fascínio sobre mais da metade dos italianos. O terceiro homem mais rico do país foi quatro vezes primeiro-ministro. Presidiu o governo mais longevo da república italiana. 9 Envolvido em mais de 20 processos de corrupção e até de prostituição de menores, não foi a Justiça a tirá-lo do poder, nem os italianos. Mas a crise econômica e o mercado financeiro. Segundo a revista americana Time, Berlusconi foi o homem que quase arruinou a União Européia. Conferência da União Européia em Bruxelas termina com isolamento do Reino Unido - 12/12/2011 A conferência da UE realizada em Bruxelas foi dominada por um grande confronto que terminou com a virtual exclusão do Reino Unido no que diz respeito a decidir sobre os assuntos futuros da União Europeia. UE vai ampliar capacidade do FMI e adiantar funcionamento de fundo de resgate. Reino Unido rejeita regulação financeira e fica isolado. O novo tratado também deverá prever sanções automáticas aos países que não conseguirem cumprir suas metas econômicas e financeiras. De acordo com a proposta de França e Alemanha, a União Europeia não iria interferir nos orçamentos dos países membros, exceto em situações em que fique provado que as metas de deficit foram violadas pelo país. A exclusão do Reino Unido das novas estruturas e organismos deliberativos marca um ponto nodal na desintegração da própria União Européia. Sob os golpes da crise, a integração capitalista da Europa que começou mais de 15 anos atrás está em rápida decadência. Para FMI, acordo entre França e Alemanha é insuficiente Para Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo, as medidas adotadas pelas principais economias da zona do euro não conseguem resolver a crise. S&P rebaixa nota da França e mais 8 países da EU 13 de janeiro de 2012 A agência de risco Standard & Poor's (S&P) confirmou os rumores e anunciou oficialmente que além da França, outros oito países tiveram suas notas rebaixadas: Áustria, Chipre, Itália, Portugal, Espanha, Malta, Eslováquia e Eslovênia. Quase todos os países da zona do euro ficaram com perspectiva negativa, ou seja, podem sofrer novos rebaixamentos. Os únicos países classificados como "estáveis" foram Alemanha e Eslováquia. Segundo a S&P, a justificativa para o rebaixamento é que as medidas tomadas pelos líderes europeus são insuficientes para enfrentar a crise. Além disso, a agência alertou que se os países apenas aplicarem planos de austeridade, correm o risco sabotarem a recuperação econômica, porque esses planos "não abordam todo o espectro da turbulência financeira". Grécia pode "declarar falência" – janeiro de 2012 Além da notícia do rebaixamento das notas, as negociações da dívida da Grécia também preocuparam o mercado internacional. A reunião entre o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e o diretor do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Charles Dallara, terminoua sem um acordo sobre as condições nas quais os bancos privados perdoarão 50% da dívida do país. O perdão de parte da dívida grega é um dos pilares do programa de resgate anunciado em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Européia (UE), no valor de 130 bilhões de euros. BRASIL: ESPAÇO E SOCIEDADE O Brasil é dividido em 3 macrorregiões econômicas Centro-Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Nordeste - Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão. Amazônia - Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá, Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima. Cada macrorregião possui características distintas devido a vários fatores, como história, desenvolvimento, população, economia. A região Centro-Sul, de todas as macrorregiões, é a mais desenvolvida, não só economicamente, mas também em indicadores sociais (saúde, educação, renda, mortalidade infantil, analfabetismo entre outros). As migrações internas Na história das migrações internas do país, a maioria partiu do Nordeste. Na década de 50 para a construção de Brasília (Candangos); entre 1950 e 1985 para as grandes cidades do Sudeste, contribuindo para a expansão urbano-industrial e a partir da década de 1970, para a Amazônia. Por outro lado, o maior fluxo migratório ocorrido na história do Brasil foi o da industrialização, que trouxe migrantes de várias regiões brasileiras para o eixo Rio- São Paulo, atraídos pela grande oferta de emprego e a falta de condições nas regiões de origem dos migrantes. Segundo o IBGE, a mobilidade da população brasileira aumentou na segunda metade do século XX. Entre a década de 1940 e o final dos anos 80, aproximadamente 57 milhões de brasileiros mudaram de cidade ou região. Durante todo o processo de povoamento do Brasil, elas tiveram um papel de destaque. No início foram as áreas marginais da zona açucareira nordestina, seguidos pela pecuária no agreste e sertão nordestino, O passo seguinte foi o da mineração, em Minas Gerais que levou um grande contingente de pessoas para a região. Até mesmo a região amazônica também foi um forte pólo de atração migratória, com o ciclo da borracha, acompanhado pela expansão cafeeira no Sudeste. A região que menos teve migrações até este período foi o Sul do país, onde os imigrantes fizeram uma colonização diferenciada do restante do país, mas a partir de 1970, eles foram incentivados a trabalhar em áreas da região Norte, através de vantagens oferecidas pelo governo. Migração interregional — O Sudeste ainda é um dos principais destinos dos migrantes. Hoje em dia, o Centro-Oeste é a região que 10 mais recebe gente. Sul e o Norte apresentam equilíbrio de entrada e saída de pessoas. O Nordeste ainda é a região de maior emigração. No entanto, de acordo com o último Censo do IBGE, o padrão das migrações internas mudou drasticamente e é notado um fluxo de retorno à região de origem, devido as limitações do mercado de trabalho, devido à crise socioeconômica da década de 80, que persiste até hoje, com redução no número de empregos e aumento no número de pessoas subempregadas. Sudeste — heterogeneidade estrutural e perspectivas O crescimento industrial ocorrido na fase conhecida como “milagre brasileiro”, a partir do final da década de 60 e durante os anos 70, baseou-se fundamentalmente no padrão industrial e tecnológico anterior, com grande ênfase em indústrias de bens intermediários, altamente intensivas em recursos naturais, e de bens duráveis de consumo. A existência de variados mecanismos de incentivos estaduais e regionais e uma ampla fronteira de recursos naturais, apoiada no avanço da infra-estrutura, propiciaram um processo de desconcentração para várias regiões e estados brasileiros. O crescimento agropecuário, ao contrário, se fez com grandes transformações estruturais e tecnológicas, especialmente com a incorporação produtiva dos cerrados. Assim, ao lado do grande crescimento da produção de4grâos nos estados do Sul do Brasilocorreu também o movimento da fronteira em sentido ao Centro- Oeste. O movimento migratório e os serviços tenderam a acompanhar o crescimento industrial e agropecuário. As transformações estruturais em curso alterarão, seguramente, o sentido regional do desenvolvimento econômico brasileiro. No Brasil, quase 40% da população mora fora do município no qual nasceu As persistentes desigualdades entre as regiões do Brasil são há décadas motivo para migrações internas. Pelas contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 39,8% da população, cerca de 72 milhões de brasileiros, vive fora do município de origem. A maioria está em idade economicamente ativa, entre 18 e 39 anos. Comparando-se os dados recentes aos do Censo de 2000, verifica- se que o volume de migrantes que circulam entre as regiões do país caiu de 5,2 milhões para 4,8 milhões, um decréscimo de 7%. O Sudeste deixou de ser o principal destino das migrações. Isso ocorre em razão do aumento de investimentos no Interior, principalmente na Região Centro-Oeste, que passou a atrair a maioria dos migrantes brasileiros, tendo 36,3% de população vinda de fora (veja a tabela abaixo). Segundo o IBGE, atualmente Mato Grosso é o estado líder em crescimento na participação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, resultado da expansão agrícola e da indústria. Os números também evidenciam o avanço de migrantes em direção à Amazônia. No entanto, uma tendência histórica se mantém: a região que mais “exporta” migrantes ainda é o Nordeste. Nordestinos totalizam 33% da população em outras localidades do país. Mas o Nordeste também vive a “migração de retorno”. Entre 1999 e 2004, 714 mil nordestinos regressaram à região. Os estados onde esse movimento é mais evidente são o Maranhão, com um aumento de 79%, e o Rio Grande do Norte, com crescimento de 54%. O fator determinante para o retorno é a desconcentração industrial em benefício de todas as regiões do país. Dados do Censo IBGE 2011 – Dados Preliminares Palmas é a capital com o maior crescimento populacional em 10 anos Segundo o IBGE, migração justifica aumento no número de habitantes. São Paulo e Rio de Janeiro apresentam queda na taxa de crescimento. Palmas é a capital brasileira que apresentou, entre 2000 e 2010, a maior taxa média de crescimento anual de população, segundo dados do Censo Demográfico 2010. A população de Palmas foi a que mais cresceu entre as capitais em função do crescimento migratório. Como o Tocantins é um estado criado recentemente, há muita migração De acordo com o Censo 2010, na capital do Tocantins, a taxa de crescimento foi de 5,2% em dez anos. O segundo lugar, entre as capitais, é ocupado por Boa Vista, em Roraima (3,55%), seguido de Macapá, no Amapá (3,46%). Já a capital brasileira com a menor taxa média de crescimento anual no período foi Porto Alegre (0,35%), seguida por Belo Horizonte (0,59%). Cidades mais populosas As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que lideram, em 2000 e 2010, o ranking dos municípios mais populosos, vêm apresentando queda na taxa de crescimento, apesar do aumento populacional em números absolutos. Essas duas cidades continuam sendo áreas de atração, mas não com tanto ímpeto quanto há algumas décadas. Os movimentos migratórios vêm diminuindo ao longo do tempo e uma das principais causas para isso é a exigência de um nível de escolaridade alto no mercado de trabalho das grandes metrópoles. Com isso, o imigrante tem dificuldade de se inserir e acaba optando por municípios onde a mão de obra é menos qualificada. Percentual de idosos na população segue em crescimento Nas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa na participação da população com idades até 25 anos e aumento no número de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas as populações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos. De acordo com o IBGE, o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Enquanto isso, cresce a participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma estrutura bastante jovem. As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas do país Distribuição por sexo De acordo com o Censo 2010, há 96 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade, entre homens, é superior. Mas nascem mais homens no país: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. Das grandes regiões, a única que foge à regra é a Região Norte, onde os homens são maioria. Isso se dá por conta da migração dessa localidade, onde há atividade de mineração para os homens. Censo 2010 contabiliza mais de 60 mil casais homossexuais O Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2010. Essa foi a primeira edição do recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges do mesmo sexo. 11 Número de moradores por domicílio cai 13,2% em 10 anos Em 2000, a média de moradores em domicílios particulares ocupados era de 3,8. Agora está em 3,3. Tendência de declínio está relacionada à redução da fecundidade. (IN)JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL Racismo, Preconceito e Intolerância no Brasil Discriminação - Os negros (pretos e pardos) representam 47,3% da população brasileira. Na camada mais pobre da população, eles são 66%. No topo da pirâmide social, há apenas um negro para cada nove brancos. Raiz histórica - A discriminação racial vem da época da escravidão. Sua abolição, porém, não foi acompanhada de políticas para melhorar a condição de vida dos ex-escravos. Como resultado, perpetuou-se a pobreza dos negros. Condições de vida - O analfabetismo atinge 12,9% dos negros. Em média, eles têm dois anos de estudos a menos que os brancos. Apenas 16% chegam à faculdade, e só 2% se formam. Na média nacional, a renda dos negros equivale à metade da renda dos brancos. A discriminação fica patente quando, mesmo com formação idêntica e ocupando cargos equivalentes ao dos brancos, os negros recebem salários menores. Ações afirmativas - O Brasil hoje discute o uso de cotas e políticas afirmativas para ampliar as oportunidades aos negros. Entre as medidas, está a reserva de cotas nas universidades. As medidas são polêmicas: não é possível definir com exatidão quem é negro; além disso, essas medidas podem provocar mais discriminação. A unanimidade entre os especialistas é a necessidade de investimento maciço para ampliar o acesso à educação, desde o ensino básico. STJ reconhece casamento civil entre pessoas do mesmo sexo 25 de outubro de 2011 – G1 Reconhecimento na instância superior foi feito por duas mulheres do Rio Grande do Sul que tiveram o pedido de casamento civil negado no Estado. O processo partiu de duas cidadãs gaúchas que recorreram ao STJ, após terem o pedido de habilitação para o casamento negado na primeira e na segunda instância. A decisão do tribunal gaúcho afirmou não haver possibilidade jurídica para o pedido. No recurso especial, elas sustentaram não existir impedimento jurídico para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirmaram, também, que deveria ser aplicada ao caso a regra de direito privado de que é permitido o que não é expressamente proibido. O pedido aconteceu após Supremo Tribunal Federal (STF) ter reconhecido, em maio deste ano, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em sua decisão, o STF nãodeixou clara a possibilidade ou não do casamento civil, o que provocou decisões diferentes de juízes de primeira instância pelo Brasil. Intolerância no Brasil - Pesquisa Fundação Perseu Abramo Governo federal faz balanço do “Bolsa Família” em 2010 O programa Bolsa Família fechou 2010 atendendo 12,8 milhões de famílias – cerca de 50 milhões de brasileiros. Mais da metade das famílias está no Nordeste. Em sete anos, o orçamento do programa passou de R$ 3,4 bilhões para R$ 14,4 bilhões. Ele atende a famílias com renda de até R$ 140 por pessoa, consideradas pobres, e de até R$ 70 per capita, em extrema pobreza. Os benefícios vão de R$ 32 a R$ 242 dependendo da renda e do tamanho da família. A média do benefício é de R$ 115. Para receber o dinheiro, as pessoas precisam cumprir algumas regras: o cartão de vacinação das crianças com menos de sete anos deve estar atualizado, os filhos são obrigados a frequentar a escola e as gestantes devem fazer o pré-natal. De 2008 a 2009, 400 mil famílias foram cortadas do programa por estarem em desacordo. A secretária Nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Lúcia Modesto acredita que o principal legado do programa é a redução da pobreza, a melhora dos indicadores de educação e saúde das famílias e o acesso ao sistema bancário. O impacto financeiro do reajuste é de R$ 2,1 bilhões e atenderá 12,9 milhões de famílias, cerca de 50 milhões de pessoas com renda mensal per capita de até R$ 140. O investimento no Programa Bolsa Família representa cerca de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Serão investidos R$ 11 milhões para Restaurantes Populares, R$ 4,5 milhões para o Banco de Alimentos e R$ 14,6 milhões para as Cozinhas Comunitárias. A manutenção e gestão desses equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional serão de responsabilidades das Prefeituras ou governos estaduais. Concentração de Renda – Coeficiente Gini Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo do zero menor é a desigualdade de renda num país, ou seja, melhor a distribuição de renda. Quanto mais próximo do um, maior a concentração de renda num país. O índice Gini é apresentado em pontos percentuais (coeficiente x 100). O Índice de Gini do Brasil o terceiro pior do mundo em 2010, o que demonstra que nosso país, apesar da melhora dos últimos anos, ainda tem uma alta concentração de renda. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) É uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para separar os países desenvolvidos (muito alto desenvolvimento humano), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo).Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc. 12 O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual. O IDH combina três dimensões: Expectativa de vida ao nascer Anos Médios de Estudo e Anos Esperados de Escolaridade PIB (PPC) per capita Mudança de metodologia em 2010 do IDH-ONU No antigo IDH, os países eram classificados no intervalo de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país. Quanto mais próximo de zero, menos desenvolvido. A partir de 2010, dividiu-se o ranking de 169 países em quatro partes – os de desenvolvimento humano muito alto são a parcela de 25% que está no topo da tabela; os de alto desenvolvimento são os 25% seguintes; os de médio, outros 25%; e os de baixo desenvolvimento, os 25% últimos. Segundo o relatório, o IDH do Brasil apresenta "tendência de crescimento sustentado ao longo dos anos". Mesmo com a adoção da nova metodologia, o Brasil continua situado entre os países de alto desenvolvimento humano. Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011 O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos. No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em 2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar. Dilma sanciona lei que cria Comissão da Verdade 18 de novembro de 2011 A presidente Dilma Rousseff sancionou hoje a lei que permite aos cidadãos ter acesso a informações públicas e a lei que cria a Comissão da Verdade. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma destacou que essas duas leis "representam um grande avanço nacional e um passo decisivo na consolidação da democracia brasileira". "A informação torna-se aberta em todas as suas instâncias”. A Lei de Acesso à Informação, de autoria do Executivo e que foi encaminhada em maio de 2009 ao Congresso Nacional, entra em vigor em seis meses. Ela garante o acesso a documentos públicos de órgãos federais, estaduais, distritais e municipais dos três Poderes. Comissão da Verdade A Comissão da Verdade foi criada para investigar, em dois anos, violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão será composta por sete membros, nomeados pela Presidência da República. A cracolândia não é para os ingênuos Marcus Guterman - 08 de janeiro de 2012 É uma pena que, quando enfim o Estado resolveu aparecer na cracolândia, a ação esteja visceralmente contaminada por interesses eleitoreiros e econômicos. Essa promiscuidade obnubila o fato de que, sim, era necessário tomar alguma providência para acabar com um dos símbolos mais impressionantes da patologia da sociedade paulistana – que se emociona com um cachorro que apanhou de sua dona, mas não tem a mesma consideração por pessoas destituídas de sua humanidade. Hoje sabe-se que os governos estadual e municipal decidiram agir para acabar com a cracolândia porque o governo federal já planejava fazê-lo – e, claro, tudo isso está no contexto da eleição para a prefeitura de São Paulo. Drogas e viciados perambulando por aí são um tema central para eleitores normalmente conservadores como o paulistano. Atacar o problema, mesmo com truculência e precipitação, deve render votos preciosos. Ademais, um dos projetos mais significativos do prefeito Gilberto Kassab – e de seus simpatizantes do setor imobiliário – é reformar justamente a região onde fica a cracolândia. Visto dessa perspectiva, o problema é claramente de higienização social, para satisfazer eleitores e empreiteiros. Nada disso, porém, deveria descaracterizar a urgência do problema, que é de saúde pública, de segurança e de direitos – os dos viciados e também os das pessoas comuns que não conseguem circular por uma parte de sua própria cidade. A politização da ação estatal na cracolândia, tanto por parte dos governantes quanto por parte de seus críticos, não ajuda a colocar o drama em sua justa dimensão. No limite, mesmo atabalhoada, a Operação Cracolândia era necessária e inadiável, e seus resultados, ainda que
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