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1 DISCIPLINA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS 2014 Versão: 01 13.07.2014 CURSO: CIENCIAS CONTÁBEIS Professor: Joel Camargo 2 1. INTRODUÇÃO Um dos grandes objetivos da contabilidade é a transformação de dados em informações para tomada de decisão. A Análise de Balanços (Análise das Demonstrações Contábeis) é uma ferramenta importante para que os Administradores, Empresários, Contadores, Gestores Financeiros, Analistas de Créditos, entre outros, encontrem mais informações sobre a sua empresa para a tomada de decisão mais adequada, sendo uma aliada importante neste processo decisório. As demonstrações financeiras, de caráter obrigatório ou opcional, oferecem uma série de dados que são usados para verificação e avaliação do controle de capital das entidades. Porém, estes demonstrativos agregam também informações que podem ser bastante úteis no processo de avaliação da entidade e também na tomada de decisão. O processo de transformar estes valores presentes nas demonstrações em informações para tomada de decisão é chamado análise. 2. ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES Índice é a relação entre contas ou entre grupos de contas das demonstrações. A relação visa evidenciar algum aspecto da situação econômica ou financeira apresentada pela entidade. A análise com base em índices é a abordagem mais aplicada. os índices da situação financeira são divididos em índices de estrutura de capitais e de liquidez. As Análises podem ser feitas em diversos níveis: Introdutório, Intermediário e Avançado, porém devido à necessidade de dinamismo e a preocupação para trabalhar a compreensão inicial da presente matéria será o Introdutório, porém faz-se necessário destacar a amplitude do processo de análise. Figura 1: Tripé da Análise (Nível Introdutório) Fonte: MARION (2012, p. 1) 3 Figura 2: Análise Nível Intermediário. 3. OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A contabilidade é tão antiga quanto à evolução do homem, estudiosos afirmam que a contabilidade teve inicio em meados de +/- 4.000 anos antes de Cristo, já notava as práticas contábeis rudimentares como inventário, preocupação com a variação do patrimônio. Imaginando Pastores controlando os rebanhos e identificando a variação desse rebanho de um período para o outro, dessa forma poderia constatar tendências e tomar decisões para a continuidade da atividade. A contabilidade é um instrumento que demonstra a situação econômica e financeira, estuda, avalia e interpreta o patrimônio das entidades, sendo esse principal objeto de estudo da contabilidade. 4 Uma das grandes dificuldades é ler e compreender a contabilidade percebe-se muitas vezes que a contabilidade é realizada apenas para atendimento das exigências legais e não para avaliação e medição do desempenho econômico e financeiro do seu negócio, muitos envolvidos no processo de gestão da empresa não conseguem utilizar esse instrumento tão poderoso para interpretação e tomada de decisão. Nesse tópico será abordado a Análise das Demonstrações Contábeis, de forma que as entidades possam medir e monitorar o desempenho econômico e financeiro. 4. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A SEREM ANALISADAS As Demonstrações Contábeis além de possuir obrigatoriedade por Lei elas produzem muitas informações importantes para tomadas de decisões. Evidencia de forma objetiva a situação financeira da empresa. MARION (2012) determina que além de ter as Demonstrações contábeis em mãos devemos ter pelo menos de três anos anteriores para melhorar comparabilidade e medir as tendências financeiras da empresa. Como também as Notas Explicativas para melhor compreensão de dados para a análise. Um item muito importante antes das análises é a credibilidade da informação contábil, tal instrumento como, Parecer de Auditoria, caso não tenha, deverá ter maior cautela, pois nem sempre a contabilidade reflete a realidade, principalmente das pequenas empresas. As Demonstrações Contábeis a serem analisadas são: • Balanço Patrimonial - BP; • Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; • Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC; • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA e • Demonstração do Valor Adicionado – DVA. O Balanço Patrimonial (BP) registra o controle do Patrimonial o seu conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, permitindo análise da evolução dessas contas, medindo assim acrescimos e decréscimos através das Análises Horizontal e Vertical. A Demonstração do Resultado do Exercicio (DRE) evidencia o resulta das operaçoes da empresa, enfatizando as Receitas e Despesas, muito importante para identificar se as vendas são suficientes para suportar seus custos e despesas. A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) identifica a capacidade da geração de caixa da empresa evidenciando a origem e destino dos recursos financeiros. A DFC é um dos principais relatórios contábeis para fins gerenciais, evidencia as modificações no saldo de disponibilidades (caixa, e equivalentes de caixa). MARION (2012, p. 54) 5 A Demonstração dos Lucros ou Prejuizos Acumulados (DLPA) mostra o destino que a entida realiza dos Lucros ou Prejuizos, atendendo sempre os investidores, acionistas e sócios. Entre outros interessados na informação contabil, pois é uma forma de identificar a capacidade de geração de lucros. Para a Demostração do Valor Adicionado (DVA), é correto afirmar que é o mesmo de Valor Agregado que a empresa ou entidade está proporcionando, que desse valor adicionado, quem está se beneficiando e quanto está o tamanho desse beneficio. Portanto em uma Análise Horizontal, pode-se observar para quem está aumentando ou diminuindo os recebimentos desse valor agregado. Modelos dos Demonstrativos Contabeis (DC): Modelo de Balanço Patrimonial: Fonte: MARION (2012, p. 52) Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício: Fonte: MARION (2012, p. 53) 6 Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa: Fonte: MARION (2012, p. 58) 7 Modelo da Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados: Modelo da Demonstração do Valor Adicionado 8 5. EMPRESA A SER ANALISADA O Balanço Patrimonial abaixo são valores hipotéticos para ilustração dos nossos exemplos de cálculos dos índices. O nome dado a empresa a ser analisada é Casa das Lingeries Ltda. Lembrando sempre que as Demonstrações contábeis devem promover comparabilidade para melhor interpretação das tendências da empresa e identificar possíveis não conformidades e auxiliar na tomada de decisão. Demonstração do Resultado do Exercício 9 Demonstração do Fluxo de Caixa Demonstração do Fluxo de Caixa Método Indireto 10 Observações importantes da Demonstração do Fluxo de Caixa: Ajuste do Lucro Líquido referente à Despesa Não Desembolsável Há determinados itens que reduziram o Lucro Líquido na DRE que não representam saída de dinheiro. Daí, o fato de se adicionar novamente Depreciação, que é um item econômico e não financeiro. A Depreciação não significa um desembolso, mas um fato econômico. Ajuste do Lucro Líquido no Circulante O aumento do estoque faz-se com dinheiro, o que leva a redução de caixa. Maior número de duplicatas a receber significa retardar o recebimento do dinheiro que iria para o caixa e teria algum retorno. Reduções nos montantes de estoque e duplicatas a receber significam mais recursos no caixa. Quanto os clientes, por exemplo, antecipam pagamento, reduz-se o montantede duplicatas a receber e consequentemente, aumenta-se o caixa. Por outro lado, se há aumento de fornecedores no Passivo Circulante, há mais crédito, evita-se a saída e pode-se utilizar o dinheiro para outras finalidades. A recíproca é verdadeira. Se há redução de imposto a recolher, o dinheiro que seria usado para essa finalidade pode sê-lo para outros pagamentos. Como regra geral, temos: a) Os aumentos no Ativo Circulante provocam uso de dinheiro (caixa); as reduções do Ativo Circulante produzem caixa (origem de caixa); b) Os aumentos do Passivo Circulante evitam saída de mais dinheiro, aumentando o caixa; as reduções do Passivo Circulante significam que o pagamento foi feito, reduzindo o caixa (uso de caixa); c) Para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual das contas do Circulante (Ativo e Passivo). Atividades de Investimentos Referem-se ao Não Circulante da empresa. Quando uma empresa compra máquinas, ações, prédios, etc., reduz o caixa. Quando a empresa vende esses itens, aumenta o caixa. Atividades de financiamentos Os financiamentos poderão vir dos proprietários (aumento de Capital em dinheiro) ou de terceiros (financiamentos, bancos, etc.). 11 Demonstração dos Fluxos de Caixa Método Direto Breve explicação da DFC (Método direto), com base no BP e DRE é possível estruturar a DFC: Entradas Receita Operacional Recebida Receita Líquida R$ 800.000 + Duplicata a Receber (x4) R$ 150.000 (-) Duplic. A Receber (x5) R$ 220.000 = R$ 730.000 Receita Financeira R$ 10.000 (DRE) Recebimentos de Coligadas RLP x4 (-) RLP x5 = R$ 10.000 Vendas Investimentos Invest. x4 (-) Invest. x5 = R$ 10.000 Novos Financiamentos Fin. Pag. X5 (-) Fin. Pg. X4 = R$ 50.000 Aumento de Capital Capital x5 (-) Capital x4 = R$ 40.000 Saídas Compras Pagas Compras R$ 680.000 + Fornecedor (x4) R$ 200.000 (-) Fornecedores (x5) R$ 220.000 = 660.000 Despesas Vendas Pagas R$ 30.000 (DRE) Despesas Administrativas R$ 70.000 (DRE) (-) Deprec. R$ 10.000 + Sal. Pg. (x4) R$ 30.000 (-) Sal. Pg. (x5) R$ 40.000 = R$ 50.000 Imposto de Renda R$ 6.000 (DRE) + IR a pagar (x4)R$ 60.000 (-) IR a pagar (x5) R$ 6.000 = R$ 60.000 Dividendos Pagos R$ 14.000 (DLPAc) + Div. Pg. (x4) R$ 50.000 (-) Div. Pg. (x5) R$ 14.000 = R$ 50.000 12 O valor das compras foi identificado através da fórmula CMV = EI + C – EF, veja: Demonstração do Valor Adicionado Essa demonstração tornou-se obrigatória através da Lei 11.638/07, para todas as companhias abertas a obrigação e divulgação da DVA. Conforme sua importância daria maior transparência. A Demonstração do Valor Adicionado evidenciará os componentes geradores do valor adicionado a sua distribuição entre empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela retida para investimento. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) surgiu na Europa, principalmente por influencia da Inglaterra, da França e da Alemanha, e tem sido cada vez mais demanda em âmbito internacional, inclusive em virtude de expressa recomendação por parte da ONU. A DVA evidencia quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, quanto ela adicionou de valor a seus fatores de produção, e de que forma essa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital) e quanto ficou retido na empresa. A DVA é uma demonstração bastante útil, inclusive do ponto de vista macroeconômico, uma vez que, conceitualmente, o somatório dos valores adicionados (ou valores agregados) de um país representa, na verdade, seu Produto Interno Bruto (PIB). Essa informação é tão importante que, além de sua utilização pelos países europeus, alguns países só aceitam a instalação e a manutenção de uma empresa transnacional (ou multinacional) se ela demonstrar qual será o valor adicionado que irá produzir. 13 Explicações sobre DVA: O Valor Adicionado é calculado subtraindo-se da Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros (compras de matéria-prima, mercadorias, embalagens, energia, terceirização da produção) utilizados no processo operacional. Esse primeiro calculado poderia ser chamado de Valor Adicionado Bruto. Um ponto fundamental é a depreciação que reflete a redução do imobilizado Tangível (máquinas, instalações, veículos, etc.), como a perda do potencial de uso desses ativos. Ainda que na depreciação não ocorra desembolso (consumo parcial de Ativo Imobilizado), certamente ela o provocará no futuro, quando a empresa fará a reposição dos bens. Há, consequentemente, redução da riqueza gerada, que deverá, portanto, ser substituída, provocando um segundo resultado, que convencionamos chamar de Valor Adicionado Líquido. Esse resultado corresponde à riqueza gerada pela empresa. Outros acréscimos e reduções desse resultado, além do operacional, deveriam ser destacados para melhor análise dos usuários, como é o caso de Receita Financeira, Dividendos, Despesas Não Operacionais, etc. A esse resultado convencionamos chamadas de simplesmente Valor Adicionado. Em seguida, a parte mais relevante dessa demonstração, temos a Distribuição do Valor Adicionado que mostra a contribuição da empresa para os vários segmentos da sociedade. Mostra qual é o tamanho da “fatia de bolo” (veja o gráfico a seguir) para os empregados, os donos da empresa, os banqueiros, o governo, outros e para a própria empresa em termos de reinvestimento. Assim, faz-se uma análise da priorização da distribuição à comunidade local, aos acionistas, a remuneração ao capital de terceiros, a toda a sociedade por meio dos impostos, etc. 14 Veja a distribuição do Valor Adicionado, ou seja, para quem foi destinado fatias da geração de valor feita pela empresa: (*) Informações das Demonstrações Contábeis da empresa Casa das Lingeries Ltda. A apuração de indicadores ou quocientes fornece uma ampla visão da situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, e a sua análise deve ser realizada através da construção de série histórica com os nu ́meros encontrados, os quais são apurados através da relaça ̃o entre contas ou grupos de contas que integram as demonstrações contábeis. (SILVA, p. 129) 15 6. ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL Estes índices relacionam a composição de capitais que medem os patamares de imobilização de recursos e que buscam demonstrar várias relações na estrutura de dívidas da empresa. Os índices desse grupo estão voltados às decisões financeiras com relação à obtenção e aplicação de investimentos. 6.1. Participação de Capital de Terceiros sobre Recursos Totais (PCT/RT) Indica a proporção de Capital de Terceiros que a empresa utiliza para financiar suas operações, em relação ao Capital Próprio. Capital de Terceiros = Passivo Total Capital Próprio = Patrimônio Líquido (*) Informações das Demonstrações Contábeis da empresa Casa das Lingeries Ltda. 56% dos Recursos Totais originam-se de Capitais de Terceiros => idem 52% 44% do Ativo é financiado com o Capital Próprio => idem 48% 6.2. Composição do Endividamento (CE) Este índice indica qual percentual de obrigações é em curto prazo em comparação com as obrigações totais com terceiros. 16 (*) Informações das Demonstrações Contábeis da empresa Casa das Lingeries Ltda. 77% dos Capitais de Terceiros vencerão a Curto Prazo => idem 65% A empresa opera mais com dividas em curto prazo. Essa situação é desfavorável, prejudicando sua Liquidez Corrente (Situação Financeira). Todavia, houve boa melhora de um ano para o outro. 6.3. Imobilização do Patrimônio Liquido (IPL) Este índice indica quanto à empresa aplicouem Ativo Imobilizado para cada cem unidades monetárias de Patrimônio Líquido. IPL = AI / PL X 100 IPL = 60.000 / 400.000 X 100 IPL = 15% (*) Informações das Demonstrações Contábeis da empresa Casa das Lingeries Ltda. Quando a empresa possui um montante no PL superior ao valor presente no ANC, verifica-se que ela possui parte de seu capital próprio investido no Ativo Circulante. A parcela de capital dos sócios investida no circulante é conhecida como Capital Circulante Próprio (CCP) e é determinada pela seguinte fórmula. CCP = PL – ANC CCP = 400.000 – 180.000 CCP = 220.000 Quanto mais à empresa investir no Imobilizado, menor a quantidade de recurso próprio destinado ao Ativo Circulante, e com isto, maior será a dependência da entidade por capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. 17 O ideal é que a empresa disponha de capital próprio suficiente para cobrir o Ativo Imobilizado e que ainda sobre uma fatia desta fonte para financiar parte do Ativo Circulante. 6.4. Imobilização de Recursos Não Correntes (IRNC) Representa qual percentual de Recursos não Correntes aplicado no Ativo Imobilizado. Quanto menor for este índice, melhor, pois é mais interessante que a empresa tenha capital não corrente investido no Ativo Circulante do que possuir fontes externas de curto prazo investidas em imobilizado. AI = Ativo Imobilizado PL = Patrimônio Líquido PNC = Passivo Não Circulante IRNC = AI/(PNC+PL) X 100 IRNC = 60.000 / (150.000+400.000) X 100 IRNC = 10,90% (*) Informações das Demonstrações Contábeis da empresa Casa das Lingeries Ltda. Quando a empresa possui recursos não correntes suficientes para cobrir o ativo permanente e ainda restam fundos para investimento no ativo circulante, diz-se que esta possui capital circulante líquido (CCL). Este índice representa a folga financeira que a empresa possui, a curto prazo, ou seja, financiamentos que a entidade dispõe para seu giro mas que não serão cobrados a curto prazo. CCL = PL + PNC - AI AI = Ativo Imobilizado PL = Patrimônio Líquido PNC = Passivo Não Circulante 7. ÍNDICES DE LIQUIDEZ Os índices de liquidez são aplicados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, um estudo para verificar se a empresa tem capacidade de saldar seus compromissos. A aplicação destes índices é feita com o intuito de medir as condições de pagamento da empresa. Eles servem para avaliar se a empresa possui um quadro favorável ou não, para saldar suas dívidas. 18 Estas análises devem tomar cuidado visto que não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas e saídas de dinheiro. São índices obtidos a partir do confronto do Ativo Circulante com as dívidas da empresa, visando medir o quanto é sólida a base financeira da empresa. 7.1. Liquidez Geral (LG) O índice de liquidez geral Indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada unidade de valor que deve a terceiros. Este quociente indica a liquidez, tanto a curto como a longo prazo. Verifica, para cada unidade monetária, quanto a empresa tem de dívida, o quanto existe de direitos e haveres no ativo circulante. a) Calculo: b) Interpretação: 20x4 Para cada R$ 1,00 de dívida a Curto Prazo há, R$ 1,43 de valores a receber de Curto e Longo Prazo 20x5 Para cada R$ 1,00 de capital de terceiros, há R$ 1,60 de Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo. Fonte: MARION (2012) 7.2. Liquidez Corrente (LC) Indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada unidade de valor a ser saldada, registrado no Passivo Circulante. Este índice mede a capacidade da empresa em atender suas pendências de curto prazo. A liquidez corrente mostra quantos reais a empresa dispõe, que podem ser transformados em dinheiro a curto prazo, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado no processo de análise e geralmente considerado o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. 19 Calculo: 20x4 20x5 Interpretação: Para cada R$ 1,00 de dívida, há R$ 1,70 de dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro (AC) Para cada R$ 1,00 de obrigações a Curto Prazo, há R$ 2,32 para cobertura daquela dívida Fonte: MARION (2012) 7.3. Liquidez Seca (LS) A liquidez seca é um teste de força aplicado à empresa, com o objetivo de medir o grau de excelência da sua situação financeira. A liquidez seca demonstra quanto a entidade possui de Ativo Líquido para cada unidade monetária de dívida de curto prazo (PC). Indica quanto a empresa possui em espécie, somado às aplicações financeiras de curto prazo mais as duplicatas a receber (curto prazo) em comparação com as suas dívidas registradas no Passivo Circulante. Calculo: 20x4 20x5 Interpretação: Para cada R$ 1,00 de dívida de PC, há R$ 0,56 de dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro (AC), sem os estoques. Para cada R$ 1,00 de obrigações a Curto Prazo, há R$ 0,82 de Disponível + Duplicatas a Receber. 20 Leitura Complementar: Os 7 pecados das pequenas empresas Conheça os erros dos marinheiros de primeira viagem e saiba como evitá-los Calculo Inadequado de capital de giro e de estoque, falhas no planejamento orçamentário, inexperiência no ramo escolhido, problemas no contrato de locação, incompatibilidade entre sócios, fatores macroeconômicos e escolha do ponto errado. Podem até parecer primárias, mas essas falhas foram os primeiros pecados cometidos em negócios que acabaram fracassando. Capital de giro e estoque Comprar mercadorias mais do que o necessário significa uma redução do capital de giro. Da mesma forma que, na falta de mercadorias em estoques, as vendas são prejudicadas. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) revelou que 54% das possíveis vendas são perdidas porque o cliente não encontrou o que procurava. A saída para quem está começando é observar o movimento no concorrente em diferentes meses e dias da semana e ficar atento ao público-alvo, observando quais os produtos mais procurados. Sociedade Há quem procure sócios em anúncios de jornal, achando que basta encontrar um parceiro que possa injetar capital na firma. O empresário esquece que essa pessoa vai conviver diariamente com ele e, principalmente, vai dividir os lucros e tomar decisões vitais para o empreendimento. Os consultores costumam comparar sociedade ao casamento. Antônio Cesar de Oliveira explica que um sócio deve ser escolhido com a razão e não com a emoção. Parentes e amigos muito próximos, por exemplo, podem representar um risco. Outro consultor, Ulysses Reis, aconselha que os sócios procurem se conhecer bem, trabalhar juntos em negócios menores e, só então, se arrisquem a montar um negócio de longo prazo. Inexperiência no ramo Com os programas de Demissão Voluntária, os chamados PDVs, o mercado ficou saturado de pessoas com capital disponível e vontade de montar seu próprio negócio. Essas pessoas, no entanto, na maioria das vezes trabalhando em empresas estatais por longo período, não tinham experiência nos ramos escolhidos. A alternativa, nesse caso, é procurar profissionais antigos no setor que possam trabalhar como sócios ou prestar algum tipo de assessoria. Outra opção é encomendar um estudo de viabilidade de uma consultoria, que sai, em média, por R$ 5 mil. Há locais onde o estudo é feito gratuitamente, como a incubadora de empresas, da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Aluguel Muitos comerciantes tendem a achar que podem resolver sozinhos problemas que competem a profissionais, como a análise de um contrato de locação de imóvel. Com isso, cláusulas importantes e que podemprovocar o fechamento da empresa passam despercebidas. Nesse ponto, não há como economizar. Qualquer empresa, por menor que seja, precisa de assessoria jurídica nesses momentos. Fatores Macroeconômicos Pacotes ou planos econômicos e outras modificações na conjuntura financeira do País refletem diretamente no desempenho dos negócios. É impossível saber qual será a próxima medida do Governo, mas os empresários podem prever certos cenários, ou mesmo encomendarem análises de conjuntura a profissionais especializados, quando o orçamento permitir, para tentar antecipar-se aos imprevistos. Ponto Comercial Muitos empreendedores escolhem o ponto comercial sem pesquisar fatores como fluxo de pessoas do local, se o sol da tarde bate na vitrine, dificultando a visualização dos produtos, e se o tamanho da loja é compatível com o produto que se pretende vender. É preciso verificar os mínimos detalhes como segurança, limpeza, proximidade de estacionamento e frequência de publico são aspectos fundamentais. Antes de fechar o negócio, consultores aconselham que o empresário frequente por um tempo o local onde pretende fazer instalações. Dessa forma, é possível verificar se as condições estão dentro de suas exigências. Orçamento mal administrado Há empresários que não esperam o prazo de maturação do negócio e começam a gastar grande parte ou a totalidade do lucro logo no início. Estes ficam descapitalizados para reinvestirem no negócio. Toda empresa quando nasce precisa de um período chamado “tempo de maturação”. Nessa fase, o empresário deve ter cuidados redobrados com a administração dos recursos. É preciso calcular os gastos e, assim, fazer uma estimativa do faturamento. Além disso, é fundamental que as retiradas sejam mínimas e o capital seja reinvestido. Consultores calculam que devem ser reservados, pelo menos, 30% do faturamento mensal no caixa da empresa.” MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. Os 7 pecados das pequenas empresas. Jornal do Commercio, 12 jul. 2000, p.B-20 21 8. ÍNDICES DE RENTABILIDADE Índices de rentabilidade medem quanto uma determinada empresa está sendo lucrativa ou não, através do capital investido, do rendimento dos investimentos e do resultado econômico. Normalmente, quanto maiores os índices de rentabilidade, melhor para a entidade. Estes índices são importantes pois evidenciam o sucesso ou insucesso empresarial, mostrando a rentabilidade do capital investido, ou seja, quanto renderam os investimentos e, dessa forma, qual o grau de êxito econômico da empresa. 8.1. Giro do Ativo (GA) O giro do ativo demonstra quanto a empresa vendeu para cada unidade de valor investida. Assim, a empresa depende diretamente do volume de vendas realizado. Vendas GA = _____________ AT AT = Ativo Total (Circulante + Não Circulante) 8.2. Margem Liquida (ML) Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada cem unidades monetárias vendidas, ou seja, para cada cem reais provenientes de venda, quanto a empresa recebe como lucro. Demonstra o lucro puro adquirido em cada unidade monetária provinda de venda, considerando para tal, somente os lucros aferidos pela empresa, desconsiderando despesas financeiras ou obrigações. Lucro Líquido ML = _______________ Vendas Quanto maior o valor da margem, maior o percentual de lucro da empresa. Dessa forma, quanto maior o índice obtido melhor. Porém, geralmente se sacrifica a margem diminuindo o preço de venda do produto, devido a ambientes de concorrência. 8.3. Rentabilidade do Ativo (RA) O retorno (ou giro) do ativo evidencia qual foi o retorno que a entidade obteve frente ao que conseguiu gerar de receitas, ou seja, quanto sobrou para a empresa representado sobre o valor faturado. Demonstra quanto a empresa obteve de lucro em relação ao Ativo. Assim, quanto maior seu valor, melhor, pois representa que a empresa está obtendo um desempenho econômico favorável. 22 Lucro Líquido RA = _______________ AT AT = Ativo Total (Circulante + Não Circulante) 8.4. Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) A rentabilidade do Patrimônio Líquido mostra qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Indica quanto os sócios estão recebendo de lucro proporcionalmente ao seu investimento. Dessa forma, quanto maior for a rentabilidade, melhor. Este índice é bastante utilizado para captação de recursos, mostrando quanto a empresa retorna aos sócios, pode-se obter mais recursos próprios pois a rentabilidade do Patrimônio Líquido indica quanto a empresa teve de lucro para cada unidade monetária de Capital Próprio investido, mostrando qual a taxa de rentabilidade do Capital Próprio. Lucro Líquido RPL = ______________ PL PL = Patrimônio Líquido Com o valor da rentabilidade do PL, pode-se descobrir em quanto tempo os investidores obterão retorno de 100% do capital investido, ou seja, em quantos anos ele dobra o montante investido. O tempo necessário para a duplicação do capital investido é chamado Payback. Quanto maior for a rentabilidade do PL, menor será o tempo de retorno e consequentemente, menor o Payback. 1 PayBack = ______________ RPL RPL = Rentabilidade Patrimônio Líquido 9. PATRIMÔNIO DA EMPRESA O patrimônio é como se fosse um organismo, todo dinâmico, que possui um fluxo circulatório, cuja velocidade transmite solvência, resultados positivos e equilíbrio para a empresa. Portanto, a velocidade de renovação dos elementos da massa circulante é uma condição essencial para que exista a sobrevivência da célula social. Com uma contabilidade é possível realizar uma análise do balanço conforme apresentado nas fórmulas apresentadas e estudar a vitalidade do capital das empresas, estado que só é produzido pela dinâmica dos meios patrimoniais, onde podemos destacar a agilidade de renovação dos elementos circulantes, que chamamos de capital de giro. 23 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. ASSAF NETO, Alexandre - Estrutura e Análise de Balanços; MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MATARAZZO, Dante C. Análise das Demonstrações Financeiras: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Luís Martins de; PERES JUNIOR, José Hernandes; SANTOS SILVA, Carlos Alberto dos. Controladoria Estratégica: Textos e Casos Práticos em Solução. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2011. PADOVESE, Clóvis Luís. Controladoria: Estratégica e Operacional. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Editora Econet Ltda. Boletim Imposto de Renda: Análise de Balanços. 1. ed. 2011. Disponível em: <http:// http://www.econeteditora.com.br/index.asp?url=inicial.php> Acesso em: 20 Março 2014.
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