Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 1 Modelagem da gestão organizacional: uma abordagem utilizando múltiplos modelos de referência para qualidade e excelência Rodolfo Cardoso – rodolfo.cardoso@gpi.ufrj.br Thaís Spiegel – thais.spiegel@gpi.ufrj.br Heitor Mansur Caulliraux – heitor.caulliraux@gpi.ufrj.br Adriano Proença – adriano.proenca@gpi.ufrj.br RESUMO Segundo KUJALA e LILLRANK (2004), uma organização pode selecionar as suas práticas de gerenciamento dentre um vasto conjunto pré-existente de "ofertadas" através de múltiplos canais (manuais, publicações, consultorias, etc.) e que apresentam diferentes possibilidades de retorno. Por outro lado, a escolha dessas práticas de gestão é uma atividade complexa de modelagem que passa pela necessidade de ajustes buscando uma eficaz construção sistêmica. Dentro desse quadro, vem prosperando, principalmente nos últimos 30 anos, orientações para referenciar a escolha e integração dessas práticas. O artigo apresenta o resultado de pesquisas bibliográficas que permitem consolidar o quadro conceitual sobre Modelo de Referência à Gestão (MRG), Modelo de Gestão (MG) e integrações desses modelos, avançando na solução dos problemas de polissemia existentes atualmente. Em seguida, são apresentados resultados de um “survey” e de oito estudos de casos sobre a construção de MG baseada em múltiplos MRG fundamentados em Qualidade e Excelência. Por fim, o artigo ilustra os conhecimentos levantados em um caso prático (observação participante), permitindo ao autor visualizar uma aplicação estruturada das indicações da pesquisa. ABSTRACT According to KUJALA and LILLRANK (2004), an organization can select their management practices among a vast existent group of having "presented" through multiple channels (manuals, publications, consultancies, etc.) and that they present different return possibilities. On the other hand, the choice of those management practices is a complex activity of modelling that goes by the need of adjustments looking for an effective systemic construction. IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 2 Inside of that picture, it is prospering, mainly in the last 30 years, orientations for reference the choice and integration of those practices. The article presents the result of bibliographical researches that allow consolidating the conceptual picture on Management Reference Model (MRG), Management Model (MG) and integrations of those models, moving forward in the solution of the different definitions. Soon afterwards, results of an presented “survey” and of eight studies of cases about the construction of MG based on multiple MRG based in Quality and Excellency. Finally, the article illustrates the lifted up knowledge in a practical case (participant observation), allowing to the author to visualize a structured application of the indications of the research. 1. INTRODUÇÃO A gestão das organizações vem sendo foco da preocupação de muitos pesquisadores, consultores e gestores de organizações. Em decorrência, princípios, conceitos, técnicas e ferramentas vêm sendo definidas e disponibilizadas às organizações como mecanismos para auxiliar o sucesso de sua gestão. Por outro lado, necessidades de relacionamento com clientes, atendimento a requisitos legais, regulamentações, trajetória histórica, entre outros, tem conduzido a utilização pelas organizações de múltiplos referenciais, em geral de caráter genérico. Assim, ocorreu nos últimos anos um fortalecimento da construção de “empacotamentos” de orientações e requisitos (ISO série 9000, Malcolm Baldrige National Quality Award - MBNQA, Capability Maturity Model - CMM etc.) voltados para auxiliar a gestão das organizações. Esses “empacotamentos” tornaram-se amplamente utilizados e referenciados pelas organizações para construção de suas soluções específicas e nas relações comerciais. Dentre esses “empacotamentos” é expressiva a utilização do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e das normas ISO 9001:2000 e ISO 14001. Segundo as informações do INMETRO (2007), existem atualmente mais de 8.200 organizações certificadas ISO 9.001:2000 no Brasil e mais de 560.000 certificações em todo mundo até 2003. A ISO série 14.000, cujo objetivo refere-se à gestão dos aspectos ambientais dentro da organização e apresenta construção baseada na ISO 9000, possui no Brasil mais de 860 cerificações e no mundo mais de 36.000 até 2003 (INMETRO, 2007). O MEG da FNQ ao longo dos seus 15 anos de existência já disseminou mais de 420 mil exemplares, mais de IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 3 16000 pessoas treinadas e com mais de 5.000 organizações usuárias diretas ou indiretas (FNQ 2007). A universalidade da utilização desses “empacotamentos” associados à Gestão da Qualidade e Excelência demonstra a importância dos estudos desse tema para auxiliar as organizações. Por outro lado, segundo estudos teóricos e práticos (SEBASTIANELLI e TAMINI, 2003, ZILBOVICIUS, 1999, TAYLOR, 2001, HAYES e PISANO, 1994), pode-se afirmar que a existência dessas orientações ou “empacotamentos” é um ponto de partida para a representação em uma linguagem comum da orientação ao desenvolvimento de soluções específicas pelas organizações. Dessa forma, sobre eles é necessária a construção articulada das soluções específicas de uma organização, denominada nesta pesquisa de Modelo de Gestão e abordada conceitualmente a seguir. Este artigo discute a situação atual das organizações no mundo e no Brasil, que impelidas pela necessidade de melhoria do desempenho de suas gestões e por demandas de clientes, sociedades etc., adotam esses “empacotamentos”, futuramente definidos de Modelos de Referência, para construir suas gestões. Mais especificamente, será apresentada a discussão da complexidade da utilização de múltiplas referências, na construção de uma solução específica da organização, definida neste artigo como de Modelo de Gestão. 2. MÉTODO O artigo apresentado é baseado em um conjunto de pesquisas que vem sendo realizado pelo Grupo de Produção Integrada (GPI) da COPPE/UFRJ. O método utilizado para alcançar os conhecimentos apresentados inicia-se pela identificação do problema (apresentado de forma resumida na introdução deste artigo) e no levantamento do quadro conceitual necessário para sustentar as discussões acadêmicas. O quadro conceitual orientou um conjunto de pesquisas bibliográficas realizadas por integrantes do GPI, seguidas por pesquisas aplicadas. Este artigo reproduz algumas dessas pesquisas, inicialmente o “survey” realizado com um conjunto de organizações criteriosamente selecionadas, que proporcionaram uma visão quantitativa para prosseguimento da pesquisa. Em seguida foram realizados estudos de casos a fim de validar as IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 4 indicações do “survey”. Por fim, o artigo apresenta uma aplicação (observação participante) onde os conhecimentos adquiridos foram submetidos a uma aplicação prática. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 CONCEITUANDO MODELOS DE REFERÊNCIA E MODELO DE GESTÃO FETTKE e LOOS (2007) iniciam a apresentação de suas pesquisas afirmando a problemática conceitual da utilização do termo Modelo de Referência. Por outro lado, pesquisa realizada pelos autores em bibliotecas alemãs apontou o crescente número de publicações sobre o assunto nos últimos 16 anos. A despeito da popularidade do termo Modelo de Referência, na academia e na prática, esse é utilizado para designar objetos diferentes,entre outros, para referenciar declarações teóricas, arquiteturas técnicas padronizadas ou documentações de sistemas empresariais (FETTKE e LOOS, 2007). Vários autores consideram valiosa a utilização de Modelos de Referência na orientação da gestão organizacional. A Tabela 1 apresenta alguns benefícios identificados por esses autores. Autor Benefícios SHEHABUDDE EN et al. (1999) • Comunicação de idéias e descobertas a uma ampla comunidade, entre acadêmicos ou entre academia e indústria; • comparações entre diferentes situações e abordagens; • definição do domínio ou os limites de uma situação; • descrição do contexto ou argumentação da validade de uma descoberta; e • suporte ao desenvolvimento de procedimentos, técnicas ou métodos e ferramentas. MCGRATH (1997) • apoio o desenvolvimento de uma linguagem comum entre diferentes empresas, facilitando a comunicação entre elas; • fornecimento de informações que permitem a realização de “benchmarking”, através da comparação da performance de uma empresa com outras que sejam líderes de mercado; • a partir de padrões definidos, é possível descrever como as funcionalidades de um sistema estão relacionadas aos processos do Modelo de Referência, facilitando a avaliação desse sistema quanto à sua capacidade e adaptabilidade aos processos de uma organização. KELLER e • ponto de partida para uma solução, realizando-se, posteriormente, os ajustes IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 5 Autor Benefícios TEUFEL (1998) necessários para adaptá-los à situação específica dentro de uma organização. FETTKE e LOOS, 2007). • descrição genérica de uma empresa, tornando-se um importante produto de um processo de pesquisa; • base para construção de um particular modela da empresa; • “benchmarking” ou validação de um modelo específico já existente na empresa; • seleção de pacotes de ERP. Becker e Knackstert (2003 in FETTKE e LOOS, 2007) • redução de custo, principalmente pela característica de reutilização desses modelos na construção de modelos específicos ou novos modelos de referência; • decréscimo no tempo de modelagem; • aumento da qualidade de modelo; • decréscimo do risco de modelagem. VERNADAT (1996) • redução de tempo e custo no desenvolvimento do modelo particular; • comparação das atividades da empresa com as atividades propostas no modelo (i.e., melhores práticas); • melhor suporte na implantação de sistemas de gestão empresarial integrados. KARATHANOS (1999) • auxílio no desenvolvimento de práticas de melhoria do desempenho das organizações; • disseminação de boas práticas para as demais organizações; e • ferramenta para transmitir conhecimentos em desempenho gerencial, planejamento, treinamento e avaliação. HARRISON e SHIRON (1999) • identificação de organizações de alta competitividade devem focalizar; • ponto de partida para a implementação da qualidade; • avaliação das práticas correntes da organização em relação a um padrão classe mundial; • identificação de oportunidades de melhoria e disseminação de melhores práticas existentes no mercado. BENAVENT (2006) • orientação para melhoria da gestão; • possibilita a construção de soluções organizadas e integradas, capazes de serem entendidas e internalizadas. ZILBOVICIUS (1999) • estabelecem um modo de pensar, abordar e articular os problemas organizacionais Tabela 1 – Benefícios dos Modelos de Referência. Fonte: CARDOSO (2008) A importância da introdução do conceito de Modelo de Gestão é corroborada pela pesquisa realizada por ZILBOVICIUS (1999) que atribui a necessidade de uma interconexão lógica das práticas de gestão que permita que os tomadores de decisão operem com uma IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 6 determinada lógica referenciada. Correntes dentro do pensamento sistêmico indicam a importância da cognição organizacional e do processo pelo qual seus integrantes aprendem e interpretam as operações do sistema. Publicações, como Checkland (1981, in HARRISON e SHIRON, 1999), defendem a construção de Modelos sistêmicos que reflitam o mapa cognitivo da solução dos problemas organizacionais. A comparação entre mapas de diferentes organizações ou de diferentes momentos históricos de uma mesma organização pode contribuir para o aprendizado organizacional e para a construção de um consenso. CARDOSO (2008) realizou uma extensa revisão bibliográfica a fim de definir um conjunto de conceitos para organizar o quadro conceitual da discussão no Brasil sobre Modelos de Referência e Modelos de Gestão. Segundo o autor: • “Modelos de Referência são modelos padronizados e genéricos, que desempenham um papel de referência para os agentes que tomam decisão a respeito de práticas a serem empregadas nas operações e processos organizacionais” (CARDOSO, 2008, p. 17); • “Modelo de Gestão é considerado uma representação da realidade que descreve as relações entre diferentes elementos de gestão de uma organização e tem a capacidade de predizer o impacto nas modificações desses elementos” (CARDOSO, 2008, p. 38); • “Elementos de gestão são os costumes, valores, práticas e processos de gestão, ferramentas e sistemas que orientam a gestão” (CARDOSO, 2008, p. 39); • “Práticas de Gestão representam um conjunto de atividades de natureza gerencial, sistematizadas por meio de métodos e regras de execução, formalizadas ou não, e que compõem o Modelo de Gestão da organização” (CARDOSO, 2008, p. 39). 3.2 USO DE MULTIPLOS MODELOS DE REFERÊNCIA É inegável que as necessidades modernas demandadas por clientes, sociedade, competitividade etc. conduzem a organização a adoção de múltiplos Modelos de Referência. Certificações como ISO 9001:2000, ISO 14001 e OHSAS 18001 são comumente encontradas como requisitos mínimos implícitos nas relações comerciais. Essa não é uma realidade brasileira, HARRISON e SHIRON (1999) já destacaram, a mais de uma década, que centros de pesquisas americanos vinham dedicando esforços para auxiliar as organizações na utilização de diferentes referências em projeto, diagnóstico e melhoria organizacional. Segundo os autores, a utilização de Múltiplos Modelos de Referência pode representar vantagens importantes no estudo da gestão organizacional, tanto na efetividade do IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 7 aprendizado organizacional quanto na aceleração das mudanças, pois cada Modelo de Referência provê uma distinta orientação conceitual para a visão dos problemas organizacionais e das possíveis soluções. Assim, múltiplos Modelos de Referência aplicados sobre uma organização conduzem a diferentes paradigmas e perspectivas de resultado, o que produz entendimentos mais complexos sobre a gestão e maior sensibilidade na escolha das soluções. Por outro lado, os autores salientam que esse múltiplo uso pode resultar em maior complexidade no gerenciamento do projeto da gestão, diagnóstico organizacional e aprendizado. Na prática, combinar muitos Modelos de Referência pode criar uma abordagem excessivamente fragmentada, com dificuldade de cognição e de difícil análise. Para HARRISON e SHIRON (1999), existem quatro abordagens de tratamento dos Múltiplos Modelos de Referência na orientação da gestão organizacional, em especial para processos de diagnóstico: • Conservadora => Neste caminho existe um conservadorismo na utilização do um modelo mais conhecido e experimentado, com uma preocupação da escolha dos Modelos de Referência que se mantenham fortemente alinhados e coerentes entre si, mesmo em termos de abordagem estrutural e funcional; • Radical =>O caminho radical pressupõe aceitação de Modelos de Referência com diferentes abordagens teóricas, podendo até mesmo ocorrer paradigmas conflitantes entre os modelos. A vantagem é a possibilidade de visões distintas da organização, cada uma produzindo diferentes características de foco. Por outro lado, pode conduzir a uma “anarquia” teórica ou metodológica que pode indeterminar o resultado do estudo. Em geral o caminho radical tende a fragmentar o processo de diagnóstico e análise da gestão; • Combinatória => consiste na combinação de orientações dos diferentes Modelos de Referência, sem tê-los integrado. Neste caminho cada modelo é aplicado sobre a organização individualmente e seus resultados analisados de forma combinada. Segundo os autores é o caminho mais utilizado, pois permite o ganho de utilizar divergentes referências (o que não ocorre com o caminho conservador), sem o risco das armadilhas de respostas radicalmente distintas (risco oferecido pelo caminho radical), e menos complexas que a construção de um modelo integrador. IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 8 • Integradora => Ocorre a integração de diferentes Modelos de Referência dentro de uma abordagem sintética e compreensiva. Em geral resulta na construção de um novo modelo que representa essa integração e que compreenda, completa ou parcialmente, os conteúdos de cada um dos Modelos de Referência. Para combinar com sucesso Modelos de Referência distintos é necessário observar o grau de complementaridade ou oposição entre eles, e especificar os elementos que criam esse complemento ou oposição, e, quando possível, os caminhos de tratamento das divergências (HARRISON e SHIRON, 1999). Os conflitos por sua vez podem ser enfrentados por meio da análise dos componentes que formam os Modelos de Referência: fundamentação filosófica e metodológica, expectativas de resultado com seu uso, premissas, valores declarados etc. (HARRISON e SHIRON, 1999). As organizações podem também resolver os conflitos entre os modelos, segundo os autores, pela construção de “pontes” entre eles no nível da prática organizacional. Nesse momento uma determinada classe de Modelos de Referência apresenta especial benefício – os Modelos de Referência “openframes” (HARRISON e SHIRON). Esses modelos são construídos buscando uma universalidade de aplicação, independente do ramo da organização, ambiente ao qual está submetida, etc. existem vantagens em utilizar o que denominam de “openframes”, que provêm um ponto de partida para diagnosticar as organizações, independente do tamanho, complexidade, propósito etc. Eles ainda proporcionam, destacam os autores, uma “visão holística” no entendimento de todo o ambiente e organização, nos quais os problemas se iniciam e com a trajetória de melhoria. 4. A PESQUISA 4.1 O SURVEY O “survey” foi construído tendo por base o quadro conceitual levantado, buscando esclarecer um conjunto de questões de interesse acadêmico identificado e explicitado por meio de Hipóteses Básicas e Hipóteses Secundárias. O instrumento de pesquisa foi construído através do desdobramento dessas hipóteses em variáveis e, em seguida, em assertivas, tendo por base referências teóricas adequadas (HAIR et al. 1995, HAIR et al. 2006, HAYES 1992, NUNNALY 1967). Como o “survey” verifica a percepção dos respondentes frente a idéias IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 9 expressas em variáveis, o instrumento de pesquisa foi dividido em cinco partes: (I) Caracterização do Respondente; (II) Caracterização da Organização; (III) Assertivas referentes à percepção do respondente sobre o histórico da construção e utilização do Modelo de Gestão (passado); (IV) Assertivas referentes à percepção do respondente sobre o Modelo de Gestão alcançado (presente); (V) Assertivas referentes à percepção do respondente sobre potencialidades do uso de Modelo de Gestão e Modelos de Referência (futuro). O instrumento foi, então, aplicado a um conjunto de 20 organizações consideradas referenciais pela FNQ na utilização do MEG (Modelo de Excelência da Gestão preconizado por esta fundação). Visando garantir homogeneidade dos respondentes e reduzir o risco de fatores não desejados entre as variáveis, foram definidas regras básicas de escolha das organizações pesquisadas: (a) As organizações devem orientar a sua gestão por meio de Modelos de Referência para a Gestão da Qualidade e Excelência, obrigatoriamente usuárias do MEG FNQ e ISO 9000; e (b) Os respondentes devem apresentar pleno conhecimento da organização, dos Modelos de Referência adotados e dos resultados alcançados pela gestão da organização. Inicialmente foi realizada a validação de conteúdo do instrumento (HAYES 1992) por meio da submissão a especialistas, consultores e pesquisadores. Outra validação de conteúdo foi realizada após aplicação do instrumento, por meio da verificação percentual de dados perdidos entre os pesquisados (BYRD e TURNER 2001). Em seguida os resultados foram submetidos à análise de fator exploratório (HAIR et al., 2005) para a construção dos constructos de análise e validação de constructo. Nesse momento foi realizada também a validação divergente, onde uma assertiva de contraponto às idéias da pesquisa, inserida no instrumento, não foi carregada em nenhum dos constructos de análise. Por fim, cada um dos constructos de análise sofreu verificação da sua Consistência interna por meio do Alfa de Cronbach. Validado os dados de pesquisa, as análises descritivas (médias e distribuições dos resultados) e as análises multivariadas de dados (regressão múltipla, correlação de Pearson e correlação canônica) indicaram um conjunto extenso de inferências valiosas para o estudo da gestão das organizações. Limitando-se ao escopo desse artigo, utilização de múltiplos modelos de referência, é importante destacar que: • as organizações pesquisadas possuem um Modelo de Gestão que estabelece um sistema integrado de relações entre as principais práticas existentes; IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 10 • o Modelo de Gestão construído pelas organizações pesquisadas vem sendo capaz de integrar as diferentes prescrições dos Modelos de Referência; • a adoção de múltiplos Modelos de Referência favorece a implementação dos fundamentos, valores e diretrizes relacionadas à Excelência e Qualidade classe mundial; • as análises de relacionamento causal indicam que a adoção de múltiplos modelos de referência em um processo de aprendizado capaz de integrá-los proporciona a melhoria da gestão e da construção de um Modelo de Gestão explicito. Esse, por sua vez, fornece suporte ao processo de aprendizado, sendo um mecanismo que favorece a integração das referências dentro desse modelo, construindo um ciclo virtuoso de melhoria da gestão. 4.2 OS ESTUDOS DE CASOS Um estudo de oito organizações, participantes do “survey” acima, foi conduzido por pesquisadores do GPI de forma a explorar as inferências identificadas com as análises quantitativas (CARDOSO, 2008). As oito organizações somadas empregam diretamente mais de 70 mil pessoas e movimentam um faturamento somado maior que 184 bilhões de reais. Esses estudos foram realizados por meio de entrevistas, visitas e análise documental das organizações. Foi identificado que a escolha dos Modelos de Referência dessas organizações é uma conseqüência da trajetória histórica vivenciada por cada uma delas. A escolha pode ser resultado de diversos fatores, mas a legitimidade dada por uma referência perante o mercado e a sociedade é um dos principais aspectos para sua escolha. O MEG da FNQé entendido pela liderança dessas organizações como a referência capaz de integrar as demais referência, preservando as características de cada organização. Essa identificação é o principal argumento utilizado para a escolha desse Modelo de Referência. Outra interessante conclusão dos casos estudos foi a preocupação com duas camadas de integração: (a) a integração entre os Modelos de Referência; e (b) a integração entre as Práticas de Gestão inseridas no Modelo de Gestão da Organização. As explicitações buscadas por essas organizações denotam esforços na documentação e diagramação (Modelos de Processos, Procedimentos, Diagramas, etc.) dessas integrações. As integrações são, em sua IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 11 maioria, similares as indicações de HARRISON e SHIRON (1999) que sugerem a utilização de “pontes” entre os elementos do Modelo de Gestão. É perceptível a ligação da integração entre os Modelos de Referência com a integração dos elementos do Modelo de Gestão. Os casos estudados indicam que pode haver uma ligação entre as abordagens de utilização de múltiplos Modelos de Referência (ver item 2.2 deste artigo) com a integração dos elementos do Modelo de Gestão. É importante destacar que não existe uma relação verificada entre o desempenho da organização e a melhor integração dos elementos do Modelo de Gestão, por outro lado a indicação teórica preconiza a importância de integrar os elementos de um Modelo de Gestão. Dentre as oito organizações pesquisadas, aquelas que optaram por uma abordagem conservadora ou radical possuem Modelo de Gestão com menor grau de integração dos seus elementos ou essa integração é conseqüência de uma cultura favorável existente na organização. As organizações que se utilizam da abordagem combinatória constroem a integração dos elementos do Modelo de Gestão dentro da solução as indicações de melhoria. Essas organizações se beneficiam da vantagem de menor complexidade que essa abordagem traz para a utilização de múltiplos modelos, mas a construção das “pontes” de integração na combinação das soluções torna-se bastante complexa. As integrações dessas organizações foram menores que as integrações observadas naquelas que adotaram uma abordagem integradora. A abordagem integradora conduz as organizações a realizarem as primeiras “pontes” entre os Modelos de Referência, em geral explicitadas no instrumento de integração dessas referências. Assim, na construção do Modelo de Gestão é definido um segundo conjunto de integração, nesse momento entre os elementos desse modelo. É possível que essa situação de dois estágios seja a causa do maior nível de integração entre os elementos do modelo de Gestão observado nas organizações estudadas. 5. CONCLUSÃO 5.1 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE – APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO A experiência adquirida ao longo da pesquisa realizada pelo GPI conduziu a um conjunto de experimentos participantes em organizações. Dentre eles, um projeto significou uma expressiva aplicação dos conhecimentos adquiridos na construção de um Modelo de Gestão eficaz e reconhecido internacionalmente. Este projeto foi realizado em uma empresa IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 12 prestadora de serviços na área de tecnologia de informações, denominada neste artigo de ORG_TI. ORG_TI adotou como Modelos de Referência principais o eSCM-SP1, CMM-I2, ISO 90013, PMBok4, COBIT5. As características do eSCM-SP e sua certificação conduziram a necessidade de integrar os elementos (Práticas, Arquitetura, Documentações, Sistemas etc.) que compunham a Gestão de ORG 1, naquele momento sem compor um Modelo de Gestão sistêmico. As indicações teóricas e práticas levantadas pelo GPI/UFRJ conduziram a um projeto de desenho organizacional, conforme apresentado na Figura 1, que se iniciava com a construção de um Modelo específico e integrador dos diferentes Modelos de Referência, sua posterior tradução em relação às práticas existentes e novas práticas identificadas e a construção do Modelo de Gestão. O Projeto iniciou pelo estudo das referências e estabelecimento de “pontes” entre elas. A explicitação dessas pontes em uma linguagem de execução da gestão foi denominada de MetaModelo de Gestão, uma vez que ainda representavam uma referência e não uma indicação da gestão de ORG 1. A construção do MetaModelo de Gestão foi realizada por uma equipe do GPI/UFRJ, por meio da construção das integrações entre cada requisitos dos diferentes Modelos de Referência. Essa lógica fundamentou-se em uma abordagem integratoria, similar a preconizada por HARRISON e SHIRON (1999), onde se buscou construir um Modelo de Referência Específico capaz de integrar todas as diferentes referências. Igualmente as indicações dos autores, uma das referências, neste caso o eSCM- SP, foi escolhida como base das integrações entre todos os modelos por sua característica sistêmica e abrangente da gestão. 1 eSCM-SP – eSourcing Capability Model for Service Providers, definido pela Carnegie Mellon University. 2 CMMI - Capability Maturity Model Integration, definido pela Carnegie Mellon University 3 ISO-9001:2000 - Sistema de Gerenciamento da Qualidade, definido pela International Satardarization Organization. 4 PMBok - Project Management Body of Knowledge Guide, definido pelo Project Management Institute. 5 COBIT - Control Objectives for Information and related Technology, definido pela IT Governance Institute IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. Figura 1 – Lógica de construção do Modelo de Gestão no projeto de ORG 1. Fonte: os autores. Em seguida, essas integrações foram validadas por especialistas nos diferentes Modelos de Referência e consultores experientes. O produto desta fase do projeto, o MetaModelo de Gestão, foi utilizado como base para um “cruzamento” com as práticas já existentes na organização . Essas práticas foram analisadas quanto ao atendimento dos requisitos impostos pelos diferentes Modelos de Referência, resultando em: • Aceitação Integral da Prática Existente => neste caso a prática era aceita para um determinado requisito ou conjunto de requisitos estabelecidos no MetaModelo de Gestão. • Aceitação Parcial da Prática Existente => a aceitação da prática era vinculada a um conjunto de melhorias a serem realizadas para atender um ou mais requisitos do MetaModelo de Gestão • Inserção de Nova Prática => era necessário realizar pesquisas bibliográficas e benchmarkings para identificar práticas capazes de atender um ou mais requisitos pendentes. Ao final, o conjunto de práticas reunidas pelos três caminhos acima descritos foram reunidos dentro do formato referenciado no MetaModelo de Gestão, para em seguida serem 13 IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. “redesenhados” por meio das integrações entre as Práticas de Gestão. Esse rebatimento, de integração pelos requisitos para integração das práticas, permitiu a construção do Modelo de Gestão de ORG 1. Para finalizar, as práticas foram analisadas visando identificar novas integrações fundamentais impostas pela necessidade real de execução desse conjunto de práticas. A figura 2 exemplifica, dentro de uma visão parcial, essa passagem do MetaModelo de Gestão para o Modelo de Gestão de ORG 1. Figura 2 – Extrato do Modelo de Gestão. Fonte: os autores. O método adotado nesse projeto permitiu a construção de um Modelo de Gestão altamente integrado, com elevado detalhamento das “pontes” de relacionamento entre cada uma das práticas dos Modelos deGestão e requisitos dos Modelos de Referência. Outra vantagem no método foi a construção dessas pontes em etapas, inicialmente por meio da integração entre os requisitos das referências e em seguida na integração entre as práticas, o que reduz a complexidade da abordagem integradora, destacada por HARRISON e SHIRON (1999) com sua principal dificuldade. Como desvantagem do método utilizado nesse projeto a necessidade de prazo para desenho do MetaModelo de Gestão e do Modelo de Gestão é o principal destaque. A passagem entre o Modelo de Referência Integrador e o Modelo de Gestão específico da organização é também um momento crítico de sucesso da lógica de 14 IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 15 projeto utilizada, pois requer a discussão sobre o grau de aderência entre a referência e a realidade esperada para a gestão da organização. 5.2 ANÁLISE E INDICAÇÕES DO ARTIGO As indicações das pesquisas apresentadas neste artigo conduzem a algumas conclusões importantes a serem destacadas. A primeira delas refere-se a utilização dos Modelos de Referência na orientação à gestão das organizações. É evidente também que esses modelos não representam, por si só, a solução para a gestão das organizações, mas um ponto de partida onde sobre eles é necessária a construção articulada das soluções específicas de uma organização. Nesse sentido, como comprova o “survey” e os casos estudados, as organizações consideradas referenciais em gestão no Brasil estão focando seus esforços na construção dos seus específicos Modelos de Gestão. Uma indicação importante é a atual movimentação das organizações que vivenciavam adoção de distintos Modelos de Referência de uma abordagem conservadora para abordagens combinatórias ou integradoras. É possível perceber que as abordagens combinatórias foram as mais identificadas nos casos estudados, e que a preocupação, apesar de existirem muitos “ditos” Sistemas Integrados de Gestão, em integrar as práticas de gestão de forma sistêmica é recente dentro das organizações e ainda encontra-se em estágios iniciais. As abordagens conservadores, em geral, são conseqüência da trajetória histórica da organização que alcançam um nível de maturidade da gestão onde a busca de novos patamares de desempenho orienta os esforços para a integração das melhorias da gestão. Essa abordagem proporciona, com menor complexidade que a abordagem integradora, a construção de um Modelo de Gestão com integrações relevantes entre suas práticas, mas com redundâncias em seus mecanismos de diagnóstico e análise de desempenho da gestão. Os resultados, em termos de um Modelo de Gestão sistêmico é melhor alcançado quando a abordagem integradora é utilizada. Os aprendizados nas organizações estudadas demonstraram maior integração e visão global. A posição de futuro desejada para a gestão é melhor expressa nessas organizações, que tendem a avançar com melhor foco em seus ciclos de melhoria. Por outro lado, a construção do Modelo de Referência Integrador é uma atividade complexa e especificamente de projeto, e que requer diversidade de conhecimento nas referências para definir pontes de integração pertinentes. Igualmente complexa é a tradução do Modelo de Referência Integrador no Modelo de Gestão, respeitando as “pontes” IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 16 de integração originais e adicionando novas integrações relevantes. Essas complexidades afastam os gestores e elevam os prazos dos projetos que adotam essa abordagem. Por fim, é necessários aprofundar estudos sobre organizações que adotam abordagens integradoras de utilização de Modelos de Referência e que construíram Modelos de Gestão de sucesso, identificando os caminhos realizados, seus erros e acertos, a fim de desenvolver método otimizado para orientar as organizações que buscam construir uma gestão sistêmica de suas organizações. 6. REFERÊNCIAS ABNT. NBR-ISO-9001:2000 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2000. _____. NBR-ISO-14001:2004 – Sistema de Gestão Ambiental. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2004. AHLEMANN, F.; GASTI, H. Process Model for a Empirically Grounded Reference Model Construction. In: Reference Modeling for Business Systems Analysis. Idea Group Publishing, Heshey, p. 77-97,2007. BENAVENT, F. B. TQM Application Through Self-Assessment and Learning: Some Experiences from Two EQA Applicants. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 1, vol. 13. p. 7–25. 2006. BIANCO, M. F.; SALERMO, M. S. Como o TQM opera e o que muda nas empresas? Um estudo a partir de empresas líderes no Brasil. Revista Gestão e Produção, São Carlos, Brasil, v. 8, n. 1. p 56-67. 2001. BYRD, Terry Anthony e TURNER, Douglas E.; An exploratory examination of the relationship between flexible IT infrastructure and competitive advantage, Elsevier Science B.V., p. 41-52, 2001. BOGGS, W. B. TQM and Organizational Culture: A Case Study. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 2, vol. 11, p. 42–52, 2004. CAMERON, K.; SINE, W. A Framework for Organizational Quality Culture. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 4, vol. 6, p. 7–25, 1999. CAJAZEIRA, J. Responsabilidade social nas empresas classe mundial no Brasil: desempenho sustentável ou só discurso? Dissertação de mestrado. Fundação Getúlio Vargas/EAESP. São Paulo, 2005. IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 17 CARDOSO, R. Construção de Modelos de Gestão articulados por Modelos de Referência: uma investigação sobre o uso dos Modelos de Referência de qualidade e excelência. UFRJ, Rio de Janeiro, 2008. CAULLIRAUX, H., PROENÇA, A. Gestão: Introdução Conceitual. In: CAULLIRAUX, H., YUKI, M. Gestão Pública e Reforma Administrativa. Conceitos e Casos: a Experiência de Florianópolis. Rio de Janeiro: Lucerna, p. 19-23, 2004. FETTKE, Peter, LOOS, Peter e ZWICKER, Jörg. Business Reference Model: Survey and Classification in 3º International Conference on BPM, France, 2005. FETTKE, Peter e LOOS, Peter. Perspectives on Reference Modeling. In: Reference Modeling for Business Systems Analysis. Idea Group Publishing, Heshey, p. vi-21, 2007. FNQ. Critérios de Excelência. Fundação Nacional da Qualidade. São Paulo, 2007a. ____. Cadernos de Excelência: Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão. Fundação Nacional da Qualidade. São Paulo, 2007b. GARVIN, David A. Gerenciando a Qualidade: A Visão Estratégica e Competitiva, tradução de João Ferreira Bezerra de Souza. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 2004. GHOBADIAN A.; GALLEAR D. N. TQM implementation: an empirical examination and proposed generic model. OMEG®a, vol 29, no 4, p. 343–359, 2001. GPI/COPPE/UFRJ. Relatório das Atividades da Linha de Pesquisa de Modelo de Gestão. Publicação interna, 2007. HAIR, J.F. , ANDERSON, R.E., TATHAM, R.L., BLACK, W.C.; Multivariate Data Analysis, Fourth Edition, Ed. Prentice Hall, New Jersey, 1995. HAIR J.F, BABIN, B., MONEY, A. H., SAMOUEL P.; Fundamentos de Métodos de Pesquisa em Administração, tradução Lene Belon Ribeiro, Bookman, Porto Alegre, 2006. HARRISON, Michael I., SHIROM, Arie.; Organizational Diagnosis and Assessment. Ed. Sage Publications, Inc. Thousand Oaks, California, 1999. HAYES, Bob E. : Measuring Customer Satisfaction, Quality Press, Milwaukee – WI, , 1992. HYDER, Elaine B. KEITH M. Heston. PAULK, Mark C. eSCM-SP: eSourcing Capability Model For Service Providers. Carnegie Mellon University. 2ª Edição, Pittsburgh, 2004. INMETRO. HomePage do INMETRO, <www.inmetro.gov.br/gestao9000>,acessado em 14 de agosto de 2007. IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 18 ISO. How are ISO Standard developed? Site oficial da ISO <http://www.iso.org/iso/en/stdsdevelopment/whowhenhow/how.html> acessado em 08/02/2007. JUSE. Homepage da “Union Japonese Scientists and Engineers”, < http://www.juse.or.jp/e/index.html> , acessado em 30 de abril de 2007. KELLER, G.; TEUFEL, T. SAP R/3 process-oriented implementation. Harlow, England: Addison Weley Longman. 1998. KUJALA J.; LILLRANK, P. Total Quality Management as a Cultural Phenomenon. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 4, vol. 11. p. 43–55. 2004. MCGRATH, M. E., Improving supply-chain management: the first cross-industry operations reference-model can change the way business is done by all. Logisticstoday, v. 38, n. 1, p. 78-79, 1997. NIST – National Institute of Standards and Technology. HomePage do Baldrige National Quality Program <www.quality.nist.gov>, acessado em 14 de agosto de 2007. NUNNALY, Jum C. Psychometric Theory, MacGraw-Hill Book Company, New York, 1967. PAGLIUSO, Antonio Tadeu e CARDOSO, Rodolfo. Gestão Organizacional: Passado, Presente e Futuro em Tecnlogia Industrial Básica: Trajetória, Tendências e Desafios no Brasil. MCT, Brasil, 2005. PINHEIRO DE LIMA, E.; LEZANA, A. G. R. Desenvolvendo um framework para estudar a ação organizacional: das competências ao modelo organizacional. Revista Gestão e Produção, São Carlos, Brasil, v. 2, n. 2. p 177-190. 2005. RECKER, J; ROSERMANN, M; VAN DER AALST, W.M.P.; JANSEN_VULLERS, Monique, DREILING, A. Configurble Reference Modeling Languages. In: Reference Modeling for Business Systems Analysis. Idea Group Publishing, Heshey, p. 22-46, 2007. RUSSO, M. V.; CORBETT, C. J. ISO 14001: irrelevant ou invaluable. ISO Management Systems, p. 23-29, 2001. SEBASTIANELLI, R.; TAMINI, N. Understanding the Obstacles to TQM Success. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 3, vol. 10, p. 45–56, 2003. SHEHABUDDEEN, N.; PROBERT, D.; PHAAL, R.; PLATTS, K. Representing and approaching complex management issues: Part 1 - Role and definition. Centre for IV CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho a 2 de agosto de 2008. 19 Technology Management Working Paper Series, USA, University of Cambridge Institute for Manufacturing, 1999. SLACK, N., et al., Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1a. Ed, 1997. SMITH, Martin. Business Process Design: Correlate of Success and Failure. Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 2, vol. 10, p. 38–49, 2003. TAYLOR, L. J. Selecting and Implementing Quality Management Models. In Annual Quality Congress, Charlotte, NC, vol. 55, no. 0, pp. 286-291, 2001. VAN DER WIELE, A.; WILLIAMS, A. R. T.; DALE, B. G. Total Quality Management: Is It a Fad, Fashion, or Fit? Quality Management Journal, Milwaukee, USA, ASQ, no. 2, vol. 7. p. 65–79. 2000. VERNADAT, F. B. Enterprise modeling and integration: principles and applications. London: Chapman & Hall. 1996. VOLLMANN, Thomas E. The Transformation Imperative: achieving marketing dominance trough radical change. USA: Havard Business School Press, 1996. VON BROCKER. Design Principies for Reference Modeling. In: Reference Modeling for Business Systems Analysis. Idea Group Publishing, Heshey, p. 58-75, 2007. ZILBOVICIUS, M. Modelos para a produção, produção de modelos: gênese, lógica e difusão do modelo japonês nas organizações de produção. São Paulo: FAPESP. 1999. WOOD, Thomas Jr; URDAN, Flavio Torres. Gerenciamento da Qualidade Total: Uma Revisão Crítica in WOOD, Thomas Jr. Mudança Organizacional. 4ª Edição. São Paulo, Editora Atlas, p 186 – 202, 2004.
Compartilhar