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QUESTÕES – DIREITO PENAL 1.(83º Concurso de Ingresso à Carreira do MPSP — 2003) Dentre as afirmações abaixo, assinale a FALSA. a) No estado de necessidade, o perigo pode advir de conduta humana, força maior ou caso fortuito, a legítima defesa só é possível contra agressão humana ou ataque espontâneo de animal irracional. b) No estado de necessidade há conflito entre bens jurídicos, na legítima defesa há ataque ou ameaça de lesão a um bem jurídico. c) No estado de necessidade, o bem jurídico é exposto a perigo atual ou iminente, na legítima defesa o bem jurídico sofre uma agressão. d) Podem coexistir, num mesmo fato, a legítima defesa com o estado de necessidade. e) No estado de necessidade há ação, e na legítima defesa reação. Resposta: “a”. A legítima defesa pressupõe uma agressão (injusta, atual ou iminente etc.), que se entende como a conduta humana que lesa ou expõe a perigo bens juridicamente tutelados. 2. (Procurador do Trabalho — XV Concurso — 2008) Leia com atenção as assertivas abaixo e assinale a alternativa INCORRETA: a) o estado de necessidade pode ser alegado por quem não tinha o dever legal de enfrentar o perigo; b) na legítima defesa há ação em razão de um perigo e não de uma agressão; c) a legítima defesa é uma das causas excludentes da antijuridicidade; d) mesmo em caso de exercício regular de um direito, o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo; e) não respondida. Resposta: “b”. A legítima defesa pressupõe, entre outros, que haja uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio. 3. (Magistratura Trabalho — 15ª Região — 2005) Assinale a alternativa incorreta: a) age, em legítima defesa, quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, ainda que futura, a direito seu; b) usar de grave ameaça para favorecer interesse alheio contra parte em processo administrativo, constitui crime de coação no curso do processo; c) o crime é culposo quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia; d) o desconhecimento da lei penal é inescusável, contudo, pode constituir circunstância atenuante; e) se o crime é cometido em estrita obediência a ordem de superior hierárquico, não manifestamente ilegal, só é punível o autor da ordem. Resposta: “a”. CP, art. 25. 4. (Procurador do Estado/SP — Vunesp — 2005) X, desafeto de Y, encontra-o na via pública e resolve matá-lo. Entram em luta corporal e, na disputa pela arma de fogo portada por X, Y consegue dispará-la contra seu agressor, porém Z, que passava pelo local, também acaba sendo atingido. No caso, incide: a) a regra do concurso material de infrações porque o resultado lesivo em Z afasta a incidência da excludente da ilicitude. b) a norma da aberratio ictus com unidade complexa, reconhecendo-se o concurso formal. c) a hipótese de excesso culposo na legítima defesa, e Y será processado pelo resultado causado a título de culpa em Z. d) a excludente da legítima defesa tanto em relação a X quanto a Z, não havendo que se falar em aberratio ictus com unidade complexa. e) a norma da aberratio ictus com unidade complexa, reconhecendo-se o crime continuado. Resposta: “d”. Há legítima defesa com aberratio ictus (unidade simples ou resultado único). 5. (183º Concurso de Ingresso à Carreira da Magistratura/SP — 2011) Antônio, depois de provocado por ato injusto de Pedro, retira-se e vai para sua casa, mas, decorridos cerca de trinta minutos, ainda influenciado por violenta emoção, resolve armar-se e voltar ao local do fato, onde reencontra Pedro, no qual desfere um tiro, provocando-lhe a morte. Nesta hipótese, Antônio pode invocar em seu favor a a) excludente da legítima defesa real. b) excludente da legítima defesa putativa. c) existência de causa de diminuição de pena (art. 121, § 1º, do Código Penal). d) existência de circunstância atenuante (art. 65, III, “c”, do Código Penal). e) excludente da inexigibilidade de conduta diversa. Resposta: “d”. Não há legítima defesa, pois não havia agressão atual ou iminente, mas passada. Não ocorre, ainda, o privilégio do crime de homicídio, pois sua reação não foi imediata. 6. (180º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP — 2007) José, tido como inimputável no curso de um processo-crime em prova pericial, vem a agredir João, causando-lhe ferimentos de natureza grave. Apura-se, no entanto, que agiu em legítima defesa. O juiz, ante o disposto no Código Penal, art. 97, deve absolver o réu, a) sujeitando-o à internação em casa de custódia, por ser o delito apenado com reclusão; b) descabendo a aplicação de qualquer medida de segurança; c) e aplicar-lhe medida de segurança pelo prazo correspondente a seu grau de periculosidade; d) mas aplicar-lhe medida de segurança de, no mínimo, um ano. Resposta: “b”. A legítima defesa pode ser praticada por inimputáveis. 7. (178º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP — 2006) Alberto estava no interior de um bar. Lá também se encontrava Roberto, que passou a provocá-lo sem razão aparente. Em dado momento, Roberto aproximou-se, sacou uma arma e desferiu um golpe com a coronha na cabeça de Alberto, que poderia ter deixado o local, fugindo, porque próximo à saída, mas optou, em fração de segundos, por reagir, golpeando o agressor com um pedaço de madeira encontrada ao acaso e naquele instante sob o balcão, produzindo em Roberto lesão corporal de natureza grave. Assinale a resposta certa. a) Alberto agiu em legítima defesa, mesmo optando pela reação. b) Alberto estava obrigado a fugir, evitando a reação e, consequentemente, o resultado, a que responderá. c) Alberto excedeu-se no uso dos meios necessários a repelir a agressão e responderá pelo excesso doloso. d) Alberto agiu em legítima defesa putativa. Resposta: “a”. A legítima defesa não requer que seja a agressão repelida inevitável, ou seja, mesmo tendo tido condições de deixar o local, pode o sujeito atuar em sua própria defesa. 8. (180º Concurso de Ingresso à Magistratura/SP — 2007) Um ladrão pula o muro de uma casa para furtar. É morto, todavia, por ataque de cães bravios. Em tais condições, o proprietário da casa: a) deve ser inocentado por legítima defesa preordenada; b) responde por homicídio culposo; c) deve ser inocentado, pela excludente de estado de necessidade; d) responde por homicídio doloso. Resposta: “b”. O problema trata da figura dos ofendículos, que no momento de sua utilização constituem legítima defesa preordenada. Na hipótese formulada, houve excesso culposo.
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