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0 UNICEP – Centro Universitário Central Paulista Curso de Engenharia de Produção ANÁLISE ERGONOMICA DO TRABALHO CAROLINA TONHIOLO – RA 4701730 MARCELO C. OLIVEIRA - RA 4701944 MATHEUS H. DE OLIVEIRA – RA 4701695 TURMA 6º A SÃO CARLOS NOVEMBRO/17 1 CAROLINA TONHIOLO – RA 4701730 MARCELO C. OLIVEIRA - RA 4701944 MATHEUS H. DE OLIVEIRA – RA 4701695 Trabalho para obtenção de nota para composição de média final na matéria de Ergonomia, curso de Bacharelado em Engenharia de Produção, à UNICEP – Universidade Central Paulista de São Carlos. Professora Heloisa Giangrossi Machado Vidotti SÃO CARLOS NOVEMBRO/17 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. ERGONOMIA ....................................................................................................... 4 3. ANÁLISE ERGONOMICA DO TRABALHO .......................................................... 4 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ......................................................... 4 4.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ................................................................. 5 4.2. POPULAÇÃO ................................................................................................. 5 4.3. DESCRIÇÃO DO FLUXO DE PRODUÇÃO ................................................... 5 4.4. ESMALTAÇÃO POR IMERSÃO .................................................................... 6 4.5. ANÁLISE DA TAREFA ................................................................................... 7 4.6. ANALISE DA ATIVIDADE .............................................................................. 8 4.7. DIAGNOSTICOS DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO .................................... 9 4.8. SUGESTÕES DE MELHORIAS ..................................................................... 9 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 10 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................... 11 3 ANALISE ERGONOMICA DO TRABALHO EM UMA INDUSTRIA DE CERÂMICA DE MESA: Análise do posto de trabalho de esmaltação por imersão RESUMO Na ergonomia várias ferramentas têm sido utilizadas para melhorar a adaptação do trabalho ao homem. A análise do posto de trabalho e de como o homem interage nesse ambiente são fatores que vem sendo discutidos por pesquisadores há muito tempo. Este estudo busca realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho em um posto de trabalho de uma indústria de cerâmica de mesa. 1. INTRODUÇÃO A pressão realizada pelas empresas em função da alta concorrência, têm proporcionado estudos voltados para redução de custos e aumento de produtividade. Esses fatores de certa forma, cobram uma produtividade maior dos trabalhadores, e como consequência causam lesões por operações repetitivas. Por esse motivo as empresas estão buscando alternativas para adequar o colaborador em um posto de trabalho, para que esse consiga melhorar sua produtividade e reduza o número de lesões. Assim sendo, estudos ergonômicos vem ganhando espaço dentro das organizações. Os trabalhos ergonômicos tem início nos setores ou postos de trabalho onde há maior incidência de acidentes de trabalho, afastamentos, doenças, faltas e até mesmo rotatividade de funcionários. A análise ergonômica parte da identificação de um problema que justifique um estudo, buscando ações ergonômicas para a solução destes. A análise permite compreender a natureza e a dimensão dos problemas apresentados, bem como elaborar um plano de intervenção para abordá-los. O objetivo do estudo, busca realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho em um posto de trabalho de uma indústria de cerâmica de mesa, localizada em Porto Ferreira, interior de São Paulo. 4 2. ERGONOMIA A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. (ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ERGONOMIA, 2000) A ergonomia no trabalho oferece ao trabalhador, as condições adequadas e os métodos de prevenção de acidentes e patologias especificas para cada tipo de atividade executada. A má postura e as lesões por esforços repetitivos, ao logo do tempo, causam diversos males que prejudicam e comprometem a saúde do trabalhador, impossibilitando, muitas vezes, que esse permaneça executando a mesma função. 3. ANÁLISE ERGONOMICA DO TRABALHO Segundo a legislação brasileira na Norma Regulamentadora(NR) 17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, equipamentos, condições ambientais do posto de trabalho e a própria organização do trabalho. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS A seguir, apresenta-se uma descrição sucinta da empresa e a análise do posto de trabalho a ser estudado. 5 4.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA O estudo foi realizado em uma indústria de cerâmica de mesa, localizada no Estado de São Paulo. A empresa atende o mercado através de venda por atacado(lojista) e varejo (consumidor final). O público alvo da empresa são os consumidores das classe A e B. Os produtos desenvolvidos diferenciam-se pela qualidade e exclusividade das decorações e relevos e pela sofisticação no desenvolvimento. Dentre os itens que compõem o mix de produtos, encontram-se: pratos, xícaras, pires, canecas, travessas, tigelas, bowls e pratos de bolo. A empresa trabalha com matérias primas de alta qualidade, assegurando assim a qualidade de seus produtos. 4.2. POPULAÇÃO São no momento 350 empregados, entre homens e mulheres de 18 a 50 anos. A seleção não obedece critérios experiência em atividades semelhantes ou exigência de escolaridade. No setor produtivo não há empresas terceirizadas. A empresa possui dois técnicos de segurança do trabalho. 4.3. DESCRIÇÃO DO FLUXO DE PRODUÇÃO De forma simplificada, o fluxo de fabricação das peças são compostos basicamente por 11 etapas. A tarefa a ser analisada está no processo de esmaltação. Esse processo é composto por 2 formas de aplicar esmalte nas peças: areografia e imersão, sendo que é dentro desse último que iremos aplicar o estudo. 6 FIGURA 1 – FLUXOGRAMA PROCESSO DE PRODUÇÃO 4.4. ESMALTAÇÃO POR IMERSÃO No processo de esmaltação por imersão são feitas apenas as seguintes peças: bowls, xícaras, canecas e petisqueiras. FIGURA 2- PEÇAS ESMALTADAS NO PROCESSO DE ESMALTAÇÃO POR IMERSÃO 7 A jornada de trabalho dos operadores é de 530 minutos, já considerando um intervalo de 80 minutos para almoço. Durante essa jornada cada operador deve esmaltar aproximadamente 3.777 peças, sendo que o tempo gasto em cada peça deverá ser de 8,42 segundos. FIGURA 3 - ESQUEMA DA LINHA DE PRODUÇÃO DE ESMALTAÇÃO POR IMERSÃO 4.5. ANÁLISE DA TAREFA NOME DA FUNÇÃO: EsmaltadorSEXO: Masculino IDADE: 27 anos TEMPO NA FUNÇÃO: 3 anos AFASTAMENTO POR ACIDENTES: Não DESCRIÇÃO: Com a mão esquerda pegar uma peça que estará passando pela esteira, colocar a peça no alicate que estará segurando com a mão direita. Submergir o alicate com a peça na caixa de esmalte, manter a peça submersa por 3 segundos. Retirar o alicate da caixa de esmalte e colocar a peça sobre a grade de secagem que fica em frente ao operador. Repetir o processo até que a grade de secagem fique cheia, assim que estiver cheia, nas próximas peças enquanto estiver esmaltando tirar peça por peça da grade e colocar na esteira. O processo se repete durante todo o período da jornada. A esteira é abastecida com peças para serem esmaltadas por um operador abastecedor e após esmaltadas as peças são retiradas da esteira por um operador que irá limpar o pé da peça. 8 EXIGÊNCIA DE TEMPO PARA EXECUÇÃO DA TAREFA: 8,42 segundos por peça. RITMO DE TRABALHO: intenso e continuo FERRAMENTAL UTILIZADO: alicate para imersão QUEIXAS LEVANTADAS PELO OPERADOR: dor nos braços e ombros devido ao mesmo movimento realizado durante a jornada de trabalho, dor na mão devido ao uso do alicate durante a jornada de trabalho e calor (já que a linha de esmaltação fica localizada próximo a saída do forno). Repetitividade de movimentos e monotonia de operações e tarefas executadas. 4.6. ANALISE DA ATIVIDADE A atividade realizada como realmente é feita segue os seguintes passos: 1º - Pegar uma peça na esteira com a mão esquerda 2º - Colocar a peça no alicate que está na mão direita 3º - Submergir o alicate na caixa de esmalte e deixar por 3 segundos, tempo esse que é contado mentalmente por cada operador (podendo causar variação do tempo de imersão) 4º - Retirar o alicate do esmalte 5º - Inspecionar visualmente a peça 6º - Caso houver, tampar furos utilizando um pincel 7º - Colocar a peça na grade de secagem 8º - Pegar uma nova peça na esteira com a mão esquerda 9º - Colocar a peça no alicate que está na mão direita 10º - Submergir o alicate na caixa de esmalte por 3 segundos, enquanto isso pegar uma peça já esmaltada e seca e colocar esteira. 11º - Repetir o processo até o final da jornada. 9 4.7. DIAGNOSTICOS DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO Durante as análises foram avaliadas as situações e condições diárias do operador em seu posto de trabalho. Os principais pontos de atenção foram relatados pelo próprio trabalhador durante análise, sendo: O tempo de exigência para a execução da tarefa é muito curto, o que faz com que o trabalho tenha um ritmo intenso. Devido a esse ritmo intenso e a monotonia da tarefa o operador realizada 3.777 vezes o mesmo movimento, causando assim dores nos ombros e braços. O alicate utilizado na imersão das peças possui uma cobertura de borracha no local onde fica a mão do operador, porém o uso do mesmo durante toda a jornada acaba causando bolhas e após um tempo calos nas mãos do operador. O calor no setor devido a sua localização e a ventilação que não é suficiente para diminuir a temperatura. 4.8. SUGESTÕES DE MELHORIAS Como não é possível reduzir a jornada do operador, nem a quantidade de peças realizadas no dia algumas mudanças foram sugeridas: - Implantar um sistema de rodizio entre os esmaltadores, abastecedores de esteira e operadores que limpam os pés das peças. Dessa forma os funcionários teriam uma mudança de tarefa, o que reduziria a quantidade de movimentos repetitivos, as dores nos ombros e braços e reduziria a monotonia da tarefa. - Desenvolver uma nova cobertura para os alicates, para que absorva mais a pressão das mãos do operador e reduza a criação de bolhas e calos. Como uma maneira paliativa, o uso de luvas de pano 7 fios poderia ajudar a princípio. - Iniciar o uso da Ginástica Laboral antes de iniciar o expediente e antes de retornar do intervalo de almoço. - Realizar a instalação eficaz de um sistema de ventilação para que a temperatura do local fique dentro do que determina a NR 17, entre 20ºC e 23ºC. 10 5. CONCLUSÃO Foram significativos para estudo do posto de trabalho: Análise visual da tarefa realizada pelo operador, Análise das características da empresa e da população de trabalhadores (histórico, ramo de atividade, atuação no mercado, faixa etária, sexo, nível de escolaridade), Análise do ambiente de trabalho (temperatura, ventilação, layout) Ritmo imposto, pressão de trabalho e aumento significativo do risco ergonômico estresse do trabalhador Mudanças no ferramental possível efeito de aumento da repetitividade de movimentos. 11 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS GUIA TRABALHISTA - NR 17 - NORMA REGULAMENTADORA 17.Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm#17.5._Condições_ambientais_ de_trabalho>. Acesso em 20 de Novembro, às 22:00h. ABERGO – O QUE É ERGONOMIA. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em 25 de Novembro, às 17:30h. CÂMARA MULTIDISCIPLINAR DE QUALIDADE DE VIDA – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO, LAUDO ERGONÔMICO E ESOCIAL. Disponível em: <http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&moe=212&id=20243> Acesso em 25 de Novembro, às 18:00h.
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