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APOSTILA RESUMIDA HEGEL E A DIALÉTICA

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– HEGEL E A DIALÉTICA –
É considerado um dos mais influentes filósofos do século XIX e que leva a cabo a vertente idealista da filosofia (compondo, ao lado de Immanuel Kant e Johann Fichte, o imponente Idealismo alemão). Empreendeu o último grande sistema filosófico do qual diversos pensadores se contrapuseram e outros aderiram. 
Aos 37 anos Hegel publica Fenomenologia do espírito (1807). Segundo Henrique Vaz, a intenção desse filósofo com essa obra é “articular com o fio de um discurso científico – ou com a necessidade de uma lógica – as figuras do sujeito ou da consciência que se desenham no horizonte de seu afrontamento com o mundo objetivo”. Ainda segundo Vaz, Fenomenologia do espírito é a resposta original à grande aporia transmitida pela Crítica da razão pura ao Idealismo alemão.
• Fenomenologia: por fenomenologia podemos entender a ciência que estuda logicamente o fenômeno no interior de um processo histórico e dialético e que inclui a dimensão absoluta do saber, rejeitada por Kant.
• Dialética: a dialética foi por Hegel particularmente situada como o processo pelo qual oposições (tese e antítese) podem sintetizar-se na formação do saber absoluto.
• Espírito: Geistes foi o termo escolhido por Hegel para designar “consciência”, “mente”, “razão” e também “a vida ética de um povo”.
– DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO –
É no capítulo 6 que Hegel apresenta a dialética cujo modelo concebido por ele próprio lhe serve para transmitir o começo da história, o qual remonta às relações humanas. Para Hegel a história humana começa quando se enfrentam dois desejos, duas consciências desejantes. 
• Luta de morte: ambos desejam ser reconhecidos como senhor decorrendo daí um enfrentamento. Eu desejo que o desejo do outro me reconheça como senhor. O outro também deseja que meu desejo o reconheça como senhor. Nesse processo as duas consciências sabem que se estende uma luta de morte (1° TEMPO). [1: Luta de morte (tese).]
Essa dialética leva a cabo a morte de um dos dois. O medo da morte suplanta o desejo, antepõe-se ao seu desejo (2° TEMPO). É mais forte o temor a morrer que o desejo de ser reconhecido pelo desejo do outro.[2: Medo da morte suplanta o desejo (antítese).]
Aquele cujo desejo é mais forte que o medo da morte torna-se o senhor. O que o medo da morte é mais forte que o desejo é o escravo.
É com base nessa luta de morte que Hegel localiza o início da história humana. No entanto, essa diferença traz um impasse, pois, ao senhor impõem-se uma intensa insatisfação, uma vez que aquele que o reconhece em seu desejo como senhor, já não é mais um sujeito desejante, mas alguém que tem medo de morrer, um escravo. 
Essa luta empreendida que leva a cabo o reconhecimento de um como senhor torna esse senhor insatisfeito (3° TEMPO). O escravo será aquele que por medo da morte se porá a trabalhar para o senhor confinando esse à passividade, ao ócio e ao gozo. O escravo, devido à submissão ao senhor, trabalhará sobre a matéria e a partir dela construirá a cultura. [3: Insatisfação do senhor, pois o outro assumiu a posição de escravo, portanto não é mais um sujeito desejante. A partir daí, surge a NECESSIDADE.]
É nesse âmbito que se situa a possibilidade da liberdade do escravo. E ao senhor destina-se o confinamento ao ócio, à passividade e ao gozo. Com seu trabalho, o escravo transforma o senhor em um animal, transforma-o naquele que necessita de coisas materiais, na tentativa de afirmar sua posição de senhor sobre o outro. 
- Necessidade: é uma propriedade que não se restringe ao humano, pois se estende aos animais e às plantas. A necessidade relaciona-se a coisas (“coisas naturais”). Os humanos, os animais e as plantas necessitam imprescindivelmente de água para viverem.
• NECESSIDADE: HOMEM/ANIMAL → OBJETO
 
- Desejo: esse se restringe exclusivamente aos homens. O desejo suplanta a necessidade. O desejo deseja desejos. Em outras palavras, o desejo do homem deseja o desejo de outro homem; deseja que o outro lhe reconheça como seu senhor. Os animais não desejam, eles necessitam de coisas para satisfazerem suas necessidades. O desejo é um ponto de suspenção e está entre o EU e o OBJETO. É ele que nos move em direção ao nosso objeto desejado.
• DESEJO: HOMEM → (DESEJO) → OBJETO
Os três tempos da dialética:
• Afirmação (tese): as duas consciências desejantes.
• Negação (antítese): a negação de uma das consciências desejantes.
• Negação da negação (síntese): a negação da negação da consciência do senhor.

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