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Pulpotomia em Dentes Jovens

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI
ALUNA: MALENA ANA DA SILVA MORAIS
PERÍODO: 5º
MATÉRIA: ENDODONTIA
PULPOTOMIA EM DENTES PERMANENTES JOVENS
TERESINA
2017
Em função da importância da prevenção na odontologia atual, todos os procedimentos envolvidos na prática clínica devem ser direcionados à preservação da estrutura dental sadia e à manutenção da integridade do complexo dentina polpa. No entanto, após exposição pulpar acidental ou em decorrência de cárie ou traumatismos, se torna necessário decidir, do ponto de vista endodôntico, qual a melhor conduta a ser adotada anteriormente à restauração definitiva do elemento. 
Embora a técnica de pulpotomia seja bastante questionada, principalmente, por endodontistas radicais, ela é considerada um tratamento definitivo e de custo reduzido, quando comparada aos tratamentos de canais radiculares, os quais somente atingem níveis de sucesso quando executados por profissionais especializados e, pelo seu alto custo, quase sempre são proibitivos para pessoas de baixa renda. A pulpotomia sai ganhando em relação as vantagens, pois é um procedimento de baixo domínio e tem um grande valor social, evitando uma extração desnecessária de dentes permanentes, em uma população onde o tratamento endodôntico é inviável economicamente.
O QUE É?
A pulpotomia é uma técnica de tratamento endodôntico conservador, que consiste na remoção do tecido pulpar coronário inflamado, com consequente manutenção da integridade da polpa radicular. Nesse procedimento, o tecido pulpar remanescente deve ser protegido com um material capeador que preserve a vitalidade estimulando o processo de reparo e a formação de tecido mineralizado sobre o mesmo, mantendo o tecido pulpar radicular com estrutura e função normais.
INDICAÇÕES
A pulpotomia é indicada para dentes decíduos e permanentes e, para isso, a polpa precisa estar vital. Além disso, é indicada em dentes que apresentam exposição pulpar pela cárie; em casos de pulpites irreversíveis, em dentes com rizogênese incompleta; em dentes com polpa exposta por mais de 24h, em decorrência de traumas; e em dentes com ampla destruição coronária onde não há necessidade de pinos intracanal.
CONTRA-INDICAÇÕES
A pulpotomia é contra-indicada em casos de reabsorção radicular externa patológica, reabsorção radicular interna, calcificações pulpares, tumefação de origem pulpar ou mobilidade patológica. Em casos de necrose pulpar, a pulpotomia não tem validade alguma.
ASPECTO DO TECIDO PULPAR
O tecido coronário é considerado vital quando apresenta consistência, resistência ao corte, coloração vermelho vivo ou rutilante e hemorragia suave e que cessa em poucos minutos após a exposição ou remoção.
SEQUÊNCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO MEDIATO
A pulpotomia realizada pelo tratamento mediato ocorre em duas sessões e tem os seguintes passo:
=> Bochecho pré-operatório com 10 ml de solução de gluconato de clorexidina a 0,12%, por 1 minuto; 
=> Anestesia - se intrapulpar, sem vasoconstritor, somente na porção coronária, sem pressão excessiva no êmbolo da seringa; 
=> Instalação do isolamento absoluto 
=> Anti-sepsia do campo operatório - clorexidina a 2,0% ou álcool iodado a 0,3% neutralizado com álcool éter 1:1; 11 
=> Remoção total da dentina cariada; 
=> Abertura coronária completa com remoção das interferências;
 => Remoção total da polpa coronária com instrumentos afiados (curetas); 
=> irrigação e aspiração com água de cal, soro fisiológico ou solução de Ringer até redução do sangramento 
=> inundação da cavidade coronária com Otosporin, manutenção por 5 a 10 minutos e aspiração - mecha de algodão saturada com Otosporin pode ser empregada como alternativa à inundação;
 => posicionamento de uma nova mecha de algodão estéril saturada com Otosporin na câmara pulpar por 48 a 72h; 
=> selamento provisório com cimento à base de oxido de zinco e eugenol corretamente espatulado (ponto de rolete – massa de vidraceiro – Anusavice, 1998) ou cimento de ionômero de vidro (CIV);
 => Remoção dos componentes do Isolamento Absoluto ou Relativo;
 => Prescrição de Analgésico
=> Decorrido o período de 48 a 72h, em uma segunda sessão de tratamento, sob nova anestesia e isolamento absoluto do campo operatório, o curativo é removido e a polpa radicular é recoberta dom hidróxido de cálcio, coloca-se a base cavitária e faz-se a restauração do elemento dental.
SEQUÊNCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO IMEDIATO
=>Radiografia para diagnóstico
=>Anestesia
=>Isolamento do campo operatório e antissepsia com gluconato de clorexidina a 2%
=> Remoção do tecido cariado com fresas esféricas de grande diâmetro em baixa rotação
=> Remoção do teto da câmara pulpar com pontas diamantadas em alta rotação
=> Irrigação da câmara pulpar com água esterilizada, agua de cal ou soro fisiológico
=> Remoção da polpa com curetas esterilizadas
=> Irrigação e aspiração até a limpeza total da câmara pulpar
=> Secagem com mechas de papel absorvente esterilizadas
=> Colocação da pasta à base de hidróxido de cálcio
=> Colocação da base cavitária
=> Restauração do elemento dentário
=> Remoção dos componentes do Isolamento Absoluto
=> Prescrição de Analgésico
PROSERVAÇÃO (Avaliação pós operatória)
Mínimo de 2 anos, deve apresentar as seguintes características:
Ausência de sinais e sintomas; Presença de integridade da lâmina dura; Presença da ponte de dentina (nem sempre visualizada radiograficamente); e Ausência de lesão periapical.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEONARDO, Mario Roberto. Endodontia tratamento de canais radiculares: principios tecnicos e biologicos. Vol 1. Sao Paulo: Artes Medicas, 2005.
Atendimento de Urgência em Endodontia. Eduardo Luiz Barbin e Júlio César Emboava Spanó.

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