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Defeitos do negócio jurídico e suas repercussões.
Introdução
 A vontade é a mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade deve ser manifesta ou declarada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na atividade jurídica e no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do agente, o negocio jurídico torna-se susceptível de nulidade ou anulabilidade.
 
            Diante de um negócio onde nos sentimos prejudicados, enganados, ou ainda com a sensação de que não era exatamente aquilo que esperávamos, em regra, cabe ao leigo a indignação. No entanto, em muitos casos, este engano pode se tratar de um dos elementos caracterizadores de negócios jurídicos defeituosos. Fato que não pode passar despercebido. Donde se verifica a existência de “remédios” no Código Civil brasileiro atual, proporcionando, assim, a anulação destes negócios.
            Em conformidade, o presente estudo objetiva abordar de maneira concisa, clara e objetiva os chamados defeitos do negócio jurídico, de modo a apontar as características peculiares de cada um, seus requisitos e suas conseqüências jurídicas. Isto é, buscará perquirir e demonstrar: o que é preciso conter no fato real para considerá-lo viciante ao negócio jurídico, vez que mesmo tendo dois casos semelhantes pode acontecer de um ser viciado e o outro não, precisando se fazer a análise detalhada de cada caso; e ainda o que este vício será capaz de provocar no mundo jurídico, quais alterações e por qual forma.
            Iniciar-se-á a análise com breves conceitos e com conseguinte classificação dos defeitos, verificando-se que com o novo código civil de 2002 vieram alterações de suma importância, principalmente no que toca às conseqüências jurídicas, à lesão, ao estado de perigo e à simulação.
            Por fim, o enfoque passa a ser na participação do terceiro na produção de defeitos, no modo dessa relação e nos efeitos produzidos. Tendo em vista que, apesar de não participar diretamente na relação, o terceiro é capaz de viciar o negócio jurídico.
            Ainda, ressalta-se a importância de a população conhecer os defeitos. Ao passo que aos olhos leigos os negócios viciados ganham aparência de legalidade e de validade absoluta. Contudo, como se verá, tendo conhecimento a respeito, a pessoa que venha a ser parte integrante de um negócio viciado poderá alegar o vício e requerer a anulação.
Partindo deste viés, o presente artigo objetiva proporcionar este conhecimento, de modo a ser de fácil entendimento, simples e direto, buscando ser uma ferramenta em prol da disseminação do conhecimento jurídico, ao menos em suas noções básicas, que apesar de básicas já poderão ser capazes de aproximar a população leiga de seus direitos e, principalmente, da justiça fática.
 
 
1 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
 
            Antes de adentrarmos efetivamente nos conceitos a serem estudados, vejamos um exemplo: dois indivíduos realizam um negócio jurídico de compra e venda de um carro. O comprador, entretanto, não apresentava muito interesse na compra até o momento em que o vendedor deu-lhe a informação, maliciosa, de que, na verdade, tratava-se de uma relíquia. O carro, segundo os dizeres do vendedor, era de uma linha de edição especial, na qual apenas alguns poucos “sortudos” teriam adquirido. Sabendo da característica especial do veículo, o comprador foi convencido e o negócio foi fechado. Todavia, o veículo não passava de um carro normal. O indivíduo que comprou o carro havia tido uma visão diversa da realidade, impulsionado pela informação dada pelo vendedor.
            Nesse caso, estamos diante de um defeito do negócio jurídico. Mais especificamente, o dolo. A partir da identificação dele, ou de alguns outros defeitos que serão analisados a seguir, surge a possibilidade de “remediá-lo” com a efetiva anulação do negócio jurídico.
            Sendo assim, passemos ao estudo dos defeitos do negócio jurídico (também chamados de vícios). Os quais, a partir de Silva (2011, p. 48), são divididos em duas categorias principais: os vícios de consentimento (erro ou ignorância, dolo, coação, estado de perigo e lesão) e os vícios sociais (fraude contra credores e simulação).
 
1.1 Vícios de consentimento
 
            Os vícios de consentimento aparecem quando há um defeito na manifestação de vontade, do desejo, do querer de uma das partes. Ou seja, a vontade declarada no negócio jurídico, por vários motivos que irão caracterizar cada um destes vícios, é diversa da vontade sentida. A pessoa pensa de uma forma e realiza de outra. Tais vícios agem no desequilíbrio da atuação relativa à vontade do declarante. Vez que a infiltram, sob forma de motivos, originando a deliberação e estabelecendo o conflito perante a vontade real.
            Segundo Venosa (2007, p. 366), os vícios de consentimento atuam na vontade intrínseca do agente, tornando esta manifestação de vontade viciada, defeituosa. Dessa forma, na falta de tais determinantes, o indivíduo declarante da vontade viciada poderia ter realizado o negócio jurídico de outra maneira ou até mesmo poderia não ter realizado o negócio.
            Tendo em vista que um negócio jurídico defeituoso não pode e não deve ser tratado de maneira igualitária a de um negócio jurídico sem vícios, e sob a condição de cumprirem determinados requisitos exigidos para a caracterização de cada um, a serem vistos a seguir, a conseqüência jurídica destes vícios pode ser a anulabilidade dos negócios viciados.
 
1.1.1 Erro ou ignorância
 
            A forma mais simples de um vício de consentimento acontece quando temos a presença do erro ou da ignorância. Estando caracterizado o erro quando o agente tem uma representação distorcida dos fatos, e a ignorância quando o agente desconhece a realidade. Apesar da diferença, ambos recebem o mesmo tratamento jurídico por serem vontades em desacordo com a realidade. Nestes vícios, o agente erra, vicia o negócio sozinho. Sem a interferência de nenhuma outra pessoa ou vontade.
O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja, em relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico.
Erro é o vício de consentimento que se forma sem induzimento intencional de pessoa interessada. É o próprio declarante quem interpreta equivocadamente uma situação fática ou lei e, fundado em sua cognição falsa, manifesta a vontade, criando, modificando ou extinguindo vínculos jurídicos.
O Código Civil equipara o erro à ignorância, mas ambos expressam situações distintas. Enquanto no erro a vontade se forma com base na falsa convicção do agente, na ignorância não se registra distorção entre o pensamento e a realidade, pois o agente sequer tomara ciência da realidade dos fatos ou da lei. Ignorância é falta de conhecimento, enquanto o erro é o conhecimento divorciado da realidade.
            Ainda, Beviláqua (1955, p. 327) nos ensina que “erro num sentido geral é uma noção inexata, não verdadeira, sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, que influencia a forma da vontade”.
            Aplicando ao exemplo citado no início do presente artigo, se o comprador do carro tivesse tido uma visão distorcida, falsa, no tocante à característica do carro, ou seja, se ele tivesse se enganado e imaginado ser uma relíquia, sem a contribuição de nenhum comentário do vendedor para isso, ele estaria viciando o negócio jurídico por estar em erro.
          Todavia, para se ter a hipótese de anulabilidade do negócio jurídico, partindo do princípio de que os acordos são feitos para serem cumpridos (pactum sunt servanda), o erro deve preencher determinados requisitos. Os quais, segundo Silva (2011, p. 52-53), são: o equívoco deve dizer respeito à substância, às circunstâncias e aos aspectos relevantes do negócio jurídico, devendo incidir sobre o próprio negócio jurídico (error in negotio), sobre o seu objeto (error in corpore rei), sobre os seus agentes (error inpersona) ou sobre o direito (error juris); o erro deve ser cometido por pessoa sensata, de atenção e inteligência medianas, não se admitindo o erro grosseiro, escandaloso, de fácil percepção; e, por fim, o erro ou ignorância deve ser conhecido ou reconhecível pela parte contrária.
a)  Error in negotio: neste tipo de falsa representação intelectual diz respeito à natureza do negocio jurídico celebrado. Pensa o agente que o imóvel lhe está sendo entregue a titulo de comodato e na realidade se trata de contrato de locação.
b)  Error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à identidade do objeto do negócio, como no caso de que se declara que quer comprar o animal que está diante de si, mas acaba levando outro, trocado.
c)  Error in substantia: o agente identifica corretamente a natureza do vinculo estabelecido, bem como o objeto em função do qual se opera o negócio, todavia, desconhece algumas qualidade ou características essenciais, por exemplo: alguém adquire um aparelho televisor na crença de ser LCD, verificando se tratar de TV apenas de Plasma.
d) Error in persona: Esta espécie diz respeito à identiddade da pessoa com que o agente pratica o negócio jurídico ou alguma de suas qualidades, por exemplo, A sociedade XY Eletrônica LTDA contrata José latrina pensando se tratar do famoso José latinhas.
e) Erro juris ou erro de direito: consiste no desconhecimento das implicações jurídicas trazidas pelo negocio jurídico. Em regra o erro de direito não é causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negócio, porem, às vezes a doutrina e a jurisprudência flexibilizam esse entendimento.
       
Assim, o erro só é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negocio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou perdoável.
O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a essência (causa) do negócio que se prática, sem o qual este não teria se realizado. Ex.: É o caso do colecionador que, pretendo adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético.
O erro escusável ou perdoável é aquele que dentro do que se espera do homem médio que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, igualmente, a legação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve amparar o negligente.
Observação importante: O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante (art. 144, do CC). Por exemplo: João pensa que comprou o lote nº 2 da quadra A, quando na verdade adquiriu o lote nº 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, mas antes de anular o Negócio jurídico, o vendedor entrega-lhe o outro lote.
1.1.2 Dolo
 
            No dolo, outra vez, o agente age em erro, tendo assim uma falsa percepção da realidade. Entretanto, o que diferencia o dolo do vício anterior é o fato de que no dolo a vontade se encontra em desacordo com a realidade devido à malícia empregada pela outra parte do negócio, como visto no exemplo citado no início do presente artigo, ou por um terceiro (em alguns casos). Destarte, o agente não erra sozinho. A falsa percepção da realidade é provocada.
Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos: intenção de enganar o outro contratante; induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo; causar prejuízo ao outro contratante; angariar benefício para o seu autor ou terceiro; que o dolo tenha sido a causa determinante da realidade do negócio.
            De acordo com a clássica definição de Beviláqua (1955, p. 331), “dolo é o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato, que o prejudica, e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro”. Verificando-se que o dolo pode se realizar mediante comissão ou omissão (artigo 147, do Código Civil).
            Contudo, não é todo negócio jurídico onde esteja presente o dolo que será anulável. Conforme Contadin (s.d., s.p.),
 
em suma síntese, o dolo, enquanto vício do consentimento e, portanto, defeito do ato jurídico capaz de autorizar a sua anulação, necessita ser a causa determinante do ato (ser principal) e possuir gravidade (constituir-se como dolus malus). Se assim não for, poderá caracterizar-se somente como mero ato ilícito, cuja conseqüência é a de gerar obrigação de reparar o prejuízo experimentado.
           
Isto é, quando o dolo não for a causa determinante ou não possuir gravidade, o negócio não será anulável. Dizendo-se mais, quando o dolo for de procedência de ambas as partes, não se poderá alegá-lo para anular o negócio, ou para reclamar indenização (artigo 150, do Código Civil).
            Ressalta-se ainda que quando na ausência do dolo o negócio ainda teria sido realizado, mesmo que por outro modo, temos dolo acidental, que não será causa da anulabilidade do negócio jurídico. O dolo acidental, como visto no art. 146 do Código Civil de 2002, só obriga à satisfação das perdas e danos.
 
Dolo acidental: é aquele em que as maquinações empreendidos não tem o poder de alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o negócio, apenas de maneira diversa, não gera a anulação do negócio, mas apenas a satisfação em perdas e danos. *** Dolo principal: é aquele determinante do negócio jurídico celebrado, isto é, a vítima do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições essencialmente diferentes, se não houvesse incidido o dolo do outro contratante. È assim, porque o dolo é um vício de consentimento, e, como tal, necessita ser fator determinante do ato voluntário de quem foi a sua vítima. Gera a anulação do negócio com efeitos ex nunc. *** Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa que não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos.
1.1.3 Coação                                                          
 
            Por sua vez, entende-se por coação no negócio jurídico quando o agente, em frente a ameaças contra si ou contra familiares (ou ainda em alguns casos  contra não familiares) é coagido, ou seja, forçado a realizar o negócio. Sem tal coação o agente não teria realizado o negócio, ou teria realizado de forma diversa.
Em consonância com os dizeres de Silva (2011, p. 72-73), não se caracteriza coação como hipótese de anulabilidade do negócio jurídico quando ela for absoluta (por meio de constrangimento físico). Pois, em meio à coação absoluta o negócio jurídico nem sequer existe. Ao passo que não houve manifestação de vontade, elemento essencial para sua existência. Sendo assim, a coação aqui tratada como defeito do negócio jurídico é a coação relativa, o constrangimento ou ameaça que se faz a determinada pessoa, de causar dano grave e atual a ela própria, à sua família, aos seus bens ou a não familiares (conforme o caso).
Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa pratique determinado negócio jurídico.
Os requisitos para a anulação do negócio jurídico com base na coação, dispostos por Venosa (2007, p. 397-403), são: a coação deve ser a causa do negócio; deve haver ânimo de extrair o consentimento para o negócio; a ameaça deve revestir-se de certa gravidade; a ameaça não pode ser acompanhada do exercício regular de um direito, por não caracterizar coação (como ao ameaçar pedir a falência do devedor), ou de temor reverencial; o dano deve ser atual ou iminente e evitável, onde o temor seja de dano palpável para as condições da vítima; e a ameaça deve ser à pessoa ou aos bens da vítima, ou pessoas de sua família (cabendo à coação contra não familiares a decisão em cada caso).
 
ALGUNS REQUISITOS:
a)violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando-se inadimplente, não poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de que se não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça).
b) declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e de acordo com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por se achar premido diante de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a declaração, o agente opta pelo sacrifício que lhe parece menor.
c) Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o bem ameaçado pode ser valor superior ao do negocio feito. Se o alvo da ameaça for a pessoa do declarante ou algum membro de sua família ou, ainda, individuo de sua ligação.
1.1.4 Estado de perigo
 
            O estado de perigo é o clássico “faço qualquer coisa para sobreviver”. O que colocado de forma mais clara significa que o estado de perigo se caracteriza enquanto vício do negócio jurídico quando o agente assume obrigação demasiadamente onerosa, para salvar sua própria vida ou a de um familiar, perante iminência de grave dano de conhecimento da outra parte.
            Vejamos um exemplo: uma pessoa está se afogando em alto mar, e um pescador que passa pelo local pede uma quantia milionária para efetuar o resgate. O negócio é fechado e o resgate feito. Contudo, trata-se de um negócio jurídico viciado, vez que a obrigação assumida pela pessoa que estava se afogando era demasiadamente onerosa e o dano era conhecido pelo pescador. Logo, o negócio é anulável por conter o vício estado de perigo.
            Para Cera (2011, s.p.), são requisitos do estado de perigo: possibilidade da ocorrência de grave dano; conhecimento desse grave dano pela parte contrária; que esse grave dano possa atingir a própria pessoa que contrata ou membro de sua família; que a parte se sinta pressionada a assumir obrigação excessivamente onerosa, para salvar-se ou a membro de sua família.
 
Requisitos: à vista do disposto do art. 156, do CC, são elementos ou requisitos essenciais à caracterização deste vício do consentimento.
a) Perigo de dano grave e atual: o defeito em questão pressupõe o estado de perigo que se revela quando o agente, membro de sua família ou pessoa de sua ligação, necessita de salvar-se de grave dano, que pode ser atual ou iminente (ex: Ocorre quando alguém para se livrar de forte dor de dente e por falta de opção aceita as condições excessivamente onerosa do cirurgião dentista ou, então, uma pessoa almejando salvar seu filho de doença que necessita de cirurgia urgente promete um milhão de reais ao médico e este aceita sabendo da situação emocional em se encontra o pai).
b) Obrigação excessivamente onerosa: o negócio jurídico há de ser firmado em condições acentuadamente desvantajosas para o agente e apenas justificáveis diante de sua preeminente necessidade. As condições hão de ter sido impostas pelo declarante e de forma abusiva, visando tirar proveito da situação do declarante. AS hipóteses serão outras se as condições impostas pelo declaratário não decorreram da necessidade urgente da parte onerosa. Sendo, assim, a obrigação assumida por aquele e que se encontra em estado de perigo é de dar ou de fazer e a obrigação do outro (contraprestação) será de fazer.
c) Perigo deve ter sido a causa do negócio: Se não houvesse o perigo o não teria sido realizado.
d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de perigo e dela se aproveita: O dano possível pode ser físico e moral, ou seja, dizer respeito a integridade À física do agente, À sua honra e a sua liberdade.
Obs.: Distinção entre Estado de perigo e Coação: No estado de perigo, não ocorre o constrangimento para a prática de um negocio, tal como se dá na coação. Assim, a lesão diferencia-se do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza patrimonial.
1.1.5 Lesão
 
         Perante a desproporcionalidade de valores (reais e pagos) surge a possibilidade de alegar-se lesão. Onde a prestação e a contraprestação não se equivalem, em razão do abuso de uma necessidade ou da inexperiência de uma das partes. Porém, este vício não era previsto no Código Civil de 1916.
Tendo em vista que não se trata de uma liberalidade, tal negócio jurídico atua em sentido contrário aos princípios norteadores do direito civil brasileiro, que visam proteger ambas as partes.
            Neste sentido, Ruy (2008, s.p.) retrata que
 
para a caracterização da lesão são necessários dois requisitos técnicos: o primeiro requisito é objetivo - trata da desproporção entre as prestações pactuadas, estabelecidas no contrato, ou seja, se refere à equivalência prestacional; o segundo requisito é subjetivo que está relacionado com o estado psicológico das partes - trata do abuso da necessidade ou da inexperiência de uma das partes.
 
            Para Pereira (2001, p. 1-35), a caracterização da lesão não toma como alicerce tão somente a existência do dano, entretanto, também se exige que o agente tenha a intenção de abusar do estado de necessidade ou inexperiência da outra parte, o que significaria que há a necessidade do dolo de aproveitamento. Todavia, o STJ tem decidido em sentido contrário (Resp 434687/RJ), apontando que o legislador não exigiu o dolo de aproveitamento.
 
Conceito: É vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica da outra. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob preeminente necessidade, ou inexperiência, se obriga à prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, sendo que a avaliação dessa desproporção será feita segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado.
1.2 Vícios sociais
 
           
 Enquanto nos vícios de consentimento o defeito se apresenta na manifestação de vontade de uma das partes, nos vícios sociais a vontade não apresenta defeitos. Em consonância, o defeito presente nos vícios sociais se encontra na intencionalidade constituinte da vontade. O agente age em prejuízo de outrem.
            Segundo Filho (2007, p. 36),
 
os vícios sociais [...] desacatam o ordenamento jurídico em si porque representam, no mais das vezes, uma mentira no cerne do negócio jurídico. O ato negocial é utilizado como instrumento de uma falsidade ou com o intuito de trazer um benefício espúrio a alguém (normalmente um dos contratantes). Veja-se [...] que a formação do vício social é interna, isto é, parte dos próprios contratantes que, com o objetivo de enganar outrem (simulação) ou de auferir certa vantagem (fraude contra credores), manifestam uma vontade em desconformidade com aquilo que realmente desejam (simulação) ou que acarrete prejuízos a terceiros (fraude contra credores).
 
            Quanto às conseqüências jurídicas, a fraude contra credores assemelha-se aos vícios de consentimento. De modo a fazer surgir a anulabilidade. No entanto, a simulação, sob a ótica do atual código civil brasileiro, não gera a anulabilidade, e sim se trata da própria nulidade do negócio jurídico.
 
1.2.1 Fraude contra credores
 
            A fraude contra credores assume a face de vício social no momento em que o devedor já insolvente pratica negócios jurídicos (ou se torna insolvente a partir deles) envolvendo os bens restantes em seu patrimônio, prejudicando o credor, que tem sua garantia usurpada.
Conceito: É a prática de qualquer negócio jurídico pelo devedor insolvente ou na iminência de o ser, que importe em diminuição de seu patrimônio, coma finalidadede frustrar o direito de seus credores ou represente violação da igualdade dos credores quirografários.
            Venosa (2007, p. 424) ensina que “é fraude contra credores qualquer ato praticado pelo devedor já insolvente ou por esse ato levado à insolvência em prejuízo de seus credores”.
           
 “Na fraude contra credores, o preceito a ser protegido é a defesa dos credores, a igualdade entre eles e o patrimônio do devedor, enfim, a garantia dos créditos. Trata-se, pois, de aplicação do conceito mais amplo de fraude” (VENOSA, 2007, p. 423). Tendo em vista que no momento em que o devedor negocia os seus bens (já estando insolvente ou se tornando devido a este negócio) ele está, sob certo prisma, negociando bens que já não são mais seus de fato. Comparando-se à venda de objetos cuja propriedade não lhe pertence (confundindo-se com a não observância de um dos requisitos a serem analisados perante a validade do negócio jurídico, o requisito “agente capaz e legitimado”).
            A partir de Almeida (2002, s.p.), nota-se que
 
os requisitos da fraude contra credores são os seguintes: a) má-fé (malícia do devedor); e b) a intenção de impor prejuízo ao credor. Não se exige, como visto, que o devedor tenha o animus nocendi, isto é, a intenção deliberada de causar prejuízo. Deve, contudo, apresentar a consciência de que se está produzindo um dano.
 
	Fraude contra credores
	Fraude à execução
	Instituto de Direito material
	Instituto de Direito processual
	Já existe dívida, mas não há ação em andamento.
	O credor já entrou com uma ação judicial e devedor já foi citado.
	Há necessidade de ação pauliana para que seja decretada a ineficácia da venda.
	A ineficácia da venda pode ser decretada nos próprios autos.
	Há conluio em fraudar, sendo necessário (intenção de fraudar).
	É presumida, bastando, apenas o prejuízo do credor.
1.2.2 Simulação
 
           Não obstante o Código Civil ter retirado o vicio da simulação do capitulo afeto aos defeitos dos negócios jurídicos, transportando-o para o da invalidade, o seu estudo se faz mais adequado nessa oportunidade, pois na verdade não se tem dúvida de que a simulação é um vicio social.
Conceito: É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Negócio jurídico simulado, assim, é o que tem aparência contrária à realidade. A simulação é o produto de um conluio entre contratantes, para lesar terceiro ou obter efeito diferente que a lei estabelece, ou ainda, a simulação pode ser real, onde não há efetivamente o conluio entre as partes, mas o tempo demonstra que uma realidade fática, que foi o sustentáculo do negocio jurídico nunca se concretizou (ex. adoção efetuada em juízo, mas que nunca se concretizou de maneira factual, pois o adotado e adotante nunca mantiveram uma relação familiar, ou seja, não há relação de affectio familiares).
 No concernente à simulação, Silva (2011, p. 101) vem nos dizer que “[...] pode ser entendida como a manifestação de vontade enganosa, que tem por objetivo a produção de efeitos jurídicos distintos daqueles pretendidos pelas partes”. 
 Miranda (1970, p. 375) completa, “em tal maquinação, algo se ostenta exteriormente, algo de exterior se mostra, enquanto algo de verdadeiramente intrínseco entendem os figurantes. Ostenta-se o que não se quis; e deixa-se, inostensivo, aquilo que se quis”.
            Destarte, na simulação, prevalece a ilusão e a mera aparência. O negócio jurídico permeado pela simulação surge para “parecer” aos olhos de terceiros, uma falsa visão das vontades manifestadas.
            
 De acordo com Filho (2007, p. 113), caracteriza-se a simulação no negócio jurídico quando o propósito das partes diverge, de forma intencional, dos efeitos que ambas as partes estão dispostas a acordar. Isto é, não há a presença de erro na vontade, e sim a intenção de fazer parece algo, ocultando a vontade verdadeira do declarante e restando, apenas, aquela que a vítima entende como única.
            Para evitar qualquer eventual confusão com dolo, Venosa (2007, p. 485) aponta a distinção entre simulação e dolo como sendo a presença de apenas uma parte conhecedora do artifício malicioso no dolo e a existência de dolo de ambas as parte contra terceiros na simulação.
            Em vista de maior esclarecimento, analisemos o exemplo que Venosa (2007, p. 485) nos traz: um homem casado decide fazer uma doação para sua amante (negócio jurídico anulável). Porém a faz mascaradamente, sob a forma de venda. Para qual ele mesmo fornece o dinheiro.
Neste negócio jurídico, encontram-se os requisitos da simulação: há ato bilateral; há prévio ajuste entre o doador, pseudovendedor, e donatária, pseudocompradora (mancomunação); não há correspondência do negócio com a real intenção das partes que nunca pretenderam realizar compra e venda, pretendiam a própria doação; e é negócio formalizado com a intenção de enganar terceiros (no caso em específico, cônjuge e herdeiros do doador). (VENOSA, 2007, p. 485).
No tocante às consequências jurídicas, Sacramone (2006, p. 2) retrata que
 
o Novo Código Civil não mais trata a simulação maliciosa como defeito do negócio jurídico e sim como causa de nulidade deste. Rompe assim com a tradição do direito pátrio que a considerava como defeito ligado ao interesse particular das partes. Desta forma, estabelece o artigo 167 do novo normativo que "é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma".
 
            Todavia, faz-se ainda distinção quanto ao tratamento de cada tipo de simulação. A simulação absoluta gera a nulidade do negócio jurídico, enquanto as partes não tenham a vontade real de criar efeitos, como elemento de fato necessário a formação do negócio jurídico. Embora excepcionalmente possa gerar direitos quanto a terceiros de boa-fé. Por outro lado, a simulação relativa no negócio jurídico não gera a nulidade se for simulação inocente, isto é, quando o negócio aparente não se realizou para ocultar uma relação jurídica que atuaria em prejuízo de terceiros. A partir da interpretação do artigo 167 do Código Civil de 2002, não se considera a relação jurídica aparente, que as partes quiseram transparecer, simular, à coletividade, porém subsistiria a relação jurídica dissimulada desde que esta fosse inocente, ou seja, "válida na substância e na forma". (SACRAMONE, 2006, p. 2)
 
 
2 - O Terceiro
 
            Entende-se aqui como terceiro, para fins de maior clareza, aquele indivíduo que não constitui a relação jurídica, que não participa diretamente, ou não deveria participar, mas que em alguns casos ganha preponderância e merece estudo individualizado. Nesse caso, no tocante a sua influência no surgimento dos defeitos em negócio jurídicos, os efeitos causados e quais as conseqüências jurídicas de sua participação, ou ainda no que rege aos casos em que sua influência será capaz de gerar a anulabilidade de um negócio jurídico ou a reparação de danos e prejuízos causados por seus atos. Tendo isso em mente, analisemos o terceiro em conformidade com os defeitos do negócio jurídico.
Em se tratando de erro ou ignorância, não há que se falar em terceiro. Pois, como já visto e retratado no presente artigo, nos casos em que erro ou ignorância viciam o negócio jurídico o agente erra sozinho, a visão distorcida da realidade é fruto de erro do próprio agente. Por conseguinte, é impossível a caracterização de erro por influência de terceiro, vez que tal situação já caracterizaria um possível dolo.
Sendo assim, em consonância, verifica-se que a análise quanto à presença do terceiro na relação jurídica constituída de erro ou ignorância é inócua. Contudo, torna-se por muitas vezes essencial, e inclusive de forma a ser capaz de viciar o negócio jurídico, quando tratamos de dolo.
Nesse viés, o Código Civil de 2002, em seu art. 148, aponta:
 
Pode também ser anulado o negóciojurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
 
            Quando a parte a quem aproveite tem ou deva ter conhecimento, o negócio jurídico deve ser anulado. Tendo em vista que a parte age de má-fé ao concretizar o negócio e, nos dizeres de Silva (2011, p. 68), a sua má-fé não pode ser premiada. Um exemplo prático para esta hipótese pode ser adaptado a partir do exemplo citado no início do presente artigo. Suponhamos que a falsa informação sobre o carro tivesse sido dada por um terceiro, e não pelo vendedor, mas a pedido ou sugestão do vendedor. Teríamos caracterizado o dolo de terceiro e o negócio jurídico poderia ser anulado.
            Entretanto, quando a parte não tem ou não deva ter ciência do dolo, o negócio não poderá ser anulado, ao passo que, no exemplo supracitado, o vendedor teria realizado o negócio de boa fé. Já que, no caso, o terceiro teria plantado a falsa percepção da realidade na vítima sem influência alguma do vendedor. Em conseqüência, recairia ao terceiro que praticou o dolo a obrigação de reparar as perdas e danos da vítima.
            Os mesmos moldes se aplicam a coação exercida por terceiro, como disposto nos artigos 154 e 155 do Código Civil: “vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos”.
            Da mesma forma, se a parte a que aproveite não tivesse ou não devesse ter conhecimento, o negócio jurídico permanece vivo no mundo jurídico, sem a possibilidade de ser anulado. As consequências para o terceiro são as mesmas do caso de dolo. O autor da coação (terceiro) responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
            Em caso de negócio jurídico viciado por estado de perigo ou lesão, assim como no erro ou ignorância, não há que se falar em terceiro. As formas de aparecimento destes vícios não condicionam a prática por terceiro. No máximo, no estado de perigo, o terceiro aparecerá como vítima, sendo a pessoa em perigo.
            Por sua vez, na fraude contra credores, o terceiro surge como agente do negócio jurídico que prejudicará os credores. Em outras palavras, o terceiro adquire bens do agente insolvente (ou em iminência de ser tornar com a concretização deste negócio). Se este ainda não pagou o preço se desobrigará depositando-o em juízo. No entanto, se procedeu de má-fé, o terceiro poderá ser alvo da ação pauliana (ou revocatória), que é o meio judicial pelo qual se buscará a anulação do negócio jurídico viciado.
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
            Em vista de tudo até aqui exposto, percebe-se o quão presentes no mundo atual são todos os temas estudados. São tão comuns que em muitos casos passam despercebidos. É possível que com ao menos um dos negócios jurídicos defeituosos todos já se depararam. Seja um engano sobre características de um objeto, seja um negócio fantasioso, simulatório, como aqueles vistos em filmes.
            Todavia, vale dizer que grande parte do povo leigo nem ao menos cogita a possibilidade de existência de previsão legal para estes casos. Deixando claro que o interesse pelo conhecimento da legislação demonstrado pelo povo ainda é muito baixo. Fato que caminha em sentido contrário ao cumprimento fático do direito. Tornando impossível a justiça. Contribuindo para que aqueles que os enganam continuem enganando outros tantos. Mister é a percepção de que de nada vale o direito a uma sociedade que não o conhece.
            No mais, o direito apresenta preciosas ferramentas para evitar a efetiva concretização de negócios não plenamente condizentes com as vontades ou direitos envolvidos. O que pode ser equivocadamente compreendido como uma aversão ao princípio de que os negócios são realizados para produzir efeitos. Entretanto, tal visão fria do negócio deve ser terminantemente abolida. Não se pode admitir que um negócio viciado permaneça vivo no mundo jurídico.
            O que vem acontecendo cada vez mais é exatamente esta visão fria, diria até patrimonialista, no tocante ao direito civil. Antes da análise quanto à importância de se manter os negócios vivos, levantando a segurança jurídica, precisa-se, indubitavelmente, perceber que o que constitui o direito civil, assim como todos os outros ramos do direito, são pessoas. A redemocratização do direito civil aponta exatamente neste sentido, onde se busca primeiro proteger as pessoas presentes nas relações jurídicas, de forma a atender fielmente às vontades nelas contidas, como prevê o artigo 112 do Código Civil: “nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”.
         
    No que pese em relação à importância do saber sobre os defeitos do negócio jurídico, verifica-se que as vítimas podem, por muitas vezes, serem prejudicadas sem saber que estão amparadas pela lei. Inclusive motivadas pelo simples fato de que realmente parecem negócios sem problemas. Como no caso de erro, em regra, as pessoas leigas nem sequer imaginam que seu erro individual pode levar a anulação. Pois, parece-lhes que por ser um erro do próprio comprador ele não teria do que reclamar.
            Sob este viés, os defeitos presentes nos negócios jurídicos precisam ser minuciosamente verificados, e, se preciso for, os negócios defeituosos devem ser anulados. Dessa forma é que a sonhada segurança jurídica ganhará força.
 
 
REFERÊNCIAS
 
ALMEIDA, Fábio Portela Lopes de. A fraude contra credores e a fraude à execução. Disponível em: < http://jus.com.br/revista/texto/3119/a-fraude-contra-credores-e-a-fraude-a-execucao>. Acesso 06 mar. 2012.
 
BEVILÁQUA, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. 7. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1955. 551 p.
 
CERA, Denise Cristina Mantovani. Com relação aos defeitos do negócio jurídico, qual é a distinção entre estado de perigo e lesão?. Disponível em: . Acesso 02 mar. 2012.
 
CONTADIN, Éder Augusto. Caracterização do dolo enquanto vício do consentimento. Disponível em: . Acesso 02 mar. 2012.
 
FILHO, Ralpho Waldo de Barros Monteiro. Os vícios sociais do negócio jurídico: análise sob o prisma da função social do negócio jurídico. Disponível em: < http://www.fadisp.com.br/download/8_Os_Vicios_Sociais_do_Negocio_Juridico.pdf>. Acesso 06 mar. 2012.
 
MELO, Lucas Sidrim Gomes de. A educação jurídica popular e a democratização do conhecimento jurídico. Disponível em: . Acesso 10 mar. 2012.
 
MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. 3. ed. Rio de Janeiro: Borsoi, 1970.
 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Lesão nos Contratos. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
 
RUY, Kelli Aquotti. Quais os requisitos da lesão de acordo com o Código Civil de 2002?. Disponível em: . Acesso 02 mar. 2012.
 
SACRAMONE, Marcelo Barbosa. A simulação no novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1256, 9 dez. 2006. Disponível em: . Acesso 07 mar. 2012.
 
SILVA, Patrick Lendl. Fatos jurídicos: teoria e prática. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011. 262 p.
 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Para a realização da presente apostila foi utilizado como base o texto extraído da internet de autoria de David Schlickmann. 
Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=7326

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