Buscar

1. ANTROPOLOGIA FORENSE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEDICINA LEGAL
ANTROPOLOGIA FORENSE
Por Roberto Lobo
 
ATUALIZADO EM 11/04/2017[1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
ANTROPOLOGIA FORENSE
Caros alunos e alunas Ciclos, elaborei este material me baseando principalmente em questões voltadas para os cargos da área jurídica. Percebi que o nível das questões direcionadas aos médicos-legistas e peritos são bem diferentes das apresentadas para Delegados e Promotores. O material está bastante completo e supre perfeitamente o estudo para cargos jurídicos.
	
	CONCEITO DE ANTROPOLOGIA
Antropologia forense é a aplicação legal da ciência antropológica com o intuito de ajudar na identificação de cadáveres. Visa à identidade médico-legal e à identidade judiciária ou policial. O exame antropológico tem por finalidade encontrar dados que subsidiem o laudo pericial com elementos conclusivos, sobretudo sobre os dados biotipológicos (espécie, sexo, idade, etc). 
Há variáveis que possibilitam a determinação, como espécie e sexo, pois existem apenas duas possibilidades para a sua determinação (no caso da espécie, humana e não humana) e sexo (masculino e feminino). Já as variáveis fenótipo/cor da pele, idade e estatura permitem apenas estimativas, em virtude do grande número de possibilidades.
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO 
Primeiramente, faz-se necessário diferenciar identidade e identificação, posto que tais conceitos são trocados pelo examinador, no intuito de confundir o candidato:
	IDENTIDADE
	IDENTIFICAÇÃO
	É o conjunto de elementos característicos de uma pessoa, que a individualiza, distinguindo-a das demais.
	Processo técnico e científico empregado para determinar a identidade. É o método para obter a identidade.
Atenção para não confundir identificação com “reconhecimento”, método previsto no CPP. Reconhecimento é o método que a polícia utiliza na fase inquisitiva (fase de Inquérito). Blanco lembra que o método reconhecimento é falho, pois é subjetivo, pessoal, e depende de vários fatores como memória, visão e emoção de quem vai reconhecer.
O método da identificação é objetivo, técnico e científico, sendo mais preciso. Por isso, o perito não deve reconhecer, mas sim identificar (O exame no DNA, o exame na arcada dentária, não são processos de reconhecimento, mas sim de identificação);
#PARAFIXAR – Reconhecimento é uma afirmação de um parente ou conhecido. Não é um método seguro, científico. É diferente de identificação, que é um procedimento técnico, cientifico para determinar a identidade
Um método de identificação adequado possui as seguintes qualidades técnicas e biológicas:
	
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
	
UNICIDADE/INDIVIDUALIDADE
	O elemento escolhido como identificador é específico para cada indivíduo.
	
	
IMUTABILIDADE
	
São características que não mudam ao longo do tempo.
	
	
PERENIDADE
	Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo; permanecem durante toda a vida e, até certo tempo, após a morte.
	
FUNDAMENTOS TÉCNICOS
	
PRATICALIBIDADE
	Fácil de ser obtido e também de ser registrado.
	
	
CLASSIFICABILIDADE
	Pode ser arquivado, tornando fácil a busca do registro.
#CAIUEMPROVA
–Na prova para a PC-RO, em 2012, foi considerada CORRETA a seguinte alternativa: Os fundamentos técnico-biológicos utilizados em um método de identificação capazes de conferir-lhe credibilidade são unicidade, imutabilidade, praticabilidade e classificabilidade. 
-Para o concurso de Perito Federal, em 2013 , considerou-se INCORRETO: A imutabilidade, uma das condições para que um método de identificação seja considerado aceitável, consiste em que determinado elemento utilizado para identificação seja específico a um indivíduo e diferente dos demais. 
Esse conceito é de unicidade.
Sendo o elemento identificador de uma pessoa registrado e arquivado, futuramente ele será novamente colhido e registrado, se houver necessidade de identificação. Em seguida, os dois registros serão comparados. Logo, o processo de identificação possui 3 fases:
1ª - Registro do elemento característico
2ª - Registro do mesmo elemento no momento em que se quer identificar
3ª - Comparação dos dois registros
Se não houver registro prévio do elemento característico, ou, se esse elemento não puder ser obtido a partir de algum material da própria pessoa ou de familiares (como o DNA), para servir de 1º registro, não servirá para identificação por não haver possibilidade de comparação!! Todo método de identificação é comparativo.
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL E IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA
Conforme os ensinamentos do professor França, a identificação divide-se em médico-legal e judiciária. 
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL 
Nesses procedimentos, exige-se, além dos conhecimentos médico-legais, também entendimentos de ciências acessórias. Sempre é feita por legistas. Vamos ver cada uma: 
IDENTIFICAÇÃO DA ESPÉCIE 
Através do estudo dos ossos e do sangue, possibilita diferenciar restos humanos de restos de outras espécies. Obviamente, antes de qualquer outro procedimento, a principal preocupação é a identificação da espécie. 
Quanto aos ossos, pode ser feita de duas formas:
Macroscopicamente - pela morfologia dos ossos ou dos dentes. Importante destacar a clavícula, pois sua forma em “S” não se repete em nenhuma outra espécie animal. 
Microscopicamente - pela mensuração dos canais de Havers e dos osteoplastos. Os canais de Havers são mais largos e em menor número nos humanos e mais estreitos, redondos e numerosos os outros animais.
	
	Humano
	Animal
	FORMA
	Oval
	Circular
	LARGURA
	Mais largo
	Mais estreito
	DENSIDADE
	Menos denso
	Mais denso
	SOM À PERCUSSÃO
	Som abafado
	Som metálico
Quanto ao sangue, se for da espécie humana, ao ser submetido aos testes, indicarão o tipo sanguíneo. 
IDENTIFICAÇÃO DA RAÇA 
São várias as dificuldades para estimar a cor da pele pelo esqueleto. Isso porque, além dos tipos fundamentais, há uma enorme miscigenação. Desta forma, tal identificação possui valor relativo. 
Os tipos étnicos fundamentais são: caucasianos, mongólicos, indianos, negroides e australoide.
	
TIPO CAUCÁSICO
	Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos; louros ou castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno crânio facial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil facial ortognata e ligeiramente ptognata;
	
TIPO MONGÓLICO
	Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente;
	
TIPO NEGROIDE
	Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côncava e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares;
	
TIPO INDIANO
	Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical; zigomas saliente e largos.
	
TIPO AUSTRALOIDE
	Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e volumosas; prognatismo
No Brasil, além do negro, do índio e do branco, devido à miscigenação, temos:
Mulato – Branco com negro
Mameluco – Branco com índio
Cafuso – Negro com índioOs principais elementos que caracterizam as raças são: primeiramente, a forma do crânio, o índice cefálico (relação entre largura e comprimento do crânio) e o ângulo facial, depois as dimensões da face, o tipo do cabelo e a cor da pele. A estimativa é realizada predominantemente pela análise do crânio.
Elementos que caracterizam as raças:
Forma do crânio 
Índice cefálico (relação largura-comprimento do crânio) - a capacidade do crânio é maior na raça branca, seguindo-se em ordem decrescente, a amarela e a negra. 
Ângulo facial (projeção da mandíbula ou maxilar para frente) – é máximo nos brancos e mínimo nos negros
Envergadura - os negros comumente tem os membros superiores mais longos em relação aos inferiores. Assim, os índices tibiofemoral e radioumeral tem importância para a identificação racial.
Tipo de cabelo
Cor da pele
Importante não se assustar com tanta informação. Ao se verificar como é cobrado o assunto para os cargos da área jurídica, percebe-se que não há muito aprofundamento nos detalhes. Para promotor de justiça nunca foi cobrado antropologia. Para Delegado, há apenas cinco questões, havendo dificuldade apenas na do RJ, que veremos adiante. Cumpre observar que a maioria das questões cobram a identificação datiloscópica, que estudaremos. Segue um exemplo de questão de Delegado onde cobrou-se identificação de raça.
#CAIUEMPROVA – Delegado de GO – 2013 - Em Antropologia Forense, os ângulos faciais (Jacquart, Cloquet e Curvier) são determinantes para: A) Altura B) Idade C) Sexo D) Raça.
Gabarito: Letra D
 
IDENTIFICAÇÃO DO SEXO
Na pessoa normal ou no morto recentemente, é fácil a identificação do sexo. No entanto, há situações onde a dificuldade é maior. Vejamos alguns exemplos:
Casos de putrefação avançada, se houver destruição dos genitais. Assim como corpos carbonizados. Importante registrar que é possível encontrar o útero preservado.
Estados intersexuais, em que as anomalias dificultam a determinação do sexo
Pseudo-hermafroditismo, que é quando o genital externo apresenta características dos dois sexos
Esqueleto, que visto em conjunto pode fornecer dados identificadores
Na medida em que os fenômenos cadavéricos transformativos (putrefação) vão surgindo, as dificuldades vão se tornando maiores. No caso de esqueletizados o exame geral fornece alguns dados, porém relativos, que por isso não podem ser tomados como definitivos.
Quando esqueleto, características que discriminam homens de mulheres não se manifestam até a puberdade. Praticamente não há técnicas para determinar precisamente o sexo de um esqueleto imaturo. 
As partes que realmente fornecem subsídios de valor são (em ordem de importância):
A pelve (BACIA)
O crânio
O tórax
O fêmur
O úmero 
A primeira vértebra cervical
É a bacia (pelve) que fornece os caracteres diferenciais mais importantes. A bacia feminina tem constituição mais frágil que a do homem e maiores os diâmetros transversais; a grande e a pequena bacia, mais largas, o sacro mais baixo e côncavo somente na sua metade inferior, o ângulo sacrovertebral mais fechado (107º), o forame obturador maior e triangular e o ângulo subpubiano amplo, com cerca de 110º. A inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada na mulher. As dimensões verticais da bacia masculina sobrepujam as correspondentes da bacia feminina. A partir da puberdade, o ângulo formado pela diáfise femoral e o plano dos côndilos é de 80º para o homem e de 76º para a mulher, conforme Sterwart e Washington.
 
O crânio e o tórax propiciam elementos de presunção. O crânio feminino tem a fronte mais vertical, a articulação frontonasal curva, saliências ósseas e as apófises mastoides e estiloides menos desenvolvidas que o crânio masculino. Modo geral, aceita-se a capacidade do crânio feminino correspondendo a nove décimos da capacidade do masculino. O tórax na mulher tende à forma ovoide, mais achatado no sentido anteroposterior, e no homem, à forma conoide. Na mulher, a capacidade torácica é menor e as apófises transversas das vértebras dorsais mostram-se mais dirigidas para trás.
	HOMEM
	MULHER
	Bacia (PELVE) mais estreita e mais funda
	Bacia mais larga e menos funda
	Crânio mais espesso
	Crânio menos espeço
	Tórax é cônico
	Tórax é ovoide
	Dimensões musculares maiores
	Dimensões e as inserções musculares menos pronunciadas
	Sacro mais alto
	O sacro é mais baixo
	Malares mais salientes
	São mais delicados. Extremidades articulares são de menores
#CAIUEMPROVA:
- Na PC-PIAUI, em 2012, foi considerado CORRETO: A melhor estrutura óssea para se fazer o diagnóstico diferencial do sexo, quando se analisa uma ossada, é a bacia.
-Para a prova da PC-ES, em 2013, considerou-se CORRETO: Para a investigação do sexo no esqueleto, as partes que mais fornecem subsídios de valor são a pélvis e crânio. 
Para a prova de Delegado do RJ, especificamente, o nível das questões de medicina legal se assemelha ao das de médico legista, como é possível verificar na questão acima. Para facilitar o entendimento da questão, colocarei uma tabela diferenciando crânio masculino e feminino:
	HOMEM
	MULHER
	Fronte mais inclinada para trás
	Fronte mais vertical
	Glabela salientes
	Glabela não saliente
	Articulação frontonasal angulosa
	Articulação frontonasal curva
	Rebordos supra-orbitários rombos
	Rebordos supra-orbitários cortantes
	Apófises mastóides proeminentes
	Apófises mastóides menos desenvolvidas
	Crânio mais pesado
	Crânio mais leve
	Mandíbula mais robusta
	Mandíbula menos robusta
	Cristas de inserções musculares mais acentuadas
	Cristas de inserções musculares menos pronunciadas
	Côndilos occipitais longos e delgados
	Côndilos occipitais curtos e largos
 
 
IDENTIFICAÇÃO DA IDADE
As fases etárias da vida humana são as seguintes:
Vida intrauterina: embrião, até o 3.º mês; feto, até o parto; 
Infante nascido: o nascido que ainda não recebeu cuidados higiênicos; 
Recém-nascido: o que, nascido, recebeu cuidados higiênicos; 
1ª infância: até os 7 anos; 
2.ª infância: dos 8 aos 11 anos; 
Adolescência: dos 12 aos 18 anos; 
Mocidade: dos 19 aos 21 anos; 
Idade adulta: dos 22 aos 60 anos; 
Velhice: dos 61 aos 80 anos; 
Senilidade: depois dos 80 anos.
No feto, a identificação é feita pelo aspecto morfológico e pela estatura. Do primeiro ao terceiro mês de vida intrauterina, o crescimento é de 6 cm por mês. A partir do quarto mês, é de 5,5cm por mês.
Não é difícil distinguir-se uma criança de um adulto ou de um velho. É no período de transição das fases etárias da vida humana que surgem as dificuldades, pois a aparência do indivíduo modifica-se paulatinamente com o evolver dos anos. Vários são os parâmetros utilizados. Vejamos:
Quanto à pele, o aparecimento de rugas, a partir de 25 ou 30 anos, é variável. Quanto aos pelos pubianos, na mulher surgem aos 12 ou 13 anos, nos homens aproximadamente entre 13 e 15. No globo ocular, a presença de faixa acinzentada ao redor da íris, chamada arco senil, ocorre: 
Em 20% das pessoas - na faixa de 40 anos 
Em 100% - na faixa acima de 80 anos
Portanto, esses parâmetros têm valor relativo na identificação da idade.
Os dentes também podem auxiliar na identificação. Os dentes passam por vários estágios de desenvolvimento desde o útero até a idade adulta e esses estágios de desenvolvimento e erupção podem ser usados para estimar a idade do indivíduo. Quanto mais jovem o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica, porque são maiores as alterações que ocorrem nos primeiros anos de vida. 
O melhor método de identificação da idade é a radiografia dos osso, mais especificamente do punho. Atualmente se aceita a Tabela de Grevlisch para determinar a idade das pessoas. Grevlisch, ao radiografar os ossos dos braços das pessoas, chegou a um padrão de calcificação para determinar as faixas etárias jurídicas. Esse processo de calcificação dos ossosse encerra com 21 (vinte e um) anos. Temos 32 (trinta e dois) pontos de observação (ossos) para identificar a idade das pessoas no braço e mão. É por isso que se adota essa parte do corpo para proceder à identificação: pela quantidade de detalhes e variedade de pontos de observação. Os ossos das crianças e adolescentes apresentam uma região constituída por cartilagem, que permite o crescimento.
DETERMINAÇÃO DA ESTATURA 
No cadáver, as medidas são tomadas em decúbito dorsal, por dois planos verticais que passam pelo vértice e pela planta dos pés. Deve-se deduzir 16mm da medida total, correspondente ao achatamento natural dos discos intervertebrais sobre as cartilagens intra-articulares, e, no esqueleto em posição normal, deve-se aumentar, nessa medida total, 6cm correspondentes às partes moles destruídas.
Para fragmentos de ossos, a estimativa de estatura tradicionalmente baseia-se na antropometria através da medição de ossos longos (fêmur, tíbia, fíbula, úmero, ulna e rádio) e na análise posterior dos dados encontrados, comparando-os com tabelas originadas de estudos específicos.
É possível também estimar a estatura através dos dentes, usando-se a técnica de Carrea.
#CAIUEMPROVA – Para Delegado de Polícia de RO, em 2009, foi considerada CORRETA a seguinte afirmação: Identidade médico-legal é o conjunto de características apresentadas por um indivíduo que o torna único. Julgue os itens com base na identificação médico-legal. Medidas de dimensões de ossos longos e comparações com tabelas podem dar ideia da estatura de indivíduos quando vivos.
IDENTIFICAÇÃO PELOS DENTES:
 Importante principalmente nos carbonizados e esqueletizados. É possível desde que haja uma ficha dentária prévia, que permita comparação. Ademais, os dentes também podem fornecer material para a análise do DNA.
IDENTIFICAÇÃO PELO DNA
O DNA é uma molécula orgânica que contém a informação que coordena o desenvolvimento e o funcionamento de todos os organismos vivos, sendo o responsável pela transmissão de características hereditárias de cada espécie. Muito utilizado nas perícias de investigação do vínculo genético para corpos desconhecidos, paternidade e análise de vestígios em locais de crime. Tem um grande grau de unicidade, pois é praticamente impossível duas pessoas com DNA igual. Ademais, sua probabilidade de acerto é de 99,99%. A probabilidade de existirem duas pessoas com o mesmo DNA é de um em trilhões.
A variabilidade do DNA, que permite identificar o indivíduo se houver material para confronto, está presente nas células de todos os tecidos. Já foi perguntado na prova da PC-SP, em 2014: está presente em todas as células do corpo. 
Como qualquer método de identificação, é necessário que haja registro prévio de DNA do indivíduo que se quer identificar, para que haja a comparação. Uma vantagem do DNA em relação a outros métodos é que, na ausência de material do próprio indivíduo, a análise de material dos familiares pode suprir.
 
PALATOSCOPIA 
Identificação pelo estudo das pregas palatinas (céu da boca), desde que haja molde prévio, como em qualquer outro método de identificação. Não havendo elementos dentários, é outra boa opção.
QUEILOSCOPIA 
Identificação feita, por exemplo, comparando-se manchas de batom em copos ou pontas de cigarros com os sulcos dos lábios.
 
IDENTIFICAÇÃO POR SUPERPOSIÇÃO DE IMAGENS
Apesar de não ser um método seguro, pode ser usado quando falhar os métodos mais significativos. Consiste na superposição de fotos do indivíduo tiradas em vida sobre a foto do esqueleto do crânio. Destaca-se a altura de implantação das orelhas.
#CAIUEMPROVA – Delegado RJ – 2012 - A identificação de uma pessoa se define como um conjunto de características que individualiza a pessoa, tornando-a diferente das demais. Sob esta óptica, o exame de DNA, embora moderno e com alto grau de confiabilidade, não é suficiente para a determinação da identidade, pois via de regra, essas análises são realizadas utilizando-se como material de comparação amostras de familiares, sendo assim um método capaz de gerar o grau de parentesco e, não a identidade propriamente dita, ou seja, pode determinar se um indivíduo é filho de alguém, mas não qual dos filhos. Outras técnicas, científicas, ao contrário do exame de DNA, podem, isoladamente, conferir a identidade a um cadáver, considerando a preexistência de parâmetros de comparação. Entre essas técnicas, estão: Gabarito: foi considerada correta a alternativa que dizia: impressão dactiloscópica, arcada dentária e sobreposição de imagens. Apesar de terem recorrido bastante desta questão, a Funcab não anulou e apresentou a seguinte justificativa: Obviamente não existe uma única técnica científica de identificação que possa atender a todo e qualquer caso em que morte é verificada. As técnicas que são usualmente utilizadas, como a impressão dactiloscópica e o exame de arcada dentária, são válidas para a imensa maioria dos casos como meio de produção de prova de identificação. Os sinais particulares, tais como tatuagens, cicatrizes, amputações e estigmas profissionais não seguem aos princípios básicos de identificação que são: a unicidade, imutabilidade e praticidade. Não é possível, do ponto de vista científico, conferir identidade a um indivíduo unicamente por ele possuir determinada marca ou tatuagem. Os sinais particulares, embora incapazes de, por si só, identificar o indivíduo, geralmente tem relevância como critério de exclusão no processo de investigação médico-legal. Segundo Greco, o reconhecimento “Consiste em fazer-se a identificação por meio de comparação empírica, sem utilizar nenhuma técnica de base científica.” Desta forma, configura uma técnica subjetiva que não apresenta possibilidade de comprovação analítica por diferentes pessoas em diferentes lugares. A sobreposição de imagens fotográficas e radiológicas associada aos fundamentos de prosopometria é uma técnica científica aceita internacionalmente há muitos anos, tendo servido inclusive para a identificação de nazistas foragidos. Esta técnica está sendo cada vez mais utilizada devido ao acesso aos avanços no campo da computação gráfica. Como citado no enunciado da questão, a existência de registros radiológicos prévios da pessoa, permite a sua identificação através da sobreposição de radiografias. As mais utilizadas nesta situação são as radiografias do crânio, dos ossos longos, dos dentes e da face, em particular dos seios paranasais. Referências: 1. BLANCO, R. S. Apostila de Medicina Legal. Rio de Janeiro, 2000; ps. 368-369. 2. FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 6ª Ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. Cap. 3, ps. 49-53. 3. GRECO, R. Medicina Legal a Luz do Direito Penal e do Direito Processual Penal. 10 Ed. Rio de Janeiro, 2011; Cap. 2, p. 40. 4. HERCULES, H.C. Medicina Legal – Texto e Atlas. 1ª Ed., São Paulo: Atheneu, 2005. Cap. 4, ps. 31- 35.
#CURIOSIDADE – A interpol separa os métodos de identificação em: 
Primários: as análises datiloscópica, dental e DNA e 
Secundários: descrições pessoais/achados médicos e as evidências e roupas encontradas com as vítimas.
SINAIS QUE AUXILIAM NA IDENTIFICAÇÃO
a) sinais individuais: a presença de verruga, manchas, por exemplo, auxiliam na identificação. Todo sinal personalíssimo, como, por exemplo, a forma e a disposição dos olhos, a forma e a implantação das orelhas, os nevos, as discromias e as verrugas, os desgastes, as cáries e as próteses dentárias, a consolidação viciosa das fraturas, as cicatrizes etc., fornece elementos importantes para a caracterização dos indivíduos, ou mesmo para excluí-la.
b) malformações: Anomalias congênitas (presentes no nascimento), como lábio leporino, pé torto, dedos supranumerários, bem como anomalias adquiridas, como calos de fraturas antigas, podem ajudar na identificação. 
c) sinais profissionais: os estigmas que a constância de um trabalho imprime nos obreiros, como as unhas dos fotógrafos, a calosidade labial dos sopradores de vidro, a calosidade na mão dossapateiros, os resíduos perduráveis corporais, as ulcerações e os vestígios de doenças peculiares às indústrias insalubres têm real importância na identificação médico-legal, pois dão indicação segura das profissões exercidas por esses indivíduos.
d) cicatrizes: traumáticas (ação de agentes mecânicos, queimaduras), patológicas (vacinas) ou cirúrgicas, além das resultantes de fraturas (calo ósseo).
e) Tatuagens: as tatuagens constituem sinais de identidade particular, pois indicam o passado, os costumes, a profissão do indivíduo; ademais, traduzem informes raciais, regionais, afetivos, criminais... Como exemplos, botas tatuadas no pênis indicam ser o portador pederasta ativo; serpente tatuada nas costas, tendo a cabeça voltada para o ânus, designa ser o indivíduo pederasta passivo. Uma cruz pontuada na face dorsal da mão esquerda aponta homicida, palhaço tatuado aponta assassino de policial...
#CAIUEMPROVA – Na prova de Delegado de Polícia de RO, em 2009, foi considerada INCORRETA a seguinte afirmativa: Características ocasionais, tais como a presença de tatuagens, calos de fraturas ósseas e próteses dentárias, ósseas ou de outros tipos, não possuem valor para a antropologia forense. 
IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA 
Diferentemente da identificação médico-legal, a identificação judiciária independe de conhecimentos médicos. Utiliza dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos. É realizada por peritos e não médicos.
Vários métodos já foram utilizados, mas a maioria caiu em desuso. Um deles é a Bertilonagem (Sistema Antropométrico de Bertillon). Bertilonagem é método de identificação criminal com base em dimensões e características individuais do identificado, como cor de cabelo e olhos e fotografias (frente e perfil). Essas informações eram registradas em cartões, que eram posteriormente arquivados e possibilitavam consulta posterior. 
Tal método se baseia na fixidez do esqueleto após os 20 anos. Desenvolveu 11 medidas, da cabeça, da orelha, do pé esquerdo..., as quais são classificadas e arquivadas. Associavam-se a essas medidas outros caracteres, como estatura, cor dos olhos, cricatrizes...
Logo, tem por base a antropometria, complementando-se pelo retrato falado, a fotografia sinalética e as impressões digitais. Mesmo estando em desuso, o sistema bertillon apresenta grande valor histórico pelo motivo de ter sido a base dos atuais processos científicos da identificação civil ou criminal. 
Como críticas a tal método, tem-se que não pode ser aplicado a menores de 20 anos, além de ser de difícil execução e arquivamento. 
A padronização trazida pelo sistema Bertillon no mundo civilizado significou que, pela primeira vez na história, qualquer pessoa uma vez identificada e devidamente classificada poderia ser novamente identificada no futuro. 
#CAIUEMPROVA – Na prova para Perito criminal do TO, consideraram CORRETA a seguinte afirmativa: a identificação policial utiliza a bertilonagem e a datiloscopia. Apesar de estar em desuso atualmente, a banca considerou como correta.
Veremos agora os métodos mais utilizados atualmente para a identificação judiciária: o assinalamento sucinto, a fotografia simples, o retrato falado, a fotografia sinaléptica e o sistema datiloscópico de Vucetich. O mais importante e, de longe, mais cobrado é o sistema datiloscópico de Vucetich. 
ASSINALAMENTO SUCINTO 
É realizada um anotação da estatura, da raça, da idade, da cor dos olhos e do cabelo. Utilizado 
FOTOGRAFIA SIMPLES 
É um processo ainda utilizado nas cédulas de identificação. Apresenta, no entanto, grande possibilidade de falha, por alguns motivos: dificuldade de classificação, alterações dos traços fisionômicos com o decorrer dos anos (não perenidade) e o problema dos sósias e gêmeos (não unicidade). Os inconvenientes citados para a fotografia simples dizem respeito, também, a fotografia sinalética (de frente e perfil), que veremos a seguir. No entanto, ambas continuam sendo usadas.
FOTOGRAFIA SINALÉPTICA
É uma fotografia de frente e de perfil, com redução fixa de 1/7. Foi preconizado por Bertillon e utilizada na forma de superposição de imagens, comparando-se detalhes mínimos. Assim como a fotografia simples, é prova de valor relativo, devido aos inconvenientes que estudamos anteriormente. 
RETRATO FALADO
Obtido por meio de pormenores relatados pelas testemunhas, com utilização de fichas e programas de computadores, contendo vários modelos de partes importantes da fisionomia. É feita uma descrição dos caracteres antropológicos, morfológicos e cromáticos da face, em assinalamento sucinto de frente e perfil direito da fronte, nariz e orelha, supercílios, cabelos, barba, bigode, rugas, tatuagens, cicatrizes, nevos, verrugas, pálpebras, órbitas, olhos e sua cor, tudo codificado em expressões convencionais: pequeno, médio e grande. Feito isso, é possível o perito traçar o retrato falado.
 
SISTEMA DATILOSCÓPICO DE VUCETICH 
Atenção aluno Ciclos, pois este é o método de identificação que mais cai em prova. 
Primeiramente, é preciso sanar uma questão que causa confusão para alguns candidatos. Não podemos confundir Papiloscopia com Datiloscopia.
Papiloscopia é a ciência que estuda as papilas, que são saliências, de natureza neurovascular, situadas na parte superficial da derme, estando os seus ápices reproduzidos pelos relevos observáveis na epiderme. A Papiloscopia é gênero, dividida em quatro partes: 
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares; 
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; 
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.
#CAIUEMPROVA - PC-SP/2014 - Assinale a alternativa correta. A) A papiloscopia compreende a datiloscopia, a quiroscopia e a podoscopia. B) Papiloscopia é o estudo das impressões digitais. C) O desenho das polpas digitais modifica-se ao longo da vida de um indivíduo. D) Datiloscopia é o mesmo que papiloscopia. E) Gêmeos idênticos (univitelinos) possuem impressões digitais idênticas. 
Gabarito: Letra A
Agora que diferenciamos, vamos dedicar nossos estudos à datiloscopia. A datiloscopia estuda as impressões digitais, que são vestígios e marcas deixadas pelas polpas dos dedos graças à substância gordurosa secretada pelas glândulas sebáceas em quase todos os locais de crime e em objetos os mais variados, como a superfície lisa de vidros, espelhos, copos, móveis, louças e faianças, armas, facas, frutas, folhas de plantas, luvas.
A datiloscopia apresenta algumas vantagens:
Unicidade: não há duas impressões digitais iguais.
Imutabilidade: Queimaduras de 1.º e 2.º graus, aplicação de acetona, formol e corrosivos, atritos da pele determinados por profissões, limagem dos dedos não destroem as cristas papilares, bastando 48 horas de repouso para que as impressões reapareçam, sem que tenham sofrido qualquer alteração.
Perenidade: O desenho digital se forma no sexto mês de vida intrauterina e se mantém inalterado durante toda a vida, inclusive após a morte, até que venha a putrefação. É possível até a identificação de um cadáver já em estado adiantado de putrefação, desde que se consiga recolher a impressão de um ou mais dedos, ou fragmentos de impressão
Classificabilidade: cria uma sequência alfanumérica, que possibilita a busca em arquivos com milhões de fichas.
Baixo custo: com apenas uma ficha de papel e tinta é possível obter impressões papilares. 
#CUIDADO - Outra diferenciação importante a ser feita é entre desenho digital e impressão digital. Olhando-se diretamente a polpa dos dedos, vê-se o desenho digital. Entretanto, o sistema de Vucetich, que veremos a seguir, diz respeito ao desenho impresso, isto é, a impressão digital, que é reverso do desenho digital.
 Desenho digitalImpressão digital
Feitos os devidos esclarecimentos, vamos agora estudar especificamente o Sistema Dactiloscópico de Vucetich. Como vimos, o sistema de vucetich diz respeito à impressão digital.
Vucetich idealizou seu sistema de identificação com três sistemas de linhas (basilares, marginais e nucleares) e quatro figuras de classificação: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo. 
Existem 3 sistemas de linhas formando a impressão digital:
Linhas basilares: Na base da polpa digital
Linhas marginais: que contornam a polpa digital
Linhas nucleares: situadas entre as duas anteriores. 
 
Vucetich se baseou, fundamentalmente, na presença ou ausência de delta. Delta é uma figura triangular formada pelo encontro das linhas diretrizes, com a função de separar os três sistemas de linhas. 
 
Vamos estudar agora as figuras de classificação do sistema de Vucetich:
Verticilo: são datilogramas que apresentam dois deltas. Representado pela letra V, quando nos polegares, e pelo número 4 quando nos outros dedos:
 
Presilha Externa: são datilogramas que apresentam um delta à Esquerda do observador. Representada pela letra E, quando nos polegares, e pelo número 3 quando nos outros dedos. (Para facilitar a lembrança, externa e esquerda começam com E: presilha Externa / delta à Esquerda).
 
Presilha interna: são datilogramas que apresentam um delta à direita do observador. Representada pela letra I nos polegares e pelo número 2 nos demais dedos.
 
Arco: ausência de delta. Representado pela letra A nos polegares e pelo número 1 nos demais.
 
#CUIDADO - Não esquecer que o sistema de Vucetich considera a impressão digital. Se o delta estiver à direita do desenho digital, na impressão digital ele estará à esquerda!! Logo, será um caso de presilha externa!!! Se a prova der o desenho digital você tem que inverter para conseguir a impressão digital!!!! Ou seja, se o delta era na direita, passa a ser na esquerda.
#CAIUEMPROVA – Delegado GO/2013 - No local do crime, os peritos arrecadaram um desenho digital que apresentava um delta à esquerda. Pelo sistema de Vucetich, este desenho é classificado como: A) Presilha interna B) Verticilo C) Presilha externa D) Arco
Gabarito: Letra C	
O gabarito desta questão encontra-se errado. No entanto a banca não anulou a questão.
Como vimos, desenho digital difere-se de impressão digital. O desenho digital é verificado ao olharmos para nossas pontas dos dedos, pés e mãos, ou seja, é a visualização dos sulcos.
Por sua vez, a impressão digital é o transporte do desenho digital para um suporte liso.
Portanto, o desenho digital que apresenta um delta à esquerda, de acordo com o sistema de vucetich, equivale a uma impressão digital com delta à direita. Logo, se o desenho é uma presilha externa, a sua impressão será uma presilha interna.
Como se percebe, o registro emprega convencionalmente letras maiúsculas V, E, I, A para os polegares e números 4, 3, 2, 1 para os demais dedos das mãos. Uma forma de decorar bastante conhecida é através da palavra VEIA, com os números decrescentes:
V = 4 Verticilo
E = 3 Presilha externa
I = 2 Presilha interna
A = 1 Arco
Importante o aluno estar ciente também das anomalias e suas formas de representação:
 
Ausência de dedo = representa-se pelo número 0
Presença de cicatriz que altera a impressão digital = representa-se por um X
Presença de dedo supranumerário = letra minúscula ao lado da letra do polegar
 
As impressões obtidas são colocadas na fórmula datiloscópica, na qual são representadas como uma fração, onde a mão direita está no numerador e a mão esquerda no denominador. Mão direita em cima (série) e esquerda embaixo (secção).
A sequência de representação dos dedos é: polegarindicadormédioanularmínimo.
Vejamos:
 
#ATENÇÃO - Vou dar um exemplo aqui pra ver se fica fácil entender. Digamos que venha na prova a seguinte fórmula: Va 24X1/ E 0213. Vou falar dedo por dedo (na ordem da fórmula), pra facilitar a compreensão. 
Polegar da mão direita = Verticilo. Polegar representa-se com letra, que foi a V.
Dedo supranumerário na mão direita = Arco. Vimos que o dedo supranumerário representa-se com uma letra minúscula ao lado do polegar. No caso, temos um arco no dedo supranumerário.
Indicador da direita = Presilha interna. Dedos que não são polegares são representados por números. O indicador está com o 2, logo, presilha interna,
Médio da direita = Verticilo
Anular direito = Dedo defeituoso, representado por um X. Não confundir com ausência de dedo, que é o 0.
Mínimo direito = Arco
Polegar esquerdo = Presilha externa
Indicador esquerdo = Ausência/amputado
(...)
#CAIUEMPROVA – Delegado MA/2012 - O sistema dactiloscópico de Vucetich é um dos principais métodos utilizados na identificação policial e judiciária. Numa individual dactiloscópica expressa pela fórmula  , verifica-se que a pessoa identificada apresenta: A) amputação do dedo polegar esquerdo. B) amputação do dedo indicador direito. C) amputação do dedo indicador esquerdo D) amputação do dedo polegar direito E) amputação do dedo mínimo esquerdo.
Gabarito: Letra 
Comentário: Como vimos, amputação é representada pelo número zero. A mão direita fica em cima na fórmula. O dedo indicador vem em segundo lugar na ordem, percebe-se que na fórmula da questão está representado com o 0, logo o dedo indicador direito foi amputado. Parte superior do formulário
 Vucetich dividiu ainda os quatro tipos fundamentais em subtipos:
Arco – Simples e angular
Presilhas – Verticiladas, transversais e longitudinais
Veticilo – circular, espiral, ovoidal, sinuoso, ganchoso
Não existem duas pessoas com a mesma impressão digital. Até gêmeos idênticos, apesar de possuírem impressões digitais parecidas, não são iguais. O que realmente identifica o indivíduo são as irregularidades existentes nas diversas linhas, chamadas de acidentes ou pontos característicos. Não basta apresentar a mesma figura, os mesmos acidentes têm de coincidir nos mesmos pontos. No Brasil temos a regra dos 12 pontos. Os mesmos acidentes devem coincidir em 12 pontos. Se coincidirem de 8 a 12 pontos, provavelmente são da mesma pessoa. Doze a vinte pontos característicos situados homologamente em duas impressões digitais identificam inapelavelmente o indivíduo. Vejamos uma foto dos acidentes mais frequentes:
 
Os pontos característicos compreendem a ilhota, representada por um ponto ou fragmento de papila; a linha cortada, fragmento de papila maior do que a ilhota; a forquilha, papila que se separa em ângulo agudo; a bifurcação, papila separada em ângulo curvilíneo; e o encerro, duas papilas unidas por suas extremidades. 
#CAIUEMPROVA – Delegado RO/2014 - O uso das impressões digitais como recurso empregado para vincular um suspeito à cena do crime, através dos vestígios coletados e analisados, é de aplicação inquestionável na investigação policial. A ficha datiloscópica, base na qual funcionam todos os sistemas de identificação humana por impressões digitais, é decadatilar. Tendo em vista que em um local de crime, dificilmente serão encontradas as impressões dos dez dedos do criminoso, marque a alternativa correta em relação à técnica referida. A) O arquivo monodatilar utiliza os tipos fundamentais e os pontos característicos. B) Circular, espiral, ovoidal, sinuoso e duvidoso são subtipos dos verticilos. C) Na confecção da ficha datiloscópica são utilizados algarismos para representar os polegares e letras para os demais dedos. D) Os quatro tipos fundamentais da classificação são arco, gancho, presilha e verticilo. E) São considerados pontos característicos as forquilhas,as invadidas e os encerros. 
Gabrarito: Letra B
Comentários: A) Errada -  O arquivo monodatilar utiliza os tipos fundamentais, os subtipos e eventualmente (nas hipóteses de verticilo e presilha) a contagem de linhas. O erro da alternativa está em afirmar que o arquivo monodatilar utiliza os pontos característicos como critério de classificabilidade (arquivar). Os pontos caracteristicos são usados no processo de identificação (unicidade).
B) Correta - os subtipos do verticilo são: circular, espiral, ovoidal, sinuoso e duvidoso.
C) Errado -  Na ficha datiloscópica são utilizadas letras para representar os polegares e algarismos para indicar os outros dedos.
D) Errado - Gancho não é tipo fundamental. Gancho ou ganchoso será uma subclassificação de tipos especiais (Presilha interna ganchosa, Presilha externa Ganchosa, Verticilo Ganchoso). Os tipos fundamentais são: Arco, Presilha interna, Presilha externa e Verticilo.
E) Errado - Invadida não é ponto caracteristico. Invadida é uma classificação de subtipo fundamental, tanto da presilha interna quanto da externa podem ser subclassificadas como INVADIDA.
Importante saber também o que é a Sindrome de Nagali. Trata-se de uma doença em que não há impressões digitais. Não há cura. A pessoa não tem impressões digitais e tem dificuldade em segurar objetos.
Sobre esse assunto foi visto tudo que costuma ser cobrado para cargos jurídicos. Bons estudos.
BIBLIOGRAFIA
Esse material é uma fusão das seguintes fontes:
-  Med Leg DC. Delton Croce & Delton Croce Júnior Manual de Medicina Legal 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
- Medicina Legal e Noções de Criminalística – Neusa Bittar – Editora Juspodivm
- Livro de Genival Veloso França
- Anotações pessoais de aulas.

Outros materiais