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UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 1 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa EESSTTRRUUTTUURRAASS DDEE CCOONNCCRREETTOO AARRMMAADDOO EECCAA NNOOTTAASS DDEE AAUULLAA -- 0077 CCÁÁLLCCUULLOO EE DDEETTAALLHHAAMMEENNTTOO DDEE PPIILLAARREESS EEMM CCOONNCCRREETTOO AARRMMAADDOO UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 2 - NA_07/2012 EESSTTRRUUTTUURRAASS NNOOTTAASS DDEE AAUULLAA -- PPAARRTTEE 77 CCÁÁLLCCUULLOO EE DDEETTAALLHHAAMMEENNTTOO DDEE PPIILLAARREESS EEMM CCOONNCCRREETTOO AARRMMAADDOO 1. Introdução Pilares de canto: P1, P4, P13 e P16 Pilares de borda ou de extremidade: P2, P3, P5, P8, P9, P12, P14 e P15 Pilares centrais: P6, P7, P10 e P11 Para uma estrutura como a esquematizada acima, sujeita apenas a cargas verticais, sem a consideração de vento na estrutura, as cargas nos pilares são obtidas através das reações de apoio consideradas no cálculo estático das vigas do pavimento. No caso mais comum, as vigas são calculadas como contínuas ou isostáticas, simplesmente apoiadas nos pilares, transmitindo assim, apenas cargas verticais a eles. Nesses casos os pilares teoricamente estão sujeitos a uma compressão centrada, onde o valor da carga de compressão N é obtido do diagrama de esforços cortantes das vigas que afluem ao pilar em estudo. Também é possível a consideração das vigas ligadas aos pilares , formando pórticos nas duas direções; nesse caso as cargas transferidas das vigas aos pilares não são apenas cargas verticais, mas também momentos, que podem ser chamados de momentos de engastamento parcial das vigas no pilar. Nesses casos, os pilares estão sujeitos a esforços de compressão e flexão, situação conhecida como flexo- compressão ou flexão composta. No caso de momento apenas em uma direção, a flexão composta é dita reta, e no caso de momentos nas duas direções, acontece a flexão composta obliqua. Para a estrutura acima, de uma forma simplificada, pode-se considerar que os pilares de canto estão sujeitos a uma flexão composta obliqua, enquanto os pilares de borda (ou de extremidade) estão sujeitos a flexão composta reta. Quanto aos pilares centrais, eles podem ser considerados sujeitos a uma compressão centrada, uma vez que não são transferidos momentos a eles. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 3 - 2. Geometria a) Seção Transversal Convenção adotada no curso: - Pilares Retangulares: h = lado menor do pilar - Pilares Circulares: h = diâmetro do pilar - Pilares de Seção Qualquer: h = menor dimensão da seção Conforme a NBR-6118, a menor dimensão recomendável da seção transversal é: h = 19 cm, permitindo-se em casos especiais ter valores de h entre 19 cm e 12 cm. Nesses casos, deve-se multiplicar as ações por um coeficiente adicional. Coeficiente adicional: n , , 195 0 05h Tabela: Valores de n em função de h h (cm) 12 13 14 15 16 17 18 19 n 1,35 1,30 1,25 1,20 1,15 1,10 1,05 1,00 Para valores de h superiores a 19 cm, o valor de n é 1,00 UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 4 - b) Comprimento Equivalente - le (Comprimento de flambagem, ou de Euler) O comprimento equivalente do pilar, vinculado nas duas extremidades, a ser considerado é: l l le h 0 ou l l le b 0 , sendo: l0 - distância entre as faces internas dos elementos estruturais h ou b - altura da seção transversal medida no plano da estrutura analisado l - distância entre os eixos dos elementos estruturais Valor Usual: Em edifícios, de uma forma geral, é comum a utilização para o valor de le, a distância entre os pisos. (ou seja, o pé-direito de piso a piso) No caso de pilar engastado na base e livre no topo, adota-se le = 2 l . c) Índice de Esbeltez - l l l e i , sendo i o raio de giração da seção transversal: i I A Pilar retangular: l l eh 12 Pilar circular: l l eh 4 UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 5 - 3. Excentricidades 3.1. Excentricidade inicial – e1 É a excentricidade devido à aplicação de uma carga de compressão não centrada (ex: devido a cargas verticais não centradas, momentos de engastamento de vigas no pilar, aplicação de esforços horizontais como , por exemplo, vento na edificação). Quando a carga é centrada: e1 = 0 Quando a carga não é centrada: e1 = Md / Nd 3.2. Excentricidade acidental - ea É a excentricidade devido a imperfeições globais e locais do eixo dos elementos da estrutura descarregada. As imperfeições geométricas globais consideram um desaprumo do edifício, e não precisa ser superposto ao carregamento de vento. As imperfeições locais consideram o desaprumo ou falta de linearidade do eixo do pilar. Admite-se que, nos casos usuais, a consideração apenas da falta de linearidade ao longo do lance do pilar seja suficiente. O efeito das imperfeições locais pode ser substituído em estruturas reticuladas pela consideração de um momento mínimo de 1a ordem, dado a seguir: )03,0015,0(min,1 hNM dd , com h em metro. Ou )03,05,1(min,1 hNM dd , para h em centímetro ou seja, como: M N ed d a1 ,min , com hea 03,05,1 com h em centímetro 3.3. Excentricidade de 2a ordem - e2 A força normal aplicada em um pilar sob o efeito das excentricidades de 1a ordem (excentricidades inicial e acidental) provoca deformações que dão origem a uma excentricidade, denominada excentricidade de 2a ordem. Pelo método da curvatura aproximada o valor de e2 pode ser calculado pela fórmula abaixo: e r2 2 1 le10 , sendo 1 0 005 0 5 0 005 r h h , , , ( ) com NdA fc cd o valor de h refere-se à dimensão do pilar na direção considerada da excentricidade dos esforços. Nos casos gerais, h refere-se à menor dimensão da seção transversal do pilar. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 6 - 4. Classificação dos Pilares Segundo sua Esbeltez - Pilar curto: l l1 e2 = 0 - Pilar moderadamente esbelto: l1 l 90 e2 0 - Pilar esbelto: 90 l 140 e2 0, e o cálculo deve considerar a fluência - Pilar muito esbelto: l 140 e2 0, e o cálculo deve considerar a não linearidade de 2a ordem, através da discretização adequada da barra que representa o pilar, consideração da relação momento-curvatura real para cada seção e consideração da não-linearidade geométrica real. Na prática, evita-se pilares esbeltos e muito esbeltos. (ou seja, utiliza-se l 90) 5. Esbeltez Limite Os esforços locais devidos à excentricidade de 2a ordem podem desprezados quando o índice de esbeltez l for inferior ao valor limite l1, que pode ser calculado pelas expressões: 1 125 12 5 (e h), / b 35 901 b Para pilares de edifícios vinculados nas duas extremidades, por falta de um critério mais especifico, é razoável adotar-se e1 = 0. Valores de ab: UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 7 - 6. Método de Cálculo Nos casos de estruturas de vigas contínuas simplesmente apoiadas em pilares, os valores das cargas de compressão aplicadas nos pilares são obtidos pela interpretação dos diagramas de esforços cortantes nas vigas que se apóiam neles. As reações de apoio somadas são a força normal de compressão aplicada no topo de cada lance do pilar. Os valores das cargas verticais vêm se somando ao longo dos lances, além do peso próprio do pilar, desde o último piso até a fundação. Com o conhecimento da geometria do pilar, das características dos materiais e do carregamento aplicado ao pilar, o cálculo de cada lance é efetuado da mesma forma: calculam-se as excentricidades, e a situação de cálculo a ser considerada é o de uma seção sujeita a uma flexão composta. No caso geral a flexão composta é reta, ou seja, o momento é aplicado na direção do menor lado. Em alguns casos, pode haver momentos nas duas direções principais, e nesses casos a flexão composta será obliqua. O método comumente adotado para o cálculo dos pilares é o denominado pilar padrão, que consiste no estudo de um pilar em balanço com o comprimento le , e as excentricidades inicial, acidental e de segunda ordem aplicadas à carga vertical no seu topo. Aplicam-se às cargas e aos materiais os coeficiente de majoração de esforços e de minoração das resistências comuns aos cálculos das lajes e vigas. Caso a menor dimensão do pilar seja inferior a 19 cm, deverá se aplicado o coeficiente adicional comentado no item 2. SITUAÇÃO TEÓRICA SITUAÇÃO DE CÁLCULO SITUAÇÃO DE CÁLCULO Pilar curto Pilar moderadamente esbelto Os esforços de cálculo referem-se portanto à seção da base do pilar. O cálculo das armaduras em seções sujeitas a flexão composta é feito com o auxílio de tabelas ou ábacos de flexão composta, aplicados a cada tipo de seção com uma determinada geometria e distribuição de armadura. Esses ábacos estão apresentados a seguir, e usam os coeficientes de majoração de esforços e de minoração de resistências comuns aos cálculos das lajes e vigas. Caso a menor dimensão do pilar seja inferior a 19 cm, deverá se aplicado o coeficiente adicionaln apresentado no item 2. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 8 - 7. Sequência de Cálculo Com o valor da força normal, Nk, calcula-se Nd. Nd = n f Nk A seguir calcula-se as excentricidades. A excentricidade total resulta e = e1 + ea + e2 No ábaco, verifca-se qual a taxa mecânica de armadura necessária - ver a seguir o ábaco – Observação: existem também tabelas para esse fim. A taxa geométrica de armadura necessária será , e daí obtém-se a armadura necessária ( a ser comparada com a armadura mínima). Passa-se ao detalhamento da armadura do pilar. Para cada lance do pilar, entre dois pavimentos, a força N varia, portanto o cálculo (e respectivo detalhamento) é feito para todos os lances do mesmo pilar. Ábaco de Flexão Composta Observar que para cada tipo de distribuição de armadura há um ábaco específico. No detalhamento do pilar deverá ser observada essa distribuição correspondente ao ábaco utilizado. Nd A fc c e/h no ábaco, obtenho o valor de O valor deresulta: f f c s 2A A s1 c IMPORTANTE: O VALOR DE DO ÁBACO É LIGEIRAMENTE DIFERENTE DO UTILIZADO PARA O CÁLCULO DA EXCENTRICIDADE DE 2a ORDEM (nesse caso usa-se fc em vez de fcd) fc = 0,85 fcd O valor de fs é igual a fyd. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 9 - EXEMPLOS DE ÁBACOS DE FLEXÃO COMPOSTA UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 10 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 11 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 12 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 13 - 8. Disposições Construtivas a) Área mínima da seção transversal: Ac = 360 cm² (área total da seção) b) Diâmetro das barras da armadura longitudinal (l) 10mm (l) h/8 c) Armadura longitudinal máxima: Asmáx = 8% Ac A armadura considerada deve levar em conta todas as barras da mesma seção para o caso mais desfavorável, inclusive a região das emendas. d) Armadura longitudinal mínima: As min = 0,15 Nd / fyd 0,4% Ac e) Espaçamento das barras da armadura longitudinal: - distância mínima entre as barras: l eh 2 cm 1,2 dmáx agregado - distância máxima entre as barras: eh 2 h 40 cm f) Diâmetro das barras da armadura transversal (t) t 5 mm 1/4 l g) Espaçamento das barras da armadura transversal (st) 20 cm st h 12 l para CA-50, e 25 l para CA-25 h) Proteção contra a flambagem das barras da armadura longitudinal Os estribos protegem a flambagem das barras da quina e até mais 2 barras, desde que estas estejam situadas a uma distância máxima de 20t da quina. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 14 - No caso de não existirem. barras protegidas contra flambagem, deverão ser dispostos estribos suplementares. E aplicam-se as mesmas regras para as quinas desses estribos suplementares, que funcionam como pontos fixos, onde se inicia a nova contagem de 20t. O estribo suplementar pode ser substituído por uma barra reta com ganchos, que envolve duas barras protegidas localizadas uma em frente à outra. Essa barra também denominada “amarra” pode também envolver o estribo, e nesse caso o ponto fixo pode contar mais 20t para cada lado.Os seja: UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 15 - Observações gerais sobre as amarras e estribos suplementares: 1 – as amarras e os estribos suplementares devem ter o mesmo diâmetro e espaçamento dos estribos; 2 – as amarras e estribos suplementares podem representar problemas na ocasião da concretagem; uma alternativa para diminuir esse problema é a disposição das barras mais concentradas nos cantos do pilar. UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 16 - i) seção transversal de pilares – numero mínimo de barrasNo caso de pilares retangulares deve-se adotar sempre um número par de barras. j) emendas das barras, ou “arranques” – detalhes complementares UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 17 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 18 - 8. Exemplo - Cálculo e detalhamento de um pilar Dado o esquema geral da estrutura de um edifício, o esquema das formas do pavimento tipo, e os diagramas de cortantes nas vigas do tipo, pede-se calcular e detalhar o pilar P5 entre o térreo e o pavimento 1. Apresentar o detalhamento de sua seção transversal, os comprimentos dos ferros longitudinais, e detalhes e quantidade de estribos. Admitir que as cargas no piso da cobertura sejam idênticas às dos demais pisos. Considerar carga centrada. - concreto fck = 20 MPa - aço CA 50 - comprimento de ancoragem lb= 44 - cobrimento da armadura = 1,5 cm - seção transversal do pilar = 17 cm x 50 cm - pé-direito – piso a piso = 2,90 m ESQUEMA DE FORMAS (Válido p/ todos os pavimentos) Cobertura P1 V1 P2 P3 5 P4 V2 P5 (17x50) P6 c 4 V 4 V 5 V 6 3 V3 P7 P8 P9 a 2 Cortantes em V1, V2 e V3 1 c a Térreo d b a b c d V1=V3 1,3 3,2 2,9 1,9 V2 2,5 3,8 3,2 2,1 V4=V6 0,9 1,8 1,7 1,1 V5 1,3 2,4 1,9 1,2 b d Tabela de forças cortantes (tf) ESQUEMA GERAL DO EDIFÍCIO C or ta nt es e m V 4, V 5 e V 6 2, 90 m UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 19 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 20 - UUNNIIPP -- UUnniivveerrssiiddaaddee PPaauulliissttaa ECA – ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fernando de Moraes Mihalik - 21 -
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