Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASCOMYCOTA e LIQUENS Filo ASCOMYCOTA INFORMAÇÕES GERAIS ♣ 32.300 espécies ♣ Levedos, bolores verde-azulados e vermelhos, morchelas e trufas comestíveis ♣ Sapróbios, parasitas ou simbiontes mutualísticos (liquens) ♣ Hábitat: solo úmido ou madeira em decomposição, água do mar, em simbiose com animais e plantas, como parasitas ♣ Parede celular: quitina + açúcares e proteínas Filo ASCOMYCOTA Unicelulares, se formam hifas, elas são com septos perfurados; muitos simbiontes; presença de asco na reprodução +/- 30 mil espécies INFORMAÇÕES GERAIS Filo ASCOMYCOTA Definição: fungos de micélio bem desenvolvido, tipicamente septado, com células uninucleadas (monocarióritas) na maior parte do ciclo, reproduzindo-se sexuadamente por esporos endógenos (ascósporos), originados no interior de ascos e assexuadamente por esporos exógenos (conídios). IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Filo ASCOMYCOTA ♣ Bolores que estragam alimentos ♣ Doenças vegetais sérias (míldios pulvurulentos – folhas) ♣ Podridão escura de frutos ♣ Morchelas e trufas comestíveis ♣ Fermentos (pães, vinhos, cerveja, etc.) ♣ Ácido lisérgico IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Filo ASCOMYCOTA Alimentação Leveduras Morchelas Trufas IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Filo ASCOMYCOTA Doença do centeio ♣ Ácido lisérgico: importante no tratamento de doenças hemorrágicas ♣ Alucinógeno ♣ Era medieval: ergotismo – doença do centeio ♣ Contenção da doença: através da queima da cultura MORFOLOGIA Estrutura do Talo Filo ASCOMYCOTA - Talo multicelular ou unicelular (leveduras) - Hifas septadas - Micélio celular septos perfurados (poro) Funcionalmente como um cenócito, permitindo a passagem de núcleos e organelas. MORFOLOGIA Estrutura do Talo Filo ASCOMYCOTA - Talo multicelular ou unicelular (leveduras) - Hifas septadas - Micélio celular septos perfurados (poro) MORFOLOGIA Condição celular Filo ASCOMYCOTA Monocariótico (n) Um único tipo de núcleo em uma célula ou micélio Dicariótico (n+n) Um par de núcleos sexualmente compatíveis em uma única célula ou micélio Heterocariótico (heterocariose) Uma condição em que núcleos geneticamente distintos estão associados em um mesmo protoplasto ou mesmo micélio, derivados de mutações. ASCOMA OU ASCOCARPO MORFOLOGIA Filo ASCOMYCOTA estrutura que sustenta os esporângios (ascos) ASCO ASCÓSPOROS tipo especial de esporângio esporos produzidos nos ascos, em número de 4 ou múltiplo de 4 MORFOLOGIA Tipos de Ascomas Filo ASCOMYCOTA 1. Cleistotécio Completamente fechado, sem abertura pré-formada MORFOLOGIA Tipos de Ascomas Filo ASCOMYCOTA 2. Peritécio Poro apical (ostíolo) permite a liberação dos ascósporos MORFOLOGIA Tipos de Ascomas Filo ASCOMYCOTA 3. Pseudotécio ou ascostroma Ascos formados em cavidades (lóculos) dentro do tecido estromático MORFOLOGIA Tipos de Ascomas Filo ASCOMYCOTA 4. Apotécio Ascos expostos na maturidade MORFOLOGIA Tipos de Ascomas Filo ASCOMYCOTA MORFOLOGIA Estrutura do Ascoma Filo ASCOMYCOTA Himênio = camada de ascos MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 1. Prototunicado Ascósporos liberados pela quebra da parede Parede fina, a qual se quebra durante a liberação dos ascósporos MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 2. Unitunicado Ascósporos liberados através de um opérculo Paredes internas e externas do asco não se separam durante a liberação dos ascósporos, os quais são liberados através de um opérculo MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 2. Unitunicado MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 2. Unitunicado MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 3. Bitunicado Paredes interna e externa se separam durante a liberação dos ascósporos 1.Interna (endotúnica): fina e sensível 2.Externa (ectotúnica): grossa e inextensível A parede interna se expande sobre a parede externa durante a liberação dos ascósporos MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 3. Bitunicado MORFOLOGIA Tipos de Ascos Filo ASCOMYCOTA 3. Bitunicado Endotúnica Ectotúnica REPRODUÇÃO Filo ASCOMYCOTA Ciclo de vida haplobionte haplonte Exceção: Saccharomyces cerevisiae (diplobionte) Ausência de gametas ou esporos flagelados Reprodução Assexuada -Fissão ou brotamento: Leveduras (Saccharomyces cerevisae) - Fragmentação de hifas aéreas -Produção de conídios: Penicillium e Aspergillus divisão simples brotamento REPRODUÇÃO ASSEXUADA Filo ASCOMYCOTA conídios fiálides conidióforo -Feita por conídios multinucleados (esporos assexuadamente formados, produzidos externamente = exógenos) formados a partir de células conidiogênicas conidióforos: hifas modificadas que produzem as células conidiogênicas na porção apical REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA -Envolve sempre a formação de um ASCO *estrutura em forma de saco dentro da qual ascósporos haplóides são formados após a meiose *himênio ou camada himenial = camada de ascos -presença de asco é a característica que distingue os indivíduos ascomicetos de todos os demais fungos. -Formados dentro de ascomas (hifas entrelaçadas e firmemente Compactadas) REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA Formação de gametas ocorre em estruturas diferenciadas nas hifas: *Anterídios = gametângios masculinos *Ascogônios = gametângios femininos geralmente ficam em posição adjacente REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA Plasmogamia → é precedida em alguns fungos pela formação do tricógine no ascogônio. Nos demais ocorre através de poros laterais -não ocorre cariogamia imediatamente após a plasmogamia -Formação de hifas ascógenas: hifas de formação sexual, crescem para fora do ascogônio, e são dicarióticas (n + n) os ascos se formam em suas extremidades Formação dos ascos: 1) Célula apical da hifa dicariótica se curva até formar um gancho 2) No gancho os 2 núcleos dividem-se, fusos com fibras pararelas 3) Distribuição dos núcleos: 1 próximo à base, 1 próximo ao ápice, e 2 próximos à ponta do gancho REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA 4) Formação de 2 septos isolando as células mais velhas, enquanto a célula do meio, dicariótica, forma o asco. Formação dos ascos: REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA 5) Na célula intermediária ocorre a cariogamia. Este é o único momento no ciclo de vida de um ascomiceto em que se forma um núcleo diplóide 6) Após a cariogamia o asco, ainda jovem, se alonga e o zigoto sofre geralmente 1 meiose, logo a seguir mitose e forma-se um asco (com 8 núcleos). 7) Núcleos são envolvidos por porções do citoplasma, formando os ascósporos 8) Maioria dos ascomicetos: apresentam turgidez na maturidade e estouram, liberando os ascósporos. REPRODUÇÃO SEXUADA Filo ASCOMYCOTA REPRODUÇÃO Filo ASCOMYCOTA SISTEMÁTICA (Alexopoulos et al. 1996) Filo ASCOMYCOTA Filo ASCOMYCOTA, Classe ASCOMYCETES 1. Subclasse HEMIASCOMYCETIDAE- Leveduras 2. Subclasse PLECTOMYCETIDAE – Cleistotécios 3. Subclasse PYRENOMYCETIDAE - Peritécios 4. Subclasse DISCOMYCETIDAE - Apotécios 5. Subclasse LOCULOASCOMYCETIDAE – Ascostroma LIQUENS LÍQUEN se escreve assim paroxítona terminada em “en”, com plural LIQUENS lie’ken A palavra é de origem gregae foi utilizada por Teofrasto (300 a.C.) para designar as excrescências da casca das oliveiras. LIQUENS LÍQUEN não se escreve assim: Líqüen Lichen Lichene Lichenes Invenção de “algüém” É assim em inglês Português arcaico Latim Quando usamos LATIM em Botânica, significa que nos referimos a um grupo taxonômico, e os liquens NÃO CONSTITUEM UM GRUPO TAXONÔMICO. LIQUENS LIQUENS Exemplos de LÍQUEN Usnea Cryptothecea rubrocincta Cladonia Afinal, o que é um líquen? LÍQUEN é uma associação entre um fungo (micobionte) e uma alga verde ou cianobactéria (fotobionte), resultando em um talo (Ahmadjian 1993) LIQUENS ᵿ Do grego “viver junto” ᵿ Qualquer tipo de interação ou de benefício mútuo entre organismos de espécies diferentes ᵿ Exemplo: PARASITISMO: uma espécie (parasita) se beneficia e outra (hospedeiro) é prejudicada MUTUALISMO: associação benéfica para ambos os organismos Simbiose LIQUENS MICOBIONTES (FUNGOS) LIQUENS ASCOMYCETES – 98% dos liquens BASIDIOMYCETES – 02% Absorvem nutrientes orgânicos derivados das algas LIQUENS FOTOBIONTES (ALGAS VERDES E CIANOBACTÉRIAS) Trebouxia (trebouxióide) Trentepohlia (trentepohlióide) Nostoc (nostocóide) Obtêm proteção (dessecamento, excesso de luz) LIQUENS Simbiose mutualística ou parasitismo controlado? córtex superior (fungo) camada de algas medula (fungo) córtex inferior (fungo) Uma espécie de líquen ? LIQUENS Não existem espécies de liquens. O que existem são espécies de fungos e de fotobiontes. “Para efeitos taxonômicos, o nome dado a um líquen deve ser entendido como aplicado ao seu componente fúngico.” Diz-se FUNGO LIQUENIZADO quando no contexto taxonômico. X LIQUENS INFORMAÇÕES GERAIS ♣ Origem polifilética ♣ 13.250 espécies de fungos liquenizados descritas (quase metade dos ascomicetos conhecidos) ♣ Aproximadamente 40 gêneros de fotobiontes são encontrados em combinação com esses ascomicetos ♣ Algas verdes: Trebouxia, Pseudotrebouxia, Trentepohlia ♣ Cianobactéria: Nostoc LIQUENS OCORRÊNCIA Amplamente distribuídos: ♣Regiões tropicais a polares ♣Troncos de árvores ♣Solos nus ♣Rochas ♣Lugares inóspitos: lava fria, rochas nuas, areia do deserto, regiões árticas e sub-árticas LIQUENS FISIOLOGIA ♣ Habilidade de sobreviver em condições adversas: organismos poiquiloídricos ♣ Podem perder até 80% de conteúdo de água do talo ♣ Dormência ♣ Crescimento lento: 0,1 a 10 mm por ano LIQUENS liquens necessitam expor o fotobionte à luz; por essa razão o seu corpo (TALO) é normalmente visível fora do substrato, do qual eles nada retiram Liquens NÃO são parasitas de seu substrato LIQUENS IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: alimentação LIQUENS IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: corantes LIQUENS IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: Medicamentos LIQUENS IMPORTÂNCIA ECONÔMICA: perfumaria LIQUENS IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA Desgaste de rochas e formação de solos ação de metabólitos secundários (ácido liquênico) Monitoramento de poluição atmosférica Bioindicadores aumento de diversidade dos liquens aumento da poluição do ar (SO2) TIPOS DE TALO MICROLIQUENS: MACROLIQUENS: FOLIÁCEO FILAMENTOSO CROSTOSO DIMÓRFICO FRUTICOSO LIQUENS TALO CROSTOSO • Estrutura dorsiventral. • Extremamente aderido ao substrato. • Prende-se ao substrato pelas hifas da medula. • Corticado somente no lado superior. córtex superior (fungo) camada do fotobionte medula (fungo) Redón (1985) LIQUENS TALO FILAMENTOSO Formado por uma camada de filamentos frouxos e entrelaçados. Ex.: gênero Coenogonium Apotécios Filamentos de Trentepohlia Zahlbruckner (1926) LIQUENS TALO FOLIÁCEO LACINIADO LOBADO • Estrutura dorsiventral. • Lobos ou lacínios bem definidos. • Prende-se ao substrato por rizinas ou tomento. • Geralmente corticado nos dois lados. LIQUENS TALO FOLIÁCEO LIQUENS TALO FOLIÁCEO HETERÔMERO córtex superior camada de algas medula córtex inferior rizina máculas pseudocifela s Brodo et al. (2001) LIQUENS TALO FOLIÁCEO HOMÔMERO Zahlbruckner, 1926 Fotobionte Hifas do fungo Córtex superior Córtex inferior LIQUENS TALO FRUTICOSO • Formado por ramos simples ou divididos, cilíndricos ou achatados. • São liquens eretos, pendentes ou prostrados. • Apresentam uma estrutura radial ou isolateral. • Prendem-se ao substrato por um ou poucos pontos. Ramos Disco basal Apotécios Em corte Brodo et al. (2001) LIQUENS TALO FRUTICOSO Foto Nadir Hermes LIQUENS TALO FRUTICOSO LIQUENS LIQUENS REPRODUÇÃO ASSEXUADA - DIRETA ♣ Fragmentação simples ♣ Sorais e sorédios: propágulos pulverulentos ♣ Isídios: pequenas projeções do talo SEXUADA - INDIRETA Componente fúngico: pode produzir ascósporos ou basidiósporos, os quais formam novos liquens quando germinam em contato com a alga verde ou cianobactéria apropriada LIQUENS SORAIS - SORÉDIOS Redón (1985) LIQUENS SORAIS - SORÉDIOS LIQUENS ISÍDIOS Redón (1985) Wirth (1995) LIQUENS ISÍDIOS APOTÉCIOS, ASCOS E ASCOSPOROS Redón (1985) LIQUENS ESTRUTURA DE UM APOTÉCIO Encyclopaedia Britannica (1963) LIQUENS LIQUENS SISTEMÁTICA (Haffelner 1988) Reino Fungi Filo Ascomycota Classe Ascomycetes (18 ordens) >> destaque para a Ordem Lecanorales, Família Parmeliaceae (Subclasse Discomycetidae) Filo Basidiomycota Classe Basidiomycetes (4 ordens) LIQUENS COMENTÁRIOS FINAIS ♣Enquanto a maioria dos fungos vive com o micélio de absorção dentro do substrato, os fungos liquenizados constroem um corpo (talo) dentro do qual o fotobionte é cultivado ♣Convergência morfológica e anatômica entre os liquens e as plantas ♣“Mini-ecossistemas” ♣Liquenização: avanço nutricional importante para os fungos visto que 20% dos fungos são liquenizados, e habitam todos os biomas terrestres, o sucesso deste modo de vida é evidente Para saber mais: ALEXOPOULOS, C.J., MIMS, C.W. & BLACKWELL, M. 1996. Introduction to Micology. New York: John Wiley & Sons. 869p. PUTZKE, J. & PUTZKE, M.T.L. 2004. Os Reinos dos Fungos. Vol. 1. Santa Cruz do Sul: EDUNISC. 2a. Edição. 605p. SANDERS, W.B. 2001. Lichens: the interface between mycology and plant morphology. BioScience 51(12): 1025-1035. RAVEN, P.H.; EVERT, R.F. & EICHHORN, S.E. 2001. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 6a. Edição. 384-407.
Compartilhar