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SADC BLOCO ECONOMICO

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impulso nº 31 155
A Comunidade de
Desenvolvimento
da África Austral (SADC): 
rumo à integração política 
e econômica
SOUTHERN AFRICA DEVELOPMENT
COMMUNITY (SADC): TOWARDS POLITICAL 
AND ECONOMIC INTEGRATION
Resumo Este artigo considera a atual tendência rumo à constituição de novos blocos
econômicos a partir do ponto de vista da experiência africana. Seu objetivo é revisar
brevemente os diferentes momentos e aspectos envolvidos na criação e desenvolvi-
mento de um Mercado Comum Africano. Inclui algumas observações políticas, eco-
nômicas e históricas sobre os desafios e oportunidades para o contínuo desenvolvi-
mento de uma comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
Palavras-chave COMUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL
(SADC) – INTEGRAÇÃO REGIONAL – ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO – UNIÃO ALFAN-
DEGÁRIA – PRESENÇA COLONIZADORA – ESTADOS DA LINHA DE FRENTE.
Abstract This essay considers the present trend towards the constitution of new eco-
nomic blocs from the point of view the African experience. It aims at briefly revi-
ewing the different moments and aspects involved in the creation and development
of an African Common Market. It includes some political, economic and historical
remarks about the challenges and opportunities for the further development of a
South African Development Community.
Keyword SOUTHERN AFRICAN DEVELOPMENT COMMUNITY (SADC) – REGIONAL
INTEGRATION – FREE TRADE AREA – CUSTOMS UNION – SETTLER PRESENCE –
FRONTLINE STATES.
RUKUDZO MURAPA
Vice-chanceler da Africa
University (Zimbábue),
consultor da UNDP,
World Bank e outras
agências internacionais
vc@syscom.co.zw
www.africau.edu
*
* Tradução do inglês: Cristina Paixão Lopes.
0000_Impulso_31.Book Page 155 Monday, September 30, 2002 10:52 AM
156 impulso nº 31
INTRODUÇÃO
história moderna tem sido caracterizada pela formação
de blocos de países como estratégia de autodefesa e de-
senvolvimento socioeconômico. Mais marcadamente,
os exemplos da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan) e da União Européia (UE) têm sido de-
terminantes. 
Na África, essa mesma tendência pode ser identi-
ficada na criação da Comunidade para o Desenvolvi-
mento da África Austral (SADC) e da Comunidade Econômica dos Es-
tados da África Ocidental (ECOWAS), que têm sido consideradas deter-
minantes na integração regional econômica africana. A SADC tem ampliado
o número de países participantes na comunidade, indo dos nove originais
para 14, bem como o âmbito e a natureza de seus objetivos. No entanto,
ainda enfrenta desafios em termos de integração, dadas as disparidades e
os variados níveis de estabilidade e democracia entre os países membros.
INTEGRAÇÃO REGIONAL
A integração regional refere-se ao 
movimento para estabelecer ligações entre e em meio a um grupo de pa-
íses dentro de um determinado espaço geográfico, motivado pelos in-
teresses comuns e compartilhados para cooperação nas áreas de comér-
cio e outros setores econômicos, com vistas a alcançar uma zona de livre
comércio e, subseqüentemente, estabelecer uma união alfandegária.1
Os países soberanos consideram a necessidade de integrar ou coo-
perar regionalmente apenas se perceberem ganhos coletivos no acordo.
Por todo o mundo, a integração regional está sendo considerada a van-
guarda para o desenvolvimento e a sustentabilidade econômicos e a es-
tabilidade política. Blocos comuns incluem a União Européia (UE), a Co-
munidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS), a Co-
munidade Africana do Ocidente (EAC), a Comunidade de Desenvolvi-
mento da África Austral (SADC), o Acordo de Livre Comércio da
América do Norte (Nafta), o Mercado Comum do Cone Sul (Merco-
sul), a Associação das Nações do Sudoeste Asiático (Asean), e o Fórum
de Cooperação Econômica do Pacífico Asiático (Apec). 
Os países comercializam mais significativamente com seus vizi-
nhos do que com os países distantes. Como tal, “a pura análise econô-
mica mostra que, com as pré-condições corretas, podem-se esperar bene-
fícios econômicos significativos, potencialmente mensuráveis, com a in-
tegração regional”.2 O benefício fundamental da integração econômica
está na utilização de vantagens comparativas de Estados membros. As-
1 Secretaria da ACP, 1997.
2 EVANS et al., 1999, p. 4.
AAAA
0000_Impulso_31.Book Page 156 Monday, September 30, 2002 10:52 AM
impulso nº 31 157
sim, têm condições de aguardar benefícios eco-
nômicos significativos em níveis mais profundos
de integração regional.
Normalmente, a integração regional se ma-
nifesta:
1. pelo estabelecimento de uma zona de livre co-
mércio, envolvendo a remoção de barreiras
tarifárias e não-tarifárias;
2. pelo estabelecimento de uma união alfandegá-
ria pela qual todas as restrições ao comércio e
ao movimento de agentes dentro da área são
removidas; e
3. pela harmonização de políticas econômicas,
monetárias, fiscais, sociais e outras políticas
setoriais.
A integração também é influenciada pelo
desejo de promover uma frente comum de defesa
e segurança. 
Muito se tem escrito sobre a integração
regional, porque há uma crescente compreensão
de que a sua promoção é um poderoso paradig-
ma de desenvolvimento que pode permitir às
nações alcançar recuperação e crescimento eco-
nômico robusto e auto-sustentável. Parece ser
uma panacéia para a melhoria da qualidade de
vida dos povos de países pobres. Ela tem sido
considerada fonte de esperança para milhões de
pessoas para quem a vida parece não ter qual-
quer sentido, já que enfrentam uma pobre infra-
estrutura educacional e de saúde, níveis impor-
tantes de subnutrição, pobreza, desemprego e
subemprego.
No entanto, é preciso observar que a bus-
ca da cooperação e integração regionais per se
não pode ser uma solução para políticas nacio-
nais de desenvolvimento e administração ruins e
falidas. Na realidade, observou-se que os países
que se beneficiaram imensamente da integração
regional são aqueles que projetaram e imple-
mentaram políticas nacionais que sustentam e
estimulam a produção, os investimentos e o co-
mércio. O ambiente político e econômico nacio-
nal tem de sustentar o processo de integração
para que qualquer desenvolvimento possa ser
alcançado. 
A SADCC 
O período de transição da década de 1960
para a de 1970 foi marcado por maciça revolta po-
lítica no continente africano. Foi o tempo da des-
colonização e independência, e esse movimento
ocorreu com relativa rapidez na maioria da Áfri-
ca. No entanto, na África do Sul, onde a presença
do colonizador era considerável, houve resistên-
cia à descolonização. Em conseqüência da resis-
tência do colonizador, a luta pela independência
assumiu uma estratégia totalmente diferente, das
negociações políticas ao confronto militar, de paí-
ses como a Rodésia (Zimbábue), África Oriental
Portuguesa (Moçambique), África Ocidental
Portuguesa (Angola), África do Sul e Namíbia.
Conseqüentemente, a Organização de
Unidade Africana (OUA) decidiu estabelecer um
Comitê de Libertação, sediado em Dar Es Salaam
e liderado pela Tanzânia. No cumprimento de
suas responsabilidades como base do Comitê de
Libertação, a Tanzânia reuniu Estados, que se tor-
naram conhecidos como Estados da Linha de
Frente (países vizinhos aos locais onde havia re-
sistência). Foram os Estados da Linha de Frente e
o Comitê de Libertação da OUA que assumiram a
responsabilidade de mobilizar apoio internacional
para movimentos de libertação como Frelimo
(Moçambique), Zapu e Zanu (Zimbábue), MPLA
(Angola), Swapo (Namíbia) e ANC e PAC, na
África do Sul. 
Com a independência de Moçambique,
Angola e Zimbábue, a liderança dos Estados da
Linha de Frente sentiu a necessidade de tratar de
questões econômicas na região. O presidente da
Tanzânia, Julius Nyerere, convocou uma reunião
consultiva em Arusha, Tanzânia, em 1979, para
discutir a idéia de uma aliança econômica entre o
crescentenúmero de Estados da Linha de Frente,
visando coordenar e harmonizar suas políticas
econômicas. A reunião contou com a participa-
ção dos Estados da Linha de Frente, bem como
dos líderes dos movimentos de libertação de pa-
íses que ainda não tinham alcançado um governo
de maioria. Após uma extensiva deliberação so-
bre a visão do presidente Nyerere, resolveu-se
explorar a possibilidade de criar alguma forma de
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158 impulso nº 31
mecanismo regional que examinasse, monitoras-
se e coordenasse questões de desenvolvimento
econômico nos países independentes da África
Austral. Esse mecanismo veio a se tornar a Con-
ferência de Coordenação para o Desenvolvimen-
to da África Austral (SADCC).
A SADCC foi oficialmente formada em 1.o
de abril de 1980, seguindo a adoção do Protocolo
de Lusaka, e passou a funcionar em Lusaka, Zâm-
bia. Tornaram-se membros da SADCC Angola,
Botsuana, Lesoto, Malavi, Moçambique, Suazi-
lândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. Assim, a
SADCC nasceu das experiências positivas de ínti-
ma cooperação entre governos e povos da África
Austral em sua luta contra a resistência colonial
e as políticas do apartheid na região. Fortes laços
de solidariedade surgiram de um sentimento de
propósito comum e ação conjunta contra o co-
lonialismo e o racismo. Quando da independên-
cia, a maioria desses países enfrentava pobreza
em massa, atraso econômico e ameaça de
desestabilização da África do Sul na região. Da-
das essas circunstâncias, a necessidade de traba-
lhar junto tornou-se um imperativo ainda mais
urgente e foi vista como um instrumento de so-
brevivência política, desenvolvimento econômi-
co e avanço social. Esses Estados começaram a
explorar áreas de interesse mútuo. Isso primeiro
se manifestou por meio dos agrupamentos dos
Estados da Linha de Frente. A SADCC tornou-se,
em essência, o braço econômico desses Estados.
O bloco coordenou seus esforços, recursos
e estratégias para apoiar movimentos de liberta-
ção e, ao mesmo tempo, resistir às agressões do
regime de minoria branca na África do Sul. Além
disso, a liderança da SADCC estava convencida de
que o fato de seus países dependerem economi-
camente da África do Sul impedia seu próprio de-
senvolvimento. Portanto, buscaram reduzir essa
dependência e adotar políticas que visassem a in-
tegração de suas economias. Por meio da SADCC,
os países fundadores buscaram, primeiro, de-
monstrar os benefícios tangíveis do trabalho con-
junto e do cultivo de um clima de segurança e
confiança entre os Estados membros. Assim, a
SADCC representava uma visão de autoconfiança
coletiva. Foram identificados os seguintes objeti-
vos estratégicos:
1. reduzir a dependência do mundo exterior e,
em particular, da África do Sul;
2. promover a autoconfiança coletiva dos Esta-
dos membros;
3. promover e coordenar a cooperação econômi-
ca por meio de um projeto e de uma aborda-
gem orientada por setor;
4. promover uma ação conjunta para garantir a
compreensão internacional e seu apoio prático
para a estratégia da SADCC.
De modo a alcançar as prioridades nacio-
nais por meio de uma ação regional, cada Estado
membro assumiu a responsabilidade de coorde-
nar um ou mais setores. Isso envolvia a proposi-
ção de políticas, estratégias e prioridades para o
setor e processar projetos para a inclusão no pro-
grama setorial, monitorando seu progresso e
apresentando relatórios ao Conselho Ministerial.
As responsabilidades setoriais da SADCC eram as
seguintes: 
• Angola – comissão de energia;
• Botsuana – pesquisa agrícola, produção de ani-
mais e controle de doenças de animais;
• Lesoto – meio ambiente, administração da ter-
ra e água;
• Malavi – pesca, área florestal e vida selvagem;
• Moçambique – cultura, informação, esportes,
comissão de transportes e comunicação;
• Suazilândia – desenvolvimento de recursos
humanos; 
• Tanzânia – indústria e comércio;
• Zâmbia – emprego, trabalho e mineração;
• Zimbábue – produção agrícola, alimentação,
recursos agrícolas e naturais.
O grau de sucesso no desempenho dos Es-
tados membros na administração de suas respec-
tivas pastas diferiu de um setor para o outro. Em
grande medida, isso foi determinado por uma va-
riedade ou uma combinação de fatores. Entre
eles, os principais foram: 1. o compromisso do
país para com o sucesso da pasta que administra-
va; 2. os níveis de recursos nacionais (humanos,
financeiros e materiais); 3. a habilidade do país
em mobilizar o auxílio de doadores internacio-
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impulso nº 31 159
nais; e 4. o grau de interesse do doador em certo
país ou pasta.
É importante observar que enquanto a SAD-
CC como um todo procurava reduzir a dependên-
cia da região sul africana do mundo exterior, tal re-
dução na realidade nunca ocorreu. Na verdade, a
dependência aumentou, já que suas operações de-
pendiam grandemente do auxílio de doadores.
Nem um único país empenhou recursos suficien-
tes para satisfazer as exigências para a efetiva im-
plementação de sua pasta. Surpreendentemente,
mal se podia achar um projeto – em qualquer pas-
ta que fosse – concebido, desenvolvido e imple-
mentado sem um doador por trás. Em muitos pa-
íses, mesmo os funcionários de governo encarre-
gados de auxiliar na administração da pasta do país
recebiam seus salários ou gratificações do doador
que fornecia assistência financeira e técnica a esta
pasta. Geralmente, os salários pagos por meio de
fundos do doador eram muito mais altos do que
os dos servidores civis. O resultado é que muitos
servidores civis preferiam trabalhar para a pasta da
SADCC de seu país. Além de receber salários mais
altos, eles se beneficiavam bastante das freqüentes
viagens internacionais e dos pagamentos de diárias
delas decorrentes. 
Alguns objetivos foram alcançados pela
SADCC, particularmente nas áreas de transporte e
comunicações, energia e pesquisa agrícola. O
progresso para a redução da dependência da re-
gião e para o alcance da integração das economias
dos países da África Austral foram modestos.
Durante a década de 1980, a SADCC garantiu, efe-
tivamente, o investimento internacional, particu-
larmente nos setores de transportes e comunica-
ções, em que 216 projetos, no valor de US$ 6,6
bilhões (75% do investimento), foram entregues
em sua primeira década. A maior parte desse in-
vestimento veio dos países nórdicos. Ela também
ajudou a manter unido um bloco de países carac-
terizados por desenvolvimento regional desigual,
ruptura política e diversidade ideológica. A maior
realização da Conferência foi o estabelecimento
de uma firme base para a integração regional da
África Austral. A antiga SADCC promoveu a so-
lidariedade tanto entre os governos quanto entre
os povos da região em várias esferas da vida. 
Com o estabelecimento da democracia e do
governo da maioria na África do Sul, em 1994, o
papel dos Estados da Linha de Frente chegou ao
fim e a liderança da SADCC passou a enfocar as
questões econômicas. Para isso, ela foi transfor-
mada de uma livre fraternidade de nações de uma
mesma região em uma comunidade econômica.
O objetivo, agora, era desenvolver estratégias e
políticas que levassem os Estados da África Aus-
tral a emergir como um bloco econômico. A
Conferência de Coordenação para o Desenvolvi-
mento da África Austral (SADCC) deixou de exis-
tir e nasceu a Comunidade para o Desenvolvi-
mento da África Austral (SADC). A SADC falhou
na criação de uma integração regional genuína e
eqüitativa. 
A INTEGRAÇÃO DA SADC
A SADC foi estabelecida por meio de um
tratado, em 1992. Esse tratado tem por objetivo
melhorar as habilidades técnicas e administrativas
dentro da região e estipula o estabelecimento de
uma série de protocolos voltados para uma maior
integração regional inter alia: os protocolos do
comércio, energia,educação e turismo. O proto-
colo do comércio é o mais significativo e teve de
ser ratificado por 2/3 dos países membros antes
de ser efetivado.
De acordo com o Unidade de Pesquisa de
Políticas Econômicas da Namíbia (NEPRU),3 os
objetivos do Protocolo do Comércio são: 
3 NEPRU, 1998. A Namibian Economic Policy Research
Unit (NEPRU), estabelecida em 1990, é o principal instituto
independente de pesquisas econômicas na Namíbia. É um
instituto autônomo, governado por um Conselho de Cura-
dores independente, com três objetivos principais: assessorar
o governo da Namíbia como centro de excelência profissional
através da pesquisa para a formulação de políticas e tomadas
de decisão nas áreas estratégicas de macro e socioeconomia;
treinar os namibianos em habilidades especiais; e construir
uma base de informações para fonte de pesquisas sobre
assuntos namibianos. 
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160 impulso nº 31
• liberalizar ainda mais o comércio intra-regio-
nal de bens e serviços, com base em acordos
de comércio justos, mutuamente eqüitativos e
benéficos, complementados por protocolos
em outras áreas (como a de energia), para ga-
rantir uma produção eficiente dentro da SADC,
refletindo as atuais e dinâmicas vantagens
comparativas de seus membros;
• contribuir para melhorar o clima de investi-
mentos domésticos entre fronteiras e estran-
geiros;
• intensificar o desenvolvimento econômico, a
diversificação e a industrialização da região; e,
por último, 
• intensificar o processo de integração regional
através do aumento do comércio intra-regio-
nal e facilitando o comércio entre fronteiras.
O protocolo toma providências no sentido
de que a redução de tarifas ocorra dentro de oito
anos após a ratificação pelos 2/3 dos Estados
membros da SADC, enquanto se espera que a
zona de livre comércio seja totalmente imple-
mentada. Algumas das principais disposições do
protocolo são o comércio de bens e serviços, par-
ticularmente as regulamentações de origem e os
procedimentos alfandegários. 
Em relação ao comércio de bens, o objetivo
é a eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifá-
rias ao comércio intra-regional. As barreiras
tarifárias incidem sobre os produtos importados
para proteger as indústrias nacionais da competi-
ção estrangeira e para levantar impostos para o
governo. As barreiras não-tarifárias são cotas glo-
bais, preços mínimos, restrições quantitativas e
exigências locais.
Pela genuína e eqüitativa cooperação regio-
nal, a SADC busca promover a autoconfiança co-
letiva e a formação de elos mais fortes entre seus
membros. Como afirmado anteriormente, hoje
há 14 países membros da SADC: Angola, Botsua-
na, República Democrática do Congo, Lesoto,
Malavi, Maurício, Moçambique, Namíbia,
Seychelles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia,
Zâmbia e Zimbábue. A SADC representa a aspi-
ração de alcançar uma forma mais profunda e am-
pla de integração regional entre os Estados mem-
bros, indo além de uma coordenação em nível se-
torial, em busca de cooperação, convergência e,
finalmente, integração em áreas como a de polí-
tica monetária e fiscal, taxa de câmbio e regimes
de comércio, e o movimento irrestrito de capital
e trabalho e de bens e serviços no interior da
África Austral. Os Estados membros visionam a
África Austral como uma região caracterizada
pela paz, boa vizinhança e tranqüilidade, onde as
nações tenham maior crescimento econômico e
seus cidadãos gozem de prosperidade duradoura
como um direito humano fundamental. Entre os
objetivos da SADC estão: 
1. alcançar desenvolvimento e crescimento eco-
nômico, aliviar a pobreza, aumentar o padrão
e a qualidade de vida dos países da África Aus-
tral e dar apoio aos socialmente desamparados,
por meio da integração regional;
2. desenvolver valores, sistemas e instituições
políticas comuns;
3. promover e defender a paz e segurança;
4. promover o desenvolvimento sustentado a
partir da autoconfiança coletiva e da interde-
pendência dos Estados membros;
5. alcançar a complementaridade entre estratégias
e programas nacionais e regionais;
6. promover e maximizar o produtivo emprego e
a utilização dos recursos da região;
7. alcançar o uso sustentável dos recursos natu-
rais e a efetiva proteção do meio ambiente;
8. fortalecer e consolidar as antigas afinidades
históricas, sociais e culturais e os elos entre os
povos da região;
Para alcançar esses objetivos, o tratado re-
quer que os Estados membros da SADC:
1. harmonizem as políticas e planos políticos e
socioeconômicos dos estados membros;
2. encoragem os povos da região e suas insti-
tuições a tomar iniciativas para desenvolver
laços econômicos, sociais e culturais por toda
a região e participar plenamente na imple-
mentação de programas e projetos da SADC;
3. criem instituições e mecanismos apropriados
para a mobilização dos recursos necessários à
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impulso nº 31 161
implementação dos programas e projetos da
SADC e suas instituições;
4. desenvolvam políticas que objetivem a pro-
gressiva eliminação de obstáculos à livre
movimentação de capital e trabalho, bens e
serviços, e dos povos da região entre os Esta-
dos membros;
5. melhorem a administração e o desempenho
econômico por meio da cooperação regional;
6. promovam o desenvolvimento, a transmissão
e o domínio da tecnologia;
7. promovam a coordenação e a harmonização de
relações internacionais dos Estados membros; 
8. garantam entendimento, cooperação e apoio
internacional e mobilizem o influxo de recur-
sos públicos e privados na região;
9. desenvolvam outras atividades que os Estados
membros decidam, em apoio a esse tratado.
As estruturas da SADC são, essencialmente,
as mesmas que existiam na SADC: a Cúpula de
Chefes de Estado, o Conselho de Ministros, o
Comitê Permanente de Antigos Oficiais e uma
Secretaria, chefiada por um secretário executivo.
A Secretaria tem a responsabilidade de adminis-
trar questões relativas à organização, bem como à
implementação de decisões tomadas pelo Conse-
lho e pela Cúpula.
Dez anos após sua formação, a SADC deci-
diu abandonar a abordagem descentralizada a
partir de setores em favor de uma abordagem
centralizada. Foi constituído um Comitê Minis-
terial para projetar o Plano Regional de Desen-
volvimento Estratégico e Indicativo para a região,
para cinco anos, junto com o recém-criado De-
partamento de Planejamento, Gênero e Desen-
volvimento Estratégico e Harmonização Política.
Ligados a esse Departamento estarão quatro jun-
tas, que reúnem as atividades e programas da
SADC que se inter-relacionam: comércio, indús-
tria, finanças e investimentos; infra-estrutura e
serviço; alimentação, agricultura e recursos natu-
rais e desenvolvimento humano e social.
A implementação da reestruturação está
em andamento e espera-se que esteja concluída
em dezembro de 2002.
O STATUS POLÍTICO E ECONÔMICO
DA REGIÃO DA SADC
Visão política
O bloco da SADC é composto por Estados
altamente diversificados em suas condições so-
cioeconômicas e políticas. Embora todos eles se
declarem democráticos, bem poucos contêm as
instituições que caracterizam as modernas demo-
cracias em seus sistemas políticos, como eleições
livres e justas, um Judiciário independente e im-
prensa livre. Em muitos deles, a elite governante
não tolera a oposição política e pouco respeita o
sistema de leis. Em alguns países envolvidos em
guerras civis, a busca de ideais democráticos ob-
viamente tornou-se difícil. Pelo menos dois dos
Estados membros, Angola e República Demo-
crática do Congo, estão envolvidos em contínuas
guerras civis que têm impedido os esforços do
governo para exercer a hegemonia política em
todo o território nacional.
No entanto, em um esforço para alcançar a
integração política, a SADC tem tido um papel
cadavez maior na solução de conflitos nesses Es-
tados. A corporação tem assumido a liderança na
busca de um desfecho para as guerras no Congo
e Angola, bem como para a atual crise política do
Zimbábue. Angola, Namíbia e Zimbábue envia-
ram tropas para oferecer apoio militar ao governo
do Congo contra ataques de grupos rebeldes que
contavam com o apoio militar e político dos go-
vernos do Burundi, Ruanda e Uganda. 
Visão econômica
Em 1999, a soma do Produto Interno Bru-
to da SADC era estimado em US$ 178,3 bilhões.
Como observado anteriormente, as economias
da região são estruturalmente variadas e estão em
variados estágios de desenvolvimento. O PIB da
África do Sul, de US$ 131 bilhões, é maior do
que a soma do PIB de todos os outros países da
SADC. Os índices de inflação na região também
variam grandemente, da hiperinflação em Angola
(248%), Zimbábue (112%), República Demo-
crática do Congo (45%) e Zâmbia (20%) a índi-
ces de inflação relativamente baixos na Tanzânia
0000_Impulso_31.Book Page 161 Monday, September 30, 2002 10:52 AM
162 impulso nº 31
(8%), Moçambique (5,5%) e África do Sul
(5,5%). O crescimento econômico regional di-
minuiu, em média, registrando um crescimento
médio de 2,2% em 1999. No ano 2000, a soma
das economias cresceu 3%. No entanto, a dívida
externa dos países, individualmente, permanece
em níveis inaceitavelmente altos.
Excluindo a África do Sul, as economias
dos outros 13 países da região podem ser consi-
deradas em desenvolvimento. Numa base de país
para país, a República Democrática do Congo
mal atingiu um crescimento superior a 1% ao ano
nas últimas duas décadas. O Zimbábue tem en-
frentado sérios desafios econômicos nos últimos
três anos. Todos os setores da economia têm-se
retraído, de modo geral. No ano 2002, a econo-
mia do Zimbábue está projetada para se retrair no
índice altíssimo de 7,3%. Embora Moçambique
tenha passado a maior parte do seu período de in-
dependência sob tumulto político, registrou um
impressionante crescimento econômico desde
que as hostilidades cessaram. Seu atual cresci-
mento econômico está entre 10% e 12%. No en-
tanto, as recentes enchentes provocadas pelo Ci-
clone Eline afetaram o desempenho da economia
moçambicana. Angola ainda se encontra envolvi-
da em uma guerra civil que não dá sinais de que-
rer chegar ao fim, apesar do recente assassinato
de Jonas Savimbi, líder do movimento rebelde
UNITA. Outros países, como a Zâmbia e o Mala-
vi, também não registraram crescimento econô-
mico significativo. Animadoramente, Botsuana e
Maurício mantiveram os mais altos índices de
crescimento econômico, acima de 5% ao ano, ao
longo das duas últimas décadas. 
Apesar da estimulante direção política que
está sendo adotada, a SADC está enfrentando sé-
rios desafios para estabelecer um bloco regional
viável, dadas as suas disparidades econômicas.
Tendo em vista esse cenário, fica difícil antecipar
uma próspera integração econômica num futuro
próximo. Na verdade, a SADC estabeleceu 2000
como o ano para instituir a zona de livre comér-
cio. No entanto, o protocolo elaborado para al-
cançar esse fim só foi ratificado em 2000, quatro
anos após a sua proposta original. 
ATUAIS DESAFIOS
A integração regional é conduzida por
compromissos obrigatórios para o cumprimento
das diferentes fases do processo, como o estabe-
lecimento de uma zona de livre comércio. No en-
tanto, como mostra a demora na ratificação, al-
guns Estados membros não aderem a esses com-
promissos. Esse comportamento leva à falta de
credibilidade e, às vezes, à instabilidade regional.
Além disso, alguns membros acreditam que não
estão colhendo benefícios iguais com a integra-
ção e relutam em remover as barreiras ao livre co-
mércio. É o caso da África do Sul, que na verdade
desenvolveu uma fobia contra países vizinhos em
vez de se mostrar favorável a eles, apesar de do-
minar a economia da região. Em 1995, a África
do Sul era responsável por 52% das exportações
intra-SADC, enquanto absorvia apenas 8% das
importações intra-SADC. Falando claramente,
isso significa que a África do Sul, que tem a maior
economia dentro do grupo, mais exporta do que
importa dos países da SADC. O Zimbábue é res-
ponsável por 61% das importações da África do
Sul dentro do bloco, seguido por Zâmbia e Ma-
lavi, com 17% e 13%, respectivamente. 
Parece claro que não existe suficiente von-
tade política por parte da liderança da SADC para
impor as obrigações de integração. Os níveis de
cooperação não são suficientes. A construção na-
cional parece preceder a integração regional.
Além disso, a instabilidade política, a falta de paz,
a insegurança nacional e o colapso da lei e da or-
dem caracterizam um número significativo des-
ses países, entre eles, Zimbábue, Angola e Repú-
blica Democrática do Congo.
As economias da SADC caracterizam-se por
moedas muito instáveis. O crescimento no co-
mércio regional é mutuamente benéfico se as ta-
xas de câmbio de todos os países não forem dis-
torcidas. A maioria das moedas regionais é super-
valorizada em níveis variantes. Esse sistema torna
caro para um país importar do outro, ou muito
barato, se sua moeda for mais forte. Ao avaliar a
integração regional, o Instituto de Pesquisas In-
ternacionais sobre Políticas Alimentares (IFPRI)
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concluiu que o mais importante obstáculo ao co-
mércio inter-regional é a distribuição desigual de
custos e benefícios entre os países. A Comissão
Econômica para a África (ECA) argumentou, em
outubro de 1997, que a condição ideal para a in-
tegração regional seria uma situação em que to-
dos os membros tenham iguais níveis relativos de
desenvolvimento e um grau significativo de dife-
renças na natureza e composição de seus recur-
sos, o que forneceria um ambiente condizente
para a complementaridade entre os países. Os
membros da SADC caracterizam-se por imensas
disparidades no desenvolvimento econômico.
Atualmente, existem barreiras ao comércio
que terão de ser eliminadas para que a zona de li-
vre comércio vire uma realidade. Os procedimen-
tos alfandegários, como a não-uniformidade no
trânsito de cargas e nas exigências de seguro,
também são uma barreira ao comércio. Ademais,
não existe qualquer transparência no comércio e
nos incentivos aos investimentos. O comércio
intra-regional constitui apenas 12% de todas as
exportações e importações dos países membros e
é dificultado pelos bens comercializados. Falando
claramente, a exportação de matéria-prima (pro-
dutos agrícolas e minerais) permanece o principal
sustentáculo das economias da África Austral,
com óbvias ramificações para o comércio intra-
regional.4 As economias da SADC são pequenas e
a maioria delas depende grandemente da agricul-
tura. A semelhança de recursos oferece poucas
oportunidades para o comércio intra-regional.
Já foi dito que a África do Sul é a maior
economia da região – três vezes maior que todo
o resto da SADC. Embora haja uma determinação
para que os demais países interajam positivamen-
te com a África do Sul, eles permanecem apreen-
sivos com as tendências hegemônicas dessa
nação. 
Finalmente, existem outros agrupamentos
que influenciam o progresso da SADC, entre eles
o Mercado Comum da África Austral (Comesa),
a União Aduaneira da África Austral (Sacu) e a
Área de Comércio Preferencial (PTA). A Suazi-
lândia, a Namíbia, o Lesoto e a África do Sul, por
exemplo, são membros da Sacu. Pelo menos 3/4
dos membros da Sacu pertencem também à PTA
ou ao Comesa. Esses agrupamentos às vezes se
complementam, às vezes são conflitantes. Além
disso, todas essas corporações estabeleceram pro-
gramas muito ambiciosos e o serviço civil dos
respectivos países não têm a capacidade para im-
plementá-los. 
CONCLUSÃO
O programa da SADC está longe de estar
completo. Embora sua direção seja bastante po-
sitiva, seu ritmoé dolorosamente lento. Os paí-
ses membros continuam a competir por investi-
mentos em vez de cooperarem; comportam-se
como Estados soberanos, ao invés de comunida-
de. A SADC permanece principalmente intergo-
vernamental, com uma secretaria pequena e rela-
tivamente fraca, dependente da ajuda de servido-
res civis e políticos em todos os Estados mem-
bros. 
A implementação do protocolo sobre a
zona de livre comércio foi extremamente lenta.
Além disso, houve uma série de disputas comer-
ciais, principalmente entre o Zimbábue e a Áfri-
ca do Sul, as maiores economias da região. Vá-
rias outras economias menores permanecem cé-
ticas em relação aos benefícios, numa região do-
minada por uma grande economia como a da
África do Sul, que já está negociando enormes
vantagens comerciais com a opulenta União Eu-
ropéia. 
No entanto, em um mundo que caminha
para uma economia global, o objetivo da SADC
deve ser buscado com infalível determinação.
Os benefícios virão somente se os Estados
membros mantiverem uma forte vontade polí-
tica e estiverem dispostos a abrir mão de sua au-
tonomia na projeção e implementação de polí-
ticas nacionais.4 Um ponto de vista da NEPRU, de 1998.
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Referências Bibliográficas
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2000.
Dados do autor
RUKUDZO MURAPA
Vice-Chanceler da Africa University (Zimbábue), consultor
da UNDP, World Bank e outras agências internacionais
Recebimento artigo: 4/mar./02
Consultoria: 20/maio/02 a 29/maio/02
Aprovado: 1.º/jul./02
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