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2 Psicopatologia_Infancia_Adolescencia

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AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PSICOPATOLOGIA DA INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PSICOPATOLOGIA DA INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 ESQUIZOFRENIA INFANTIL 
 
 
Não existe um quadro típico de esquizofrenia da infância. Trata-se 
daquela que surge sob a base de uma personalidade em desenvolvimento. 
Assim, os sintomas desta sofrem modificações em sua expressão clínica em 
função do grau da evolução do aparelho psíquico da criança, bem como do 
acesso do clínico ao sofrimento infantil por meio do exame mental. 
 
 
5.1 HISTÓRICO 
 
 
À luz da importante obra de Bleuler (1968) sobre as Esquizofrenias, 
Potter (1933) descreveu um novo quadro psicopatológico, a Esquizofrenia 
Infantil. Segundo o autor, as crianças, assim como os adultos, rompem 
repentinamente o contato com a realidade, depois de um período de 
desenvolvimento normal, e preservam uma vida interior fantasiosa e criativa, 
porém privada e isolada. 
Com os trabalhos posteriores de Bender (1947), Bradley (1941), e, em 
especial, Léo Kanner (1954) – autor da Síndrome do Autismo Infantil Precoce – 
a noção de autismo na vida infantil ganhou outra significação. Kanner, em 
particular, estabeleceu uma distinção importante entre a Esquizofrenia Infantil e 
o Autismo 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 Infantil Precoce. Segundo ele, na Esquizofrenia Infantil o rompimento 
com a realidade ocorre de forma insidiosa depois do terceiro ano de vida e é 
acompanhado de pensamentos autísticos. 
 
TABELA 1 – SINTOMAS DA ESQUIZOFRENIA INFANTIL 
Emil Kraepelin Eugen e Manfred Bleuler 
 Alterações da vontade (perda do elã vital, 
negativismo, impulsividade, etc.); 
 Embotamento afetivo; 
 Alterações da atenção e da compreensão; 
 Transtorno do pensamento, no sentido de 
associações frouxas; 
 Alucinações, especialmente auditivas; 
 Sonorização do pensamento; 
 Vivências de influência sobre o 
pensamento; 
 Evolução deteriorante (83% dos casos), 
no sentido de um embotamento geral da 
personalidade. 
 Alterações formais do pensamento, no 
sentido de afrouxamento até dissociação 
das associações; 
 Ambivalência afetiva – afetos contraditórios 
vivenciados intensamente ao mesmo 
tempo; 
 Autismo, como tendência a um isolamento 
psíquico global em relação ao mundo, um 
“ensimesmamento” radical; 
 Dissociação ideoafetiva, desarmonia 
profunda entre as ideias e os afetos; 
 Evolução muito heterogênea, podendo em 
muitos casos apresentar evolução benigna. 
Karl Jaspers Kurt Schneider 
 Ideias delirantes primárias, não deriváveis 
ou compreensíveis psicologicamente; 
 Humor delirante precedendo o delírio; 
 Alucinações verdadeiras primárias; 
 Vivências de influência, vivências do 
“feito”; 
 Ocorrência ou intuição delirante; 
 Ocorre quebra na curva existencial, 
instauram-se surtos ou o processo 
insidioso que transforma radicalmente a 
existência do doente. 
 Percepção delirante; 
 Vozes que comentam a ação; 
 Vozes que comandam a ação; 
 Eco ou sonorização do pensamento; 
 Difusão do pensamento; 
 Roubo do pensamento; 
 Vivências de influência no plano ideativo, 
afetivo, volitivo e corporal. 
FONTE: Dalgalarrondo, 2000. 
 
 
5.2 DEFINIÇÃO 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
A esquizofrenia com início na infância é um transtorno incomum e o 
início na pré-puberdade é extremamente raro. Os critérios diagnósticos de 
esquizofrenia são semelhantes, exceto pela idade de início – infância, 
adolescência ou fase adulta. A esquizofrenia do tipo hebefrenia deveria 
normalmente ser somente diagnosticada em adolescentes e em adultos jovens. 
 
 Psicoses mais comuns na infância e adolescência: 
o Psicose psicogênica (histeria dissociativa); 
o Transtorno afetivo bipolar (fase mista); 
o Psicose secundária ao uso de drogas; 
o Psicose secundária a doenças clínicas; 
o Deficiente mental com conduta psicótica. 
 
 Esquizofrenia: 
o A esquizofrenia quando aparece na infância é um quadro grave e 
com mau prognóstico, na maioria dos casos; 
o Incide em uma personalidade que ainda não está completamente 
desenvolvida e bloqueia o processo do desenvolvimento dessa 
personalidade. Por isto, considera-se que a gravidade da 
esquizofrenia é menor quanto mais velha está a criança, pelas 
defesas que já têm estruturadas. 
 
 
TABELA 2 – DISTINÇÃO DA DOENÇA 
CID-10 DSM-IV 
 Alteração das funções básicas que dão à 
pessoa senso de individualidade, 
unicidade e de direção de si mesmo; 
 Eco, inserção, irradiação ou roubo do 
pensamento; 
 Delírios de influência, controle ou 
passividade; 
 Vozes que comentam a ação; 
 Delírios persistentes culturalmente 
Dois ou mais dos seguintes sintomas (de 1 a 
5) devem estar presentes com duração 
significativa, por período de pelo menos um 
mês: 
1. Delírios; 
2. Alucinações; 
3. Discurso desorganizado; 
4. Comportamento amplamente 
desorganizado ou catatônico; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
inapropriados; 
 Alucinações persistentes de qualquer 
modalidade, sem claro conteúdo afetivo 
(não catatímicas); 
 Intercepções ou bloqueios do 
pensamento; 
 Comportamento catatônico, com 
flexibilidade cerácea, negativismo, 
mutismo, etc.; 
 Sintomas negativos (empobrecimento 
afetivo, autonegligência, diminuição da 
fluência verbal, etc.); 
 Alteração significativa na qualidade global 
do comportamento pessoal, perda de 
interesse, retração social. 
Os sintomas devem estar presentes por pelo 
menos um mês. 
5. Sintomas negativos (embotamento 
afetivo, alogia, avolição); 
6. Disfunções sociais, no trabalho e/ou 
no estudo, denotando perdas nas 
habilidades interpessoais e 
produtivas. 
Duração dos sintomas principais (de 1 a 5), 
de pelo menos um mês, e do quadro 
deficitário (sintomas negativos, deficit 
funcional, etc.), por pelo menos seis meses. 
FONTE: Dalgalarrondo, 2000. 
 
 
5.3 PREVALÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA 
 
 
A prevalência da esquizofrenia com início na infância é relatada como 
2% da prevalência da esquizofrenia na idade adulta (BEITCHMAN, 1985). 
Rapport (1997) acredita que, nos anos pré-puberais, este seja mais incomum 
do que o Autismo Infantil, que, para a maior parte dos pesquisadores, têm uma 
prevalência da ordem de quatro casos por 10.000 crianças. 
Outros estudos têm apontado que a prevalência de esquizofrenia em 
crianças menores de 15 anos é 0,14 por 1.000 habitantes, quase 50 vezes 
menor do que as amostras de início entre 15 e 54 anos (BEITCHMAN, 1985; 
VOLKMAR, 1988), e que a prevalência de esquizofrenia na infância é menor 
que 1 por 1.000 habitantes (BURD, 1987). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
5.4 ETIOPATOGENIA 
 
 
 Fatores Genéticos; 
 Neuroquímica; 
 Neurodesenvolvimento. 
 
 
5.5 HISTÓRIA PRÉ-MÓRBIDA 
 
 
Hollis (1995) descreveu que pacientes com início precoce da 
esquizofrenia, ou seja, antes da idade dos 13 anos apresentam mais atrasos 
no desenvolvimento e dificuldades pré-mórbidas nas áreas sociais, da 
linguagem e motora, do que os pacientes com início tardio. 
Esses pacientes apresentam pior desenvolvimento pré-mórbido 
(CANNON, SPOOR, 1982), particularmente nas áreas do desenvolvimento 
social e da linguagem (DONE, 1994; JONES, 1994), e pacientescom início 
precoce da esquizofrenia indicam semelhantes anormalidades, porém mais 
acentuadas (ALAGHBAND, 1995; HOLLIS, 1995). 
 
 
5.6 SINTOMATOLOGIA 
 
 
Descrições detalhadas de psicoses esquizofreniformes na infância 
foram dadas por Jordan & Prugh (1971); seus estudos de 19 meninos e três 
meninas entre cinco e 13 anos revelaram ideias de referência, identificação 
com animais, delírios somáticos e uma inabilidade para diferenciar sonhos da 
realidade, incluindo fantasias bizarras, com ideias paranoides e persecutórias. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
Transtornos do pensamento foram relatados, tais como inserção do 
pensamento, retirada do pensamento e transmissão do mesmo em 20% das 
crianças, sendo que 50% das crianças mostraram delírio persecutório (KOLVIN 
e col., 1971). Na amostra de Russel (1994) havia ideação delirante em 63% 
das crianças, onde o conteúdo e a complexidade dos delírios variavam de 
acordo com a idade da criança, sendo que naquelas mais novas os delírios 
eram mais simples e fixos. 
Segundo Arboleda (1985), em crianças com menos de 10 anos se faz 
necessário verificar os efeitos do desenvolvimento cognitivo, pois encontramos 
distúrbios do pensamento mesmo em crianças normais. No trabalho de Kolvin 
(1971), 60% dos casos apresentaram distúrbios nas associações do 
pensamento no grupo com início tardio da esquizofrenia (5 a 15 anos) e 14% 
no grupo com início precoce (antes três anos). O distúrbio do pensamento 
apareceu mais frequentemente no grupo de início tardio. 
As crianças, no início da esquizofrenia, vão perdendo o interesse e 
isolam-se cada vez mais, permanecendo o maior período em seu quarto, 
rompem o relacionamento com os amigos; param suas atividades esportivas e 
culturais, além de recusarem-se a sair. 
O isolamento afetivo que aparece nessas crianças leva a uma 
indiferença e frieza no contato social. Em alguns casos, a criança apresenta, 
por algum tempo, uma adaptação social superficial, mas observamos certas 
modificações no comportamento, como uma fuga imotivada, crises de 
agressividade e recusa alimentar (AJURIAGUERRA, 1991). 
Relações entre as idades nas manifestações dos sintomas positivos, 
negativos e de desorganização são pontuados por Kanner (1954), Rutter 
(1972), Bettes e Walker (1987). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
TABELA 3 – RELAÇÃO ENTRE AS IDADES NAS MANIFESTAÇÕES DOS 
SINTOMAS 
Sintomas Negativos 
(perda de funções psíquicas, 
por um empobrecimento 
global da vida psíquica e 
social do indivíduo). 
Sintomas Positivos 
(manifestações novas, 
floridas e produtivas do 
processo). 
Desorganização 
(mental e comportamental). 
 Distanciamento afetivo; 
 Retração social; 
 Empobrecimento da 
linguagem; 
 Diminuição da fluência 
verbal; 
 Diminuição da vontade 
(avolição); 
 Autonegligência; 
 Lentificação psicomotora. 
 
 Alucinações; 
 Ideias delirantes; 
 Comportamento bizarro; 
 Agitação psicomotora; 
 Ideias bizarras; 
 Produções linguísticas 
novas como neologismos e 
parafasias. 
 Pensamento 
progressivamente 
desorganizado; 
 Comportamentos 
desorganizados e 
incompreensíveis; 
 Afeto inadequado; 
 Afeto pueril. 
 
FONTE: Dalgalarrondo, 2000. 
 
 
Os sintomas de esquizofrenia observados em crianças pequenas são 
primordialmente do tipo negativo, associados à desorganização do 
pensamento. Pode até ocorrer atividade delirante e alucinações, mas na prática 
são raras vezes identificados como tal. Podem assemelhar-se a sintomas 
compulsivos inicialmente. Nota-se também o predomínio de alucinações visuais 
em detrimento das alucinações auditivas. 
Os sintomas positivos da esquizofrenia estão presentes com maior 
visibilidade na fase aguda da doença. São sintomas positivos os delírios e as 
alucinações, sendo mais frequentes as alucinações auditivas; pensamento e 
discurso desorganizado, alterações do comportamento com ansiedade, 
descontrole dos impulsos e agressividade. 
Os sintomas negativos da esquizofrenia refletem um estado deficitário 
ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
relações interpessoais, como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento 
social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento. 
Na infância, quer seja aos quatro, sete ou onze anos de idade, a forma 
predominante não se encontra descrita nos sistemas de classificação atuais. 
Trata-se da forma pseudodeficiente (crianças inibidas, retraídas, apáticas e 
tensas) descrita por Bender (1942), ao lado das formas pseudoneurótica e 
pseudopsicopática. Na adolescência, o quadro típico da esquizofrenia é o 
hebefrênico, que pode associar-se a alguns sintomas catatônicos e mais 
raramente paranoides. 
 
 
5.7 EVOLUÇÃO 
 
 
Esta, quando em crianças, segundo Grünspun (1987) é um quadro 
grave, com mau prognóstico, na maioria dos casos; incide numa personalidade 
que ainda não está completamente desenvolvida e bloqueia o processo de 
desenvolvimento dessa personalidade, por isto, considera-se que a gravidade é 
menor quando mais “velha” está a criança, pelas defesas que já têm 
estruturadas. 
Os quadros esquizofrênicos de início agudo, quando surgem perto da 
adolescência, têm prognóstico mais favorável, especialmente quando a 
personalidade se desenvolveu de forma satisfatória. A esquizofrenia sempre 
evolui das formas de melhor prognóstico para as formas de melhor prognóstico. 
 
 
5.8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
Os sintomas psicóticos podem ocorrer numa série de transtornos na 
infância, onde devemos considerar aspectos como: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 “Alucinações” em outros transtornos mentais, como transtornos da 
ansiedade e da conduta; 
 Transtornos do Humor; 
 Transtorno Obsessivo-Compulsivo; 
 Transtorno de Asperger; 
 Transtorno Psicótico induzido por substâncias; 
 Transtorno Psicótico devido uma condição clínica geral. 
 
FIGURA 7 - SINTOMAS DE ESQUIZOFRENIA 
 
FONTE: MEDINE ESCICLOPEDIA MÉDICA: ESQUIZOFRENIA. Disponível em: 
<www.nlm.nih.gov>. Acesso em: 04 Dez. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
5.9 TRATAMENTO 
 
 
Chegamos à conclusão final de que a esquizofrenia infantil é 
exatamente a enfermidade com o mesmo cortejo psicopatológico, ocorrendo 
em adolescentes ou adultos jovens, e tendo apenas que modificar, 
superficialmente, os fatores patoplásticos da tenra idade em que aparece. 
A esquizofrenia na infância e adolescência é uma doença mental rara e 
apresenta um prognóstico muito grave. O quadro clínico pode mimetizar 
quaisquer outros transtornos mentais, “até mesmo a esquizofrenia”. 
 
 
6 TRANSTORNOS DO HUMOR 
 
 
6.1 DEPRESSÃO 
 
 
O reconhecimento de transtornos depressivos na infância ocorreu no 
final da década de 60, quando surgiram então três conceitos: 
 
 Sintomas depressivos análogos aos dos adultos não existem; 
 A depressão manifesta-se por sintomas específicos nessa faixa etária; 
 A sintomatologia depressiva surge mascarada por outros sintomas ou 
síndromes, tais como hiperatividade, enurese, encoprese, deficit de 
aprendizagem e transtorno de conduta. 
 
A depressão pode estar presente na forma de sintoma, síndrome, 
estado ou transtorno. Há dois tipos de organização: a neurótica e a psicótica. 
Não se utilizam atualmente a distinção útil e explicativa oferecida pelos termos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
“depressão neurótica” e “depressão psicótica” (melancolia). Existe uma forte 
relação entre ansiedade e depressão. 
A depressão infantil não se traduz, invariavelmente, por tristeza e 
outros sintomas típicos. As alterações cognitivas são, principalmente, 
relacionadas à atenção, raciocínio e memória, estas interferem sobremaneira 
no rendimento escolar. 
Em pré-escolares ocorre hiperatividade, agressividade; em escolares 
há dificuldades escolares, agressividade e somatizações, principalmentedor na 
barriga e dor de cabeça; em pré-adolescentes surge agressividade, distúrbios 
das emoções e conduta. 
Nas crianças e adolescentes é comum a depressão ser acompanhada 
também de sintomas físicos, tais como fadiga, perda de apetite, diminuição da 
atividade, queixas inespecíficas, tais como cefaleias, lombalgia, dor nas 
pernas, náuseas, vômitos, cólicas intestinais, vista escura, tonturas, etc. 
Na esfera do comportamento, a depressão na infância e adolescência 
pode causar deterioração nas relações com os demais, familiares e colegas, 
perda de interesse por pessoas e isolamento. Em adolescentes, a depressão 
tem mais semelhança com o quadro clínico do adulto, há tendência 
hipocondríaca, abuso de álcool e drogas. 
Outra peculiaridade dos adolescentes é que a síndrome depressiva 
nesta etapa da vida pode se associar ao início de doenças psicóticas, tais 
como a esquizofrenia e o transtorno afetivo bipolar (TAB). As oscilações 
normais do humor do adolescente podem ser confundidas com os transtornos 
afetivos. 
 
 
6.1.1 Diagnóstico 
 
 
Um grande número de critérios diagnósticos tem sido utilizado nas 
últimas décadas, buscando uma maior fidedignidade. Os mais importantes 
talvez sejam o The Research Diagnostic Criteria (RDC) de Sptzer (PATAKI, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
1990), o DSM III (APA, 1980), o DSM III-R (APA, 1989) e, atualmente, o DSM 
IV (APA, 1993) e a CID-10 (OMS, 1993). 
Ao estudarmos a criança, nem sempre a encontramos referindo 
sintomas que descrevam seu estado interno; com frequência, ela relata 
somente tristeza ou solidão, de modo pouco claro e inespecífico, isso em 
função da dependência do seu desenvolvimento cognitivo para a identificação 
dos próprios sentimentos. 
As súbitas mudanças de conduta da criança são de extrema 
importância pelo caráter episódico, tendo que ser consideradas, 
principalmente, quando são abruptas, e se ocorrem de modo inexplicável. 
Crianças antes adequadas e adaptadas socialmente passam a apresentar 
irritabilidade, destrutividade e agressividade, com violação de regras sociais 
anteriormente aceitas. Esse comportamento pode ser decorrente de alterações 
de humor tipo disfórico e aparenta ser um dos sinais mais importantes para o 
diagnóstico, uma vez que, pela sua heteronomia, a criança é levada ao 
psiquiatra da infância muito mais por suas condutas do que por seu próprio 
sofrimento. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO DOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA 
DEPRESSÃO MAIOR 
 
FONTE: Dwivedi, 1997. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
As disforias podem ser descritas pelos pacientes como ansiedade, 
irritabilidade, tristeza ou mesmo como uma combinação desses afetos. Nas 
disforias encontradas no cotidiano, sem uma conotação psiquiátrica e como 
resposta afetiva aos eventos diários, observou-se a brevidade do quadro e o 
não comprometimento das condutas adaptativas, diversamente do que 
encontramos nos quadros depressivos. Podemos, então, tentar estabelecer o 
diagnóstico diferencial dessas disforias assim: 
 
 Disforia 
o Eativa (reações de ajustamento, humor normal); 
o Distimia; 
o Ciclotimia; 
o Síndromes afetivas orgânicas; 
o Depressão maior; 
o Unipolar-bipolar; 
o Atípica bipolar; 
o Outras doenças psiquiátricas (exemplo: transtornos ansiosos). 
 
Para facilitar o reconhecimento dos quadros depressivos na infância e 
na adolescência, podemos utilizar a seguinte sintomatologia, a ser pesquisada 
durante a avaliação (KAUFMAN, 1997): 
 
 Falta de reatividade do humor depressivo ou irritável aos estímulos 
positivos; 
 Diferença qualitativa entre humor disfórico e tristeza profunda; 
 Variação diurna do humor; 
 Distúrbios do sono; 
 Fadiga, falta de energia e cansaço. 
Alterações cognitivas: 
o Concentração, desatenção ou pensamento lentificado; 
o Indecisão. 
Apetite/peso: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
o Redução do apetite; 
o Perda de peso; 
o Aumento do apetite; 
o Ganho de peso. 
 
Distúrbios psicomotores: 
 
o Agitação; 
o Retardo psicomotor. 
 
Autopercepção: 
 
o Depreciação e autoimagem negativa; 
o Culpa excessiva ou inapropriada; 
o Desesperança, desamparo, desencorajamento e pessimismo; 
o Sensação de rejeição. 
 
Embora tenhamos descrito de modo claro o quadro clínico das 
depressões, vale frisar que é evidente que elas são, muitas vezes, mal 
diagnosticadas ou despercebidas. Tal fato ocorre pela sua pequena 
especificidade na criança, pelo fato de seu diagnóstico diferencial incluir vários 
problemas orgânicos, assim como outros quadros psiquiátricos (RUSH, 1990). 
Da mesma maneira, o uso de determinadas drogas, utilizadas no tratamento de 
algumas condições clínicas infantis, pode mimetizar quadros semelhantes. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
TABELA 4- CONDIÇÕES QUE MIMETIZAM A DEPRESSÃO NA 
CRIANÇA E NO ADOLESCENTE 
 
Infecciosas 
 
Mononucleose infecciosa, encefalite, 
influenza, sífilis, AIDS, hepatite, pneumonia, 
tuberculose, endocardite. 
Endócrina Diabetes, Doença de Cushing, hipo/ 
hipertireoidismo; hiperparatiroidismo, 
hipopituitarismo. 
Neurológicas/tumores 
 
Epilepsia, pós-concussão, hemorriagia 
subaracnóidea, Doença de Huntington, 
esclerose múltipla, acidente 
vasculoencefálico. 
Medicamentos Anti-hipertensivos, esteroides, 
anticonvulsivantes, digitálicos, diuréticos, 
aminofilina, cimetidina, contraceptivos orais. 
Outros 
 
Abuso/abstinência de álcool, de cocaína, de 
anfetaminas, alucinógenos, opiáceos, 
anemia, hipocalemia, hiponatremia, lúpus, 
uremia, porfiria, falha de desenvolvimento. 
FONTE: Adaptado de Weller, 1991. 
 
 
6.1.2 Formas Clínicas 
 
 
Diante da dificuldade de classificar os quadros depressivos já no 
paciente adulto, torna-se mais difícil ainda pensar nas crianças, uma vez que 
essa ainda não pode ser avaliada, considerando-se atributos e características 
de sua própria personalidade, ainda em desenvolvimento e em formação. 
 
 Unipolar-Bipolar: 
o Descrita pela ausência de episódios hipomaníacos ou 
maníacos, que requeiram tratamento e/ou hospitalização. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
 Primária-Secundária: 
o Tendo como base padrões causais compreensivos, estes se 
caracterizam pelo conceito de depressão maior apresentado 
pelo DSM III. 
 Endógeno-Reativo: 
o Este se apresenta por meio de quadros de origem reativa, 
psicologicamente compreensíveis na abordagem psicológica. 
 
 
6.1.3 Um Mecanismo Compreensivo 
 
 
A criança é um ser singular que gradativamente vai construindo um 
mundo a partir de seu desenvolvimento afetivo, diretamente relacionado com a 
interação que estabelece com os outros indivíduos e pessoas, e de seu 
desenvolvimento cognitivo, que lhe fornece um instrumental adequado para 
essas inter-relações. Dessa maneira, constrói gradativamente as noções de 
Eu, realidade, espaço e tempo, pilares fundamentais da existência. Entretanto, 
somente com o advento do pensamento formal, na adolescência, é que inicia a 
construção de projetos existenciais que, embora ainda incipientes, já são 
passíveis de orientar seu existir. 
Na experiência depressiva podemos observar uma retração do Eu, 
independentemente do momento da vida em que ela ocorre, devendo-se 
somente levar em consideração o momento evolutivo, que delineará a 
patoplastia e, em consequência, a compreensibilidade da sintomatologia. Com 
essa retração, diminui-se o contato com o ambiente, manifesto por meio do 
desinteresse, da falta de reatividade, da anedonia e da fadiga constantes. 
No caso da criança, essas limitações são acentuadas, uma vez que 
seu instrumento cognitivo já lhe permite um horizonte limitado, sem a 
possibilidade de projetos futuros que caracterizam a transcendência. Assim, 
seu mundo restrito basicamente à família e ao ambiente escolar perde o 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
sentido, caracterizando o pessimismo e a visão pessimista deum futuro que, já 
por dificuldades instrumentais, é imprevisto. 
Entretanto, diferentes são as possibilidades de compreensão dos 
quadros depressivos na criança, de acordo com o modelo de desenvolvimento 
proposto por Dwivedi (1997): 
 
 
FIGURA 9 – ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E 
SINTOMATOLOGIA 
 
FONTE: Dwivedi, 1997. 
 
 
6.1.4 Tratamento 
 
 
A abordagem da depressão na criança e no adolescente é múltipla, 
visando a uma compreensão do quadro e a uma intervenção sob o ponto de 
vista biológico, psicológico e social. O plano de tratamento será, então, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
determinado pelas condições do paciente que, em presença de risco de 
suicídio, será submetido à hospitalização. 
Dentro dessa visão dos quadros depressivos na infância e 
adolescência, podemos subdividir a abordagem terapêutica em: 
 
 Medicamentoso; 
 Biológicos; 
 Psicoterapia. 
 
 
6.2 MANIA 
 
 
6.2.1 Conceito 
 
 
A euforia, ou alegria patológica, assim como a elação ou expansão do 
“eu” constituem a base da síndrome maníaca. Além disso, é fundamental, e 
quase sempre presente, a aceleração de todas as funções psíquicas 
(taquipsiquismo), manifestando-se como agitação psicomotora, excitação, 
logorreia e pensamento acelerado (CASSIDY e cols., 1988). De modo geral, 
pode-se observar os seguintes sinais e sintomas: 
 Aumento da autoestima; 
 Elação; 
 Insônia; 
 Logorreia; 
 Pressão para falar; 
 Distraibilidade; 
 Agitação psicomotora; 
 Irritabilidade; 
 Arrogância; 
 Heteroagressividade; 
 
 
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 66 
 Desinibição social e sexual; 
 Tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences; 
 Ideias de grandeza, de poder, de importância social; 
 Delírios de grandeza ou de poder; 
 Alucinações. 
 
Este quadro na criança é grave, afeta seu relacionamento na família e 
produz, usualmente, queda acentuada no rendimento escolar. Seu diagnóstico 
não é feito se são diagnosticados delírios ou alucinações sem alterações 
afetivas com duração de duas semanas, bem como se é estabelecido 
diagnóstico de esquizofrenia, transtorno esquizoforme, delirante ou psicótico 
sem outra especificação, como também o uso associado de drogas. Esses 
episódios maníacos podem ser classificados leves, moderados ou graves, 
devendo-se especificar presença ou ausência de sintomas psicóticos. 
Sob o ponto de vista formal, podemos ainda pensar em: 
 Transtorno bipolar, tipo depressivo, no qual o episódio atual é 
depressivo, havendo relato de um ou mais episódios anteriores de 
mania; 
 Transtorno bipolar, episódio misto, em que encontramos uma 
mistura de mania e depressão, constatando-se presença de 
depressão por pelo menos um dia, alternado rapidamente com 
mania; 
 Ciclotimia, quando observamos inúmeros episódios de hipomania 
que ocorrem em períodos de, ao menos, um ano, podendo 
encontrar-se nela vários episódios de humor deprimido ou perda 
de interesse ou prazer, que não reúnem todos os critérios para 
um episódio depressivo maior ou mais ao longo do mesmo 
período de tempo; 
 Transtorno bipolar sem outra especificação, diagnosticando 
transtornos com características maníacas, que não satisfazem os 
critérios para qualquer outro transtorno bipolar específico 
(CANTWELL, 1992). 
 
 
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 67 
Entretanto, em crianças e adolescentes seu diagnóstico é difícil, com 
Carlson (1984) referindo muitas razões para que esses pacientes sejam mal 
diagnosticados, como, por exemplo: 
 
 Episódios de depressão e/ou hipomania leves sendo atribuídos a 
transtornos de ajustamento; 
 Episódios precoces de transtornos do humor sendo confundidos 
com ansiedade de separação, com recusa escolar, anorexia ou 
transtorno de conduta, incluindo transtornos de deficit de atenção 
e hiperatividade; 
 Episódios graves confundidos com esquizofrenia em função da 
sintomatologia, como fuga de ideias, pensamento incoerente, bem 
como ideias de conteúdo paranoide, irritabilidade, alucinações e 
delírios secundários ao humor. 
 
 
6.2.2 Epidemiologia 
 
 
Valendo-se dos critérios do DSM III-R, Carlson e Kashani (1988) 
encontraram cerca de 0,6% de adolescentes entre 14 e 16 anos preenchendo 
os critérios diagnósticos para mania, ao passo que em população internada em 
hospital psiquiátrico, Krasa e Tolbert (1994) encontraram 3,4% de pacientes 
com diagnóstico de transtorno bipolar. 
Em crianças, poucos são os estudos prospectivos de transtorno 
bipolar, embora De Long (apud McCRACKEN, 1992) refira que possam se 
apresentar como transtornos comportamentais crônicos, com hostilidade, 
agressividade e distraibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
6.2.3 Evolução 
 
 
O impacto da idade mais precoce no início dos transtornos bipolares 
ainda não é claro, não se observando diferenças significativas, parecendo ser 
seu curso similar àquele observado no adulto. Ao contrário, episódios de 
alcoolismo, o uso de drogas e doenças neurológicas parece piorar esse 
desenvolvimento, aparentando mistos e de ciclagem rápida (PATAKI, 1990). 
 
 
6.2.4 Tratamento 
 
 
Os transtornos do humor são, por definição, um complexo clínico 
multifatorial e, sendo assim, sua terapêutica deve ser orientada. 
 
 
7 SÍNDROMES MENTAIS ORGÂNICAS 
 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
 
O estudo psiquiátrico das síndromes mentais orgânicas foi estabelecido 
modernamente no começo do século XX, norteado pelos trabalhos de 
Bonhöffer, que descreveu a “reação tipo endógena aguda” em quadros agudos 
de psicopatologia exuberante, geralmente com rebaixamento de consciência. 
Igualmente Bleuler, que descreveu a “psicossíndrome orgânica”, que abrangia 
quadros crônicos, de evolução deficitária (ALONSO-FERNANDEZ, 1979). 
Na nosologia atual, fortemente influenciada pelo pragmatismo norte-
americano, a polaridade agudo-crônica tem em um polo o delirium, que define 
 
 
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 69 
quadros agudos com prejuízo da atenção voluntária, pensamento e funções 
cognitivas (APA, 1993; LIPOWSKI, 1990) e, no outro, os quadros demenciais, 
apontando para quadros crônicos, insidiosos, com prejuízo mnésico e 
deterioração progressiva das capacidades intelectuais e da resposta afetiva 
(HORVATH, 1989), na mais pura tradição das síndromes psico-orgânicas 
agudas (com prejuízo da consciência) e crônicas (com prejuízo de memória). 
Na psiquiatria infantil, definir uma síndrome delirante, alucinatória ou 
diagnosticar o delirium, nas suas fases iniciais e prévias a um rebaixamento 
mais grosseiro do nível de vigilância, é difícil. 
 
 
7.2 DEFINIÇÃO – CONSCIÊNCIA 
 
 
Na visão da Neuropsicologia a consciência é vista no sentido de estado 
vigil, que de certa forma iguala a consciência ao grau de clareza do sensório, 
aqui ela é fundamentalmente o estado de estar desperto, acordado, vigil, 
lúcido. A definição psicológica conceitua como a somatória das experiências 
conscientes de um indivíduo em um determinado momento; é a dimensão 
subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. 
E, segundo a ética filosófica, que se utiliza mais frequentemente no 
campo da ética, da filosofia, do direito ou da teologia; o termo consciência 
refere-se aqui à capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as 
responsabilidades, os direitos e deveres concernentes a essa ética 
(DALGALARRONDO, 2000). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
 
7.3 PERÍODO SENSORIOMOTOR (DE 0 A 18/24 MESES) 
 
 
Consciência-Cognitiva (PIAGET, 1974; LEFÈVRE, 1990; CHESS 
apud GREENSPAN, 1989; SPITZ, 1966; SARTRE, 1985; WALLON apud 
AJURIAGUERRA, 1980). 
 
o 1° estágio: 
 1° mês; 
 “exercícios reflexos” – ponto de partida do 
desenvolvimento; 
 Assimilação de novos objetos. 
 
o 2° estágio: 
 1 a 3 meses; 
 Primeiros hábitos reais de assimilação e acomodação; 
 Controle visual dos movimentos; 
 Linguagem expressiva e receptiva– reconhecimento da 
voz da mãe, imitação e produção de sons; 
 Vocalização; 
 Primeiras formas de orientação referente ao mundo – 
fase de objeto intermediário. 
 
o 3° estágio: 
 6 a 8-9 meses; 
 Formação de intenções a partir da estruturação de um 
esquema de persistência de objeto; 
 Pega ativamente os objetos; 
 Esquema de causalidade; 
 Imita a fala dos adultos; 
 Vocaliza sílabas; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
 Entende quando chamada pelo nome; 
 Compreensão do “sinalizado não”; 
 Fase objetal (Spitz); 
 Posição depressiva (Klein); 
 Período do espelho (Lacan). 
 
o 4° estágio: 
 8 a 12 meses; 
 Coordenação de esquemas secundários para situações 
novas – antecipação e planejamento; 
 Melhor desenvolvimento da fala – compreensão de 
ordens simples; 
 Deambulação; 
 Processo de socialização familiar; 
 Início da estruturação real da consciência (Wallon). 
 
o 5° e 6° estágio: 
 12 a 24 meses; 
 Aparecimento da reversibilidade; 
 Atitudes dirigidas a metas sem a distraibilidade – 
atenção voluntária; 
 Organizações causais e espaciais e as relações 
continente-conteúdo; 
 Início da inteligência pré-lógica, porém ainda não 
mediada pela linguagem; 
 Ampliação do vocabulário; 
 Função semiótica; 
 Capacidade de representação. 
 
 Sensopercepção e Comportamento Motor 
o 3° estágio: 
 Coordenação entre visão e movimentos da mão; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
 Reconhecimento tátil e a preensão diferenciada dos 
objetos; 
 Percepção em profundidade, não mais restrita aos 
objetos próximos; 
 Formação de novos esquemas motores e novos hábitos 
a partir dos próprios reflexos; 
 Preensão-sucção, preensão comandada pela visão e a 
preensão fora do campo visual. 
 
o 4° estágio: 
 Exploração tátil mais ativa; 
 Ampliação da acomodação auditiva; 
 Início da percepção das funções espaciais; 
 Intencionalidade no comportamento motor; 
 Os movimentos exploratórios se amplificam e se 
relacionam com o objeto. 
 
o 5° estágio: 
 Primeiros atos inteligentes – noção de permanência dos 
objetos; 
 Organização acústica; 
 Adequação da função visual permitindo a categorização 
dos objetos; 
 Início da função simbólica. 
 
o 6° estágio: 
 Utilização de objetos e espaço de maneira mais 
elaborada; 
 Organização acústica – representação conceitual e 
esquemas abstratos. 
 
 
 
 
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 73 
 
 Funções Afetivas 
o 1° e 2° estágio: 
 Resposta afetiva basicamente homeostática, 
determinada pelas sensações de prazer-desprazer 
corpóreo. 
 
o 3° e 4° estágio: 
 Início da vinculação com o mundo externo, com 
investimento rico no mundo animado, especialmente 
nas pessoas que cuidam da criança. 
 
o 5° estágio: 
 Organização da resposta afetiva, por meio dos padrões 
emocionais, tornando-se mais integrado e mais 
propositado em padrões causa-efeito. 
 
 
7.4 PERÍODO PRÉ-CONCEITUAL (DE 2 AOS 4 ANOS) 
 
 
 Consciência-Cognitiva (LURIA apud LEFÈVRE, 1990; LURIA, 1987, 
1987a.; PIAGET apud LEFÈVRE, 1990): 
o Alta distraibilidade por estímulos acessórios; 
o Tendência inercial das praxias até os 3 anos e meio; 
o Desenvolvimento da memória frente a fatos e coisas; 
o Evocação de objetos não presentes – sinal do sinal (Piaget); 
o Início do estabelecimento da estrutura sintática. 
 
 Sensopercepção e Comportamento Motor: 
o Reconhecimento de objetos familiares evoluindo para o 
reconhecimento de formas tapológicas; 
 
 
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 74 
o Imitação de gestos simétricos simples. 
 
 Funções Afetivas: 
o Humor mais linear e não tão reativo a estímulos imediatos ou 
sensações de prazer-desprazer; 
o Relações de apego e negativismo são direcionadas às 
pessoas mais próximas; 
o Respostas às frustrações menos explosivas; 
o Interesse exploratório do mundo circundante; 
o Período mais fácil de observar alterações mentais orgânicas. 
 
 
7.5 PERÍODO INTUITIVO (DOS 4 AOS 6/7 ANOS) 
 
 
 Consciência-Cognitiva: 
o Sua fala começa a desempenhar seu papel regulador de 
forma mais estável, consequentemente a criança mantém-se 
mais atenta; 
o Bom desempenho na identificação de figuras familiares e no 
estabelecimento das funções dos objetos e suas definições; 
o Aperfeiçoamento da memória; 
o O nível de consciência pode ser avaliado nessa fase por 
testes mais precisos de atenção voluntária. 
 
 Sensopercepção e Comportamento Motor: 
o Estabelecimento das sínteses espaciais; 
o Sua organização acústica permite distinguir ritmo e repeti-lo; 
o Processamento sensitivo mais acurado; 
o Desenvolvimento de movimentos compostos e desempenho 
adequado das praxias complexas. 
 
 
 
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 75 
 Funções Afetivas: 
o Humor estabiliza-se; 
o Organização de sentimentos complexos; 
o Maior tolerância à frustração; 
o O egocentrismo cede lugar a um contato afetivo mais real, 
com menor tendência ao negativismo e à impulsividade; 
o Sentimentos mais complexos – culpa; 
o O diagnóstico das alterações do nível da consciência vai cada 
vez mais se aproximando ao dos adultos, com a organização 
da atenção, orientação temporoespacial e memória. 
 
 
7.6 FATORES PREDISPONENTES E ETIOLÓGICOS 
 
 
Nas faixas etárias até os sete anos, podemos observar como principais 
fatores as lesões prévias do Sistema Nervoso Central, encefalopatias tóxico-
metabólicas, uso de drogas, como antipsicóticos, antidepressivos, 
anticonvulsivantes ou outras drogas psiquiátricas, como benzodiazepínicos, 
convulsões (KAUFFMAN, 1995), distúrbios do desenvolvimento, retardo metal. 
Rubinstein (1985) aponta como fatores importantes para pesquisa a história 
prévia de trauma craniano seguido de perda da consciência, doenças 
perinatais, infecções bacterianas e virais e tumores do SNC, desnutrição, erros 
inatos do metabolismo e tratamento polifarmacológico. 
 
 
 
 
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 76 
 
FIGURA 10 – SÍNDROMES NEUROPSIQUIÁTRICAS E 
PSEUDONEUROPSIQUIÁTRICAS 
 
FONTE: Adaptado de Krener, 1994. 
 
 
7.7 TRATAMENTO 
 
 
O tratamento orientado classicamente é o da correção da causa de 
base, com manutenção das funções vitais e do estado nutricional, 
concomitantemente. O psiquiatra consultor pode recomendar o uso moderado 
de drogas com ação do SNC, principalmente os de ação sedativa, no sentido 
de proteger um parâmetro clínico importantíssimo, que é o nível de 
consciência. 
 
 
 
 
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 77 
 
8 TDAH 
 
 
8.1 INTRODUÇÃO 
 
 
As primeiras referências aos transtornos hipercinéticos na literatura 
médica apareceram no meio do século XIX. Entretanto, o quadro clínico 
começou a ser descrito de uma maneira mais sistemática somente no início do 
século XX (BARBOSA, 1995). O impacto dessa síndrome na sociedade é 
enorme, considerando-se seu alto custo financeiro, estresse nas famílias, 
prejuízo nas atividades acadêmicas e vocacionais, bem como efeitos negativos 
na autoestima das crianças e adolescentes. Estudos têm demonstrado que 
crianças com o transtorno apresentam um risco aumentado de desenvolverem 
outras doenças psiquiátricas na infância, na adolescência e na idade adulta; 
incluindo comportamentos antissociais, problemas com uso de drogas lícitas e 
ilícitas e transtornos do humor e de ansiedade (BIEDERMAN, 1996). 
A síndrome vem sofrendo alterações contínuas na sua nomenclatura. 
Na década de 30, Strauss e colaboradores (1947) descreveram hiperatividade, 
distratibilidade, labilidade emocional e perseveração em um grupo de 
sobreviventes de encefalite letárgica. Os autores propuseram técnicas 
educacionais especiais para crianças com esses problemas, fornecendo a base 
para a maioria dos programas de educação especial ainda existentes. 
Segundo Strauss, a ideia para comportamentos alterados nessas 
crianças sugeria evidências de alguma lesão cerebral, mesmo quando não 
houvesse lesão conhecida. Neste período, apesar de já reconhecidaanteriormente, na década de 1940 surgiu a denominação “lesão cerebral 
mínima”. A partir de 1962, passou a ser utilizado o termo “disfunção cerebral 
mínima”, reconhecendo-se que as alterações características do transtorno 
relacionam-se mais com as disfunções em vias nervosas do que propriamente 
a lesões nas mesmas (BARBOSA, 1995). 
 
 
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 78 
Os sistemas classificatórios modernos utilizados em psiquiatria, CID-10 
(OMS, 1993) e DSM-IV (APA, 1994), apresentam mais similaridades do que 
diferenças nas diretrizes diagnósticas para o transtorno, embora utilizem 
nomenclaturas diferentes (transtorno de deficit de atenção/hiperatividade, no 
DSM-IV, e transtornos hipercinéticos, na CID-10). 
 
 
8.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
 
Trata-se de um dos transtornos mentais mais frequentes nas crianças 
em idade escolar, atingindo 3 a 5% delas. Apesar disto, o TDAH continua 
sendo um dos transtornos menos conhecidos por profissionais da área da 
educação e mesmo entre os profissionais de saúde. Falta ainda muita 
informação sobre esse problema (APA, 1994). 
 
 
8.3 ETIOLOGIA 
 
 
O TDAH é uma síndrome heterogênea; logo, a etiologia é multifatorial, 
dependendo de: 
 Fatores Genético-Familiares; 
 Adversidades Biológicas; 
 Adversidades Psicossociais. 
 
 
8.4 SUBSTRATO NEUROBIOLÓGICO 
 
 
Os dados sobre o substrato neurobiológico deste transtorno derivam de 
estudos neuropsicológicos, de neuroimagem e de neurotransmissores. Com 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
relação à Neuropsicologia podemos afirmar que as principais alterações 
encontradas nesse são prejuízos em testes de atenção, de aquisição e de 
função executiva. Assim, tem-se sugerido que o TDAH envolve um deficit do 
comportamento inibitório e de funções executivas relacionadas a ele 
(BARKLEY, 1997). 
A neuroimagem, por meio de estudos estruturais, funcionais e 
eletroencefalográficos, corrobora a ideia de envolvimento de alterações no 
sistema frontossubcortical na fisiopatologia do TDAH; porém pesquisas mais 
recentes apontam a região do córtex pré-fontal, do caudado e do globus 
pallidus (HENDREN, 2000; SEMRUD-CLIKEMAN, 2000). 
E finalmente os sistemas de neurotransmissores apontam o 
envolvimento das catecolaminas, sugerindo que um baixo turnover de 
dopamina e/ou noradrenalina possa estar relacionado com a fisiopatologia 
desse transtorno; além da possibilidade de receptores nicotínicos estarem 
envolvidos. Mas podemos pontuar que nenhuma alteração em um único 
sistema pode ser responsável por uma síndrome tão heterogênea quanto essa. 
 
 
8.5 QUADRO CLÍNICO 
 
 
A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por 
desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independente do sistema 
classificatório utilizado. 
 
 Desatenção: 
o Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou errar por 
descuido em atividades escolares e de trabalho; 
o Dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades 
lúdicas; 
o Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
o Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, 
domésticas ou deveres profissionais; 
o Dificuldade em organizar tarefas e atividades; 
o Evitar ou relutar se envolver em tarefas que exijam esforço 
mental constante; 
o Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; 
o Ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e 
apresentar esquecimentos em atividades diárias. 
 
 Hiperatividade: 
o Agitar as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira; 
o Abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras 
situações nas quais se espera que permaneça sentado; 
o Correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto 
é inapropriado; 
o Dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em 
atividades de lazer; 
o Estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se 
estivesse “a todo vapor”; 
o Falar em demasia. 
 
 Impulsividade: 
o Frequentemente dá respostas precipitadas antes de as 
perguntas terem sido completadas; 
o Tem dificuldade para aguardar sua vez; 
o Interrompe ou se mete em assuntos de outros (APA, 1994). 
 
O DSM-IV subdivide o TDAH em três tipos: 
 TDAH, com predomínio de sintomas de desatenção; 
 TDAH, com predomínio de sintomas de 
hiperatividade/impulsividade; 
 TDAH, combinado (APA, 1994). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
O tipo com predomínio de sintomas de desatenção é mais comum no 
sexo feminino e parece apresentar, conjuntamente com o tipo combinado, uma 
taxa mais elevada de prejuízo acadêmico. Willcutt e colaboradores (1999) 
demonstraram que sintomas de desatenção estão associados com baixo 
quociente de inteligência (QI) e altos níveis de depressão, enquanto sintomas 
de hiperatividade-impulsividade estão associados com sintomas de transtorno 
opositor desafiante e transtorno de conduta. 
Embora todos os tipos estejam mais relacionados com transtornos 
disruptivos do que os de controles, o tipo combinado está mais fortemente 
associado a estes transtornos. Além disso, apresenta também um maior 
prejuízo no funcionamento global, quando comparado aos dois outros grupos. 
As crianças com TDAH com predomínio de sintomas de 
hiperatividade/impulsividade são, por outro lado, mais agressivas e impulsivas 
do que os outros dois tipos e tendem a apresentar altas taxas de rejeição pelos 
colegas e de impopularidade (SCHMITZ, 2000). 
 
 
8.6 DIAGNÓSTICO 
 
 
O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico, baseando-se em 
critérios operacionais claros e bem definidos, provenientes de sistemas 
classificatórios como o DSM-IV (já apresentado anteriormente), ou a CID-10 
(tabela abaixo). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
 
TABELA 5 - CONDIÇÕES QUE MIMETIZAM A HIPERATIVIDADE NA 
CRIANÇA E NO ADOLESCENTE 
 
Infecciosas Encefalite, influenza, sífilis, AIDS; 
Endócrina Hipertireoidismo; 
Neurológicas/tumores Convulsão, trauma craniano, esclerose 
múltipla, acidente vasculoencefálico, Doença 
de Wilson; 
Talâmicos, gliomas, meningeomas; 
Medicamentos Esteroides, isoniazida, simpaticomiméticos; 
Outros Abuso de álcool, de anfetaminas, 
alucinógenos, anemia, hemodiálise. 
FONTE: Adaptado de Weller, 1991. 
 
 
Com os pais é fundamental a avaliação cuidadosa de todos os 
sistemas, bem como onde, quando, com quem acontecem e em que 
intensidade. Como em qualquer avaliação da história do desenvolvimento, 
médica, escolar, familiar, social e psiquiátrica da criança ou do adolescente 
deve ser colhida com os pais. 
Com relação às avaliações complementares, normalmente se sugere: 
 Encaminhamentos, para a escola, de escalas objetivas que possam 
ser facilmente preenchidas pelos professores; 
 Avaliação neurológica; 
 Testagem psicológica. 
 
No que tange à testagem psicológica, o teste que fornece mais 
informações relevantes clinicamente é a Wechsler Intelligence Scale for 
Children (WECHSLER, 1991). Os subtestes (WISC-III) que compõem o fator de 
resistência à distraibilidade avaliam atenção e concentração e podem ser 
importantes para reforçar a hipótese diagnóstica desse (GUARDIOLA, 1994; 
WECHSLER, 1991). Além disso, no diagnóstico diferencial da síndrome é 
preciso descartar a presença de Retardo Mental, visto que esta patologia pode 
 
 
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 83 
causar problemas de atenção, hiperatividade e impulsividade, e este 
instrumento pode auxiliar neste processo. 
 
 
8.7 EVOLUÇÃO 
 
 
Antigamente, acreditava-se que todas as crianças com o transtorno 
superavam os sintomas com a chegada da puberdade, porém os estudos mais 
recentes mostram uma persistência do diagnóstico em cerca de 70-85% dos 
casos da adolescência inicial à intermediária. Atualmente, cada vez mais, 
admite-se a existência do TDA-H em adultos (ROHDE, 1998). 
 
 
8.8 TRATAMENTO 
 
 
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando 
intervenções psicossociais e psicofarmacológicas (SPENCER, 1996).FIM DO MÓDULO II

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