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Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas CEL0762 – OFICINA LITERÁRIA Aula 13: O Dramático e suas Formas Produção Textual AULA 02: O que é "texto". O Dramático e suas Formas Produção Textual AULA 02: O que é "texto". Ariano Suassuna Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano. Com Hermilo Borba Filho. fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1959,fundou o Teatro Popular do Nordeste. Em 1955, escreve Auto da Compadecida, que estreia no cinema, 1969. Microssérie da Rede Globo de Televisão, 1994, e no cinema, 2000. Faleceu em 23 de julho de 2014. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Dramático vem do verbo grego “drao”, e quer dizer: fazer, agir. A principal característica do gênero dramático é a ação. Este gênero ultrapassa a literatura propriamente dita, valorizando o texto dramático que pode ser em verso ou em prosa. O gênero dramático só se complementa com a atuação de atores no espetáculo teatral. A palavra drama significa, etimologicamente, ação. Por isso, em obras dramáticas, a história e as emoções não são imitadas através do discurso do narrador, mas são expressas através de personagens em ação. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas O gênero dramático caracteriza-se pela ausência de um narrador, o destaque dado à fala da personagem e a concentração dramática. Segundo João David Pinto Correia (1993 ) são as seguintes as composições da literatura popular integradas neste género: tragédias e dramas comédias fábulas e apólogos autos entremezes cegadas representações diálogos Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas A ação dramática encontra sua realização num espaço restrito e num tempo restrito. O espaço, geralmente, é um palco. O tempo é aquele necessário para representar uma história, estabelecendo uma comunicação entre obra e público. Trata-se de um tempo que passa num ritmo próprio, um ritmo que tem por objetivo o desfecho da história. Esse ritmo é desencadeado a partir do momento em que o espectador tem sua atenção voltada para a tensão. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas O adjetivo - dramático - mantém uma estreita ligação com o termo “drama”, cujo significado é “ação”. Tal ação é representada por meio da encenação de atores, que, no palco, são peças fundamentais. Destituída de narrador, o enredo é retratado pelos próprios personagens do espetáculo, mantendo uma perfeita sintonia entre a palavra verbalizada e o público expectador. Dentre as características que perfazem tal modalidade estão: atores, que em consonância com outros elementos, como, figurino, maquiagem, cenário, gestos, reproduzem a história em forma de diálogos, divididos em atos e cenas; e a ação propriamente dita, retratada numa sequência linear,constituída pela exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho final. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas “Contrariamente a um preconceito bastante difundido e cuja origem é a escola, o teatro não é um gênero literário. Ele é uma prática cênica.” Ler o teatro, tomo II, A escola do espectador, Belin, 1996, p.9. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Cultuado desde a Antiguidade, sua origem deve-se aos gregos, haja vista que em suas festas religiosas homenageavam ao deus Dionísio (Baco). E entre os principais dramaturgos figuram-se: Ésquilo - Prometeu acorrentado Sófocles - Édipo rei, Electra Eurípides - Medeia, As bacantes Aristófanes - A paz, Assembléia de mulheres Antífanes - Menandro Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas As vivências e atitudes dos personagens conduzem à ação de um texto narrativo. Há uma sequência de fatos e acontecimentos a serem contados. Essa sequência cronológica de fatos e acontecimentos constitui a história; a organização dessa sequência resulta no enredo, ou intriga. Dessa forma a o enredo de um texto narrativo resulta de um trabalho de montagem desenvolvido pelo ficcionista a partir dos elementos fornecidos pela história. Uma história pode ser esquematicamente a passagem de uma situação inicial para uma situação final, devido à ocorrência de transformações. Surgem os conflitos entre os personagens. Assim, podem-se apontar as seguintes partes de uma história: a apresentação, a complicação, o clímax e o desfecho. A AÇÃO Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Partes da história: Apresentação – nesta parte, mostra-se ao os primeiros dados do mundo construído, como os personagens e suas características, o espaço em que se movimentam, as relações que mantêm entre si e suas referências temporais; expõe-se aqui a situação inicial do universo ficcional. Complicação – é o momento em que se rompe o equilíbrio do estado inicial; por causa das atitudes de algum personagem ou de um acontecimento, surgem conflitos e começam a ocorrer transformações que conduzem a narrativa ao ponto máximo de tensão. Clímax – é o ponto máximo de tensão, resultante da convergência de vários conflitos vividos pelos personagens. Desfecho ou desenlace – corresponde à situação final, ou seja, ao novo equilíbrio que se alcança depois do clímax. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas PERSONAGENS Os personagens de uma narrativa são seres fictícios, criaturas de papel e tinta moldadas pelo escritor por meio da organização de traços recolhidos da realidade e trabalhados pela imaginação. Inseridos num mundo construído que segue uma coerência interna, os personagens subordinam-se a ela. Sua movimentação é que determina o andamento da ação: o enredo existe por meio de personagens, que nele ganham vida. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Categorias de Personagens: • Protagonista – é o personagem principal da narrativa, a quem se devem as principais ações dinamizadoras do enredo, ou a quem o texto dedica maior pormenorização de atitudes e emoções. É comum denominá-lo herói quando se afirma por suas qualidades físicas ou morais. • Antagonista - é o principal opositor do protagonista. Suas atitudes provocam o surgimento de conflitos, cuja superação conduz às transformações. • Personagens secundários, adjuvantes ou coadjuvantes - surgem ao redor do protagonista ou do antagonista, auxiliando-os ou prejudicando-os em suas atitudes. Sua atuação é mais ou menos a mesma ao longo de toda a trama. As características da crônica: Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas O mundo construído pelo ficcionista apresenta marcas temporais: podem ser indicações de datas ou horários, referências às partes do dia, às estações do ano, à posição dos astros no céu. É nesse fluxo de tempo que acontecem os fatos formadores da história; é nele que os personagens desenvolvem seus dramas e conflitos. Tempo: Salvador Dali Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Os componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da ação e aos movimentosdos personagens constituem o chamado espaço da narrativa: trata-se de mais um dos elementos do mundo construído pelo ficcionista. Espaço: Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Narrador: O elemento do mundo ficcional responsável por sua apresentação a quem esteja interessado em conhecê-lo é o narrador. É sua existência que diferencia o gênero narrativo do gênero dramático: neste último, ação, personagens, espaço e tempo desenrolam-se diretamente diante do espectador. No gênero narrativo eles chegam ao leitor através do narrador. Ao ler um texto narrativo, você percebe a existência de uma voz que conta ou mostra os fatos: essa voz é o narrador. Foco narrativo - é o ponto de vista assumido pelo narrador ao apresentar o mundo construído. De acordo com o foco narrativo que ele assume, o narrador se aproxima ou se distancia dos fatos narrados, dos personagens, da ação e daquele a quem narra. Sua posição pessoal pode tender à neutralidade ou ser claramente participativa. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Um único caráter comum é retido pelos antigos a fim de definir o gênero dramático, opondo-o a uma outra grande família literária, a narração: é a enunciação. Os meios de que lança mão o teatro fazem-no imitar “todas as pessoas agindo e realizando algo” ( A Poética 1448a), e a arte dramática expressa essa mímese por meio de uma enunciação na primeira pessoa. Aristóteles distingue assim a imitação que se faz “contando” daquela que se faz agindo e falando. O teatro poderia pois se definir, em primeiro lugar, como uma arte do “eu”. Mas um eu plural, posto que cada protagonista que toma a palavra emprega-a por sua própria conta. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas “O teatro torna-se o gênero mais objetivo, aquele em que as pessoas parecem falar por si mesmas, sem que o autor tome diretamente a palavra ( salvo no caso especial do porta-voz, do mensageiro, do coro, do prólogo, do epílogo ou das indicações cênicas” Patrice Pavis, Dicionário do teatro, Dunod, 1996, p. 148 Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Tensão: A tensão é a essência do dramático. Ela é movida por duas características principais: pathos e problema. Daí, temos mais duas perguntinhas: O pathos é a paixão. Para expressá-lo, o autor dramático cria um tipo de linguagem comovente e arrebatada. Esta linguagem traduz a resistência da personagem diante dos embates gerados pelo mundo que a cerca. A fala patética é impetuosa e pressupõe um outro que a ouça e com ela se comova. É uma comoção espontânea. Esse sentimento grandioso, seja de dor ou de prazer, está sempre direcionado a algo que se crê ou a algo em que se deposita esperança. É uma força que caminha, gradativamente, para um clímax. Neste ponto, os objetivos são atingidos. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Principais manifestações dramáticas TRAGÉDIA - forma dramática de origem grega, usa uma linguagem rebuscada e apresenta personagens da aristocracia que, vitimados pelo destino caem em desgraça. Procura inspirar pelo horror e piedade, provocando a reflexão sobre o sentido da existência humana. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas A palavra tragédia deriva do grego tragos, que significa bode, e oide, que significa canto. A partir de um entendimento mítico, acredita-se que tenha nascido de cultos religiosos praticados em honra ao deus Dionísio, nos quais as pessoas apareciam travestidas com pele de bode e, usando máscaras, cantavam hinos à divindade que presidia a colheita da uva. Apresenta um choque entre o herói e seu destino. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas “A tragédia é, portanto, a imitação de uma ação nobre levada até o final e tendo uma certa extensão. Numa língua realçada por detalhes espirituosos dos quais cada espécie é utilizada separadamente de acordo com as partes da obra; é uma imitação feita por personagens em ação e que, por intermédio da piedade e do temor, realiza a purgação das emoções desse gênero” A Poética, 1449b, op. cit. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Ó geração de mortais, como vossa existência nada vale a meus olhos! Qual a criatura humana que já conheceu a felicidade que não seja a de parecer feliz, e que não tenha recaído após, no infortúnio, finda aquela doce ilusão? Em face do teu destino tão cruel, ó desditoso Édipo, posso afirmar que não há felicidade para os mortais! (SÓFOCLES, p.132 ) A ação trágica segue uma sequência: nó, reconhecimento, peripécia e clímax. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas COMÉDIA - também de origem grega, apresentava originalmente personagens de caráter vicioso e vulgar, que protagonizavam atitudes ridículas. A comédia é uma sátira de comportamentos individuais e coletivos. Atualmente a comédia representa aspectos da vida cotidiana como tema, provocando o riso. Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas Para Aristóteles, é a imitação de pessoas de qualidade moral ou psíquica inferior. É a exposição de vícios que caem no domínio do risível. Submetido ao riso, o homem percebe seus limites. O ridículo dispersa a tensão dramática. Supõe-se que a comédia tenha nascido dos festejos fálicos no culto à procriação. A tensão trágica caminha para o clímax. A interdependência das partes, na tragédia, é responsável pela tensão. Já a tensão cômica é permanentemente desfeita pelo riso. Surgem várias tensões que são dispersadas ou abolidas pelo ridículo ou pelo riso. STALLONI, 2003,p. 40 e 41 Oficina Literária AULA 13: O Dramático e suas Formas O autor da Poética desejava, sobretudo, em se tratando de teatro, arte dea mimese, definir as leis do gênero que considerava superior e, de alguma forma, ideal: a tragédia. As posições relativas à comédia, só foram por ele apresentadas por comparação com esse gênero. Eis os três principais critérios admitidos por Aristóteles: A imagem do herói – “uma delas (a comédia) pretende imitar o pior dos homens, ao passo que a outra (a tragédia) consagra a imitação dos homens melhores que os contemporâneos” (1448a). E ainda: “ A comédia é (...) uma imitação dos homens que não tem grande virtude” (ibidem) Os assuntos inferiores – A origem da comédia é popular, dionisíaca. Final feliz – “(...) de fato os personagens que, na lenda, são os piores inimigos, partem ao final reconciliadas,e ninguém é morto por ninguém” (1453b) Força cômica – deformidade (defeito) e linguagem. Produção Textual AULA 02: O que é "texto". 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