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concurso de pessoas

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concurso de pessoas:
Praticado por uma pessoa, mas que eventualmente podem ser praticados por duas ou mais pessoas. concurso eventual, ou monossubjetivo ou unissubjetivo. (Aplica-se: Art. 29, caput do Código Penal )
Pode haver homicídio praticado por um único agente? E mais de um agente?
R: Sim! E no caso de mais de um agente, por ex: 3 pessoas numa briga de bar;
Duas delas investem contra a terceira e passam a agredi-la aos socos e chutes até a sua morte. O homicídio, portanto, é monossubjetivo.
No entanto, o concurso de pessoas pode ser obrigatório em alguns tipos penais, sendo crimes plurissubjetivos, ou de concurso necessário, Praticado por duas ou mais pessoas necessárias para o tipo penal.. 
Para entender melhor o concurso de pessoas, características principais:
(a) pluralidade de condutas;
(b) relevância causal e jurídica das condutas praticadas;
(c) liame subjetivo entre os concorrentes.
A= visando à produção de um resultado comum (identidade da infração penal). 
B= se a sua contribuição teve haver com o resultado da ação.
C= como por ex, acordo presumido, sabendo a intenção do que seria feito/resultado.
À autoria:
O concurso de pessoas pode se dar por atos de autoria ou de participação em sentido estrito. A divisão entre essas duas categorias de participantes (autores e partícipes).
OBS; A distinção entre autoria e participação não se reflete necessariamente na punição a ser aplicada ao agente. Isto é, a participação em sentido estrito não implica pena inexoravelmente menor, ou a autoria punição mais severa ao infrator.e autoria e participação não se reflete necessariamente na punição.
 Pela perspectiva unitária não há distinção entre autores ou partícipes. Todos serão considerados autores da infração penal. estrito 
Perspectivas diferenciadoras
Teoria subjetiva:
distingue autor de partícipe com base na vontade do agente: o autor é aquele que atua com animus auctori, ou seja, com vontade de autor, (é a pessoa que deseja a infração penal em nome próprio, ainda que não a execute); já o partícipe é movido pelo animus socii, ou seja, atua em nome alheio, em nome de outrem. Por ex: um espião russo, que, ao matar uma pessoa em solo germânico, o fez a mando de seus superiores. Entendeu- se que ele seria partícipe naquele crime, pois não desejava o crime para si, ao contrário, apenas obedecia a ordens.
 Teoria formal-objetiva
Autor é quem realiza a ação típica, executando o crime.
Se a execução é dividida entre duas ou mais pessoas, ou seja, se cada pessoa exerce uma parcela dos atos executórios, há coautoria.
Teoria do domínio do fato
distinção entre autoria e participação em sentido estrito. A teoria tem o autor como a figura central do delito, o que pode ocorrer em três hipóteses:
(a) autoria imediata;
(b) autoria mediata; e 
(c) autoria funcional.
A= iConsiste no domínio da ação (realização pessoal do fato). Autor é quem executa o crime, controlando, dessa forma, o acontecimento criminoso
B= surge através do domínio da vontade alheia. Isso se dá quando o autor, por exemplo, induz uma pessoa ao erro (erro determinado por terceiro / quando conduz o executor à ação criminosa em situação de inexigibilidade de conduta diversa/ ou quando se vale de inimputável para a prática criminosa.
OBS: Há, ainda, uma hipótese mais polêmica: a autoria mediata pelo domínio de um aparato organizado de poder (domínio da organização ou “autoria de escritório”).
Essa espécie de autoria mediata tem como pressupostos:
(a) a existência de um poder de comando, dentro de uma estrutura verticalizada de poder, por parte do autor;
(b) uma organização desvinculada do direito – como a máfia italiana – no âmbito de sua atividade penalmente relevante; e
(c) a fungibilidade dos executores individuais que integram a organização, isto é, a inexistência de um “especialista”.
C= O simples planejamento ou a simples ordem dissociados das atividades executórias, contudo, são atos de mera participação, salvo se praticados em um aparato organizado de poder.plica pena ixoravelmente menor, ou a autoria. Puniç
“coautor intelectual é o que tem o domínio organizacional ou direcional do fato e, desse modo, organiza ou planeja ou dirige a atividade dos demais. É também chamado de ‘coautor de escritório’ ou ‘autor de escritório’. Não se confunde com o ‘autor ou agente ou homem de trás’, que é o autor mediato. Na autoria mediata a responsabilidade só recai sobre o autor mediato. Na coautoria todos os coautores respondem pelo delito (como obra comum).”ão
 Coautoria alternativa, coautoria sucessiva, autoria colateral e autoria incerta
Coautoria alternativa: 
Duas ou mais pessoas combinam entre si um resultado criminoso e todas se postam em condições de alcançá-lo, embora, de fato, apenas uma delas, ou um grupo limitado delas, irá realizá-lo.
autoria sucessiva: O coautor, ou um dos coautores, ingressa no delito depois que ele já se iniciou. Em um linchamento, por exemplo, ao ver a vítima sendo castigada pela multidão delinquente, uma pessoa que não participava do ato desde o seu início passa igualmente a agredi-la. Também há hipótese de autoria funcional e o coautor sucessivo não poderá responder pelos resultados criminosos ocorridos antes de seu ingresso no evento.
autoria colateral: Caso em que não há coautoria, em virtude da ausência de liame subjetivo entre os executores. Por exemplo, duas pessoas ingressam em uma mesma loja e, simultaneamente, furtam peças de roupa. Todavia, cada qual desconhece a conduta da outra, de modo que não se encontram psicologicamente vinculadas. Assim, haverá dois crimes de furto simples (art. 155, Código Penal), cada um imputado a um dos executores, e não um único crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas (art. 155, § 4º, IV, Código Penal ).
Autoria incerta: é impossível precisar quem produziu o resultado. 
Espécies de participação: participação em sentido estrito:
Partícipes são todos aqueles que, vinculados ao autor ou aos coautores, praticam uma conduta dotada de relevância jurídica e causal para a produção do resultado criminoso, embora não possam ser igualmente classificados como autores.
Teorias que fundamentam a participação (quanto à estrutura do delito)
1ª.) Teoria da Acessoriedade Mínima: a participação só será punível quando a conduta principal for típica;
2ª.) Teoria da Acessoriedade Média ou Limitada: a participação será punível se a conduta principal for típica e ilícita (É A ADOTADA pelo Brasil);
3ª.) Teoria da Acessoriedade Máxima: a participação será punível se a conduta principal for típica, ilícita e culpável;
4ª.) Teoria da Hiperacessoriedade: a participação será punível se a conduta principal for típica, ilícita, culpável e punível;
Punibilidade da participação
Para que a participação em sentido estrito seja punível, é necessário que a conduta principal (autoria) também o seja. Isto é, como a conduta do autor só passa a ser punível após seu ingresso nos atos executórios, disso também dependerá a participação. É o que consta expressamente no art. 31 do Código Penal.
Coautoria e participação em sentido estrito nos crimes culposos
Para Nilo Batista, não há concurso de pessoas nos crimes culposos.
Todavia, no Brasil, majoritariamente se aceita a coautoria em crime culposo, embora não a participação em sentido estrito.
Cooperação dolosamente distinta ou desvio subjetivo de condutas
O caso é regido pelo art. 29, § 2º, do Código Penal. Determina o dispositivo que o agente que quis praticar crime menos grave, será punido de acordo com as penas deste (no nosso exemplo, será a pena do furto), ao passo em que o outro responderá pelo delito efetivamente praticado por ele (no exemplo, latrocínio). Por ex: Chegando no mercado, Bruno decide com Laís que iriam furtar cada um, uma sandália, mas no momento; além de ter subtraído para si a sandália Bruno decidiu roubar quem estava no caixa (- Laís não tinha conhecimento que Bruno portava uma arma, e que este empregaria grave ameaça para roubar quem estava no caixa). 
Comunicabilidade dascircunstâncias
Por circunstâncias ou elementares de caráter pessoal (subjetivo), entendamos aquelas que se referem ao autor do fato (e não ao fato propriamente dito).
Podemos citar, de forma exemplificativa:
• Os motivos do crime (motivo fútil, torpe, nobre, de relevante valor moral etc.);
• Estados alterados de ânimo (estado puerperal, domínio de violenta emoção);
• Dados qualificativos (profissão, estado civil, relações de parentesco) e outras.
Serão elas impessoais (ou objetivas) quando se coligarem ao fato (por exemplo, meios e modos de execução; características de objetos, como “arma de uso restrito” etc.).
Feitas tais considerações, impõe-se dizer que o art. 30 é norma atinente ao concurso de pessoas.
O que se quer saber aqui, em suma, é o seguinte: caso duas ou mais pessoas pratiquem um crime em conjunto e as circunstâncias ou elementares só se referirem à atuação de uma delas, podem essas circunstâncias ou elementares se estenderem aos demais participantes? R=   dependerá de sua natureza:
• Se forem pessoais, há incomunicabilidade;
• Se impessoais, comunicabilidade.

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