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Erros comuns em Redação empresarial (parte 1 e 2)

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Erros comuns em Redação empresarial (Parte 1)
 Veja abaixo alguns exemplos de erros comumente cometidos ao redigir uma redação empresarial.
	Os membros da diretoria reuniram-se hoje às 11h00 para resolver um problema gerador de inquietação nos colaboradores: o bônus anual. A reunião se estendeu e, ali pelas 13h30min, só haviam três diretores. 
Correção: Os membros da diretoria reuniram-se hoje às 11h para resolver um problema gerador de inquietação nos colaboradores: o bônus anual. A reunião se estendeu, mas, ali pelas 13h30min (ou m), só havia três diretores. 
 (Com hora redonda, não precisa colocar 00)
	Pergunta de um participante de curso de Redação Empresarial: No ofício que recebi, está: Ementa: Parâmetros para uso do refeitório da Instituição. Essa é uma forma correta?
Resposta: Sim, é correta, mas não obrigatória. Sugere-se a colocação Ementa só quando o ofício for longo. Eu sugiro que se coloque SEMPRE.
	Como eu já havia falado anteriormente, precisamos atualizar nossa tecnologia de comunicação.
(Redundância: se já foi dito, só pode ter sido anteriormente!)
	Houve prejuízo de aproximadamente R$13.463,20.
(Quando se usa APROXIMADAMENTE, o número deve ser redondo: R$13.500,00)
	É necessário tomar cuidados na verificação dos tributos a serem pagos, para evitar complicações com o erário público. Há dez anos atrás, já tivemos problema com isso aqui na empresa.
Correção: É necessário cuidado na verificação dos tributos a serem pagos, para evitar complicações com o erário. Dez anos atrás, já tivemos problema com isso em nossa empresa. Ou, Há dez anos, já tivemos problema 
com isso em nossa empresa.
(Basta CUIDADO: Redundância: todo ERÁRIO é público; Tautologia: use “Dez anos atrás” ou “Há dez anos”).
Segredo de boa redação
Objetividade, Clareza, Simplicidade
Ex.: Minha sugestão é que as normas internas sejam revistas, que, após a tomada de decisão, elas sejam cumpridas, que só sejam contratados colaboradores que apresentem capacidade de adequação a essas normas etc.
Dizendo a mesma coisa, essa frase ficaria bem melhor assim:
Ex.: Minhas sugestões são: revisão das normas internas; cumprimento das normas revistas e contratação de pessoal que se adapte a elas.
Exemplo de redação ruim
Assunto: Pergunta
Olá, meu amigo, estou escrevendo para perguntar se você já viu aquilo que te pedi num e-mail de umas duas semanas atrás. Tomara que sim e espero que não tenha dado muito trabalho a você, mas a solicitação partiu da Direção Geral e é preciso atendê-los ao pé da letra.
Um abraço Seu colega de empresa 
Não há como refazer esse e-mail, pois todas as informações estão indefinidas, vagas. Não há assunto nem informações. Não há qualquer dica sobre o que está sendo cobrado.
Erros comuns em Redação empresarial (Parte 2)
Veja abaixo mais exemplos de erros comumente cometidos ao redigir uma redação.
1. HOUVERAM PROBLEMAS
SOLUÇÃO: Sabe-se que o verbo HAVER, com os sentidos de EXISTIR, OCORRER, ACONTECER e TEMPO, é impessoal, isto é, não tem sujeito, o que o obriga a permanecer no singular. Corrigindo, fica:
Houve problemas.
É preciso destacar que, caso o verbo HAVER, com os sentidos acima, seja o principal numa locução verbal, seu auxiliar também não pluraliza:
Deve haver alguns problemas.
Pode haver alguns obstáculos no percurso.
Vai haver acidentes, se a ciclovia continuar como está. 
Uma observação pertinente:
Muita gente não estranha usar o verbo HAVER no plural, como em:
Houveram muitas provas contra o candidato. (Pret. Perfeito)
Haviam muitas provas contra outros políticos também. (P. Imp.)
No entanto, coloque o verbo HAVER no presente do indicativo, com as mesmas mensagens acima e veja se você consegue pluralizar esse verbo:
Hão muitas provas contra o candidato. (O certo é Há)
Hão muitas provas contra outros políticos também. (O certo é Há)
Ficou bom?! Claro que não! Se não dá para pluralizar no presente, não pode em tempo algum. 
POR QUE VER TAMBÉM FAZ VIR? E OUTROS CASOS:
Figura 1. Futuro do subjuntivo.
2. MEIO X MEIA
Ela ficou meia triste.  
SOLUÇÃO: MEIO, na relação acima, é ADVÉRBIO, porque acrescenta uma ideia secundária ao adjetivo “triste”. Toda palavra que modifica um adjetivo é, obrigatoriamente, um advérbio.
Ora, advérbio é uma palavra invariável. Por esse motivo, a palavra MEIO na frase acima só deveria ser empregada sem variação.
No entanto, veja o que escreveu Machado de Assis:
“Os olhos chisparam e trocaram a expressão usual por outra, meia doce e meia triste.”, p. 555, MPBC).
3. ANEXO
Segue anexo duas cópias do contrato. 
SOLUÇÃO: Há dois problemas sérios nessa frase:
Concordância Verbal – ora, o sujeito da oração é “DUAS CÓPIAS DO CONTRATO”. Portanto, deveria ser SEGUEM.
Concordância Nominal – o adjetivo ANEXO concorda com o gênero e o número do substantivo a que se refere. Nessa frase, o substantivo é CÓPIAS. Portanto, a frase correta seria:
Seguem anexas duas cópias do contrato.
O ideal seria: “Anexamos duas cópias do contrato”.
 4. EU E ELA
Esse assunto é entre eu e ela. 
SOLUÇÃO: Que fique claro que, na Língua Portuguesa, o pronome reto EU só exerce uma única função sintática: a de sujeito. E o sujeito, das funções sintáticas, é a único que não pode ser subordinado a uma preposição.
É por essa razão que a frase acima está errada, já que ENTRE é uma preposição. Embora venha ficando comum usá-la na fala, ela ainda é impossível na escrita. Vamos corrigi-la:
Esse assunto é entre mim e ela.
No Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, no verbete entre mim e ti, Domingos Paschoal Cegalla afirma:
"Admite-se o pronome reto quando se  acha distante da preposição entre:  
Entre o local onde a ponte desabara e eu, que vinha em alta velocidade,  mediavam perto de cem metros.” 
5. MIM
A professora deu um trabalho para mim fazer. 
SOLUÇÃO:  MIM nunca pode sujeito. Sua função é sempre de complemento de verbos ou de nomes, como nas frases abaixo:
Ela trouxe isso para mim. (completa o verbo TROUXE)
Vê-la feliz basta para mim. (completa o verbo BASTA)
É ótimo para mim tê-la como amiga! (completa ÓTIMO)   
            
Então, a frase acima fica correta assim: 
A professora deu um trabalho para eu fazer. 
Atenção 
Expressões como:
É DIFÍCIL;
É IMPORTANTE;
É CONVENIENTE Etc.
Têm como sujeito a oração seguinte e, nesse caso, usa-se o MIM e não o EU. 
Entender essa explicação é importante para mim.
Conseguir sua amizade é conveniente para mim.
Aceitar essa explicação é difícil para mim. 
6. FAZEM
Fazem dois meses que ele não aparece. 
SOLUÇÃO: O verbo FAZER com ideia de tempo, cronológico ou meteorológico, é invariável, fica fixo na terceira pessoa  do singular. Também nesse caso, se ele for o verbo principal de uma locução verbal, o auxiliar também é invariável. Assim:
 Faz dois meses que ele não aparece.
 Vai fazer dois meses que ele não aparece. 
7. VOU ESTAR PROVIDENCIANDO
Vou estar providenciando o seu pagamento. 
SOLUÇÃO:  GERUNDISMO - Esse é o caso de um dos piores   modismos na língua portuguesa, que é a junção desnecessária de três verbos:
IR + ESTAR + GERÚNDIO DO VERBO PRINCIPAL
O curioso é que não há erro gramatical, pois é comum usarmos vários verbos, como em “O Messi pode estar chegando ao Corinthians a qualquer momento. Sonho meu!”.               
O problema é que o GERUNDISMO passa para o ouvinte ou para o leitor incerteza sobre se a ação será realmente praticada, pois ele reflete na sua essência a insegurança ou a incompetência do seu usuário para resolver determinada situação.

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